Atenção: a questão deve ser respondida a partir do
Texto II.
Texto II
Além de ter palmeiras onde canta o sabiá, minha terra tem
um monumento muito visitado. E para chegar até o Cristo
Redentor, uma das maneiras mais práticas é pegar o trenzinho
que sobe até o topo do Corcovado, através de um trilho que
atravessa a floresta.
Em um dos trechos, o trem segue mata adentro até fazer uma
curva, na qual um clarão na mata e o vão das alturas descortinam
uma vista deslumbrante. É a Cidade Maravilhosa vista de cima.
O trecho ficou conhecido como “A curva do ohhhh”, em
função da representação onomatopeica da interjeição, produzida
pelos turistas que seguem no trem rumo à estátua mais famosa
do Brasil. Tão certo como encontrar o Redentor de braços
abertos é escutar o “ohhhhhh” em uníssono, expressado pelos
passageiros rumo ao Cristo.
Em Paris, acontece algo semelhante na linha 6 do metrô.
Durante a ligação entre as estações de Bir-Hakeim e Passy, o trem
passa por cima do rio Sena, atravessando a ponte Bir-Hakeim na
superfície. A Torre Eiffel, exibida que é, aparece toda frondosa e
não há passageiro que resista.
Não chega a ser um “ohhhh” tão expressivo quanto acontece
sobre os trilhos cariocas, mas já vi mesmo o mais concentrado ou
sisudo francês largar um livro, parar de mexer no celular ou
simplesmente desviar um pouco os pensamentos e dar uma
espiadinha na velha dama de ferro imponente.
(Somos todos turistas – Crônicas de Paris. Disponível em
https://cronicasdeparis.com/index.php/2017/07/02/somos-todos-turistas/)