Questões Militares
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O Roubo do Relógio
Rolando Boldrin
Naquele arraial do Pau Fincado, havia um sujeitinho danado pra roubar coisas. Às vezes galinha, às vezes cavalo, às vezes coisas miúdas. A verdade é que o dito cujo era chegado em surrupiar bens alheios.
Todo mundo daquele arraial já estava até acostumado com os tais furtos. E a coisa chegou a tal ponto de constância que bastava alguém da por falta de qualquer objeto e lá vinha o comentário: “Ah, foi o Justino Larápio”.
E foi numa dessas que sumiu o relógio do cumpadi João, um cidadão por demais conhecido por aquelas bandas do Pau Fincado. Foi a conta de sumir o relógio dele para o dito cujo correr pra delegacia mais próxima e dar parte do fato.
O delegado pediu que o sêo João arranjasse três testemunhas para lavrar o ocorrido e então prender o tal ladrãozinho popular. Arranjar três testemunhas de que o tal Justino havia surrupiado qualquer coisa era fácil, dado a popularidade do dito cujo pra esses afazeres fora da lei.
A cena que conto agora transcorreu assim, sem tirar nem pôr. Intimado o Justino, eis ali, ladrão, vítima e três testemunhas:
DELEGADO (para a primeira testemunha) – O senhor viu o Justino roubar o relógio do sêo João, aqui presente?
TESTEMUNHA 1 – Dotô.Vê, ansim com os óio, eu num posso dizê que vi. Mas sei que ele é ladrão mêmo. O que ele vê na frente dele, ele passa a mão na hora. Pode prendê ele dotô!
DELEGADO (para a segunda testemunha) – E o senhor? Viu o Justino roubar o relógio do sêo João?
TESTEMUNHA 2 – Óia, dotô ...num vô falá que vi ele fazê isso, mas todo mundo no arraiá sabe que ele róba mêmo, uai. Pode prender sem susto. Eu garanto que foi ele que robô esse relógio.
DELEGADO (para a última testemunha) – E o senhor? Pode me dizer se viu o Justino roubar o relógio do sêo João?
TESTEMUNHA 3 – Dotô, ponho a mão no fogo si num foi ele. Prende logo esse sem vergonha, ladrão duma figa. Foi ele mêmo!
DELEGADO – Mas o senhor não viu ele roubar? O senhor sabe que foi ele, mas não viu o fato em si?
TESTEMUNHA 3 – Num carece de vê, dotô! Todo mundo sabe que ele róba. Pode preguntá pra cidade intêra. Foi ele. Prende logo esse peste!
DELEGADO (olhando firme para o Justino) – Olha aqui, Justino. Eu também tenho certeza de que foi você que roubou o relógio do sêo João. Mas, como não temos provas cabíveis, palpáveis e congruentes.... você está, por mim, absolvido.
JUSTINO (espantado, arregalando os olhos para o delegado) – O que, dotô ? O que que o sinhô me diz? Eu tô absorvido????
DELEGADO – Está absolvido.
JUSTINO – Qué dizê intão que eu tenho que devorvê o relógio?
Disponível em: http://www.rolandoboldrin.com.br/causos. Acessado em 19 ago. de 2016.
O Roubo do Relógio
Rolando Boldrin
Naquele arraial do Pau Fincado, havia um sujeitinho danado pra roubar coisas. Às vezes galinha, às vezes cavalo, às vezes coisas miúdas. A verdade é que o dito cujo era chegado em surrupiar bens alheios.
Todo mundo daquele arraial já estava até acostumado com os tais furtos. E a coisa chegou a tal ponto de constância que bastava alguém da por falta de qualquer objeto e lá vinha o comentário: “Ah, foi o Justino Larápio”.
E foi numa dessas que sumiu o relógio do cumpadi João, um cidadão por demais conhecido por aquelas bandas do Pau Fincado. Foi a conta de sumir o relógio dele para o dito cujo correr pra delegacia mais próxima e dar parte do fato.
O delegado pediu que o sêo João arranjasse três testemunhas para lavrar o ocorrido e então prender o tal ladrãozinho popular. Arranjar três testemunhas de que o tal Justino havia surrupiado qualquer coisa era fácil, dado a popularidade do dito cujo pra esses afazeres fora da lei.
A cena que conto agora transcorreu assim, sem tirar nem pôr. Intimado o Justino, eis ali, ladrão, vítima e três testemunhas:
DELEGADO (para a primeira testemunha) – O senhor viu o Justino roubar o relógio do sêo João, aqui presente?
TESTEMUNHA 1 – Dotô.Vê, ansim com os óio, eu num posso dizê que vi. Mas sei que ele é ladrão mêmo. O que ele vê na frente dele, ele passa a mão na hora. Pode prendê ele dotô!
DELEGADO (para a segunda testemunha) – E o senhor? Viu o Justino roubar o relógio do sêo João?
TESTEMUNHA 2 – Óia, dotô ...num vô falá que vi ele fazê isso, mas todo mundo no arraiá sabe que ele róba mêmo, uai. Pode prender sem susto. Eu garanto que foi ele que robô esse relógio.
