Questões de Concurso Militar EsFCEx 2020 para Oficial - Magistério de História

Foram encontradas 27 questões

Q1613483 História

O projeto empreendido pelos portugueses de colonização do território que viria a se chamar Brasil se deu, primeiramente, pela implementação das conhecidas capitanias hereditárias, a partir de 1532. Segundo Boris Fausto:


“O Brasil foi dividido em quinze quinhões, por uma série de linhas paralelas ao Equador que iam do litoral até o meridiano de Tordesilhas, sendo os quinhões entregues aos chamados capitães donatários. Eles constituíam um grupo diversificado onde havia gente da pequena nobreza, burocratas e comerciantes, tendo em comum suas ligações com a coroa portuguesa”.

(Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 2000)


É consenso na historiografia brasileira que o fracasso das capitanias hereditárias se deveu a diversos fatores conjugados, tendo destaque

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Q1613486 História

Assim, a explicação de que é a “ideia” da Independência que constitui a força propulsora da renovação que se operava no seio da colônia parece pelo menos arriscada.

(Caio Prado Jr. A formação do Brasil contemporâneo. 23. edição. São Paulo: Brasiliense, 1994)


Considerando a obra e o fragmento do texto, podemos afirmar que a Independência

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Q1613488 História

Há uma história do tenentismo antes e depois de 1930. Os dois períodos dividem-se por uma diferença essencial.

(Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo/Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 2000)


O tenentismo, antes e depois de 1930, respectivamente,

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Q1613509 História

Baseando-me em síntese de minha autoria já antiga, eis aqui o que vejo como pontos básicos quanto à tendência ora em foco:


1. A crença no caráter científico da história, que no entanto é uma ciência em construção: isto conduziu, em especial, à afirmação da necessidade de passar de uma “história-narração” a uma “história-problema” mediante a formulação de hipóteses de trabalho.

(Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas (org.), Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia)


A “tendência ora em foco” é a

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Q1613511 História

A nova história é a história escrita como uma reação deliberada contra o “paradigma” tradicional, aquele termo útil, embora impreciso, posto em circulação pelo historiador de ciência americano Thomas Kuhn. Será conveniente descrever esse paradigma tradicional como história rankeana, conforme o grande historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886) […]. Em prol da simplicidade e da clareza, o contraste entre a antiga e a nova história pode ser resumida em seis pontos.

(Peter Burke (org.), A escrita da história: novas perspectivas)


Segundo Burke, a história tradicional

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Q1613512 História

As fontes audiovisuais e musicais ganham crescentemente espaço na pesquisa histórica. Do ponto de vista metodológico, são vistas pelos historiadores como fontes primárias novas, desafiadoras, mas seu estatuto é paradoxal. Por um lado, as fontes audiovisuais (cinema, televisão e registros sonoros em geral) são consideradas por alguns, tradicional e erroneamente, testemunhos quase diretos e objetivos da história, de alto poder ilustrativo, sobretudo quando possuem um caráter estritamente documental, qual seja, o registro direto de eventos e personagens históricos. Por outro lado, as fontes audiovisuais de natureza assumidamente artística (filmes de ficção, teledramaturgia, canções e peças de teatro) são percebidas muitas vezes sob o estigma da subjetividade absoluta, impressões estéticas de fatos sociais objetivos que lhes são exteriores.

(Marcos Napolitano, A História depois do papel. Em: Carla Bassanezi Pinsky (org.), Fontes históricas)


Acerca dessa discussão, Napolitano entende que o historiador deve considerar as fontes audiovisuais e musicais

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Q1613513 História

A Antiguidade greco-romana sempre constituiu um universo centralizado em cidades. O esplendor e a solidez da antiga polis helênica e da posterior república romana, que ofuscaram tantos períodos subsequentes, traduziam um nível de organização e cultura urbanas que jamais seria igualado em outro milênio. A filosofia, a ciência, a poesia, a história, a arquitetura, a escultura; o direito, a administração, a economia, os impostos; o voto, o debate, o recrutamento – tudo isso chegou a níveis de sofisticação e força inigualáveis. Ao mesmo tempo, esse friso de civilização citadina teve sempre algo do efeito de uma fachada trompe l’oeil sobre sua posteridade.

