Questões Militares Comentadas para exército

Foram encontradas 7.303 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q677570 Português

                                                             Texto 1

                                         A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS

                                                                                                        Carlos Corrêa

      Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação do homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não têm nada de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre os maiores venenos que existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que são de origem sintética.

      Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados, churrascos) causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau) causadores de câncer do esôfago e da boca e muitos outros.

      A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de resíduos no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da camada de ozônio e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e pesticidas.

      Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta o lixo? Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de validade? Quem trata os efluentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as queimadas mas enche a sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de artifício, que enche a atmosfera e as águas de metais pesados?

      Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas, imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio destinado a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000 substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve de aparecer o qualificativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias, naturais ou de síntese, são “substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese, podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose.

      Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e jogadores de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância química responsável por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os Químicos determinaram as estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes chamar “substâncias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias químicas” que invadem as nossas vidas?

      A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas “substâncias químicas” é desmentida pelas estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de aumento do câncer do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta necessariamente um aumento do número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas 4000 substâncias tóxicas, irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A reação de combustão não foi inventada pelos químicos; vem da idade da pedra, quando o homem descobriu o fogo.

      O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos anos 60, com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer responsável pelo maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as substâncias de síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso sucede somente quando há exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro, o excesso de álcool, certas viroses, inflamações crônicas e problemas hormonais. A melhor defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais.

      Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram resultado positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias naturais que dão resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de doses muito elevadas das substâncias pode justificar tal relação.

      Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel, mostrasse que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que, há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta substâncias testadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava testar cerca de um milhar! Vamos deixar de tomar café? Certamente que não. O que sucede é que a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o que não sucedia no passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas substâncias estão presentes em concentrações demasiado pequenas para causar danos.

      Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos associados à possível presença de pequenas quantidades de pesticidas.

CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em:<http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49746&op=all> . Acesso em 17 Abr 2015. (Texto adaptado) 


                                                              Texto 2

                          CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO

                               QUESTIONAM A VERDADE QUE LHES É VENDIDA

                                                                                                                       Ênio Rodrigo

      Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais firmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos ajudando a regular sua flora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.

     Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como ( 1 ) nossa", acrescenta.

      Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã(Universo dos Livros, 2007), afirma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público específico ou senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 ) perceber que a verdade suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer científico, ou seja, de que a verdade é questionável", enfatiza.

      Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".

      Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a utilização do recurso da imagem científica para vender: a quantidade de informação que a ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania.

      O fascínio por determinados temas científicos segue a lógica da saturação do termo, ou seja, ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou ( 5 ) apropriação da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz.

      Onde estão os dados comprovando as afirmações científicas, no entanto? De acordo com Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho científico, devem trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que fica a cargo do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor pode pedir uma revisão ou confirmação científica dos dados apresentados, contudo em 99% dos casos esses certificados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são raríssimos. 

RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em:<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252009000100006&script=sci_arttext>. Acesso em 22/04/2015. 


                                                     TEXTO 4

                                       PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

                                                                                                        Augusto dos Anjos

                                     Eu, filho do carbono e do amoníaco,

                                       Monstro de escuridão e rutilância,

                                    Sofro, desde a epigênese da infância,

                                    A influência má dos signos do zodíaco.


                                       Profundissimamente hipocondríaco,

                                   Este ambiente me causa repugnância...

                               Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

                                  Que se escapa da boca de um cardíaco.


                                 Já o verme — este operário das ruínas —

                                     Que o sangue podre das carnificinas

                                   Come, e à vida em geral declara guerra,


                                  Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

                                     E há de deixar-me apenas os cabelos,

                                        Na frialdade inorgânica da terra!

ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. 

Marque a opção em que o uso de vírgulas segue uma regra diversa da que foi aplicada aos demais casos.
Alternativas
Q677569 Português

                                                    Texto 1

                                  A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS

                                                                                                        Carlos Corrêa

      Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação do homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não têm nada de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre os maiores venenos que existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que são de origem sintética.

      Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados, churrascos) causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau) causadores de câncer do esôfago e da boca e muitos outros.

      A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de resíduos no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da camada de ozônio e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e pesticidas.

      Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta o lixo? Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de validade? Quem trata os efluentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as queimadas mas enche a sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de artifício, que enche a atmosfera e as águas de metais pesados?

      Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas, imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio destinado a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000 substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve de aparecer o qualificativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias, naturais ou de síntese, são “substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese, podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose.

      Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e jogadores de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância química responsável por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os Químicos determinaram as estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes chamar “substâncias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias químicas” que invadem as nossas vidas?

      A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas “substâncias químicas” é desmentida pelas estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de aumento do câncer do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta necessariamente um aumento do número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas 4000 substâncias tóxicas, irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A reação de combustão não foi inventada pelos químicos; vem da idade da pedra, quando o homem descobriu o fogo.

      O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos anos 60, com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer responsável pelo maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as substâncias de síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso sucede somente quando há exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro, o excesso de álcool, certas viroses, inflamações crônicas e problemas hormonais. A melhor defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais.

      Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram resultado positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias naturais que dão resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de doses muito elevadas das substâncias pode justificar tal relação.

      Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel, mostrasse que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que, há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta substâncias testadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava testar cerca de um milhar! Vamos deixar de tomar café? Certamente que não. O que sucede é que a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o que não sucedia no passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas substâncias estão presentes em concentrações demasiado pequenas para causar danos.

      Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos associados à possível presença de pequenas quantidades de pesticidas.

CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em:<http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49746&op=all> . Acesso em 17 Abr 2015. (Texto adaptado) 


                                                     Texto 2

                     CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO

                          QUESTIONAM A VERDADE QUE LHES É VENDIDA

                                                                                                                  Ênio Rodrigo

      Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais firmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos ajudando a regular sua flora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.

     Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como ( 1 ) nossa", acrescenta.

      Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã(Universo dos Livros, 2007), afirma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público específico ou senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 ) perceber que a verdade suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer científico, ou seja, de que a verdade é questionável", enfatiza.

      Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".

      Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a utilização do recurso da imagem científica para vender: a quantidade de informação que a ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania.

      O fascínio por determinados temas científicos segue a lógica da saturação do termo, ou seja, ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou ( 5 ) apropriação da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz.

      Onde estão os dados comprovando as afirmações científicas, no entanto? De acordo com Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho científico, devem trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que fica a cargo do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor pode pedir uma revisão ou confirmação científica dos dados apresentados, contudo em 99% dos casos esses certificados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são raríssimos. 

RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em:<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252009000100006&script=sci_arttext>. Acesso em 22/04/2015. 


                                                          Texto 3

                                                         SOLUÇÃO

                                                                                                      João Paiva

                                                Eu quero uma solução

                                               homogênea, preparada,

                                                coisa certa, controlada

                                                 para ter tudo na mão.

                                                 Solução para questão

                                                que não ouso resolver.

                                                   Diluída num balão

                                                 elixir pra me entreter.

                                                  Faço centrifugação

                                                  para ter ar uniforme

                                                uso varinha conforme,

                                                   seja mágica ou não.

                                                   Busco uma solução

                                                  tudo lindo, direitinho

                                             eu quero ter tudo certinho

                                               ter o mundo nesta mão.

                                                     Procuro mistura,

                                         então aqueço tudo em cadinho.

                                                 E vejo não ter solução

                                               mas apenas um caminho...

PAIVA, João. Quase poesia, quase química. Disponível em:<http://www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/quase-poesia-quase-quimica-jpaiva2012.pdfAcesso em: 22/04/2015.


                                                        TEXTO 4

                                       PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

                                                                                                        Augusto dos Anjos

                                     Eu, filho do carbono e do amoníaco,

                                       Monstro de escuridão e rutilância,

                                    Sofro, desde a epigênese da infância,

                                    A influência má dos signos do zodíaco.


                                       Profundissimamente hipocondríaco,

                                   Este ambiente me causa repugnância...

                               Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

                                  Que se escapa da boca de um cardíaco.


                                 Já o verme — este operário das ruínas —

                                     Que o sangue podre das carnificinas

                                   Come, e à vida em geral declara guerra,


                                  Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

                                     E há de deixar-me apenas os cabelos,

                                        Na frialdade inorgânica da terra!

ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. 

Assinale a opção em que a análise do termo destacado em negrito está de acordo com o uso no contexto dado.
Alternativas
Q677568 Português

                                                          Texto 2

                          CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO

                             QUESTIONAM A VERDADE QUE LHES É VENDIDA

                                                                                                                           Ênio Rodrigo

      Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais firmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos ajudando a regular sua flora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.

     Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como ( 1 ) nossa", acrescenta.

      Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã(Universo dos Livros, 2007), afirma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público específico ou senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 ) perceber que a verdade suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer científico, ou seja, de que a verdade é questionável", enfatiza.

      Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".

      Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a utilização do recurso da imagem científica para vender: a quantidade de informação que a ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania.

      O fascínio por determinados temas científicos segue a lógica da saturação do termo, ou seja, ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou ( 5 ) apropriação da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz.

      Onde estão os dados comprovando as afirmações científicas, no entanto? De acordo com Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho científico, devem trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que fica a cargo do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor pode pedir uma revisão ou confirmação científica dos dados apresentados, contudo em 99% dos casos esses certificados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são raríssimos. 

RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em:<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252009000100006&script=sci_arttext>. Acesso em 22/04/2015. 

Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas existentes no texto 2, respectivamente.
Alternativas
Q677524 Inglês

Billions of dollars spent on defeating improvised explosive devices (IED) are beginning to show what technology can and cannot do for the evolving struggle.

Two platoons of U.S. Army scouts are in a field deep in the notorious “Triangle of Death” south of Baghdad, a region of countless clashes between Sunni insurgents and Shia militias. The platoons are guided by a local man who’s warned them of pressure-plate improvised explosive devices, designed to explode when stepped on. He has assured them that he knows where the IED’s are, which means he is almost certainly a former Sunni insurgent.

The platoons come under harassing fire. It stops, but later the tension mounts again as they maneuver near an abandoned house known to shelter al-Qaeda fighters. A shot rings out; the scouts take cover. They don’t realize it’s just their local guide, with an itchy trigger finger, taking the potshot at the house. The lieutenant leading the patrol summons three riflemen to cover the abandoned house.

Then all hell breaks loose. One of the riflemen, a sergeant, steps on a pressure-plate IED. The blast badly injures him, the two other riflemen, and the lieutenant. A Navy explosives specialist along on the mission immediately springs into action, using classified gear to comb the area for more bombs. Until he gives the all clear, no one can move, not even to tend the bleeding men. Meanwhile, one of the frozen-inspace scouts notices another IED right next to him and gives a shout, provoking more combing in his area. Then a big area has to be cleared so that the medevac helicopter already on the way can land.

That incident, which took place on 7 November 2007, exhibits many of the hallmarks of the missions in Iraq and Afghanistan – a small patrol; a local man of dubious background; Navy specialists working with soldiers on dry land; and costly technologies pressed into service against cheap and crude weapons. And, most of all, death by IED.  

The word underlined in the sentence “That incident, which took place on 7 November 2007, exhibits many of the hallmarks of the missions in Iraq and Afghanistan ...” can be replaced by which of the following expressions, still keeping the same meaning?
Alternativas
Q677523 Inglês

Billions of dollars spent on defeating improvised explosive devices (IED) are beginning to show what technology can and cannot do for the evolving struggle.

Two platoons of U.S. Army scouts are in a field deep in the notorious “Triangle of Death” south of Baghdad, a region of countless clashes between Sunni insurgents and Shia militias. The platoons are guided by a local man who’s warned them of pressure-plate improvised explosive devices, designed to explode when stepped on. He has assured them that he knows where the IED’s are, which means he is almost certainly a former Sunni insurgent.

The platoons come under harassing fire. It stops, but later the tension mounts again as they maneuver near an abandoned house known to shelter al-Qaeda fighters. A shot rings out; the scouts take cover. They don’t realize it’s just their local guide, with an itchy trigger finger, taking the potshot at the house. The lieutenant leading the patrol summons three riflemen to cover the abandoned house.

Then all hell breaks loose. One of the riflemen, a sergeant, steps on a pressure-plate IED. The blast badly injures him, the two other riflemen, and the lieutenant. A Navy explosives specialist along on the mission immediately springs into action, using classified gear to comb the area for more bombs. Until he gives the all clear, no one can move, not even to tend the bleeding men. Meanwhile, one of the frozen-inspace scouts notices another IED right next to him and gives a shout, provoking more combing in his area. Then a big area has to be cleared so that the medevac helicopter already on the way can land.

