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Q1327839 Raciocínio Lógico
Na tabela abaixo, os símbolos iguais representam o mesmo número. As setas apontam para a soma de cada linha (fileira horizontal) ou de cada coluna (fileira vertical).
Imagem associada para resolução da questão
O valor da operação Imagem associada para resolução da questão é igual a:
Alternativas
Q1327761 Português

Leia charge abaixo para responder ao item:Imagem associada para resolução da questão

Quando se olha essa charge, veem-se três fatos históricos, respectivamente: a menina da bomba de Hiroshima no Japão, uma criança faminta da África e Aylan Kurdi, o menino sírio que morreu com outros refugiados. Os fotógrafos ganharam o prêmio de foto do ano, mas carregam consigo um peso dividido entre milhares de pessoas. Quanto à charge, é CORRETO afirmar que

Alternativas
Q1327760 Português
Assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q1327630 Português
TEXTO II
PEQUENOS DELITOS
Walcyr Carrasco
    Compras do mês. Percorro as prateleiras do supermercado olhando gulosamente tudo aquilo que é bom mas engorda. Um senhor magro e grisalho para diante dos iogurtes. Olha em torno, cautelosamente. Agarra uma garrafinha sabor morango, abre e vira na boca, bem depressa. Esconde a embalagem. Disfarço, mas sigo o homem. Podem me chamar de abelhudo. Sou. Minha desculpa é que só tento entender o comportamento humano para escrever depois. Dali a pouco o homem pega um pacote de bolachas. Abre. Come algumas. A sobremesa? Na banca de frutas. Uvas itália tiradas do cacho. Um pêssego pequeno. Devora. Esconde o caroço no bolso. Nem sei como consegue fazer a digestão, tal a rapidez. Não, não se trata de nenhum MSS — Movimento dos Sem-Supermercado ou coisa que o valha. É um senhor com jeito de vovozinho e trajes de classe média. Termina as compras de barriga cheia e com expressão de vitória.
    — Faço de tudo para não praticar pequenos delitos — conta uma amiga.
    — É uma responsabilidade pessoal.
    Culposamente, lembro de quando vou comprar fruta seca. Adoro uva passa. Com a desculpa de experimentar, pego uma. Duas. Três. Trezentas! Outra amiga é absolutamente contra camelôs. Diz que emporcalham a cidade. Há uma semana chegou com um brinquedo para os filhos.
    — Paguei baratinho — contou animada.
    — Era de uma banquinha do centro da cidade. Espantei-me.
    — Você não é contra?
    — Sou contra, mas não sou burra!
    Pode? Hoje em dia se fala muito em ética. Mas, quando podem dar o golpe nas pequenas coisas, muita gente se sente orgulhosa. Conheço uma livraria, em Pinheiros, onde sempre se aceita devolução. Recentemente uma senhora levou seu exemplar. A gerente não reconheceu o livro. A cliente teimou. Ela verificou todas as notas. Simplesmente o título não havia sido negociado. Insistiu: 
    — Eu troco, desde que a senhora me diga a verdade. Não é daqui, é?
A mulher reconheceu: havia comprado o exemplar há tempos, em outro lugar. Mesmo assim, aceitou a troca e saiu satisfeitíssima com um livro novo. Outra cliente levou o livro de atividades do filho, acompanhada pela criança. Trocou. Dias depois se descobriu que os questionários internos estavam preenchidos a mão. Era golpe.
    — Que exemplo essa mulher dá ao filho? — admira-se a moça.
   E quando o troco vem errado? Confesso que a minha primeira reação é de alegria! De repente, tenho mais dinheiro do que pensava. Em seguida lembro que a diferença será paga pelo caixa. Devolvo. Já vi gente feliz da vida porque o dono da loja fez confusão nos preços. Outra coisa que odeio é emprestar e não receber. Há uma predisposição, para não pagar pequenas dívidas. Mesmo quem empresta fica sem jeito. — São só cinco reais... não faço questão.
    Como se fosse feio receber o que é seu! Já ouvi, uma vez que reclamei.
    — Pão-duro! Você liga pra mixaria?
    Tenho um conhecido que jamais tem dinheiro para dar ao manobrista. Sempre pede um trocado. Se eu não tenho, pede desculpas ao homem.
    — Da próxima vez, dou em dobro. Ou então:
    — Saí sem talão de cheques. Hoje você paga o jantar, o próximo é meu. Ah, que raiva! De facadinha em facadinha, faz uma bela economia.
    Surrupiar um queijinho no supermercado parece não ter sequer importância. Mas os pequenos delitos, quando somados, tornam a vida na cidade grande ainda mais selvagem.

