Questões de Concurso Militar EsFCEx 2019 para Oficial - Comunicação Social
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Às vezes, os fenômenos de crescimento registrados em algumas regiões deprimidas não significam que as disparidades regionais estejam em vias de diminuição ou de absorção. Se as atividades recentemente instaladas são responsáveis por relações privilegiadas com outras atividades locais ou pela utilização de matérias-primas da região, é possível que os efeitos cumulativos assim provocados contribuam para reduzir os desníveis. Em caso contrário, ocorre o crescimento estatístico, dito às vezes econômico, mas não crescimento social ou socioeconômico. (SANTOS, Milton. O Espaço Dividido: Dois Circuitos da Economia Urbana dos Países Subdesenvolvidos. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2008, p. 299 – 300.)
De acordo com a citação de Milton Santos acima, assinale a alternativa correta sobre os aspectos políticos, administrativos e socioeconômicos das regiões brasileiras.
Leia a reportagem a seguir:
Espera por viagens de trem completa 20 anos com linha e estações destruídas
(...) A atual administração do Distrito Federal fala na retomada do transporte de passageiro sobre trilhos. A ideia é atender principalmente aos moradores de cidades vizinhas da capital, ligando a Rodoferroviária a Valparaíso (GO), onde sequer há terminal.
A promessa era colocar o trem para rodar em caráter experimental em março, com apoio financeiro do governo federal. Mês passado, alegando não ter a verba da União, o governo do DF mudou a data para o “começo de 2020”. No entanto, não há locomotiva, vagão nem prédio para receber passageiros. Tampouco, funcionários para operar as locomotivas. Os trilhos precisam ser restaurados.
O projeto do governo de Ibaneis Rocha (MDB) é mais comedido que o apresentado, em junho de 2013, pelo governo federal e os então governadores do DF, Joaquim Roriz (MDB), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Eles anunciaram a retomada do transporte de passageiros entre Brasília e Luziânia (GO). Colocariam as composições para rodar sobre o trecho entre as estações Bernardo Sayão, no Núcleo Bandeirante, e Jardim Ingá, bairro populoso de Luziânia. Tudo ficou em promessas, ampliadas por Roriz e Perillo, anos depois, para um trem de alta velocidade entre Brasília e Goiânia.
Antes de elaborar o projeto, comitivas de Goiás e do GDF visitaram cidades da Itália, França e Alemanha para conhecer sistemas ferroviários e negociar com possíveis fornecedores. Mas o Ministério dos Transportes apontou a inviabilidade do plano. (...)
Inaugurada em 1968 para ligar a nova capital a Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a linha férrea que parte da Rodoferroviária cruza áreas urbanas de grande densidade, nas periferias de Valparaíso e Luziânia. De lá, segue até Pires do Rio, no centro de Goiás. Mas são os 120 primeiros quilômetros que interessam ao brasiliense e aos moradores das cidades vizinhas. Pelos cálculos de especialistas, cerca de 600 mil pessoas poderiam ser beneficiadas pelo transporte de passageiros, interrompido no trecho em 1992, com a desativação da linha Bandeirante, que ligava Brasília a Campinas (SP).
Com a privatização da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1997, a linha brasiliense foi transferida à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) por 30 anos, prorrogáveis por mais 30. Hoje, o trecho Brasília-Luziânia funciona sobre os escombros da linha férrea pontilhada de estações de passageiros. O ponto de partida é um cemitério de trens. No pátio de manobras da Rodoferroviária, dezenas de vagões, inclusive os que transportaram os últimos passageiros, há 27 anos, estão expostos ao vandalismo, tomados pelo mato. Vez ou outra recebem visita de grafiteiros. Do galpão para reparos, só sobrou o esqueleto. Saquearam todo o alambrado, geradores, janelas, portas, pisos, pias.
(Correio Brasiliense, 28/7/19, com adaptações)
Assinale a alternativa que retrate e explique a situação da falta de investimento na malha ferroviária em várias cidades do país.
Observe o mapa das Unidades de Relevo Brasileiro apresentado abaixo.
ROSS, Jurandyr L. Sanches (org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008, encarte anexo ao livro.
