Questões de Concurso Militar EsFCEx 2020 para Oficial - Magistério de Português
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Primeiro eu vesti o colete de mototáxi que guardei por três meses enquanto esperava a oportunidade da moto. Saí pilotando pelo bairro, não andei nem três quarteirões e uma mulher fez sinal com a mão.
Parei e ela me olhou assustada quando chegou perto.
Oxe, e é mulher, é?
Fui deixar essa mulher tão longe que eu nem sabia onde era aquilo. Ela foi me ensinando. Parecia que não ia chegar nunca. O sol rachando.
Quando a gente chegou lá, na frente de uma casa de taipa toda se desmontando, ela perguntou quanto tinha dado a corrida. Eu fiquei pensando por um tempo e ela me olhando impaciente, mas eu tava juntando a cara pra falar que era dez reais. Achando que ela ia reclamar do preço, falei oito, mas ela me entregou o dinheiro e sumiu pra dentro da casa.
Fiquei nessa angústia, duas horas perdida. Até que avistei a estrada de volta pra Matriz. Depois, comecei a reconhecer melhor as casinhas, as cercas, as placas. Entrei de novo na cidade com a maior alegria. Mais feliz do que quando peguei a moto pela primeira vez.
Leia um trecho do conto “Moto de mulher”, de Jarid Arraes, para responder à questão.
Comprei uma Honda que tava na promoção e saí da loja dirigindo. Feliz demais, me sentindo que nem uma passarinha em cima da moto. O vento vem direto na cara, até arde o olho, mas é um sentimento gostoso de quase voar.
Primeiro eu vesti o colete de mototáxi que guardei por três meses enquanto esperava a oportunidade da moto. Saí pilotando pelo bairro, não andei nem três quarteirões e uma mulher fez sinal com a mão.
Para aí, mototáxi.
Parei e ela me olhou assustada quando chegou perto.
Oxe, e é mulher, é?
Eu dei um sorrisinho meio troncho. Disse que pois é. Ela montou na garupa e falou que pelo menos ficava mais à vontade pra segurar na minha cintura. Não segurava na cintura de mototáxi homem que era pra não dar liberdade. Eu disse que pois é de novo.
Fui deixar essa mulher tão longe que eu nem sabia onde era aquilo. Ela foi me ensinando. Parecia que não ia chegar nunca. O sol rachando.
Quando a gente chegou lá, na frente de uma casa de taipa toda se desmontando, ela perguntou quanto tinha dado a corrida. Eu fiquei pensando por um tempo e ela me olhando impaciente, mas eu tava juntando a cara pra falar que era dez reais. Achando que ela ia reclamar do preço, falei oito, mas ela me entregou o dinheiro e sumiu pra dentro da casa.
Fiquei tomando coragem pra voltar. Não sabia voltar, na verdade. Fiquei olhando pra todo lado, o celular quase sem sinal. Longe demais, longe de um jeito que nem dez conto pagava. O resumo era, então, a minha burrice. Otária demais, só oito reais. Dirigindo na chinelada, com medo de qualquer cara de macho que aparecia nas calçadas. Eu só achava que iam me roubar. Imagina se levam minha moto zerada…
Fiquei nessa angústia, duas horas perdida. Até que avistei a estrada de volta pra Matriz. Depois, comecei a reconhecer melhor as casinhas, as cercas, as placas. Entrei de novo na cidade com a maior alegria. Mais feliz do que quando peguei a moto pela primeira vez.
(Redemoinho em dia quente. Alfaguara, 2019. Adaptado)
Para que o texto esteja em conformidade com a ortografia e a acentuação previstas pela norma-padrão, algumas das palavras destacadas devem ser reescritas. A forma correta dessas palavras encontra-se na alternativa:
I. O Museu da Pessoa é colaborativo, ou seja, qualquer pessoa pode se voluntariar para contar sua história. II. A curadora e fundadora do Museu da Pessoa, Karen Worcman, teve a ideia de criar a instituição no fim dos anos 1980. III. Mais de 25 anos depois da fundação do museu, Worcman pensa o mesmo.
Com base nas regras de pontuação descritas por Celso Luft (1998), é correto afirmar que as vírgulas presentes nos trechos indicam o uso de:
• O Museu da Pessoa possibilita_____ qualquer indivíduo o registro de suas memórias. • Devido______ entrevistas realizadas por colaboradores da instituição, é possível encontrar histórias de muitas pessoas, de variadas idades e regiões do país. • A instituição_____ qual Karen Worcman estava vinculada realizava entrevistas com imigrantes no Rio de Janeiro.
