Questões de Concurso Militar Quadro Técnico 2015 para Primeiro Tenente - Letras

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Q810974 Português

Texto 2

REUNIÃO DE MÃES 

    Na reunião de pais só havia mães. Eu me sentiria constrangido em meio a tanta mulher, por mais simpáticas me parecessem, e acabaria nem entrando - se não pudesse logo distinguir, espalhadas no auditório, duas ou três presenças masculinas que partilhariam de meu ressabiado zelo paterno.

    Sentei-me numa das últimas filas, para não causar espécie à seleta assembleia de progenitoras. Uma delas fazia tricô, e várias conversavam, já confraternizadas de outras reuni- ões. O Padre-Diretor tomou assento à mesa, cercado de professoras, e deu inicio à sessão.

    Eu viera buscar Pedro Domingos para levá-lo ao médico, mas desta vez cabia-me também participar antes da reunião. Afinal de contas andava mesmo precisando de verificar pessoalmente a quantas o menino andava.

    O Padre-Diretor fazia considerações gerais sobre o uniforme de gala a ser adotado. A gravatinha é azul? - perguntou uma das mães. Meia três-quartos? - perguntou outra. E o emblema no bolsinho? - perguntou uma terceira. Outra ainda, à minha frente, quis saber se tinha pesponto - mas sua pergunta não chegou a ser ouvida.

    Invejei-lhes a desenvoltura. Tive vontade de perguntar também alguma coisa, para tornar mais efetivo meu interesse de pai - mas temi aquelas mães todas voltando a cabeça, curiosas e surpreendidas, ante uma destoante voz de homem, meio gaguejante talvez de insegurança. Poderia também não ser ouvido - e se isso me acontecesse eu sumiria na cadeira. Além do mais, não me ocorria nada de mais prático para perguntar senão o que vinha a ser pesponto.

    Acabei concluindo que tanta perguntação quebrava um pouco a solene compostura que devíamos manter, como responsáveis pelo destino de nossos filhos. E dispensei-me de intervir, passando a ouvir a explanação do Padre-Diretor:

- Chegamos agora ao ponto que interessa: o quinto ano. Depois de cuidadosa seleção, foi dividido em três turmas - a turma 14, dos mais adiantados; a turma 13, dos regulares; e a turma 12, dos atrasados, relapsos, irrequietos, indisciplinados. Os da 13 já não são lá essas coisas, mas os da 12 posso assegurar que dificilmente irão para frente, não querem nada com estudo.

    Fiquei atento: em qual delas estaria o menino? Pensei que o Diretor ia ler a lista de cada turma - o meu certamente na 14. Não leu, talvez por consideração para com as mães que tinham filhos na 12. Várias, que já sabiam disso, puseram-se a falar ao mesmo tempo: não era culpa delas; levavam muito dever para casa, não se habituavam com o semi-internato. Uma - a do tricô, se não me engano - chegou mesmo a se queixar do ensino dirigido, que a seu ver não estava dando resultado. Outra disse que tinha três filhos, faziam provas no mesmo dia, como prepará-los de uma só vez? O Padre-Diretor sacudiu a cabeça, sorrindo com simpatia - não posso nem ao menos lastimar que a senhora tenha tanto filho. E voltou a falar nos relapsos, um caso muito sério. Não vai esse Padre dizer que meu filho está entre eles, pensei. Irrequieto, indisciplinado. Ah, mas ele havia de ver comigo: entre os piores!

    E por que não? Quietinho, muito bem-mandado, filhinho do papai, maria vai com as outras ele não era mesmo não. Desafiei o auditório, acendendo um cigarro: ninguém tinha nada com isso. Criança ainda, na idade mesmo de brincar e não levar as coisas tão a sério. 0 curioso é que não me parecesse assim tão vadio - jogava futebol na rua, assistia à televisão, brincava de bandido, mas na hora de estudar o rapazinho estudava, então eu não via? Quem sabe se procurasse ajudá-lo, dar uma mãozinha... Mas essas coisas que ele andava estudando eu já não sabia de cor, tinha de aprender tudo de novo. Outro dia, por exemplo, me embatucou perguntando se eu sabia como se chamam os que nascem na Nova Guiné. Ninguém sabe isso, meu filho, respondi gravemente. Ah, não sabe? Pois ele sabia: guinéu! Não acreditei, fui olhar no dicionário para ver se era mesmo. Era. Talvez estivesse na turma 13, bem que sabia lá uma coisa ou outra, o danadinho.