De acordo com Ross (2008), as unidades de relevo numeradas 1, 4, 12, 13 são corretamente classificadas, respectivamente, como
Observe as propostas regionais representadas pelos mapas a seguir:
Analise as afirmativas a seguir, a respeito das propostas regionais ilustradas no mapa.
I. O critério da regionalização é baseado na difusão diferencial do meio técnico-científico informacional e nas heranças do passado.
II. O critério da regionalização é principalmente de ordem natural, considerando ainda aspectos socioeconômicos. Essa divisão é empregada para fins estatísticos e didáticos.
III. O critério da regionalização é basicamente socioeconômico.
Assinale a alternativa que correlacione corretamente os mapas às descrições acima.
Na América portuguesa, em consequência da ofensiva francesa e do declínio do trato asiático, foram tomadas em 1534 medidas para o povoamento e a valorização do território. (ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O Trato dos Viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 20).
As medidas mencionadas na afirmativa acima referem-se aos sistemas de administração que Portugal empregou no Brasil no século XVI. Em ordem cronológica, a partir de 1534, tais sistemas foram
Durante o Período Regencial, ocorreram reformas que ficaram conhecidas como uma "experiência republicana", mas que acabaram por desatar forças até então contidas pelo unitarismo imperial. Por quase todo o período eclodiram revoltas populares que procuraram alterar a ordem política e social estabelecida.
A respeito dessas revoltas, iniciadas, exclusivamente, no Período Regencial, é correto afirmar que
Texto 1
A primeira aproximação entre a etnografia, nos moldes da descrição densa proposta por Geertz, e o jornalismo dialógico, conforme perspectiva de Medina, é a necessidade da imersão na realidade, nos espaços onde as situações sociais se desenrolam. O repórter e o antropólogo precisam observar, sentir o cheiro, tocar e, de certa forma, se colocar em relação, em contato com os contextos e personagens sobre os quais tratam. Seja o pesquisador que passará semanas ou meses acompanhando uma comunidade alternativa (ou mesmo uma dinâmica urbana), seja o repórter que tem apenas parcos dias para investigar uma questão, o trabalho dos dois depende, antes de tudo, de um único procedimento, a observação empírica.
ROVIDA, Mara Ferreira. Etnografia e reportagem jornalística: aproximação
possível para uma metodologia de pesquisa empírica.
Líbero, São Paulo, v. 18, n. 35, p.77-88, jun.2015. Disponível em: <https://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2015/08/MaraRovida.pdf>. Acesso em 24 jul. 2019.
Texto 2
Pesquisar, checar dados, rechecar com outras fontes, cruzar informações, descobrir mentiras antes que elas sejam publicadas, enterrar-se em calhamaços de documentos, pedir ajuda a quem entende para estudar papéis técnicos e balanços, andar muito, ouvir muito, perguntar muito e ter a sorte de contar com uma boa equipe, com um editor competente e um programador visual ainda mais… eis o caminho da boa reportagem.
CAMPOS, Pedro Celso. A reportagem. In: Observatório da Imprensa. Abril, 2002. Disponível em
<http://observatoriodaimprensa.com.br/primeiras-edicoes/a-reportagem/> Acesso em 24 jul. 2019.
Com base nesse cenário, assinale a alternativa correta.
O jornalismo é uma prática social que se distingue das outras pelo compromisso ético peculiar e pela dupla representação social: jornalistas podem ser vistos, de maneira ampla, como intermediários no tráfego social da informação ou, de maneira estrita, como agentes a serviço de causas consideradas nobres. A razão dessa duplicidade é histórica e suas consequências ganham relevância numa época em que as narrativas impostas se sobrepõem e determinam os fatos.
LAGE, N. Conceitos de Jornalismo e Papéis
sociais Atribuídos aos Jornalistas. Pauta
Geral - Estudos em Jornalismo, [s.l.], v. 1,
n. 1, p.20-25, 30 jun. 2014.
Considerando as informações apresentadas, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. No conceito amplo, que os críticos chamam de neutro, jornalismo é atividade de natureza técnica caracterizada por compromisso ético. O jornalista deve saber selecionar o que interessa e é útil ao público (o seu público, o público-alvo).
