Questões de Concurso Militar EsFCEx 2020 para Magistério de Português
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Primeiro eu vesti o colete de mototáxi que guardei por três meses enquanto esperava a oportunidade da moto. Saí pilotando pelo bairro, não andei nem três quarteirões e uma mulher fez sinal com a mão.
Parei e ela me olhou assustada quando chegou perto.
Oxe, e é mulher, é?
Fui deixar essa mulher tão longe que eu nem sabia onde era aquilo. Ela foi me ensinando. Parecia que não ia chegar nunca. O sol rachando.
Quando a gente chegou lá, na frente de uma casa de taipa toda se desmontando, ela perguntou quanto tinha dado a corrida. Eu fiquei pensando por um tempo e ela me olhando impaciente, mas eu tava juntando a cara pra falar que era dez reais. Achando que ela ia reclamar do preço, falei oito, mas ela me entregou o dinheiro e sumiu pra dentro da casa.
Fiquei nessa angústia, duas horas perdida. Até que avistei a estrada de volta pra Matriz. Depois, comecei a reconhecer melhor as casinhas, as cercas, as placas. Entrei de novo na cidade com a maior alegria. Mais feliz do que quando peguei a moto pela primeira vez.
conta histórias de vida?
O Museu da Pessoa é colaborativo, ou seja, qualquer pessoa pode se voluntariar para contar sua história. Todas as pessoas que se dispõem a falar são entrevistadas por colaboradores da instituição, que durante longas conversas buscam estimular os participantes a lembrar os detalhes de sua trajetória. É possível encontrar nos arquivos histórias de professores, poetas, comerciantes e trabalhadores rurais, de variadas idades e regiões do país
A curadora e fundadora do Museu da Pessoa, Karen Worcman, teve a ideia de criar a instituição no fim dos anos 1980, quando participou de um projeto de entrevistas com imigrantes no Rio e percebeu que os depoimentos ouvidos ajudavam a contar a história mais ampla do país. Mais de 25 anos depois da fundação do museu, Worcman pensa o mesmo. “A história de cada pessoa é uma perspectiva única sobre a história comum que todos nós vivemos como sociedade”, disse a curadora ao jornal Nexo.
Para Worcman, as narrativas do acervo podem fazer o público do museu não só conhecer a vida de outras pessoas mas também “aprender sobre o mundo e a sociedade com o olhar do outro”. Abertas a outros pontos de vista, as pessoas transformam seu modo de ver o mundo e criam uma sociedade mais justa e igualitária.
Para aí, mototáxi.
Parei e ela me olhou assustada quando chegou perto.
Oxe, e é mulher, é?
Eu dei um sorrisinho meio troncho. Disse que pois é. Ela montou na garupa e falou que pelo menos ficava mais à vontade pra segurar na minha cintura. Não segurava na cintura de mototáxi homem que era pra não dar liberdade. Eu disse que pois é de novo.
Fui deixar essa mulher tão longe que eu nem sabia onde era aquilo. Ela foi me ensinando. Parecia que não ia chegar nunca. O sol rachando.
Quando a gente chegou lá, na frente de uma casa de taipa toda se desmontando, ela perguntou quanto tinha dado a corrida. Eu fiquei pensando por um tempo e ela me olhando impaciente, mas eu tava juntando a cara pra falar que era dez reais. Achando que ela ia reclamar do preço, falei oito, mas ela me entregou o dinheiro e sumiu pra dentro da casa.
Fiquei tomando coragem pra voltar. Não sabia voltar, na verdade. Fiquei olhando pra todo lado, o celular quase sem sinal. Longe demais, longe de um jeito que nem dez conto pagava. O resumo era, então, a minha burrice. Otária demais, só oito reais. Dirigindo na chinelada, com medo de qualquer cara de macho que aparecia nas calçadas. Eu só achava que iam me roubar. Imagina se levam minha moto zerada…
Fiquei nessa angústia, duas horas perdida. Até que avistei a estrada de volta pra Matriz. Depois, comecei a reconhecer melhor as casinhas, as cercas, as placas. Entrei de novo na cidade com a maior alegria. Mais feliz do que quando peguei a moto pela primeira vez.
Leia o texto para responder a questão.
Na fase NREM, o sono divide-se em quatro estágios, todos essenciais para uma boa noite de sono.
O primeiro estágio é a fase de sonolência, em que começamos a sentir as primeiras sensações do sono, e a principal característica desse estágio é que será fácil acordar. Um exemplo são aqueles cochilos rápidos, período de 1 a 5 minutos, _________ podemos acordar com qualquer barulho que aconteça no local.
No segundo estágio, que dura geralmente de 5 a 15 minutos, a atividade cardíaca reduz drasticamente, os músculos entram em estado de relaxamento e a temperatura do corpo cai. É mais difícil acordar o indivíduo e é aquele estágio ____________, se somos interrompidos, não conseguimos nos concentrar em nada.
No terceiro estágio, a profundidade do sono é menor, __________ é o momento ideal para acordar de uma soneca, pois já relaxamos o corpo e estamos prontos para recuperar gradativamente a nossa atenção.
Ao atingirmos o quarto estágio, podemos dizer que “dormimos” em lugar de “apenas cochilamos”.
