Questões de Concurso Militar EsFCEx 2022 para Magistério de História

Foram encontradas 33 questões

Q1986551 História

À medida que se tornava cada vez mais aparente a insuficiência do projeto dos aldeamentos enquanto forma de suprir a força de mão de obra, os colonos passaram a intensificar outros meios de recrutamento de índios para os seus serviços. A partir da década de 1580, a despeito das restrições impostas pela legislação portuguesa, os colonos começaram a favorecer a apropriação direta do trabalhador indígena através de expedições predatórias ao sertão. Realmente, a observância estrita da lei nunca figurou entre as práticas prediletas dos paulistas. […] a lei de 1570 e legislação subsequente admitiam o cativeiro […]

(John Manuel Monteiro, Negros da terra: índios e bandeirantes das origens de São Paulo)


A legislação portuguesa admitia o cativeiro do indígena que

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Q1986552 História

Um quilombo dirigido por homens livres. Um quilombo com escravidão. Um quilombo agrícola e cuja produção estava integrada ao mercado regional. Que quilombo era esse? Esta é a história – ou uma das histórias possíveis – do quilombo do Oitizeiro, na Bahia de 1806.

(João José Reis, Escravos e coiteiros no quilombo do Oitezeiro – Bahia, 1806. Em: João José Reis e Flávio dos Santos Gomes (org.), Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil)


A partir do excerto, acerca dos quilombos no Brasil, segundo o artigo de João José Reis, é correto afirmar que

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Q1986554 História

Em 3 de dezembro de 1870 foi publicado o jornal A República, que trazia estampado o “Manifesto republicano brasileiro”, o mesmo que daria base para a fundação de um novo partido em 17 de janeiro de 1872. Formado inicialmente por profissionais liberais ligados a setores urbanos, nomeadamente paulistas, o Partido Republicano organizou seu primeiro congresso em julho de 1873, quando foi reforçado por novos adeptos de fôlego: fazendeiros paulistas que, descontentes com o que consideravam ser uma política intervencionista do Estado, passaram a engrossar as fileiras da oposição à monarquia.

[…]

A cisão do Partido Liberal levou, então, à formação do Partido Republicano Paulista, em 18 de abril de 1873, que se reuniu na hoje famosa Convenção de Itu.

(Lilia M. Schwarcz e Heloísa M. Starling, Brasil, uma biografia)


O novo partido

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Q1986555 História

Ao analisar a Revolução de 1930, o historiador Boris Fausto considerou que


Um novo tipo de Estado nasceu após 1930, distinguindo-se do Estado oligárquico não apenas pela centralização e pelo maior grau de autonomia como também por outros elementos.

(Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado)


Entre esses outros elementos constitutivos do Estado brasileiro, após 1930, é correto apontar que houve atuação relativa à questão 

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Q1986556 História

As eleições de 1945 despertaram um grande interesse na população. Depois de anos de ditadura, a Justiça Eleitoral ainda não ajustara o processo de recepção e contagem de votos. Pacientemente, os brasileiros formaram longas filas para votar. Nas últimas eleições diretas à presidência da República, em março de 1930, tinham votado 1,9 milhão de eleitores, representando 5,7% da população total; em dezembro de 1945 votaram 6,2 milhões, representando 13,4% da população.

Em uma época em que não existiam pesquisas eleitorais, a oposição foi surpreendida pela nítida vitória de Dutra. Tomando-se como base de cálculo os votos dados aos candidatos, com exclusão dos nulos e brancos, o general venceu com 55% dos votos contra 35% atribuídos ao brigadeiro [Eduardo Gomes].

(Boris Fausto, História do Brasil)


Para Boris Fausto, a vitória eleitoral de Dutra teve relação com a

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Q1986573 História

A nova história é a história escrita como reação deliberada contra o “paradigma” tradicional, aquele termo útil, embora impreciso […] Será conveniente descrever este paradigma tradicional como “história rankeana”, conforme o grande historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886). Poderíamos também chamar este paradigma de a visão do senso comum da história, não para enaltecê-la, mas para assinalar que ele tem sido com frequência – com muita frequência – considerado a maneira de se fazer história.