    Agora o Diretor falava na comida que serviam ao almoço. Da melhor qualidade, mas havia um problema - os meninos se recusavam a comer verdura, ele fazia questão que comessem, para manter dieta adequada. No entanto, algumas mães não colaboravam. Mandavam bilhetinhos pedindo que não dessem verdura aos filhos.

    Eis algo que eu jamais soube explicar: por que menino não gosta de verdura? Quando menino eu também não gostava.

    - Pedem às mães que mandem bilhetinhos, e não é só isso: usam qualquer recurso para não comer verdura. Hoje mesmo me apareceu um com um bilhete da mãe dizendo: não obrigar meu filho a comer verdura. Só que estava escrito com a letra do próprio menino.

    Chegada era a hora de levá-lo ao médico - uma professora amiga foi buscá-lo para mim.

    - Meu filho - perguntei, ansioso, assim que saímos: - Em que turma você está? Na 12 ou na 13?

    - Na 14 - ele respondeu, distraído. Respirei com alí­vio: e nem podia ser de outra maneira, não era isso mesmo?

    - Fico satisfeito de saber - comentei apenas.

    Ele não perdeu tempo:

    - Então eu queria te pedir um favor - aproveitou-se logo: - Que você mandasse ao Padre-Diretor um bilhete dizendo que eu não posso comer verdura.

{SABINO, Fernando. O homem nu - 46a ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. )

Assinale a opção em que predomina o discurso indireto livre.
Alternativas
Q810975 Português

Texto 2

REUNIÃO DE MÃES 

    Na reunião de pais só havia mães. Eu me sentiria constrangido em meio a tanta mulher, por mais simpáticas me parecessem, e acabaria nem entrando - se não pudesse logo distinguir, espalhadas no auditório, duas ou três presenças masculinas que partilhariam de meu ressabiado zelo paterno.

    Sentei-me numa das últimas filas, para não causar espécie à seleta assembleia de progenitoras. Uma delas fazia tricô, e várias conversavam, já confraternizadas de outras reuni- ões. O Padre-Diretor tomou assento à mesa, cercado de professoras, e deu inicio à sessão.

    Eu viera buscar Pedro Domingos para levá-lo ao médico, mas desta vez cabia-me também participar antes da reunião. Afinal de contas andava mesmo precisando de verificar pessoalmente a quantas o menino andava.

    O Padre-Diretor fazia considerações gerais sobre o uniforme de gala a ser adotado. A gravatinha é azul? - perguntou uma das mães. Meia três-quartos? - perguntou outra. E o emblema no bolsinho? - perguntou uma terceira. Outra ainda, à minha frente, quis saber se tinha pesponto - mas sua pergunta não chegou a ser ouvida.

    Invejei-lhes a desenvoltura. Tive vontade de perguntar também alguma coisa, para tornar mais efetivo meu interesse de pai - mas temi aquelas mães todas voltando a cabeça, curiosas e surpreendidas, ante uma destoante voz de homem, meio gaguejante talvez de insegurança. Poderia também não ser ouvido - e se isso me acontecesse eu sumiria na cadeira. Além do mais, não me ocorria nada de mais prático para perguntar senão o que vinha a ser pesponto.

    Acabei concluindo que tanta perguntação quebrava um pouco a solene compostura que devíamos manter, como responsáveis pelo destino de nossos filhos. E dispensei-me de intervir, passando a ouvir a explanação do Padre-Diretor:

- Chegamos agora ao ponto que interessa: o quinto ano. Depois de cuidadosa seleção, foi dividido em três turmas - a turma 14, dos mais adiantados; a turma 13, dos regulares; e a turma 12, dos atrasados, relapsos, irrequietos, indisciplinados. Os da 13 já não são lá essas coisas, mas os da 12 posso assegurar que dificilmente irão para frente, não querem nada com estudo.