Somente depois de passarmos pelo quarto estágio, __________ estado é de profundo relaxamento, é que entramos na última etapa do sono – o sono REM.
(https://www.maxflex.com.br/institucional/blog/sono-rem-e-nrem-duas- -fases-que-definem-qualidade-da-sua-noite. Adaptado)
Para responder à questão, leia os dois fragmentos:
I – Fragmento do poema “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(…)
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
II – Fragmento do poema “Canto de Regresso à Pátria”, de Oswald de Andrade:
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
(…)
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
Conforme as palavras de Barthes, citadas por Koch, a relação entre os textos é de
Entrega em domicílio
Não sei quando será, mas não deve demorar. O lugar? Qualquer grande cidade brasileira. Noite. É cedo, mas não se veem carros nas ruas nem gente nas calçadas. Só o que se vê são motociclistas. Suas motocicletas têm caixas atrás, para carregar os pedidos. São entregadores. Motoboys. Teleboys. Eles se cruzam nas ruas vazias, em disparada. Como os carros não saem mais à noite, e os motociclistas não os respeitam mesmo, os faróis semafóricos não funcionam. O amarelo fica piscando a noite inteira, e nos cruzamentos a preferência é dos entregadores mais corajosos. Há várias batidas e pelo menos um morto por noite. Mas o número de motociclistas nas ruas não para de crescer.
A população não sai mais de casa. Tudo é pedido pelo telefone. Os restaurantes despediram seus garçons e trocaram por motoboys. Telegarçons. Se você quiser um jantar fino à luz de velas, com vários pratos, sobremesa e vinho, existem serviços de entrega para tudo. Um entrega os pratos finos. Outro a sobremesa. Outro os vinhos. Outro a toalha de linho, os talheres e as flores. E já há um de televelas.
Como as pessoas não saem à noite e ninguém mais vai jantar na casa de ninguém, há uma cooperativa que se prontifica a mandar os próprios teleboys como convidados a jantares finos. A Telenós. Você especifica o tipo de conversa que quer à mesa – mais ou menos intelectual, divertida, política, variada etc. – e na hora marcada chegam os telecomensais, no número e com o traje que você quiser. Eles comem, conversam, elogiam os anfitriões e vão embora ou, por um adicional, limpam a cozinha.
Os motoboys dominam a noite e desenvolveram uma cultura própria. Têm seu folclore, seus mitos, seus heróis.
Não sei quando será, mas não deve demorar.
(Luis Fernando Veríssimo [org. Adriana Falcão e Isabel Falcão],
“Entrega em domicílio”. Ironias do tempo, 2018. Adaptado)
Para que o texto esteja em conformidade com a ortografia e a acentuação previstas pela norma-padrão, algumas das palavras destacadas devem ser reescritas. A forma correta dessas palavras encontra-se na alternativa:
I. O Museu da Pessoa é colaborativo, ou seja, qualquer pessoa pode se voluntariar para contar sua história. II. A curadora e fundadora do Museu da Pessoa, Karen Worcman, teve a ideia de criar a instituição no fim dos anos 1980. III. Mais de 25 anos depois da fundação do museu, Worcman pensa o mesmo.
Com base nas regras de pontuação descritas por Celso Luft (1998), é correto afirmar que as vírgulas presentes nos trechos indicam o uso de:
• O Museu da Pessoa possibilita _______ qualquer indivíduo o registro de suas memórias. • Devido _______ entrevistas realizadas por colaboradores da instituição, é possível encontrar histórias de muitas pessoas, de variadas idades e regiões do país. • A instituição _______ qual Karen Worcman estava vinculada realizava entrevistas com imigrantes no Rio de Janeiro.
Em conformidade com as considerações de Almeida (2006), no Dicionário de questões vernáculas, sobre o emprego do acento indicativo de crase, as lacunas dos enunciados devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Veja: Os professores sairão mais valorizados desta pandemia?
Alexandre Schneider: Será importante a retomada do respeito pela profissão, da autoridade do professor em sala de aula. Obviamente, quando os pais participam, a escola fica melhor. Mas a participação deles tem de ser na melhora no coletivo. Entretanto muitos atravessam a fronteira e entendem que eles têm de dizer como o professor deve exercer o seu ofício. Ou, mais grave, entendem que o professor não tem o direito de chamar a atenção de um estudante. Talvez este seja um bom momento de reflexão. Estamos vendo com os nossos filhos como é difícil colocá-los na frente de um computador ou de um tablet para as tarefas escolares.
(Alexandre Schneider. Enem deveria ser transferido para o meio do ano que
vem. Veja São Paulo, 8 de julho de 2020, p.15. Adaptado)
Conquistar o diploma universitário, arranjar emprego, sair da casa dos pais. É um desenrolar natural do ciclo da vida para aqueles jovens já com alguma renda. Certo? Não, muitos jovens preferem manter-se na casa dos pais.
(Veja, 8 de julho de 2020, p. 62. Adaptado)
Koch e Elias (2011, p. 152-173) tratam da sequenciação textual, indicando “os diversos tipos de atividades realizadas pelo produtor para fazer o texto progredir, mantendo o fio discursivo”. Assim, de acordo com as autoras, a sequenciação desse texto caracteriza-se por