Questões Militares Comentadas por alunos sobre romantismo em literatura
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Leia o trecho do romance O guarani, de José de Alencar, para responder à questão.
Muitos acontecimentos se tinham passado entre eles nestes dois dias; há circunstâncias em que os sentimentos marcham com uma rapidez extraordinária, e devoram meses e anos num só minuto.
Reunidos nesta sala pela necessidade extrema do perigo, vendo-se a cada momento, trocando ora uma palavra, ora um olhar, sentindo-se enfim perto um do outro, esses dois corações, se não se amavam, compreendiam-se ao menos.
Álvaro fugia e evitava Isabel; tinha medo desse amor ardente que o envolvia num olhar, dessa paixão profunda e resignada que se curvava a seus pés sorrindo melancolicamente. Sentia-se fraco para resistir, e entretanto o seu dever mandava que resistisse.
Ele amava, ou cuidava* amar ainda Cecília; prometera a seu pai ser seu marido; e na situação em que se achavam, aquela promessa era mais do que um juramento, era uma necessidade imperiosa, uma fatalidade que se devia cumprir.
Como podia ele pois alimentar uma esperança de Isabel? Não seria infame, indigno, aceitar o amor que ela lhe oferecera suplicando? Não era seu dever destruir naquele coração esse sentimento impossível?
(José de Alencar, O guarani)
* imaginava
Num país sem tradições, é compreensível que se tenha desenvolvido a ânsia de ter raízes, de aprofundar no passado a própria realidade, a fim de demonstrar a mesma dignidade histórica dos velhos países. Nesse afã, os românticos compuseram uma literatura para o passado brasileiro, estabelecendo troncos a que se pudesse filiar (...)
(Antonio Candido)
No trecho crítico acima, há elementos que ajudam a compreender
Observe a imagem a seguir.
A tela Iracema (1881), de José Maria de Medeiros, é um
símbolo
Instrução: O texto a seguir é base para a questão.
Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.
Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém na mesma delicadeza do porte esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade nos relevos.
Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência* juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha** de róseo matiz. A dela era assim.
Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela se preparava para sua celeste ascensão.
(José de Alencar, Diva.)
* Pubescência: puberdade.
** Escumilha: borda sobre escumilha (tecido).