    Fiquei atento: em qual delas estaria o menino? Pensei que o Diretor ia ler a lista de cada turma - o meu certamente na 14. Não leu, talvez por consideração para com as mães que tinham filhos na 12. Várias, que já sabiam disso, puseram-se a falar ao mesmo tempo: não era culpa delas; levavam muito dever para casa, não se habituavam com o semi-internato. Uma - a do tricô, se não me engano - chegou mesmo a se queixar do ensino dirigido, que a seu ver não estava dando resultado. Outra disse que tinha três filhos, faziam provas no mesmo dia, como prepará-los de uma só vez? O Padre-Diretor sacudiu a cabeça, sorrindo com simpatia - não posso nem ao menos lastimar que a senhora tenha tanto filho. E voltou a falar nos relapsos, um caso muito sério. Não vai esse Padre dizer que meu filho está entre eles, pensei. Irrequieto, indisciplinado. Ah, mas ele havia de ver comigo: entre os piores!

    E por que não? Quietinho, muito bem-mandado, filhinho do papai, maria vai com as outras ele não era mesmo não. Desafiei o auditório, acendendo um cigarro: ninguém tinha nada com isso. Criança ainda, na idade mesmo de brincar e não levar as coisas tão a sério. 0 curioso é que não me parecesse assim tão vadio - jogava futebol na rua, assistia à televisão, brincava de bandido, mas na hora de estudar o rapazinho estudava, então eu não via? Quem sabe se procurasse ajudá-lo, dar uma mãozinha... Mas essas coisas que ele andava estudando eu já não sabia de cor, tinha de aprender tudo de novo. Outro dia, por exemplo, me embatucou perguntando se eu sabia como se chamam os que nascem na Nova Guiné. Ninguém sabe isso, meu filho, respondi gravemente. Ah, não sabe? Pois ele sabia: guinéu! Não acreditei, fui olhar no dicionário para ver se era mesmo. Era. Talvez estivesse na turma 13, bem que sabia lá uma coisa ou outra, o danadinho.

    Agora o Diretor falava na comida que serviam ao almoço. Da melhor qualidade, mas havia um problema - os meninos se recusavam a comer verdura, ele fazia questão que comessem, para manter dieta adequada. No entanto, algumas mães não colaboravam. Mandavam bilhetinhos pedindo que não dessem verdura aos filhos.

    Eis algo que eu jamais soube explicar: por que menino não gosta de verdura? Quando menino eu também não gostava.

    - Pedem às mães que mandem bilhetinhos, e não é só isso: usam qualquer recurso para não comer verdura. Hoje mesmo me apareceu um com um bilhete da mãe dizendo: não obrigar meu filho a comer verdura. Só que estava escrito com a letra do próprio menino.

    Chegada era a hora de levá-lo ao médico - uma professora amiga foi buscá-lo para mim.

    - Meu filho - perguntei, ansioso, assim que saímos: - Em que turma você está? Na 12 ou na 13?

    - Na 14 - ele respondeu, distraído. Respirei com alí­vio: e nem podia ser de outra maneira, não era isso mesmo?

    - Fico satisfeito de saber - comentei apenas.

    Ele não perdeu tempo:

    - Então eu queria te pedir um favor - aproveitou-se logo: - Que você mandasse ao Padre-Diretor um bilhete dizendo que eu não posso comer verdura.

{SABINO, Fernando. O homem nu - 46a ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. )

Com relação ao emprego das formas nominais, assinale a opção cuja análise foi feita corretamente.
Alternativas
Q810976 Português

Texto 2

REUNIÃO DE MÃES 

    Na reunião de pais só havia mães. Eu me sentiria constrangido em meio a tanta mulher, por mais simpáticas me parecessem, e acabaria nem entrando - se não pudesse logo distinguir, espalhadas no auditório, duas ou três presenças masculinas que partilhariam de meu ressabiado zelo paterno.

