Questões de Concurso Militar PM-SP 2015 para Oficial do Quadro Auxiliar
Foram encontradas 10 questões
Leia a charge.
Considere a fala da personagem dividida em dois trechos:
I. Somos tão bombardeados pela publicidade
II. que já não sei mais identificar o que é essencial para minha vida.
Com relação ao trecho I, o trecho II expressa
Pela primeira vez, a proporção de brasileiros que se declaram ao IBGE como pretos ou pardos superou 40% entre os matriculados no ensino superior. Uma análise superficial creditaria todo o aumento às cotas ou ao ProUni, que também reserva uma parcela de suas bolsas em universidades particulares para negros. Os dados do IBGE mostram, porém, que o movimento já era visível antes mesmo de essas políticas serem adotadas.
Olhando a série histórica, é possível identificar que de 1992 até 1998 não houve avanço algum na taxa, que ficou estabilizada em torno de 18%. A partir daí, o crescimento foi constante. Em 2003, por exemplo, quando apenas duas universidades (a Uerj e a estadual do Rio Grande do Sul) recebiam sua primeira leva de alunos cotistas, o percentual de pretos e pardos no ensino superior já havia aumentado para 25%.
Apontar a razão principal para o aumento de afrodescendentes no ensino superior exige um estudo mais aprofundado, mas é fato que esse movimento aconteceu no mesmo período em que as matrículas totais cresceram de 1,4 milhão de estudantes em 1992 para 6,9 milhões em 2013. Com mais vagas, e num ambiente de melhoria da renda, é razoável supor que mais jovens negros tiveram oportunidade de ingressar no ensino superior, principalmente no setor privado, que criou mais matrículas.
(Antônio Gois. Cotas e ProUni, 17.11.2014,
http://oglobo.globo.com/sociedade/cotas-prouni-14576773. Adaptado)
Pela primeira vez, a proporção de brasileiros que se declaram ao IBGE como pretos ou pardos superou 40% entre os matriculados no ensino superior. Uma análise superficial creditaria todo o aumento às cotas ou ao ProUni, que também reserva uma parcela de suas bolsas em universidades particulares para negros. Os dados do IBGE mostram, porém, que o movimento já era visível antes mesmo de essas políticas serem adotadas.
Olhando a série histórica, é possível identificar que de 1992 até 1998 não houve avanço algum na taxa, que ficou estabilizada em torno de 18%. A partir daí, o crescimento foi constante. Em 2003, por exemplo, quando apenas duas universidades (a Uerj e a estadual do Rio Grande do Sul) recebiam sua primeira leva de alunos cotistas, o percentual de pretos e pardos no ensino superior já havia aumentado para 25%.
Apontar a razão principal para o aumento de afrodescendentes no ensino superior exige um estudo mais aprofundado, mas é fato que esse movimento aconteceu no mesmo período em que as matrículas totais cresceram de 1,4 milhão de estudantes em 1992 para 6,9 milhões em 2013. Com mais vagas, e num ambiente de melhoria da renda, é razoável supor que mais jovens negros tiveram oportunidade de ingressar no ensino superior, principalmente no setor privado, que criou mais matrículas.
(Antônio Gois. Cotas e ProUni, 17.11.2014,
http://oglobo.globo.com/sociedade/cotas-prouni-14576773. Adaptado)
Leia o capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder às questões de números 71 a 74.
O cimo da montanha
Entrei a amar Virgília com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder, e a mesma coisa lhe aconteceu a ela.
Um termo que expressa ideia de equivalência nessa passagem é:
Leia o capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder às questões de números 71 a 74.
O cimo da montanha
... folgávamos de imaginar a dor da separação, se houvesse separação, a tristeza de um e de outro, à proporção que o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre nós; e, semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço das mães, para fugir a uma simples careta, fugíamos do suposto perigo, apertando-nos com abraços.
No contexto, os termos se, como e para, em destaque, estabelecem, respectivamente, relações de
Leia o trecho de Macunaíma, de Mário de Andrade, para responder às questões de números 75 e 76.