(Peter Burke, A escrita da história: novas perspectivas)


Para Peter Burke, a antiga e a nova história se contrastam, entre outros pontos, pois, em termos do paradigma tradicional, a história

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Q1986574 História

Escolhi meu tema como um tributo a Isaac Deutscher, cuja obra mais permanente é um clássico na história da Revolução Russa, ou seja, sua biografia de Trotsky. Assim, a resposta imediata a essa pergunta do título [Podemos escrever a história da Revolução Russa?] é, obviamente, sim.

Mas isso deixa em aberto a questão mais ampla: podemos algum dia escrever a história definitiva de alguma coisa – não apenas a história conforme vista hoje, ou em 1945 – inclusive, é claro, da Revolução Russa? Nesse caso, em um sentido óbvio, a resposta é não, a despeito do fato de que há uma realidade histórica objetiva, que os historiadores investigam, para estabelecer, entre outras coisas, a diferença entre fato e ficção. Somos livres para crer que Hitler fugiu dos russos e se refugiou no Paraguai, mas não foi assim.

(Eric Hobsbawm, Sobre história)


Para Eric Hobsbawm, não é possível “escrever a história definitiva de alguma coisa”, porque

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Q1986575 História

A história é um discurso mutável e problemático – ostensivamente a respeito de um aspecto do mundo, o passado –, produzido por um grupo de trabalhadores cujas mentes são de nosso tempo (em grande maioria, em nossa cultura, historiadores assalariados) e que fazem seu trabalho em modalidades mutuamente reconhecíveis que são posicionadas epistemológica, ideológica e praticamente; e cujos produtos, uma vez em circulação, estão sujeitos a uma série de usos e abusos logicamente infinitos mas que, na realidade, correspondem a uma variedade de bases de poder existentes em qualquer momento que for considerado, as quais estruturam e distribuem os significados das histórias ao longo de um espectro que vai do dominante ao marginal.

(Keith Jenkins, Re-thinking History. Apud Ciro Flamarion Cardoso, Introdução. Em: Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas (org.), Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia)


No excerto, Keith Jenkins

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Q1986576 História

[…] a ideia de que era possível narrar a História da Grécia por meio de suas cidades principais, Atenas e Esparta, parece também ter perdido sentido. Essas duas cidades eram grandes exceções, não a regra. Nesse campo, vale a pena citar os trabalhos coletivos do Centro para o Estudo da Pólis de Copenhagen, dirigido por Morgens Hansen. Dos inventários produzidos e dos amplos debates publicados destaca-se a imensa variedade das cidades no mundo de fala grega e não grega. A importância da cidade (pólis) para a vida dos gregos é, além disso, colocada em perspectiva. A maioria das cidades tinha dimensões mínimas (centenas de habitantes, às vezes poucos milhares) e não era autônoma. Inúmeras localidades e regiões nunca se organizaram como cidades – ao menos antes do Império Romano.

(Norberto Luiz Guarinello, História Antiga)


Segundo Guarinello, na obra citada, a História de Roma

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Q1986577 História

[…] o ritmo histórico da Idade Média foi se acelerando, e com ele nossos conhecimentos sobre o período. Sua infância e adolescência cobriram boa parte de sua vida (séculos IV-X), no entanto as fontes que temos sobre elas são comparativamente poucas. Sua maturidade (séculos XI-XIII) e senilidade (século XIV-XVI) deixaram, pelo contrário, uma abundante documentação.

(Hilário Franco Júnior, A Idade Média, nascimento do ocidente)


Segundo Franco Júnior, na Baixa Idade Média (século XIV-meados do século XVI), em relação aos trabalhadores rurais, a crise do século XIV 

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Q1986578 História

Os humanistas, num gesto ousado, tendiam a considerar como mais perfeita e mais expressiva a cultura que havia surgido e se desenvolvido no seio do paganismo, antes do advento de Cristo. […] Eram todos cristãos e apenas desejavam reinterpretar a mensagem do Evangelho à luz da experiência e dos valores da Antiguidade.

(Nicolau Sevcenko, O renascimento)


Sevcenko afirma que esses “valores da Antiguidade” 

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Q1986579 História

O mercantilismo inglês se beneficia da precocidade das instituições políticas e sociais, da qualidade da informação e da reflexão teórica no país, evolui, se adapta, se aperfeiçoa, e ajuda a Inglaterra a assumir, na Europa, uma verdadeira supremacia marítima e comercial e, talvez, já a supremacia industrial.