Fonte: https://comissaodecultura.files.wordpress.com/2011/06/walcyr-carrasco-pequenos-delitos-e-outras-crc3b4nicas.pdf
Assinale a alternativa em que o advérbio destacado não tem sentido de modo:
Alternativas
Q1327624 Português
TEXTO I
CORRUPÇÃO CULTURAL OU ORGANIZADA?
Renato Janine Ribeiro
    Ficamos muito atentos, nos últimos anos, a um tipo de corrupção que é muito frequente em nossa sociedade: o pequeno ato, que muitos praticam, de pedir um favor, corromper um guarda ou, mesmo, violar a lei e o bem comum para obter uma vantagem pessoal. Foi e é importante prestar atenção a essa responsabilidade que temos, quase todos, pela corrupção política − por sinal, praticada por gente eleita por nós.

    Esclareço que, por corrupção, não entendo sua definição legal, mas ética. Corrupção é o que existe de mais antirrepublicano, isto é, mais contrário ao bem comum e à coisa pública. Por isso, pertence à mesma família que trafegar pelo acostamento, furar a fila, passar na frente dos outros. Às vezes é proibida por lei, outras, não.

    Mas, aqui, o que conta é seu lado ético, não legal. Deputados brasileiros e britânicos fizeram despesas legais, mas não éticas. É desse universo que trato. O problema é que a corrupção "cultural", pequena, disseminada − que mencionei acima − não é a única que existe. Aliás, sua existência nos poderes públicos tem sido devassada por inúmeras iniciativas da sociedade, do Ministério Público, da Controladoria Geral da União (órgão do Executivo) e do Tribunal de Contas da União (que serve ao Legislativo).

    Chamei-a de "corrupção cultural" pois expressa uma cultura forte em nosso país, que é a busca do privilégio pessoal somada a uma relação com o outro permeada pelo favor. É, sim, antirrepublicana. Dissolve ou impede a criação de laços importantes. Mas não faz sistema, não faz estrutura. 

    Porque há outra corrupção que, essa, sim, organiza-se sob a forma de complô para pilhar os cofres públicos − e mal deixa rastros. A corrupção "cultural" é visível para qualquer um. Suas pegadas são evidentes. Bastou colocar as contas do governo na internet para saltarem aos olhos vários gastos indevidos, os quais a mídia apontou no ano passado.

    Mas nem a tapioca de R$ 8 de um ministro nem o apartamento de um reitor − gastos não republicanos − montam um complô. Não fazem parte de um sistema que vise a desviar vultosas somas dos cofres públicos. Quem desvia essas grandes somas não aparece, a não ser depois de investigações demoradas, que requerem talentos bem aprimorados da polícia, de auditores de crimes financeiros ou mesmo de jornalistas muito especializados.

    O problema é que, ao darmos tanta atenção ao que é fácil de enxergar (a corrupção "cultural"), acabamos esquecendo a enorme dimensão da corrupção estrutural, estruturada ou, como eu a chamaria, organizada.

    Ora, podemos ter certeza de uma coisa: um grande corrupto não usa cartão corporativo nem gasta dinheiro da Câmara com a faxineira. Para que vai se expor com migalhas? Ele ataca somas enormes. E só pode ser pego com dificuldade. 

    Se lembrarmos que Al Capone acabou na cadeia por ter fraudado o Imposto de Renda, crime bem menor do que as chacinas que promoveu, é de imaginar que um megacorrupto tome cuidado com suas contas, com os detalhes que possam levá-lo à cadeia − e trate de esconder bem os caminhos que levam a seus negócios.

    Penso que devemos combater os dois tipos de corrupção. A corrupção enquanto cultura nos desmoraliza como povo. Ela nos torna "blasé". Faz-nos perder o empenho em cultivar valores éticos. Porque a república é o regime por excelência da ética na política: aquele que educa as pessoas para que prefiram o bem geral à vantagem individual. Daí a importância dos exemplos, altamente pedagógicos.