DELEGADO (para a última testemunha) – E o senhor? Pode me dizer se viu o Justino roubar o relógio do sêo João?
TESTEMUNHA 3 – Dotô, ponho a mão no fogo si num foi ele. Prende logo esse sem vergonha, ladrão duma figa. Foi ele mêmo!
DELEGADO – Mas o senhor não viu ele roubar? O senhor sabe que foi ele, mas não viu o fato em si?
TESTEMUNHA 3 – Num carece de vê, dotô! Todo mundo sabe que ele róba. Pode preguntá pra cidade intêra. Foi ele. Prende logo esse peste!
DELEGADO (olhando firme para o Justino) – Olha aqui, Justino. Eu também tenho certeza de que foi você que roubou o relógio do sêo João. Mas, como não temos provas cabíveis, palpáveis e congruentes.... você está, por mim, absolvido.
JUSTINO (espantado, arregalando os olhos para o delegado) – O que, dotô ? O que que o sinhô me diz? Eu tô absorvido????
DELEGADO – Está absolvido.
JUSTINO – Qué dizê intão que eu tenho que devorvê o relógio?
Disponível em: http://www.rolandoboldrin.com.br/causos. Acessado em 19 ago. de 2016.
O Roubo do Relógio
Rolando Boldrin
Naquele arraial do Pau Fincado, havia um sujeitinho danado pra roubar coisas. Às vezes galinha, às vezes cavalo, às vezes coisas miúdas. A verdade é que o dito cujo era chegado em surrupiar bens alheios.
Todo mundo daquele arraial já estava até acostumado com os tais furtos. E a coisa chegou a tal ponto de constância que bastava alguém da por falta de qualquer objeto e lá vinha o comentário: “Ah, foi o Justino Larápio”.
E foi numa dessas que sumiu o relógio do cumpadi João, um cidadão por demais conhecido por aquelas bandas do Pau Fincado. Foi a conta de sumir o relógio dele para o dito cujo correr pra delegacia mais próxima e dar parte do fato.
O delegado pediu que o sêo João arranjasse três testemunhas para lavrar o ocorrido e então prender o tal ladrãozinho popular. Arranjar três testemunhas de que o tal Justino havia surrupiado qualquer coisa era fácil, dado a popularidade do dito cujo pra esses afazeres fora da lei.
A cena que conto agora transcorreu assim, sem tirar nem pôr. Intimado o Justino, eis ali, ladrão, vítima e três testemunhas:
DELEGADO (para a primeira testemunha) – O senhor viu o Justino roubar o relógio do sêo João, aqui presente?
TESTEMUNHA 1 – Dotô.Vê, ansim com os óio, eu num posso dizê que vi. Mas sei que ele é ladrão mêmo. O que ele vê na frente dele, ele passa a mão na hora. Pode prendê ele dotô!
DELEGADO (para a segunda testemunha) – E o senhor? Viu o Justino roubar o relógio do sêo João?
TESTEMUNHA 2 – Óia, dotô ...num vô falá que vi ele fazê isso, mas todo mundo no arraiá sabe que ele róba mêmo, uai. Pode prender sem susto. Eu garanto que foi ele que robô esse relógio.
DELEGADO (para a última testemunha) – E o senhor? Pode me dizer se viu o Justino roubar o relógio do sêo João?
TESTEMUNHA 3 – Dotô, ponho a mão no fogo si num foi ele. Prende logo esse sem vergonha, ladrão duma figa. Foi ele mêmo!
DELEGADO – Mas o senhor não viu ele roubar? O senhor sabe que foi ele, mas não viu o fato em si?
TESTEMUNHA 3 – Num carece de vê, dotô! Todo mundo sabe que ele róba. Pode preguntá pra cidade intêra. Foi ele. Prende logo esse peste!
DELEGADO (olhando firme para o Justino) – Olha aqui, Justino. Eu também tenho certeza de que foi você que roubou o relógio do sêo João. Mas, como não temos provas cabíveis, palpáveis e congruentes.... você está, por mim, absolvido.
JUSTINO (espantado, arregalando os olhos para o delegado) – O que, dotô ? O que que o sinhô me diz? Eu tô absorvido????
DELEGADO – Está absolvido.
JUSTINO – Qué dizê intão que eu tenho que devorvê o relógio?
Disponível em: http://www.rolandoboldrin.com.br/causos. Acessado em 19 ago. de 2016.
Nos últimos 20 anos. os níveis tecnológicos alcançados pelos produtores rurais brasileiros atingiram patamares expressivos que podem ser mensurados pelo aumento da produtividade no campo. Isso explica, por exemplo, o fato de o Brasil ter conseguido dobrar a produção de grãos com a mesma área plantada.
Hoje o agronegócio. entendido como a soma dos setores produtivos com os de processamento do produto final e os de fabricação de insumos, responde por quase um terço do PIB do Brasil e por valor semelhante das exportações totais do pais.