That incident, which took place on 7 November 2007, exhibits many of the hallmarks of the missions in Iraq and Afghanistan – a small patrol; a local man of dubious background; Navy specialists working with soldiers on dry land; and costly technologies pressed into service against cheap and crude weapons. And, most of all, death by IED.  

The sentence “Then all hell breaks loose.” means that ...
Alternativas
Q677522 Inglês

Billions of dollars spent on defeating improvised explosive devices (IED) are beginning to show what technology can and cannot do for the evolving struggle.

Two platoons of U.S. Army scouts are in a field deep in the notorious “Triangle of Death” south of Baghdad, a region of countless clashes between Sunni insurgents and Shia militias. The platoons are guided by a local man who’s warned them of pressure-plate improvised explosive devices, designed to explode when stepped on. He has assured them that he knows where the IED’s are, which means he is almost certainly a former Sunni insurgent.

The platoons come under harassing fire. It stops, but later the tension mounts again as they maneuver near an abandoned house known to shelter al-Qaeda fighters. A shot rings out; the scouts take cover. They don’t realize it’s just their local guide, with an itchy trigger finger, taking the potshot at the house. The lieutenant leading the patrol summons three riflemen to cover the abandoned house.

Then all hell breaks loose. One of the riflemen, a sergeant, steps on a pressure-plate IED. The blast badly injures him, the two other riflemen, and the lieutenant. A Navy explosives specialist along on the mission immediately springs into action, using classified gear to comb the area for more bombs. Until he gives the all clear, no one can move, not even to tend the bleeding men. Meanwhile, one of the frozen-inspace scouts notices another IED right next to him and gives a shout, provoking more combing in his area. Then a big area has to be cleared so that the medevac helicopter already on the way can land.

That incident, which took place on 7 November 2007, exhibits many of the hallmarks of the missions in Iraq and Afghanistan – a small patrol; a local man of dubious background; Navy specialists working with soldiers on dry land; and costly technologies pressed into service against cheap and crude weapons. And, most of all, death by IED.  

According to the text, it is correct to say that improvised explosive devices ...
Alternativas
Q677521 Inglês

Billions of dollars spent on defeating improvised explosive devices (IED) are beginning to show what technology can and cannot do for the evolving struggle.

Two platoons of U.S. Army scouts are in a field deep in the notorious “Triangle of Death” south of Baghdad, a region of countless clashes between Sunni insurgents and Shia militias. The platoons are guided by a local man who’s warned them of pressure-plate improvised explosive devices, designed to explode when stepped on. He has assured them that he knows where the IED’s are, which means he is almost certainly a former Sunni insurgent.

The platoons come under harassing fire. It stops, but later the tension mounts again as they maneuver near an abandoned house known to shelter al-Qaeda fighters. A shot rings out; the scouts take cover. They don’t realize it’s just their local guide, with an itchy trigger finger, taking the potshot at the house. The lieutenant leading the patrol summons three riflemen to cover the abandoned house.

Then all hell breaks loose. One of the riflemen, a sergeant, steps on a pressure-plate IED. The blast badly injures him, the two other riflemen, and the lieutenant. A Navy explosives specialist along on the mission immediately springs into action, using classified gear to comb the area for more bombs. Until he gives the all clear, no one can move, not even to tend the bleeding men. Meanwhile, one of the frozen-inspace scouts notices another IED right next to him and gives a shout, provoking more combing in his area. Then a big area has to be cleared so that the medevac helicopter already on the way can land.

That incident, which took place on 7 November 2007, exhibits many of the hallmarks of the missions in Iraq and Afghanistan – a small patrol; a local man of dubious background; Navy specialists working with soldiers on dry land; and costly technologies pressed into service against cheap and crude weapons. And, most of all, death by IED.  

The guide of the U.S. platoon ...
Alternativas
Q677520 Inglês

Billions of dollars spent on defeating improvised explosive devices (IED) are beginning to show what technology can and cannot do for the evolving struggle.

Two platoons of U.S. Army scouts are in a field deep in the notorious “Triangle of Death” south of Baghdad, a region of countless clashes between Sunni insurgents and Shia militias. The platoons are guided by a local man who’s warned them of pressure-plate improvised explosive devices, designed to explode when stepped on. He has assured them that he knows where the IED’s are, which means he is almost certainly a former Sunni insurgent.

The platoons come under harassing fire. It stops, but later the tension mounts again as they maneuver near an abandoned house known to shelter al-Qaeda fighters. A shot rings out; the scouts take cover. They don’t realize it’s just their local guide, with an itchy trigger finger, taking the potshot at the house. The lieutenant leading the patrol summons three riflemen to cover the abandoned house.

Then all hell breaks loose. One of the riflemen, a sergeant, steps on a pressure-plate IED. The blast badly injures him, the two other riflemen, and the lieutenant. A Navy explosives specialist along on the mission immediately springs into action, using classified gear to comb the area for more bombs. Until he gives the all clear, no one can move, not even to tend the bleeding men. Meanwhile, one of the frozen-inspace scouts notices another IED right next to him and gives a shout, provoking more combing in his area. Then a big area has to be cleared so that the medevac helicopter already on the way can land.

That incident, which took place on 7 November 2007, exhibits many of the hallmarks of the missions in Iraq and Afghanistan – a small patrol; a local man of dubious background; Navy specialists working with soldiers on dry land; and costly technologies pressed into service against cheap and crude weapons. And, most of all, death by IED.  

The scene narrated in this passage shows that...
Alternativas
Q677519 Inglês

Billions of dollars spent on defeating improvised explosive devices (IED) are beginning to show what technology can and cannot do for the evolving struggle.

Two platoons of U.S. Army scouts are in a field deep in the notorious “Triangle of Death” south of Baghdad, a region of countless clashes between Sunni insurgents and Shia militias. The platoons are guided by a local man who’s warned them of pressure-plate improvised explosive devices, designed to explode when stepped on. He has assured them that he knows where the IED’s are, which means he is almost certainly a former Sunni insurgent.

The platoons come under harassing fire. It stops, but later the tension mounts again as they maneuver near an abandoned house known to shelter al-Qaeda fighters. A shot rings out; the scouts take cover. They don’t realize it’s just their local guide, with an itchy trigger finger, taking the potshot at the house. The lieutenant leading the patrol summons three riflemen to cover the abandoned house.

Then all hell breaks loose. One of the riflemen, a sergeant, steps on a pressure-plate IED. The blast badly injures him, the two other riflemen, and the lieutenant. A Navy explosives specialist along on the mission immediately springs into action, using classified gear to comb the area for more bombs. Until he gives the all clear, no one can move, not even to tend the bleeding men. Meanwhile, one of the frozen-inspace scouts notices another IED right next to him and gives a shout, provoking more combing in his area. Then a big area has to be cleared so that the medevac helicopter already on the way can land.

That incident, which took place on 7 November 2007, exhibits many of the hallmarks of the missions in Iraq and Afghanistan – a small patrol; a local man of dubious background; Navy specialists working with soldiers on dry land; and costly technologies pressed into service against cheap and crude weapons. And, most of all, death by IED.  

What scene is narrated in this passage?
Alternativas
Q677518 Inglês
In countless panel discussions on the future of technology, I’m not sure I ever got anything right. As I look back on technological progress, I experience first retrospective surprise, then surprise that I’m surprised, because it all crept up on me when I wasn’t looking. How can something like Google feel so inevitable and yet be impossible to predict? I’m filled with wonder at all that we engineers have accomplished, and I take great communal pride in how we’ve changed the world in so many ways. Decades ago I never dreamed we would have satellite navigation, computers in our pockets, the Internet, cellphones, neither robots that would explore Mars. How did all this happen, and what are we doing for our next trick? The software pioneer Alan Kay has said that the best way to predict the future is to invent it, and that’s what we’ve been busy doing. 
According to the passage, we can say that its author
Alternativas
Q677517 Inglês
In countless panel discussions on the future of technology, I’m not sure I ever got anything right. As I look back on technological progress, I experience first retrospective surprise, then surprise that I’m surprised, because it all crept up on me when I wasn’t looking. How can something like Google feel so inevitable and yet be impossible to predict? I’m filled with wonder at all that we engineers have accomplished, and I take great communal pride in how we’ve changed the world in so many ways. Decades ago I never dreamed we would have satellite navigation, computers in our pockets, the Internet, cellphones, neither robots that would explore Mars. How did all this happen, and what are we doing for our next trick? The software pioneer Alan Kay has said that the best way to predict the future is to invent it, and that’s what we’ve been busy doing. 
 In the sentence “Decades ago I never dreamed we would have satellite navigation, computers in our pockets, the Internet, cellphones, neither robots that would explore Mars.” the word 'neither' can be changed for which of the following words, still keeping the same meaning and grammatical accuracy? 
Alternativas
Q677516 Inglês
In countless panel discussions on the future of technology, I’m not sure I ever got anything right. As I look back on technological progress, I experience first retrospective surprise, then surprise that I’m surprised, because it all crept up on me when I wasn’t looking. How can something like Google feel so inevitable and yet be impossible to predict? I’m filled with wonder at all that we engineers have accomplished, and I take great communal pride in how we’ve changed the world in so many ways. Decades ago I never dreamed we would have satellite navigation, computers in our pockets, the Internet, cellphones, neither robots that would explore Mars. How did all this happen, and what are we doing for our next trick? The software pioneer Alan Kay has said that the best way to predict the future is to invent it, and that’s what we’ve been busy doing. 
The sentence “How can something like Google feel so inevitable and yet be impossible to predict?” means that …
Alternativas
Q677515 Inglês
In countless panel discussions on the future of technology, I’m not sure I ever got anything right. As I look back on technological progress, I experience first retrospective surprise, then surprise that I’m surprised, because it all crept up on me when I wasn’t looking. How can something like Google feel so inevitable and yet be impossible to predict? I’m filled with wonder at all that we engineers have accomplished, and I take great communal pride in how we’ve changed the world in so many ways. Decades ago I never dreamed we would have satellite navigation, computers in our pockets, the Internet, cellphones, neither robots that would explore Mars. How did all this happen, and what are we doing for our next trick? The software pioneer Alan Kay has said that the best way to predict the future is to invent it, and that’s what we’ve been busy doing. 
The word 'it', underlined in the sentence “As I look back on technological progress, I experience first retrospective surprise, then surprise that I’m surprised, because it all crept up on me when I wasn’t looking” refers to which idea mentioned in the text?
Alternativas
Q677514 Inglês
Glaciers at the equator. The legendary source of the River Nile. Mysterious snow-capped peaks shrouded in an impenetrable cloud. These may sound like the stuff of myths – but in this case these descriptions aptly depict Uganda’s Rwenzori Mountains, known for more than 2,000 years as the Mountains of the Moon. Located at Uganda’s western border with the Democratic Republic of Congo, the Rwenzori Mountains rise as much as 5,109 m (16,763 ft) above gorges at equatorial sea-level to create an amazingly diverse environment that includes tropical rain forests, marshes and lakes, grasslands, glaciers and snowfields. The flora and fauna that flourish there are as unique as the region itself. On gentler slopes, rare mountain gorillas may inhabit bamboo forests, while giant tree heathers up to 10 m (33 ft) tall sway on open ridge tops. It’s no wonder much of the region is now designated World Heritage Site – yet only the lucky visitors will actually see the 100 km (62 mi) of mountain peaks, as a cloak of thick fog envelopes the Rwenzori year-round. It was this fog cloud that kept the legendary peaks from being documented until the late 1800s by non-African explorers – and the summit wasn’t reached until year later. 
About the Rwenzori Mountains, it is correct to say that ...
Alternativas
Q677513 Inglês
Glaciers at the equator. The legendary source of the River Nile. Mysterious snow-capped peaks shrouded in an impenetrable cloud. These may sound like the stuff of myths – but in this case these descriptions aptly depict Uganda’s Rwenzori Mountains, known for more than 2,000 years as the Mountains of the Moon. Located at Uganda’s western border with the Democratic Republic of Congo, the Rwenzori Mountains rise as much as 5,109 m (16,763 ft) above gorges at equatorial sea-level to create an amazingly diverse environment that includes tropical rain forests, marshes and lakes, grasslands, glaciers and snowfields. The flora and fauna that flourish there are as unique as the region itself. On gentler slopes, rare mountain gorillas may inhabit bamboo forests, while giant tree heathers up to 10 m (33 ft) tall sway on open ridge tops. It’s no wonder much of the region is now designated World Heritage Site – yet only the lucky visitors will actually see the 100 km (62 mi) of mountain peaks, as a cloak of thick fog envelopes the Rwenzori year-round. It was this fog cloud that kept the legendary peaks from being documented until the late 1800s by non-African explorers – and the summit wasn’t reached until year later. 
According to the passage, Rwenzori’s summits…
Alternativas
Q677512 Inglês
Glaciers at the equator. The legendary source of the River Nile. Mysterious snow-capped peaks shrouded in an impenetrable cloud. These may sound like the stuff of myths – but in this case these descriptions aptly depict Uganda’s Rwenzori Mountains, known for more than 2,000 years as the Mountains of the Moon. Located at Uganda’s western border with the Democratic Republic of Congo, the Rwenzori Mountains rise as much as 5,109 m (16,763 ft) above gorges at equatorial sea-level to create an amazingly diverse environment that includes tropical rain forests, marshes and lakes, grasslands, glaciers and snowfields. The flora and fauna that flourish there are as unique as the region itself. On gentler slopes, rare mountain gorillas may inhabit bamboo forests, while giant tree heathers up to 10 m (33 ft) tall sway on open ridge tops. It’s no wonder much of the region is now designated World Heritage Site – yet only the lucky visitors will actually see the 100 km (62 mi) of mountain peaks, as a cloak of thick fog envelopes the Rwenzori year-round. It was this fog cloud that kept the legendary peaks from being documented until the late 1800s by non-African explorers – and the summit wasn’t reached until year later. 