    Valorizar o laço social exige o fim da corrupção cultural, e isso só se consegue pela educação. Temos de fazer que as novas gerações sintam pela corrupção a mesma ojeriza que uma formação ética nos faz sentir pelo crime em geral.

    Mas falar só na corrupção cultural acaba nos indignando com o pequeno criminoso e poupando o macrocorrupto. Mesmo uma sociedade como a norte-americana, em que corromper o fiscal da prefeitura é bem mais raro, teve há pouco um governo cujo vice-presidente favoreceu, antieticamente, a uma empresa de suas relações na ocupação do Iraque.

    A corrupção secreta e organizada não é privilégio de país pobre, "atrasado". Porém, se pensarmos que corrupção mata − porque desvia dinheiro de hospitais, de escolas, da segurança −, então a mais homicida é a corrupção estruturada. Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção. É mais difícil de descobrir. Mas é ela que mata mais gente.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2806200909.htm#_=_
Glossário:
Blasé: entediado, indiferente.
Marque a alternativa em que poderia haver uma preposição antes da palavra que, sublinhada abaixo:
Alternativas
Q1327622 Português
TEXTO I
CORRUPÇÃO CULTURAL OU ORGANIZADA?
Renato Janine Ribeiro
    Ficamos muito atentos, nos últimos anos, a um tipo de corrupção que é muito frequente em nossa sociedade: o pequeno ato, que muitos praticam, de pedir um favor, corromper um guarda ou, mesmo, violar a lei e o bem comum para obter uma vantagem pessoal. Foi e é importante prestar atenção a essa responsabilidade que temos, quase todos, pela corrupção política − por sinal, praticada por gente eleita por nós.

    Esclareço que, por corrupção, não entendo sua definição legal, mas ética. Corrupção é o que existe de mais antirrepublicano, isto é, mais contrário ao bem comum e à coisa pública. Por isso, pertence à mesma família que trafegar pelo acostamento, furar a fila, passar na frente dos outros. Às vezes é proibida por lei, outras, não.

    Mas, aqui, o que conta é seu lado ético, não legal. Deputados brasileiros e britânicos fizeram despesas legais, mas não éticas. É desse universo que trato. O problema é que a corrupção "cultural", pequena, disseminada − que mencionei acima − não é a única que existe. Aliás, sua existência nos poderes públicos tem sido devassada por inúmeras iniciativas da sociedade, do Ministério Público, da Controladoria Geral da União (órgão do Executivo) e do Tribunal de Contas da União (que serve ao Legislativo).

    Chamei-a de "corrupção cultural" pois expressa uma cultura forte em nosso país, que é a busca do privilégio pessoal somada a uma relação com o outro permeada pelo favor. É, sim, antirrepublicana. Dissolve ou impede a criação de laços importantes. Mas não faz sistema, não faz estrutura. 

    Porque há outra corrupção que, essa, sim, organiza-se sob a forma de complô para pilhar os cofres públicos − e mal deixa rastros. A corrupção "cultural" é visível para qualquer um. Suas pegadas são evidentes. Bastou colocar as contas do governo na internet para saltarem aos olhos vários gastos indevidos, os quais a mídia apontou no ano passado.

    Mas nem a tapioca de R$ 8 de um ministro nem o apartamento de um reitor − gastos não republicanos − montam um complô. Não fazem parte de um sistema que vise a desviar vultosas somas dos cofres públicos. Quem desvia essas grandes somas não aparece, a não ser depois de investigações demoradas, que requerem talentos bem aprimorados da polícia, de auditores de crimes financeiros ou mesmo de jornalistas muito especializados.

    O problema é que, ao darmos tanta atenção ao que é fácil de enxergar (a corrupção "cultural"), acabamos esquecendo a enorme dimensão da corrupção estrutural, estruturada ou, como eu a chamaria, organizada.

    Ora, podemos ter certeza de uma coisa: um grande corrupto não usa cartão corporativo nem gasta dinheiro da Câmara com a faxineira. Para que vai se expor com migalhas? Ele ataca somas enormes. E só pode ser pego com dificuldade. 