    Sentei-me numa das últimas filas, para não causar espécie à seleta assembleia de progenitoras. Uma delas fazia tricô, e várias conversavam, já confraternizadas de outras reuni- ões. O Padre-Diretor tomou assento à mesa, cercado de professoras, e deu inicio à sessão.

    Eu viera buscar Pedro Domingos para levá-lo ao médico, mas desta vez cabia-me também participar antes da reunião. Afinal de contas andava mesmo precisando de verificar pessoalmente a quantas o menino andava.

    O Padre-Diretor fazia considerações gerais sobre o uniforme de gala a ser adotado. A gravatinha é azul? - perguntou uma das mães. Meia três-quartos? - perguntou outra. E o emblema no bolsinho? - perguntou uma terceira. Outra ainda, à minha frente, quis saber se tinha pesponto - mas sua pergunta não chegou a ser ouvida.

    Invejei-lhes a desenvoltura. Tive vontade de perguntar também alguma coisa, para tornar mais efetivo meu interesse de pai - mas temi aquelas mães todas voltando a cabeça, curiosas e surpreendidas, ante uma destoante voz de homem, meio gaguejante talvez de insegurança. Poderia também não ser ouvido - e se isso me acontecesse eu sumiria na cadeira. Além do mais, não me ocorria nada de mais prático para perguntar senão o que vinha a ser pesponto.

    Acabei concluindo que tanta perguntação quebrava um pouco a solene compostura que devíamos manter, como responsáveis pelo destino de nossos filhos. E dispensei-me de intervir, passando a ouvir a explanação do Padre-Diretor:

- Chegamos agora ao ponto que interessa: o quinto ano. Depois de cuidadosa seleção, foi dividido em três turmas - a turma 14, dos mais adiantados; a turma 13, dos regulares; e a turma 12, dos atrasados, relapsos, irrequietos, indisciplinados. Os da 13 já não são lá essas coisas, mas os da 12 posso assegurar que dificilmente irão para frente, não querem nada com estudo.

    Fiquei atento: em qual delas estaria o menino? Pensei que o Diretor ia ler a lista de cada turma - o meu certamente na 14. Não leu, talvez por consideração para com as mães que tinham filhos na 12. Várias, que já sabiam disso, puseram-se a falar ao mesmo tempo: não era culpa delas; levavam muito dever para casa, não se habituavam com o semi-internato. Uma - a do tricô, se não me engano - chegou mesmo a se queixar do ensino dirigido, que a seu ver não estava dando resultado. Outra disse que tinha três filhos, faziam provas no mesmo dia, como prepará-los de uma só vez? O Padre-Diretor sacudiu a cabeça, sorrindo com simpatia - não posso nem ao menos lastimar que a senhora tenha tanto filho. E voltou a falar nos relapsos, um caso muito sério. Não vai esse Padre dizer que meu filho está entre eles, pensei. Irrequieto, indisciplinado. Ah, mas ele havia de ver comigo: entre os piores!

    E por que não? Quietinho, muito bem-mandado, filhinho do papai, maria vai com as outras ele não era mesmo não. Desafiei o auditório, acendendo um cigarro: ninguém tinha nada com isso. Criança ainda, na idade mesmo de brincar e não levar as coisas tão a sério. 0 curioso é que não me parecesse assim tão vadio - jogava futebol na rua, assistia à televisão, brincava de bandido, mas na hora de estudar o rapazinho estudava, então eu não via? Quem sabe se procurasse ajudá-lo, dar uma mãozinha... Mas essas coisas que ele andava estudando eu já não sabia de cor, tinha de aprender tudo de novo. Outro dia, por exemplo, me embatucou perguntando se eu sabia como se chamam os que nascem na Nova Guiné. Ninguém sabe isso, meu filho, respondi gravemente. Ah, não sabe? Pois ele sabia: guinéu! Não acreditei, fui olhar no dicionário para ver se era mesmo. Era. Talvez estivesse na turma 13, bem que sabia lá uma coisa ou outra, o danadinho.

    Agora o Diretor falava na comida que serviam ao almoço. Da melhor qualidade, mas havia um problema - os meninos se recusavam a comer verdura, ele fazia questão que comessem, para manter dieta adequada. No entanto, algumas mães não colaboravam. Mandavam bilhetinhos pedindo que não dessem verdura aos filhos.