Em conformidade com as considerações de Almeida (2006), no Dicionário de questões vernáculas, sobre o emprego do acento indicativo de crase, as lacunas dos enunciados devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Conquistar o diploma universitário, arranjar emprego, sair da casa dos pais. É um desenrolar natural do ciclo da vida para aqueles jovens já com alguma renda. Certo? Não, muitos jovens preferem manter-se na casa dos pais. (Veja, 8 de julho de 2020, p. 62. Adaptado)
Koch e Elias (2011, p. 152-173) tratam da sequenciação textual, indicando “os diversos tipos de atividades realizadas pelo produtor para fazer o texto progredir, mantendo o fio discursivo”. Assim, de acordo com as autoras, a sequenciação desse texto caracteriza-se por
Para a questão, considere a tirinha “Mocoronga vírus”.
(https://nanquim.com.br/category/tirinhas/. Acesso em 08.07.2020)
“… a compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo da vida. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. É porque o eleitor utiliza justamente diversos níveis de conhecimento que interagem entre si, a leitura é considerada um processo interativo. Pode-se dizer que sem o engajamento prévio do leitor não haverá compreensão”. (Kleiman, 2005, p. 13)
Na sequência dos quadrinhos, o conhecimento prévio considera que o leitor tenha, além de conhecimentos linguísticos, o conhecimento de todo um contexto. Assim, para a construção de sentido, é necessário que o leitor se utilize de informações
Para a questão, considere a tirinha “Mocoronga vírus”.
(https://nanquim.com.br/category/tirinhas/. Acesso em 08.07.2020)
“(…) é o caso das histórias em quadrinhos e das tiras que além da língua utilizam imagens (geralmente desenhos) que apresentam personagens, dispensando a descrição, cenários, atitudes, ações e ainda representam formas de linguagem utilizada face a face (como gestos e expressões fisionômicas), já que esses gêneros geralmente trazem um diálogo.”
A sequência que apresenta um confronto entre o coronavírus e um “herói” é do gênero das tiras e se constrói por tipos que são
(Mauricio de Sousa. Turma da Mônica. http://turmadamonica.uol.com.br/
donasdarua/hqs.php. Acesso em 08.07.2020)
(Mauricio de Sousa. Turma da Mônica. http://turmadamonica.uol.com.br/
donasdarua/hqs.php. Acesso em 08.07.2020)
Para responder à questão, leia os dois fragmentos:
I – Fragmento do poema “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(…)
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
II – Fragmento do poema “Canto de Regresso à Pátria”, de Oswald de Andrade:
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
(…)
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
Para responder à questão, leia os dois fragmentos:
I – Fragmento do poema “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(…)
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
II – Fragmento do poema “Canto de Regresso à Pátria”, de Oswald de Andrade:
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
(…)
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
Conforme as palavras de Barthes, citadas por Koch, a relação entre os textos é de
• “A quarentena é um período curto diante da vida escolar das crianças e adolescentes. Se o trabalho for bem feito. A pandemia passa e eles não terão perdas ao longo da vida.” (Veja São Paulo, 8 de julho de 2020, p. 15. Adaptado)
• Um suco de laranja sem gelo e um chopinho bem gelado. O garçom colocou o chope diante dele e o suco, diante dela. O casal, sorrindo, trocou as bebidas e brindou aquele momento especial. (Gislene Carvalho. In: Tic Tac & outros microcontos, 2019, p. 81)
• – Embusteiro! Saia! Já não suporto sua presença. Eu também já sinto vergonha de ser mãe de semelhante ingrato! Saia! Não quero mais vê-lo! (Júlia Lopes de Almeida. A caolha. In: Os cem melhores contos brasileiros do século. 2001, p. 53. Adaptado)
• A caolha (...) morava numa casa pequena, paga pelo filho único, operário numa oficina de alfaiate; ela lavava roupa para hospitais e dava conta de todo o serviço. (Júlia Lopes de Almeida. A caolha. In: Os cem melhores contos brasileiros do século. 2001, p. 53. Adaptado)
De acordo com Travaglia (In: Marquesi, Pauliukonis e Elias, 2017, p. 76): “o conteúdo temático se refere ao tipo de informação que geralmente é ou pode ser veiculado por dada categoria de texto (tipo, subtipo, gênero ou espécie)”. Para ele, há quatro tipos fundamentais que entram na composição de todos os gêneros.
Os quatro tipos estão representados nas passagens acima pela respectiva ordem: