Questões de Concurso Militar EsFCEx 2020 para Magistério de História

Foram encontradas 32 questões

Q1774090 História
O projeto empreendido pelos portugueses de colonização do território que viria a se chamar Brasil se deu, primeiramente, pela implementação das conhecidas capitanias hereditárias, a partir de 1532. Segundo Boris Fausto:
     “O Brasil foi dividido em quinze quinhões, por uma série de linhas paralelas ao Equador que iam do litoral até o meridiano de Tordesilhas, sendo os quinhões entregues aos chamados capitães donatários. Eles constituíam um grupo diversificado onde havia gente da pequena nobreza, burocratas e comerciantes, tendo em comum suas ligações com a coroa portuguesa”.
(Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 2000)
É consenso na historiografia brasileira que o fracasso das capitanias hereditárias se deveu a diversos fatores conjugados, tendo destaque
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Q1774091 História
A escravidão moderna caracterizou-se por trazer à tona uma realidade nova ao já secular comércio de escravos ocorrido no continente africano.
(Lilia Schwarcz e Heloísa Starling. Brasil: uma biografia. 1. ed. São Paulo: Cia das Letras, 2015)
De acordo com as autoras, na obra Brasil: uma biografia, a referida nova realidade consiste
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Q1774092 História
Com o objetivo de promover pouco a pouco a substituição do braço escravo na lavoura de café, recorreu-se, nos meados do século XIX, à colonização estrangeira, sob sistema de parceria. Pretendia-se, dessa maneira, conciliar fórmulas usadas nos núcleos coloniais de povoamento com as necessidades do latifúndio cafeeiro. Contava-se com a experiência dos núcleos coloniais de povoamento cuja criação desde a vinda da Corte de D. João VI para o Brasil tinha sido estimulada. A partir de então, havia se rompido definitivamente com as tradicionais restrições à fixação de estrangeiros na colônia. Estimulava-se a vinda de imigrantes.
(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos. 6. ed. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999)
O trecho acima aponta um primeiro motivo para o incentivo à imigração: a substituição do trabalho escravo. Outros motivos pertinentes para se estimular a migração foram:
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Q1774093 História
Assim, a explicação de que é a “ideia” da Independência que constitui a força propulsora da renovação que se operava no seio da colônia parece pelo menos arriscada.
(Caio Prado Jr. A formação do Brasil contemporâneo. 23. edição. São Paulo: Brasiliense, 1994)
Considerando a obra e o fragmento do texto, podemos afirmar que a Independência
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Q1774094 História
As ideias separatistas nasciam do profundo desequilíbrio entre o poder político e o poder econômico que se observava nos fins do Império, oriundo do empobrecimento das áreas de onde provinham tradicionalmente os elementos que manipulavam o poder e concomitantemente do desenvolvimento de outras áreas que não possuíam a devida representação no governo. As transformações econômicas e sociais que se processam durante a segunda metade do século XIX acarretam o aparecimento de uma série de aspirações novas provocando numerosos conflitos. [...]
(Emília Viotti da Costa. Da Monarquia à República: momentos decisivos. Fund. Ed. Unesp, 1999)
Para Emília Viotti da Costa, o tal “desequilíbrio entre o poder político e o poder econômico” refere-se
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Q1774095 História
Há uma história do tenentismo antes e depois de 1930. Os dois períodos dividem-se por uma diferença essencial.
(Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo/Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 2000)
O tenentismo, antes e depois de 1930, respectivamente,
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Q1774097 História
Em 1983, lideranças partidárias demandavam mudança nas regras da sucessão da presidência da República, mediante a aprovação de emenda constitucional. Só um fato extraordinário poderia romper com as regras que impunham a vitória de um candidato eleito pelo voto indireto para a sucessão presidencial, e as oposições se encarregaram de criá-lo. A campanha com lema “Diretas Já” começou timidamente, em junho de 1983, com um comício em Goiânia, que reuniu 5 mil pessoas e demonstrou a viabilidade de um movimento de massas orientado para exigir do Congresso Nacional a aprovação da Emenda Dante de Oliveira. A oposição contava com algumas vantagens.
(Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. Adaptado)
Para Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, uma dessas vantagens foi
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Q1774116 História
Baseando-me em síntese de minha autoria já antiga, eis aqui o que vejo como pontos básicos quanto à tendência ora em foco:
1. A crença no caráter científico da história, que no entanto é uma ciência em construção: isto conduziu, em especial, à afirmação da necessidade de passar de uma “história-narração” a uma “história-problema” mediante a formulação de hipóteses de trabalho.
(Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas (org.), Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia)
A “tendência ora em foco” é a
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Q1774117 História
Carlos Bacellar, no artigo Uso e mau uso dos arquivos (Em Carla Bassanezi Pinsky (org.), Fontes históricas), traz uma série de sugestões para a pesquisa em arquivos históricos. Entre outras, há a sugestão de
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Q1774118 História
A nova história é a história escrita como uma reação deliberada contra o “paradigma” tradicional, aquele termo útil, embora impreciso, posto em circulação pelo historiador de ciência americano Thomas Kuhn. Será conveniente descrever esse paradigma tradicional como história rankeana, conforme o grande historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886) […]. Em prol da simplicidade e da clareza, o contraste entre a antiga e a nova história pode ser resumida em seis pontos.
(Peter Burke (org.), A escrita da história: novas perspectivas)
Segundo Burke, a história tradicional
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Q1774119 História
As fontes audiovisuais e musicais ganham crescentemente espaço na pesquisa histórica. Do ponto de vista metodológico, são vistas pelos historiadores como fontes primárias novas, desafiadoras, mas seu estatuto é paradoxal. Por um lado, as fontes audiovisuais (cinema, televisão e registros sonoros em geral) são consideradas por alguns, tradicional e erroneamente, testemunhos quase diretos e objetivos da história, de alto poder ilustrativo, sobretudo quando possuem um caráter estritamente documental, qual seja, o registro direto de eventos e personagens históricos. Por outro lado, as fontes audiovisuais de natureza assumidamente artística (filmes de ficção, teledramaturgia, canções e peças de teatro) são percebidas muitas vezes sob o estigma da subjetividade absoluta, impressões estéticas de fatos sociais objetivos que lhes são exteriores.
(Marcos Napolitano, A História depois do papel. Em: Carla Bassanezi Pinsky (org.), Fontes históricas)
Acerca dessa discussão, Napolitano entende que o historiador deve considerar as fontes audiovisuais e musicais
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Q1774120 História
A Antiguidade greco-romana sempre constituiu um universo centralizado em cidades. O esplendor e a solidez da antiga polis helênica e da posterior república romana, que ofuscaram tantos períodos subsequentes, traduziam um nível de organização e cultura urbanas que jamais seria igualado em outro milênio. A filosofia, a ciência, a poesia, a história, a arquitetura, a escultura; o direito, a administração, a economia, os impostos; o voto, o debate, o recrutamento – tudo isso chegou a níveis de sofisticação e força inigualáveis. Ao mesmo tempo, esse friso de civilização citadina teve sempre algo do efeito de uma fachada trompe l’oeil sobre sua posteridade.
(Perry Anderson, Passagens da Antiguidade ao feudalismo)
O tal engano, citado por Anderson, trata da
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Q1774121 História
Apesar das inegáveis diferenças locais, temporais e sociais ao se considerar o conjunto dos vários séculos medievais em todo o Ocidente, pode-se falar em estruturas cotidianas. Ao menos nas de caráter psicobiológico. Estruturas muito semelhantes às de outras épocas e locais, mas que ganham todo seu sentido apenas se conectadas com as demais estruturas do contexto medieval. Consideramos aqui sete delas – a percepção do tempo, o sexo, a alimentação, a moradia, o vestuário, o lazer, a morte.
(Hilário Franco Júnior, A Idade Média, nascimento do ocidente)
Sobre essas estruturas cotidianas medievais, segundo Franco Júnior, é correto afirmar que
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Q1774122 História
Os humanistas, num gesto ousado, tendiam a considerar como mais perfeita e mais expressiva a cultura que havia surgido e se desenvolvido no seio do paganismo, antes do advento de Cristo. A Igreja, portanto, para quem a história humana só atingiria a culminância na Era Cristã, não poderia ver com bons olhos essa atitude. Não quer isso dizer que os humanistas fossem ateus […]. Muito longe disso, o ceticismo toma corpo na Europa somente a partir dos séculos XVII e XVIII.
(Nicolau Sevcenko, O renascimento)
Segundo Sevcenko, os humanistas
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Q1774123 História
Leia parte da obra de J. B. Say.
     Até a época do renascimento das artes na Europa, isto é, até cerca do século XVI, os governos dos diversos países pouco se inquietavam com a natureza dos retornos que os comerciantes recebiam do estrangeiro. Os direitos de saída e entrada tinham um objetivo puramente fiscal; eram para os governos meios de levantar tributos, e nada mais; mas em seguida, quando se apercebeu que o comércio era uma fonte de prosperidade para as nações e de poder para os governos, acreditou-se poder explorá-lo mais a proveito. Os publicistas, os homens de Estado, antes de ter suficientemente estudado a natureza das riquezas e o que as produz, acreditaram, com o vulgo, que se é rico porque se tem muita prata, em lugar de compreender que se tem muita prata porque se é rico […]
(Apud Pierre Deyon, O mercantilismo)
No excerto, Say
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Q1774124 História
Leia o relato do cronista Bernal Diaz.
Os habitantes dessas aldeias (…) queixam-se muito de Montezuma e de seus coletores de impostos, que lhes roubavam tudo o que tinham, e que se suas mulheres e filhas fossem formosas, violentavam-nas diante deles e de seus maridos, e roubavam-nas, e que obrigavam-nos a trabalhar como se fossem escravos (…) e muitas outras queixas.
(Apud Tzvetan Todorov, A conquista da América - a questão do outro)
O relato de Bernal Diaz ajuda na compreensão
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Q1774125 História
Ao lado da empresa comercial e do regime de grande propriedade, acrescentemos um terceiro elemento: o trabalho compulsório. Também nesse aspecto, a regra será comum a toda a América Latina, ainda que com variações. Diferentes formas de trabalho compulsório predominaram na América espanhola, enquanto uma delas – a escravidão – foi dominante no Brasil. […] Mas se a introdução do trabalho escravo se explica resumidamente dessa forma, por que se optou preferencialmente pelo negro e não pelo índio? Em primeiro lugar, lembremos que houve uma passagem da escravidão do índio para a do negro, que variou no tempo e no espaço. […]
(Boris Fausto, História do Brasil)
Sobre a citada variação “no tempo e no espaço”, é correto afirmar que
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Q1774126 História
Felizmente poucos refinamentos intelectuais foram necessários para se fazer a revolução industrial. Suas invenções técnicas foram bastante modestas, e sob hipótese alguma estavam além dos limites de artesãos que trabalhavam em suas oficinas ou das capacidades construtivas de carpinteiros, moleiros e serralheiros: a lançadeira, o tear, a fiadeira automática. Nem mesmo sua máquina cientificamente mais sofisticada, a máquina a vapor rotativa de James Watt (1784), necessitava de mais conhecimentos de física do que os disponíveis então há quase um século – a teoria adequada das máquinas a vapor só foi desenvolvida ex post facto pelo francês Carnot na década de 1820 – e podia contar com várias gerações de utilização, prática de máquinas a vapor, principalmente nas minas.
(Eric Hobsbawm, A Era das revoluções: Europa 1789 – 1848)
Segundo Hobsbawm, existiam condições para que a revolução industrial ocorresse na Grã-Bretanha. Entre essas, é correto apontar
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Q1774127 História
No contexto da Revolução Francesa (1789-1799), a Conspiração pela Igualdade, ou Conjuração dos Iguais, segundo a obra de Albert Soboul, A Revolução Francesa,
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Q1774128 História
A onda revolucionária de 1830 foi um acontecimento muito mais sério do que a de 1820. De fato, ela marca a derrota definitiva dos aristocratas pelo poder burguês na Europa Ocidental. A classe governante dos próximos 50 anos seria a “grande burguesia” de banqueiros, grandes industriais e, às vezes, altos funcionários civis. Nos EUA, entretanto, a democracia jacksoniana dá um passo além: a derrota dos proprietários oligarcas antidemocratas pela ilimitada democracia política colocada no poder com os votos dos homens das fronteiras, dos pequenos fazendeiros e dos pobres das cidades. Mas, 1830 determina uma inovação ainda mais radical na política.
(Eric Hobsbawm, A Era das revoluções: Europa 1789-1848. Adaptado)
Para Hobsbawm, tal “inovação ainda mais radical na política” refere-se
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Respostas
1: E
2: D
3: B
4: C
5: A
6: B
7: D
8: E
9: E
10: A
11: C
12: B
13: D
14: A
15: E
16: A
17: C
18: E
19: B
20: D