A Antiguidade greco-romana sempre constituiu um universo centralizado em cidades. O esplendor e a solidez
da antiga polis helênica e da posterior república romana,
que ofuscaram tantos períodos subsequentes, traduziam
um nível de organização e cultura urbanas que jamais
seria igualado em outro milênio. A filosofia, a ciência, a
poesia, a história, a arquitetura, a escultura; o direito, a
administração, a economia, os impostos; o voto, o debate, o recrutamento – tudo isso chegou a níveis de sofisticação e força inigualáveis. Ao mesmo tempo, esse friso
de civilização citadina teve sempre algo do efeito de uma
fachada trompe l’oeil sobre sua posteridade.
(Perry Anderson, Passagens da Antiguidade ao feudalismo)
O tal engano, citado por Anderson, trata da