    Se lembrarmos que Al Capone acabou na cadeia por ter fraudado o Imposto de Renda, crime bem menor do que as chacinas que promoveu, é de imaginar que um megacorrupto tome cuidado com suas contas, com os detalhes que possam levá-lo à cadeia − e trate de esconder bem os caminhos que levam a seus negócios.

    Penso que devemos combater os dois tipos de corrupção. A corrupção enquanto cultura nos desmoraliza como povo. Ela nos torna "blasé". Faz-nos perder o empenho em cultivar valores éticos. Porque a república é o regime por excelência da ética na política: aquele que educa as pessoas para que prefiram o bem geral à vantagem individual. Daí a importância dos exemplos, altamente pedagógicos.

    Valorizar o laço social exige o fim da corrupção cultural, e isso só se consegue pela educação. Temos de fazer que as novas gerações sintam pela corrupção a mesma ojeriza que uma formação ética nos faz sentir pelo crime em geral.

    Mas falar só na corrupção cultural acaba nos indignando com o pequeno criminoso e poupando o macrocorrupto. Mesmo uma sociedade como a norte-americana, em que corromper o fiscal da prefeitura é bem mais raro, teve há pouco um governo cujo vice-presidente favoreceu, antieticamente, a uma empresa de suas relações na ocupação do Iraque.

    A corrupção secreta e organizada não é privilégio de país pobre, "atrasado". Porém, se pensarmos que corrupção mata − porque desvia dinheiro de hospitais, de escolas, da segurança −, então a mais homicida é a corrupção estruturada. Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção. É mais difícil de descobrir. Mas é ela que mata mais gente.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2806200909.htm#_=_
Glossário:
Blasé: entediado, indiferente.
O autor do texto I inicia o 5º parágrafo com a conjunção porque. Pode-se afirmar que essa conjunção 
Alternativas
Q1327608 Português

TEXTO I (Adaptado)

A MENINA DOS FÓSFOROS

Hans Christian Andersen


    Era a última noite do ano, véspera do Ano Novo. Nevava, o frio era terrível e começava a escurecer. No frio e na escuridão, perambulava pela rua uma menina pobre, descalça, de cabeça descoberta. Ao sair de casa, trazia chinelos. Mas eles eram grandes demais para ela, pois haviam sido de sua mãe. E porque eram grandes, a menina os perdera ao atravessar a rua, correndo, no momento em que dois carros passaram, velozmente. Não conseguira encontrar um dos chinelos, que ficara enterrado na neve. E um garoto levara o outro, dizendo que o usaria como berço quando tivesse filhos.

    A menina caminhava com os pezinhos nus, arroxeados de frio. No bolso de seu velho avental, trazia fósforos e segurava alguns na mão gelada, que oferecia aos transeuntes repetidamente. Ainda era no tempo em que se vendiam fósforos soltos, e não em caixa. Durante todo o dia, ninguém lhe comprara um só palito de fósforo, nem lhe dera uma moeda. Sofrendo frio e fome, a pobrezinha, andando pela rua, parecia apavorada. Os flocos de neve caíam-lhe sobre os longos cabelos louros, que formavam graciosos cachos. Mas a menina estava longe de pensar em cabelos bonitos.

    Todas as janelas estavam iluminadas e chegava até a rua um aroma delicioso de pato assado.

    Cansada e com frio, encolheu-se num canto, entre duas casas. Uma delas avançava mais sobre a rua que a outra. Sentou-se, encolheu as perninhas, mas continuava a sentir frio. Não tendo vendido um único fósforo, não possuindo uma única moeda, não ousava voltar para casa, onde o pai certamente a espancaria. Além disso, também fazia frio na casa onde moravam, que era uma casa sem forro, com o telhado cheio de fendas, por onde o vento soprava, apesar de tentarem fechar as brechas com palha e trapos. Suas mãozinhas estavam geladas e enrugadas. O calor de um pequenino fósforo lhe faria bem. Talvez não pudesse, com os dedos duros, tirar um fósforo do pacotinho e acendê-lo. Mas conseguiu tirar um e riscou-o. O fósforo acendeu e sua chama clara e quente parecia uma velinha, dentro da concha de sua mãozinha. Era uma luz estranha. A garotinha imaginou estar sentada em frente a uma grande lareira de ferro, com adornos e um tambor de latão polido. O fogo crepitava alegremente, aquecia e reconfortava. A pequena já ia estendendo os pés, para aquecê-los também... Mas estava apenas sentada na rua, com um pedacinho de fósforo queimado na mão.