    Eis algo que eu jamais soube explicar: por que menino não gosta de verdura? Quando menino eu também não gostava.

    - Pedem às mães que mandem bilhetinhos, e não é só isso: usam qualquer recurso para não comer verdura. Hoje mesmo me apareceu um com um bilhete da mãe dizendo: não obrigar meu filho a comer verdura. Só que estava escrito com a letra do próprio menino.

    Chegada era a hora de levá-lo ao médico - uma professora amiga foi buscá-lo para mim.

    - Meu filho - perguntei, ansioso, assim que saímos: - Em que turma você está? Na 12 ou na 13?

    - Na 14 - ele respondeu, distraído. Respirei com alí­vio: e nem podia ser de outra maneira, não era isso mesmo?

    - Fico satisfeito de saber - comentei apenas.

    Ele não perdeu tempo:

    - Então eu queria te pedir um favor - aproveitou-se logo: - Que você mandasse ao Padre-Diretor um bilhete dizendo que eu não posso comer verdura.

{SABINO, Fernando. O homem nu - 46a ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. )

Em qual das opções abaixo o tempo verbal dá pistas sobre a localização do narrador no momento da elaboração da crônica?
Alternativas
Q810977 Português

Texto 3

A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

    Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caira no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: "Não há nada a fazer, Dona Coió. Este menino é mesmo um caso de poesia".

{Carlos Drummond de Andrade, Histórias para o Rei - 10a ed. - Rio de Janeiro: Record, 2007)

No titulo do conto de Drummond, aparece uma figura de linguagem chamada
Alternativas
Q810978 Português

Texto 3

A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

    Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caira no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: "Não há nada a fazer, Dona Coió. Este menino é mesmo um caso de poesia".

{Carlos Drummond de Andrade, Histórias para o Rei - 10a ed. - Rio de Janeiro: Record, 2007)

Com relação à coesão textual, assinale a opção correta.
Alternativas
Q810979 Português

Texto 3

A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

    Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caira no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: "Não há nada a fazer, Dona Coió. Este menino é mesmo um caso de poesia".

{Carlos Drummond de Andrade, Histórias para o Rei - 10a ed. - Rio de Janeiro: Record, 2007)

Assinale a opção em que se analisa corretamente a relação entre a primeira e a última frase do texto.
Alternativas
Q810980 Português

Texto 3

A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

    Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caira no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: "Não há nada a fazer, Dona Coió. Este menino é mesmo um caso de poesia".

{Carlos Drummond de Andrade, Histórias para o Rei - 10a ed. - Rio de Janeiro: Record, 2007)

Apesar de ser narrativo, o texto de Drummond apresenta uma tese. Assinale a opção que a explicita.
Alternativas
Q810981 Português

Texto 3

A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

    Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caira no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: "Não há nada a fazer, Dona Coió. Este menino é mesmo um caso de poesia".

{Carlos Drummond de Andrade, Histórias para o Rei - 10a ed. - Rio de Janeiro: Record, 2007)

Com relação às informações contidas no texto, assinale a opção INCORRETA.
Alternativas
Q810982 Português

Texto 3

A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

    Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caira no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: "Não há nada a fazer, Dona Coió. Este menino é mesmo um caso de poesia".

{Carlos Drummond de Andrade, Histórias para o Rei - 10a ed. - Rio de Janeiro: Record, 2007)

Com relação ao trecho "Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.", pode-se afirmar que
Alternativas
Q810983 Português

Texto 3

A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO

    Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caira no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: "Não há nada a fazer, Dona Coió. Este menino é mesmo um caso de poesia".

{Carlos Drummond de Andrade, Histórias para o Rei - 10a ed. - Rio de Janeiro: Record, 2007)

Marque a opção em que os elementos coesivos foram usados de modo a manter as relações lógicas entre as orações do trecho a seguir. "Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caira no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo."
Alternativas
Respostas
21: B
22: A
23: B
24: D
25: E
26: C
27: A
28: D
29: B
30: E