Questões Militares

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Q1806248 Português

Texto 1A1-I


    Quando você recebe a dose de uma vacina tradicional, inclusive algumas das feitas contra o novo coronavírus, as partículas de vírus atenuadas ou inativas presentes no imunizante desencadeiam uma resposta imunológica no seu organismo, de modo a treiná-lo a enfrentar a doença. A mesma lógica pode valer, do ponto de vista psicológico, contra outra “epidemia” atual — a de desinformação, manipulação de informações e disseminação de fake news (notícias falsas).

    Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, estão estudando o quanto pequenas doses preventivas e “atenuadas” de técnicas de desinformação podem proteger as pessoas contra o ambiente de notícias falsas ou distorcidas na Internet, particularmente em tempos de covid-19. 

    “O objetivo é criar uma espécie de resistência psicológica contra a persuasão, para que, no futuro, quando você estiver exposto à desinformação, ela seja menos convincente, porque você terá ‘anticorpos’”, explica Jon Roozenbeek, pesquisador do Laboratório de Tomada de Decisões Sociais do Departamento de Psicologia da Universidade de Cambridge. “Em outras palavras, se você conhece as técnicas e os truques usados para enganar as pessoas ou persuadi-las, você terá menos probabilidade de cair neles”.

    Uma dessas vacinas em teste é um jogo online chamado Go Viral! (“Viralize”, em tradução livre), com duração de pouco mais de cinco minutos. Nele, o jogador assume o personagem de alguém que quer viralizar na Internet a qualquer custo. Nesse papel, ele coloca em prática as táticas mais usadas para disseminar desinformação e notícias falsas, tais como: explorar as emoções do espectador — notícias falsas costumam ser redigidas ou manipuladas de forma a nos causar raiva, indignação, medo, angústia e, por consequência, provocar o ímpeto de rapidamente compartilharmos aquele conteúdo; inventar especialistas para sustentar alegações, quaisquer que elas sejam, dando a elas um falso lastro ou uma falsa aura de importância; alimentar teorias da conspiração que forneçam a seus seguidores explicações coerentes (mesmo que falsas) e bodes expiatórios ideais para complexos problemas globais. Atraentes, essas teorias costumam gerar bastante engajamento na Internet.

    Em estudo publicado no periódico Big Data & Society, Roozenbeek e seus colegas submeteram usuários do Go Viral! a questionários e identificaram que, de modo geral, os jogadores aumentaram a percepção a respeito do que é e do que não é manipulação no noticiário da pandemia de covid-19.

    Os jogadores também ganharam mais confiança em sua habilidade de identificar conteúdo manipulador — e, por consequência, muitos deixaram de compartilhar essas fake news com outras pessoas.

    Agora, os pesquisadores querem entender quanto tempo dura essa imunização, ou seja, por quanto tempo o entendimento dessas técnicas de manipulação permanece “fresco” na mente dos jogadores.


Internet: <www.bbc.com/portuguese> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto 1A1-I, julgue o item a seguir.


Infere-se do penúltimo parágrafo do texto que, no trecho “muitos deixaram de compartilhar essas fake news com outras pessoas”, está elíptico o substantivo jogadores após o termo “muitos”.

Alternativas
Q1805775 Português

Leia o seguinte excerto do texto I e, em seguida, analise as afirmativas apresentadas:


“...o ‘homem cordial’ é avesso ao esforço metódico e à concentração; prefere o circunstancial, a moda do momento e o jeito mais rápido de conquistar aquilo que deseja.” (ℓ. 12 a 15)


I. A reescrita “... o ‘homem cordial’ prefere o circunstancial, a moda do momento e o jeito mais rápido de conquistar aquilo que deseja ao esforço metódico e à concentração...” preserva o sentido original e atende à norma padrão da língua.

II. As aspas foram utilizadas nesse excerto, assim como nas linhas 1, 3 e 5 do texto, para ressaltar o valor pejorativo da expressão e indicar a ironia de Marco A. Rossi, autor do texto.

III. Os termos “ao esforço metódico” e “à concentração” complementam o sentido do adjetivo que exerce função sintática de predicativo do sujeito; já os termos “o circunstancial”, “a moda do momento” e “o jeito mais rápido...” complementam o sentido de um verbo transitivo direto.


Está correto o que se afirma apenas em

Alternativas
Q1805770 Português

Analise as afirmativas sobre o texto I.


I. Ao afirmar que o “homem cordial” é fruto de um “cruzamento” (ℓ. 5), o autor refere-se à mistura entre a cultura brasileira e as estrangeiras.

II. A conjunção “embora” (ℓ. 10) conecta enunciados que demonstram um traço contraditório no comportamento do “homem cordial”.

III. A citação do livro “Raízes do Brasil” configura, no texto, o que se denomina “argumento de autoridade”, com a finalidade de conferir peso aos argumentos de Marco Rossi.

IV. Predomina no texto uma postura crítica do autor que, questionando os limites da tese de Sérgio Buarque, aponta para um novo tipo de homem cordial.


Está correto o que se afirma apenas em

Alternativas
Q1805530 Português

TEXTO III

   Observe a seguir um dos cartazes da campanha publicitária sobre o cigarro Vila Rica – que circulou no Brasil na década de 1970 – e deu origem à chamada Lei de Gérson, conforme citado no 1º parágrafo do texto II. O personagem do cartaz é o jogador de futebol Gérson, já citado também no texto II. 



A partir da leitura da peça publicitária, e considerando as informações do texto II sobre a “Lei de Gérson”, analise as afirmativas a seguir como verdadeira ou falsas.
I. A marca do cigarro Vila Rica aproveita a popularidade do famoso jogador Gérson para alavancar a venda do produto. II. A “Lei da vantagem”, empregada pela arbitragem no futebol, possui regras; essas regras estão explicitadas na argumentação do texto II e na peça publicitária. III. O vocábulo “leve” pode ser entendido tanto como verbo quanto como adjetivo em ambas as ocorrências no cartaz. IV. No cartaz, o advérbio “também” funciona como um termo fundamental para induzir a uma proximidade entre Gérson – um ídolo do futebol – e o público; e, dessa forma, criar a estratégia de persuasão necessária à propaganda.
Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas
Q1804077 Português

Meu ideal seria escrever...


Rubem Braga


    Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse — “ai meu Deus, que história mais engraçada!”. E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria — “mas essa história é mesmo muito engraçada!”.

    Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para cara do outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.

    Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse — e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse —“por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.

    E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês em Chicago — mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, O seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina.”

    E quando todos me perguntassem — “mas de onde é que você tirou essa história?” — eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”

    E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro. 

Fonte: As cem melhores crônicas brasileiras/ Joaquim Ferreira dos Santos, organização e introdução. - Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 


Com base no Texto, responda à questão.

Assinale a opção em que a mudança da posição do adjetivo ao lado do substantivo vai implicar uma alteração de sentido daquele.
Alternativas
Respostas
211: C
212: B
213: B
214: C
215: E