    Riscou novo fósforo, que deu luz clara e viva. Ela viu então o interior de uma casa, onde estava posta a mesa, com toalha muito branca e fina porcelana. O pato assado fumegava, recheado de ameixas e maçãs. De repente, aconteceu uma coisa extraordinária. O pato saiu da travessa e andou pela sala, com o garfo e a faca espetados nas costas. Assim, chegou até junto da menina pobre. Então o fósforo se apagou e só se via a parede, grossa e fria.

    Ela acendeu outro fósforo. Viu-se sentada sob os ramos da mais linda árvore de Natal. Era ainda maior e mais rica do que a árvore que ela vira através da porta envidraçada na sala do rico negociante, no Natal passado. Milhares de velas brilhavam nos ramos verdes e figuras coloridas, como as que adornam as vitrines das lojas, a fitavam. A pequena estendeu as mãos para o alto, mas o fósforo se apagou. As velas de Natal foram subindo, cada vez mais, e ela viu que eram estrelas cintilantes. Uma delas caiu, traçando um longo risco de fogo no céu.

    — Deve ter morrido alguém – disse a pequena.

    A velha avó, única pessoa que lhe quisera bem, mas que já estava morta, costumava dizer: "Quando uma estrela cai, sobe aos céus uma alma."

A menina tornou a riscar um fósforo contra a parede. No clarão produzido em volta, ela viu, radiante e iluminada, a velha avó, meiga e bondosa.

    — Vovó! – gritou a pequena. – Leva-me contigo! Sei que não mais estarás aí quando o fósforo se apagar. Desaparecerás como a boa lareira, o delicioso pato assado e a linda árvore de Natal! 

    Riscou apressadamente o resto dos fósforos que havia no pacotinho, para ter a avó ali a seu lado e segurá-la. O clarão dos fósforos tornou-se mais intenso que a luz do dia. Nunca a avó fora tão grande e bela. Ergueu a menina nos braços e as duas voaram, felizes, para as alturas, onde não havia frio nem fome, nem apreensões. Voaram para junto de Deus. Quando raiou a manhã, muito fria, encontraram, ali no cantinho, entre as duas casas, a menina com as faces coradas e um sorriso a brincarlhe nos lábios. Morrera de frio na última noite do ano. A aurora do Ano Novo brilhava sobre o pequenino cadáver, que jazia com os fósforos nas mãos. Um maço inteiro estava queimado. 

   — Ela quis aquecer-se – disseram.

ANDERSEN, Hans Christian. Contos de Andersen. Tradução de Guttorm Hanssen. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. 


Considere o fragmento: "Durante todo o dia, ninguém lhe comprara um só palito" (2o parágrafo). Atente para a significação do uso da vírgula no trecho acima e assinale a alternativa em que as vírgulas NÃO foram usadas com a mesma finalidade:
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Alternativas
Q1327604 Português

TEXTO I (Adaptado)

A MENINA DOS FÓSFOROS

Hans Christian Andersen


    Era a última noite do ano, véspera do Ano Novo. Nevava, o frio era terrível e começava a escurecer. No frio e na escuridão, perambulava pela rua uma menina pobre, descalça, de cabeça descoberta. Ao sair de casa, trazia chinelos. Mas eles eram grandes demais para ela, pois haviam sido de sua mãe. E porque eram grandes, a menina os perdera ao atravessar a rua, correndo, no momento em que dois carros passaram, velozmente. Não conseguira encontrar um dos chinelos, que ficara enterrado na neve. E um garoto levara o outro, dizendo que o usaria como berço quando tivesse filhos.

    A menina caminhava com os pezinhos nus, arroxeados de frio. No bolso de seu velho avental, trazia fósforos e segurava alguns na mão gelada, que oferecia aos transeuntes repetidamente. Ainda era no tempo em que se vendiam fósforos soltos, e não em caixa. Durante todo o dia, ninguém lhe comprara um só palito de fósforo, nem lhe dera uma moeda. Sofrendo frio e fome, a pobrezinha, andando pela rua, parecia apavorada. Os flocos de neve caíam-lhe sobre os longos cabelos louros, que formavam graciosos cachos. Mas a menina estava longe de pensar em cabelos bonitos.