Muitos casos sucederam nessa viagem por caatingas rios corredeiras, gerais, corgos, corredores de tabatinga matos-virgens e milagres do sertão. Macunaíma vinha com os dois manos pra São Paulo. Foi o Araguaia que facilitou-lhes a viagem. Por tantas conquistas e tantos feitos passados o herói não ajuntara um vintém só mas os tesouros herdados da icamiaba estrela estavam escondidos nas grunhas do Roraima lá. Desses tesouros Macunaíma apartou pra viagem nada menos de quarenta vezes quarenta milhões de bagos de cacau, a moeda tradicional. Calculou com eles um dilúvio de embarcações. E ficou lindo trepando pelo Araguaia aquele poder de igaras, duma em uma duzentas em ajojo que nem flecha na pele do rio. Na frente Macunaíma vinha de pé, carrancudo, procurando no longe a cidade. Matutava matutava roendo os dedos agora cobertos de berrugas de tanto apontarem Ci estrela. Os manos remavam espantando os mosquitos e cada arranco dos remos repercutindo nas duzentas igaras ligadas, despejava uma batelada de bagos na pele do rio, deixando uma esteira de chocolate onde os camuatás pirapitingas dourados piracanjubas uarus-uarás e bacus se regalavam.
(1988, p. 36-37)
A partir da leitura do trecho, é possível reconhecer, na
composição de Macunaíma, marcas
— Antes de sair de casa
aprendi a ladainha
das vilas que vou passar
na minha longa descida.
Sei que há muitas vilas grandes,
cidades que elas são ditas
sei que há simples arruados,
sei que há vilas pequeninas,
todas formando um rosário
cujas contas fossem vilas,
de que a estrada fosse a linha.
(Morte e vida Severina e outros poemas para vozes. 1994, p. 33-34. Adaptado)
A partir da linguagem figurada, o enunciador estabelece equivalência de sentido entre os termos:
Leia a passagem do conto Os cimos, de João Guimarães Rosa, para responder às questões de números 78 e 79.
E: — “Pst!” — apontou-se. A uma das árvores, chegara um tucano, em brando batido horizontal. Tão perto! O alto azul, as frondes, o alumiado amarelo em volta e os tantos meigos vermelhos do pássaro — depois de seu voo. Seria de ver-se: grande, de enfeites, o bico semelhando flor de parasita. Saltava de ramo em ramo, comia da árvore carregada. Toda a luz era dele, que borrifava-a de seus coloridos, em momentos pulando no meio do ar, estapafrouxo, suspenso esplendentemente. No topo da árvore, nas frutinhas, tuco, tuco... daí limpava o bico no galho. E, de olhos arregaçados, o Menino, sem nem poder segurar para si o embrevecido instante, só nos silêncios de um-dois-três.
(Primeiras estórias. 1988, p. 155. Adaptado)
A passagem enfoca um instante de encantamento, em
que um tucano se impõe aos olhos como uma figura de
extrema beleza. A linguagem descritiva predomina, apresentando
o pássaro de maneira mais estática com relação
a outros fragmentos da passagem, em:
Leia a passagem do conto Os cimos, de João Guimarães Rosa, para responder às questões de números 78 e 79.
E: — “Pst!” — apontou-se. A uma das árvores, chegara um tucano, em brando batido horizontal. Tão perto! O alto azul, as frondes, o alumiado amarelo em volta e os tantos meigos vermelhos do pássaro — depois de seu voo. Seria de ver-se: grande, de enfeites, o bico semelhando flor de parasita. Saltava de ramo em ramo, comia da árvore carregada. Toda a luz era dele, que borrifava-a de seus coloridos, em momentos pulando no meio do ar, estapafrouxo, suspenso esplendentemente. No topo da árvore, nas frutinhas, tuco, tuco... daí limpava o bico no galho. E, de olhos arregaçados, o Menino, sem nem poder segurar para si o embrevecido instante, só nos silêncios de um-dois-três.
(Primeiras estórias. 1988, p. 155. Adaptado)
As construções neológicas (criações de novas palavras)
tornaram-se marca do estilo de Guimarães Rosa. No
trecho citado, o neologismo estapafrouxo chama a atenção do leitor para a
Leia a tira
Considerando as relações de sentido e de coesão no contexto,
complete, correta e respectivamente, as lacunas,
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em
uma situação formal de comunicação.