(Perry Anderson, Passagens da Antiguidade ao feudalismo)


O tal engano, citado por Anderson, trata da

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Q1613514 História

Apesar das inegáveis diferenças locais, temporais e sociais ao se considerar o conjunto dos vários séculos medievais em todo o Ocidente, pode-se falar em estruturas cotidianas. Ao menos nas de caráter psicobiológico. Estruturas muito semelhantes às de outras épocas e locais, mas que ganham todo seu sentido apenas se conectadas com as demais estruturas do contexto medieval. Consideramos aqui sete delas – a percepção do tempo, o sexo, a alimentação, a moradia, o vestuário, o lazer, a morte.

(Hilário Franco Júnior, A Idade Média, nascimento do ocidente)


Sobre essas estruturas cotidianas medievais, segundo Franco Júnior, é correto afirmar que

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Q1613515 História

Os humanistas, num gesto ousado, tendiam a considerar como mais perfeita e mais expressiva a cultura que havia surgido e se desenvolvido no seio do paganismo, antes do advento de Cristo. A Igreja, portanto, para quem a história humana só atingiria a culminância na Era Cristã, não poderia ver com bons olhos essa atitude. Não quer isso dizer que os humanistas fossem ateus […]. Muito longe disso, o ceticismo toma corpo na Europa somente a partir dos séculos XVII e XVIII.

(Nicolau Sevcenko, O renascimento)


Segundo Sevcenko, os humanistas

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Q1613516 História

Leia parte da obra de J. B. Say.


   Até a época do renascimento das artes na Europa, isto é, até cerca do século XVI, os governos dos diversos países pouco se inquietavam com a natureza dos retornos que os comerciantes recebiam do estrangeiro. Os direitos de saída e entrada tinham um objetivo puramente fiscal; eram para os governos meios de levantar tributos, e nada mais; mas em seguida, quando se apercebeu que o comércio era uma fonte de prosperidade para as nações e de poder para os governos, acreditou-se poder explorá- -lo mais a proveito. Os publicistas, os homens de Estado, antes de ter suficientemente estudado a natureza das riquezas e o que as produz, acreditaram, com o vulgo, que se é rico porque se tem muita prata, em lugar de compreender que se tem muita prata porque se é rico […]

(Apud Pierre Deyon, O mercantilismo)


No excerto, Say

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Q1613517 História

Leia o relato do cronista Bernal Diaz.


   Os habitantes dessas aldeias (…) queixam-se muito de Montezuma e de seus coletores de impostos, que lhes roubavam tudo o que tinham, e que se suas mulheres e filhas fossem formosas, violentavam-nas diante deles e de seus maridos, e roubavam-nas, e que obrigavam-nos a trabalhar como se fossem escravos (…) e muitas outras queixas.

(Apud Tzvetan Todorov, A conquista da América - a questão do outro)


O relato de Bernal Diaz ajuda na compreensão

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Q1613518 História

Ao lado da empresa comercial e do regime de grande propriedade, acrescentemos um terceiro elemento: o trabalho compulsório. Também nesse aspecto, a regra será comum a toda a América Latina, ainda que com variações. Diferentes formas de trabalho compulsório predominaram na América espanhola, enquanto uma delas – a escravidão – foi dominante no Brasil.

[…]

Mas se a introdução do trabalho escravo se explica resumidamente dessa forma, por que se optou preferencialmente pelo negro e não pelo índio? Em primeiro lugar, lembremos que houve uma passagem da escravidão do índio para a do negro, que variou no tempo e no espaço.

[…]

(Boris Fausto, História do Brasil)


Sobre a citada variação “no tempo e no espaço”, é correto afirmar que

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Q1613519 História

Felizmente poucos refinamentos intelectuais foram necessários para se fazer a revolução industrial. Suas invenções técnicas foram bastante modestas, e sob hipótese alguma estavam além dos limites de artesãos que trabalhavam em suas oficinas ou das capacidades construtivas de carpinteiros, moleiros e serralheiros: a lançadeira, o tear, a fiadeira automática. Nem mesmo sua máquina cientificamente mais sofisticada, a máquina a vapor rotativa de James Watt (1784), necessitava de mais conhecimentos de física do que os disponíveis então há quase um século – a teoria adequada das máquinas a vapor só foi desenvolvida ex post facto pelo francês Carnot na década de 1820 – e podia contar com várias gerações de utilização, prática de máquinas a vapor, principalmente nas minas.