The region described in the passage…

Alternativas
Q677511 Inglês

Zürich is the engine of the Swiss economy. Despite having all the conveniences and daily activities of a metropolis, Zürich has been able to preserve the charm of a small town. Yet every day, more than 300,000 commuters, visitors, tourists and business travelers come to this ‘small town’ through Zürich Central Train Station – and that number has been rising steadily. To meet the increasing demand, the Swiss Federal Railways (SBB) together with the Canton of Zürich is expanding the station.

According to the passage …

Alternativas
Q677510 Inglês

Built in the mid-1960s, the Riverside Drive Parking Deck in Elgin, Illinois, is quite large. Approximately 1,000-ft (300-m) long by 60-ft (18-m) wide – and nearly all of it over the Fox River – the deck is built on hundreds of ‘piles’, large concrete cylinders pushed down into the muddy river bottom. Pre-cast elements in the piles used high-tensile steel wire for reinforcement, and that steel is now rusting. A trail-sized piece of the deck has even fallen into the river causing concern to local authorities.

About the Riverside Drive Parking Deck, what can NOT be concluded?

Alternativas
Q677509 Inglês
Picture yourself on a tranquil tropical beach. The late afternoon sun warms your face, chest and legs. Squeaky clean sand sifts through your salt-flavored fingers. Your mind thinks little further than the splashing of waves on the shoreline and the light flickering off shoals of little fish whizzing around in the crystal clear shallows. That’s the scenario on many Pacific islands, where the sands, in an inevitable process, are always shifting, therefore ... . 
The phrase “Your mind thinks little further than the splashing of waves on the shoreline” means that …
Alternativas
Q677508 Inglês
Picture yourself on a tranquil tropical beach. The late afternoon sun warms your face, chest and legs. Squeaky clean sand sifts through your salt-flavored fingers. Your mind thinks little further than the splashing of waves on the shoreline and the light flickering off shoals of little fish whizzing around in the crystal clear shallows. That’s the scenario on many Pacific islands, where the sands, in an inevitable process, are always shifting, therefore ... . 
According to the passage, it can be inferred that the sand shifting process mentioned in the text is …
Alternativas
Respostas
3341: C
3342: E
3343: E
3344: D
3345: E
3346: C
3347: D
3348: E
3349: C
3350: A
3351: C
3352: D
3353: B
3354: D
3355: E
3356: C
3357: D
3358: C
3359: D
3360: B