PORQUE
II. Em qualquer organização em que atue, o jornalista deverá empenhar-se pela mais ampla difusão dos fatos de interesses público, pela confiabilidade dos dados, relatos e análises de terceiros que divulga e pelo respeito à pluralidade de interesses que conflitam na sociedade.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
O mundo acordou para o termo fake news e agora muito do que se lê, ouve e partilha nos meios de comunicação e nas redes sociais facilmente se enquadra neste âmbito. Fenômeno “recente e volátil”, as fake news são há muito uma preocupação dos agentes que estudam o campo da notícia e que nele trabalham mas complexificaram-se num contexto favorável a práticas de desinformação: as notícias falsas ecoam num ambiente propício à falsidade, explicam Schudson e Zelizer, ao referirem-se ao atual panorama mediático, em que tudo pode ser encenado e espetacularizado e a ideia da normalidade da falsificação se banalizou.
FERNANDES SILVA, A. Porque é que
as fake news se transformaram em protagonistas do jornalismo
contemporâneo? Comunicação
Pública, [s. l.], v. 14, n. 26, p. 1–14
, 2019 (adaptado).
Considerando o texto apresentado, avalie as afirmativas a
seguir:
I. A disseminação de notícias falsas exerce um impacto direto nas disputas eleitorais e tem a capacidade de acentuar a polarização política.
II. Apesar de as notícias falsas serem um fenômeno antigo, as redes sociais e as novas tecnologias potencializaram as práticas de desinformação.
III. As fake news podem ser propagadas de maneira intencional, objetivando a manipulação das opiniões.
Assinale
MARTINS, S. Mídia e opinião pública: estudo de caso sobre o mensalão nas ópticas dos jornais Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo. Universitas. Arquitetura e Comunicação Social, [s. l.], v. 11, n. 2, p. 47–58, 2014. Considerando a influência da mídia e o seu papel no processo de formação da opinião pública, analise as afirmativas a seguir:
I. A função da mídia, conhecida como o quarto poder, é de participar, divulgar e obter transparência e compromisso com a verdade naquilo a que se propõe na composição da informação.
II. O enquadramento noticioso é muito usado pela mídia quando se deseja modelar, ocultar, destacar e enfatizar algo.
III. A opinião pública não é afetada pelos veículos de comunicação de massa.
Assinale
PAULINO, R. A. Estudos de recepção para a crítica da comunicação. Comunicação & Educação, n. 17, p. 37-42, 30 abr. 2000. Com base nesse fragmento de texto, infere-se que
SOUSA, Ana Caroline da Silva Ribeiro; ROCHA, Liana Vidigal. Agenda-Setting e Twitter: um estudo da relação entre teoria e prática. In: SOUZA, Rose Maria Vidal de; MELO, José Marques de; MORAIS, Osvando J. de. Teorias da Comunicação: Correntes de Pensamento e Metodologia de Ensino. São Paulo: Intercom, 2014. p. 261-290.
Considerando o texto apresentado, analise as afirmativas a seguir:
I. Na Teoria do Agendamento, a mídia sugere quais temas devem fazer parte da agenda pública. Além disso, os veículos jornalísticos são a única fonte de informação da audiência.
II. O público pode agendar a mídia, com base em demandas para que ela dê visibilidade a temas que lhe interessam. A esse tipo de agendamento, dá-se o nome de contra-agendamento.
III. Os consumidores de produtos midiáticos tendem a considerar mais importantes os temas veiculados. Ou seja, os meios de comunicação agendam nossas conversas.
Assinale
RIDENTI, M. A indústria cultural brasileira na formulação de Renato Ortiz. Ciências Sociais Unisinos, [s. l.], v. 54, n. 2, p. 156– 160, 2018. Com base na leitura do texto, analise as afirmativas a seguir:
I. De acordo com Adorno e Horkheimer, a indústria cultural envolve um processo integrado de produção de mercadorias culturais, constituindo uma lógica da produção de cultura no capitalismo tardio, submetida à mercantilização.
II. Quando os autores começaram a empregar essa terminologia, queriam analisar tendências sociais e estéticas e criticar o que consideravam novas formas de dominação pelo viés da cultura.
III. Segundo Adorno e Horkheimer, a técnica da Indústria Cultural levou à padronização e à produção em série.
Assinale