(Pierre Deyon, O mercantilismo)


Para Pierre Deyon, o mercantilismo adquiriu, na Inglaterra e em outros países europeus, três formas essenciais. Trata-se da

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Q1986580 História

Desde o século XVI, após os primeiros tempos da conquista do Peru e de seu impacto destruidor para os habitantes dos antigos territórios incas, a Coroa espanhola esforçou-se para evitar o genocídio dos súditos americanos organizando os sobreviventes em povoados, os chamados pueblos […]

(Maria Ligia Prado e Gabriela Pellegrino, História da América Latina)


Segundo a obra citada, os pueblos

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Q1986581 História

“Formação do Brasil no Atlântico Sul: o leitor que bateu o olho na capa do livro estará intrigado com o subtítulo. Quer dizer então que o Brasil se formou fora do Brasil? É exatamente isso: tal é o paradoxo que pretendo demonstrar […]

(Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes:

formação do Brasil no Atlântico Sul)


Para Alencastro, “o Brasil se formou fora do Brasil” porque

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Q1986582 História

Pela Declaração dos Direitos, a igualdade foi estreitamente associada à liberdade: fora avidamente exigida pela burguesia em contraposição à aristocracia, pelos camponeses face aos seus senhores. Tratava-se, porém, da igualdade civil, unicamente.

(Albert Soboul, A Revolução Francesa)


A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte, em agosto de 1789, preconizava

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Q1986583 História

Quando o terremoto de 1812 sacudiu Caracas e outras cidades da Venezuela, a posição da Igreja foi a de afirmar que este fora um castigo de Deus pela revolta contra o rei e a Igreja.

(Maria Ligia Prado e Gabriela Pellegrino, História da América Latina)


Prado e Pellegrino consideram que, durante o processo de independência da América espanhola, a Igreja Católica, enquanto instituição hierarquizada,

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Q1986584 História

Houve três ondas revolucionárias principais no mundo ocidental entre 1815 e 1848. (A Ásia e a África permaneciam até então imunes: as primeiras revoluções em grande escala na Ásia [...] só ocorreram na década de 1850). A primeira ocorreu em 1820-24. Na Europa, ela ficou limitada principalmente ao Mediterrâneo, com Espanha e Portugal (1820), Nápoles (1820) e a Grécia (1821) como seus epicentros. Fora a grega, todas essas insurreições foram sufocadas. […]

A segunda onda revolucionária ocorreu em 1829-34 […].

(Eric J. Hobsbawm, A Era das revoluções: Europa 1789-1848)


Segundo Hobsbawm, essa “segunda onda revolucionária”, entre outros eventos,

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Q1986585 História

[…] o surgimento dos movimentos operários ou, de maneira mais geral, da política democrática teve uma relação nítida com o surgimento do “novo imperialismo”. A partir do momento em que o grande imperialista Cecil Rhodes observou em 1895 que, para evitar a guerra civil, era preciso se tornar imperialista, a maioria dos observadores se conscientizou do assim chamado “imperialismo social” […]

(Eric J. Hobsbawm, A era dos impérios)


Para Hobsbawm, o “imperialismo social” deve ser entendido como 

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Q1986586 História

[…] é preciso explicar por que a reação da direita após a Primeira Grande Guerra conseguiu vitórias cruciais na forma do fascismo. Antes de 1914 já existiam movimentos extremistas da ultradireita – histericamente nacionalistas e xenofóbicos, promotores dos ideais da guerra e da violência, intolerantes e dados a atos violentamente coercivos, totalmente antiliberais, antidemocráticos, antiproletários, antissocialistas e antinacionalistas, defensores do sangue e do solo e dos valores antigos que a modernidade estava destruindo. Eles tinham alguma influência dentro da direita política e em alguns círculos intelectuais, mas em lugar algum chegam a dominar ou controlar.

(Eric Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991)


Para o autor de Era dos extremos, o que deu ao fascismo sua oportunidade, após a Primeira Guerra Mundial, foi

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Q1986587 História

A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra mundial. Mais que isso: apesar da retórica apocalíptica de ambos os lados, mas, sobretudo, do lado americano, os governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças no fim da Segunda Guerra Mundial […]

(Eric Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991)


Acerca da distribuição de forças com o fim da Segunda Guerra, é correto afirmar que

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Respostas
1: E
2: E
3: C
4: C
5: D
6: E
7: C
8: A
9: D
10: B
11: B
12: C
13: D
14: A
15: C
16: D
17: E
18: B
19: D
20: E