(Eric Hobsbawm, A Era das revoluções: Europa 1789 – 1848)


Segundo Hobsbawm, existiam condições para que a revolução industrial ocorresse na Grã-Bretanha. Entre essas, é correto apontar

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Q1613520 História
No contexto da Revolução Francesa (1789-1799), a Conspiração pela Igualdade, ou Conjuração dos Iguais, segundo a obra de Albert Soboul, A Revolução Francesa,
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Q1613521 História

A onda revolucionária de 1830 foi um acontecimento muito mais sério do que a de 1820. De fato, ela marca a derrota definitiva dos aristocratas pelo poder burguês na Europa Ocidental. A classe governante dos próximos 50 anos seria a “grande burguesia” de banqueiros, grandes industriais e, às vezes, altos funcionários civis. Nos EUA, entretanto, a democracia jacksoniana dá um passo além: a derrota dos proprietários oligarcas antidemocratas pela ilimitada democracia política colocada no poder com os votos dos homens das fronteiras, dos pequenos fazendeiros e dos pobres das cidades. Mas, 1830 determina uma inovação ainda mais radical na política.

(Eric Hobsbawm, A Era das revoluções: Europa 1789-1848. Adaptado)


Para Hobsbawm, tal “inovação ainda mais radical na política” refere-se

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Q1613523 História

Muito pouco se sabe acerca do ocorrido nos bastidores da diplomacia europeia, capaz de informar propósitos e resultados das negociações que culminaram em um dos períodos mais violentos da época contemporânea. O que parece consensual, no entanto, foram os quatro principais motivos que levaram à realização da Conferência.

(Leila Leite Hernandez, A África na sala de aula: visita à história contemporânea)


Entre os motivos para a realização da Conferência de Berlim, Hernandez apresenta

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Q1613524 História

“Do ponto de vista político, o período da chamada ‘República Velha’ caracterizou-se pelo predomínio inconteste dos grupos agrários, sob a hegemonia dos cafeicultores paulistas.”

(Maria Yedda Linhares (org). História Geral do Brasil)


Na prática, essa política oligárquica resultou

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Q1613525 História

O historiador Caio Prado Jr. afirmava que “É este o caráter mais saliente da formação étnica do Brasil, a mestiçagem profunda das três ‘raças’ que entram na sua composição.”

(Caio Prado Jr. A formação do Brasil contemporâneo – colônia)


O sentido e a formação do escopo populacional do Brasil, segundo Caio Prado, guardavam características marcantes, tais como o escravismo indígena e africano. No processo abolicionista de fins do século XIX, ainda no período Imperial, é correto considerar

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Q1613526 História

“A catástrofe na qual mergulhou a gente comum da antiga URSS ao final do antigo sistema ainda não acabou. Penso que o salto súbito, revolucionário, do antigo sistema para o capitalismo que lhes foi imposto talvez tenha perturbado mais a economia que a Segunda Guerra Mundial e mais que a Revolução de Outubro, e a economia da região já levou mais tempo para se recuperar que nos anos 20 e 40. Nossa avaliação de todo o fenômeno soviético continua provisória.”

(Eric Hobsbawm. Sobre História)


A Revolução Russa foi, independentemente das visões díspares sobre seus resultados, um dos mais importantes eventos ocorridos no século XX. A afirmação refere-se

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Q1613529 História

“Por volta da década de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O Parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871, e em 1885 a liberdade foi garantida para os escravos com idade superior a 65 anos. O movimento abolicionista tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras, onde quase dois terços da população escrava estava concentrada. Com uma nova consciência de si mesmos e encontrando apoio em segmentos da população que simpatizavam com a causa abolicionista, grandes números de escravos fugiram das fazendas. A escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada. Quase ninguém opunha-se à idéia de abolição, embora alguns reivindicassem que os fazendeiros deviam ser indenizados pela perda de seus escravos.”

(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos)


Considerando o excerto e o que se sabe sobre o assunto discutido, é correto afirmar que

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Respostas
1: E
2: C
3: B
4: E
5: A
6: C
7: B
8: D
9: A
10: E
11: A
12: C
13: E
14: B
15: D
16: E
17: D
18: B
19: C
20: E