No ano cristão de 1501, no primeiro dia de
novembro, a primeira igaraçu [canoa grande:
navio português] cruzou a barra da baía para
rebatizá-la Baía de Todos-os-Santos. Eram ao
todo três os navios que compunham a expedição
do português Gonçalo Coelho e do florentino
Américo Vespúcio. Sua missão era fazer o
reconhecimento das terras ocidentais do Atlântico
Sul, das quais se tinha notícia através dos relatos
da expedição do espanhol Hojeda e do português
Cabral. Os navegadores descobriram as
qualidades de Kirimurê [mar interior] e seus
habitantes: bom porto, lugar de reabastecimento
fácil, população hospitaleira. Aqui descansaram
por 27 dias e, ao sair, ensinaram aos
tupinambás a escravidão, comprando-lhes dez
prisioneiros de guerra que venderam na Europa.
(BUENO, 1998, p. 47).
A Baía de Todos-os-Santos não se constitui apenas um
acidente geográfico, mas se integra, juntamente com seus
habitantes, ao processo de desenvolvimento histórico baiano,
na medida em que