Questões de Concurso Militar PM-SP 2011 para Tecnólogo de Administração Policial-Militar
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As cortinas da janela cerraram-se; Cecília tinha-se deitado. Junto da inocente menina, adormecida na isenção de sua alma pura de virgem, velavam três sentimentos profundos, palpitavam três corações bem diferentes.
Em Loredano, o aventureiro de baixa extração, esse sentimento era desejo ardente, uma sede de gozo, uma febre que lhe requeimava o sangue: o instinto brutal desta natureza vigorosa era ainda aumentado pela impossibilidade moral que sua condição criava, pela barreira que se elevava entre ele, pobre colono, e a filha de D. Antônio de Mariz, rico fidalgo de solar e brasão.
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Em Álvaro, cavalheiro delicado e cortês, o sentimento era uma afeição nobre e pura, cheia de graciosa timidez que perfuma as primeiras flores do coração, e do entusiasmo cavalheiresco que tanta poesia dava aos amores daquele tempo de crença e de lealdade.
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Em Peri, o sentimento era um culto, espécie de idolatria fanática, na qual não entrava um só pensamento de egoísmo; amava Cecília não para sentir um prazer ou ter uma satisfação, mas para dedicar-se inteiramente a ela, para cumprir o menor de seus desejos, para evitar que a moça tivesse um pensamento que não fosse imediatamente uma realidade.
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Assim o amor se transformava tão completamente nessas organizações que apresentava três sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma religião.
I. Loredano não se sentia em condições de casar com Cecília por conta de sua condição social, ou seja, era humilde, como comprova a informação: “o aventureiro de baixa extração".
II. A descrição de Álvaro como um cavalheiro contrapõe-se à de Loredano, visto também como pessoa sem escrúpulos, como comprova a informação: “era ainda aumentado pela impossibilidade moral que sua condição criava".
III. O sentimento de Peri por Cecília é de adoração, como comprova a informação: “o sentimento era um culto, espécie de idolatria fanática".
Está correto o que se afirma em
(Eça de Queirós, A Ilustre Casa de Ramires)
Analisando-se as informações textuais, é correto afirmar que, na carta lida por Barrolo,