(http ://www. uff.br/ Adaptado)
I. A soja foi uma das principais responsáveis pelo crescimento do agronegócio no país.
II. O crescimento das atividades no campo só foi possível graças à redistribuição das terras que deixaram de ser concentradas.
III. As propriedades familiares que cultivaram cana-de-açúcar foram as que apresentaram maior nível de rentabilidade no campo brasileiro.
A questão está relacionada ao mapa a seguir
Nesta bacia foram construídas várias usinas hidrelétricas em
seu rio principal que apresenta um pequeno trecho navegável.
Uma das características marcantes dessa bacia é apresentar
parte de sua área sob o domínio do clima semiárido.
Observe o cartaz produzido em 1943 pelo Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP), no período do Estado Novo.
Soa improvável, sei. mas de acordo com alguns autores a maior ameaça à humanidade não são as bombas nucleares nem as mudanças climáticas. São os computadores. Dizem que eles ficarão mais inteligentes do que a gente, se isso já não aconteceu, e assumirão o controle. Sempre achei essa ideia duvidosa. Consigo entender o perigo dos explosivos atômicos, e as mudanças climáticas me aterrorizam, mas os computadores? Basta puxai- o fio da tomada.
Ou não. Foi o que pensei, dia desses, durante um evento sobre energia renovável. Falava um doutor inglês dos mais competentes. Logo mais, dizia ele, vamos economizar eletricidade através de informática caseira. Ela vai nos cobrar tarifas diferenciadas de acordo com a função de cada eletrodoméstico e o horário. Ligar o secador de cabelo na hora do pico, entre 18 e 22 horas, por exemplo, vai custar uma nota. Já quem quiser ver televisão durante a manhã vai pagar pouco.
Os preços serão organizados por um telão feito pela Nintendo, ou, talvez, outro fabricante de videogames ou celulares, explicou. Todos nós poderemos competir para ver quem economiza mais energia. Não estou inventando nada. Ouvi tudo isso do inglês. Ganharemos pontos — e dinheiro — se, por exemplo, deixarmos de utilizar a escova de dentes elétrica, optando pelo modelo manual.
Tive uma revelação paranoica nesse momento. É assim que as máquinas tomam o poder, pensei. Mas logo afastei a ideia. Sou fã da informática. Gosto dos computadores, até mais do que eles gostam de mim, desconfio.
(Matthew Shirts. O jacaré e o computador. http://vejasp. abril, com.br. Adaptado)
Lições do Titanic
O naufrágio do Titanic traz tristes memórias., heroísmo., coragem. arrogância, fé. lendas e mitos. Por isso e pela perda de cerca de 1500 vidas, é tragédia marcante da aventura humana. Diante de tal lembrança, conforta-nos a sabedoria de aprender com os erros, que pode e deve ser praticada por todos.
Cem anos após a triste noite de 14 de abril de 1912. quando um iceberg interrompeu a travessia do Atlântico entre Southampton (Reino Unido) e Nova York (EUA)., a frustrada viagem inaugural do navio ainda é um legado de preciosas lições. E todas se aplicam a distintas situações, inclusive na gestão empresarial.
A primeira refere-se à previsão relativa aos recursos de contingência. Nunca devem ser menores que a efetiva demanda em casos de incidentes e acidentes. Isso vale para reservas financeiras, alarmes, áreas de escoamento, estruturas e brigadas de incêndio.
O Titanic tinha só 16 botes salva-vidas, muito aquém do ideal.
A segunda lição é sobre a necessidade de testar qualquer equipamento, máquina, veículo, processo e sistema antes de ser colocado em operação comercial. O Titanic teve apenas seis horas de testes, e muito abaixo de sua velocidade máxima. Talvez por isso, os timoneiros não tenham conseguido manobrá-lo com eficiência ante a iminência do choque.
A comunicação, sempre decisiva e estratégica, é o objeto da terceira lição. O Titanic possuía o modemíssimo telégrafo do Sistema Marconi. Porém, muitos não sabiam operar aquela “maravilha sem fio"’ e alguns navios que poderiam tê-lo socorrido nem sequer contavam com ela.
Os meios de comunicação — incluindo os mais recentes, como redes sociais, tráfego de dados, G3, G4 e outros recursos cibernéticos — precisam ser bem utilizados e todos os interlocutores devem compartilhá-los de maneira eficaz no domínio da tecnologia.
Outra análise importante é que a arrogância nunca deve subjugar o bom senso. A humildade é sempre boa conselheira, mesmo quando a autossegurança resulta de grande experiência ou baseia-se no uso de avançada tecnologia. O excesso de confiança pode explicar o motivo de o capitão Smith ter ignorado os alertas de gelo no mar e ter determinado velocidade máxima.
Que a triste e centenária lembrança, registrada no Reino Unido e em todo o mundo, não seja em vão. Aprender com os equívocos do passado nos capacita a um futuro sempre melhor.
(Josué Gomes da Silva, Folha de S.Paulo, 15.04.2012. Adaptado)