    Todas as janelas estavam iluminadas e chegava até a rua um aroma delicioso de pato assado.

    Cansada e com frio, encolheu-se num canto, entre duas casas. Uma delas avançava mais sobre a rua que a outra. Sentou-se, encolheu as perninhas, mas continuava a sentir frio. Não tendo vendido um único fósforo, não possuindo uma única moeda, não ousava voltar para casa, onde o pai certamente a espancaria. Além disso, também fazia frio na casa onde moravam, que era uma casa sem forro, com o telhado cheio de fendas, por onde o vento soprava, apesar de tentarem fechar as brechas com palha e trapos. Suas mãozinhas estavam geladas e enrugadas. O calor de um pequenino fósforo lhe faria bem. Talvez não pudesse, com os dedos duros, tirar um fósforo do pacotinho e acendê-lo. Mas conseguiu tirar um e riscou-o. O fósforo acendeu e sua chama clara e quente parecia uma velinha, dentro da concha de sua mãozinha. Era uma luz estranha. A garotinha imaginou estar sentada em frente a uma grande lareira de ferro, com adornos e um tambor de latão polido. O fogo crepitava alegremente, aquecia e reconfortava. A pequena já ia estendendo os pés, para aquecê-los também... Mas estava apenas sentada na rua, com um pedacinho de fósforo queimado na mão.

    Riscou novo fósforo, que deu luz clara e viva. Ela viu então o interior de uma casa, onde estava posta a mesa, com toalha muito branca e fina porcelana. O pato assado fumegava, recheado de ameixas e maçãs. De repente, aconteceu uma coisa extraordinária. O pato saiu da travessa e andou pela sala, com o garfo e a faca espetados nas costas. Assim, chegou até junto da menina pobre. Então o fósforo se apagou e só se via a parede, grossa e fria.

    Ela acendeu outro fósforo. Viu-se sentada sob os ramos da mais linda árvore de Natal. Era ainda maior e mais rica do que a árvore que ela vira através da porta envidraçada na sala do rico negociante, no Natal passado. Milhares de velas brilhavam nos ramos verdes e figuras coloridas, como as que adornam as vitrines das lojas, a fitavam. A pequena estendeu as mãos para o alto, mas o fósforo se apagou. As velas de Natal foram subindo, cada vez mais, e ela viu que eram estrelas cintilantes. Uma delas caiu, traçando um longo risco de fogo no céu.

    — Deve ter morrido alguém – disse a pequena.

    A velha avó, única pessoa que lhe quisera bem, mas que já estava morta, costumava dizer: "Quando uma estrela cai, sobe aos céus uma alma."

A menina tornou a riscar um fósforo contra a parede. No clarão produzido em volta, ela viu, radiante e iluminada, a velha avó, meiga e bondosa.

    — Vovó! – gritou a pequena. – Leva-me contigo! Sei que não mais estarás aí quando o fósforo se apagar. Desaparecerás como a boa lareira, o delicioso pato assado e a linda árvore de Natal! 

    Riscou apressadamente o resto dos fósforos que havia no pacotinho, para ter a avó ali a seu lado e segurá-la. O clarão dos fósforos tornou-se mais intenso que a luz do dia. Nunca a avó fora tão grande e bela. Ergueu a menina nos braços e as duas voaram, felizes, para as alturas, onde não havia frio nem fome, nem apreensões. Voaram para junto de Deus. Quando raiou a manhã, muito fria, encontraram, ali no cantinho, entre as duas casas, a menina com as faces coradas e um sorriso a brincarlhe nos lábios. Morrera de frio na última noite do ano. A aurora do Ano Novo brilhava sobre o pequenino cadáver, que jazia com os fósforos nas mãos. Um maço inteiro estava queimado. 

   — Ela quis aquecer-se – disseram.

ANDERSEN, Hans Christian. Contos de Andersen. Tradução de Guttorm Hanssen. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. 


Analise o trecho: "No frio e na escuridão, perambulava pela rua uma menina pobre..." (1º parágrafo). Qual palavra poderia substituir a que está em destaque sem prejudicar o sentido original? Imagem associada para resolução da questão
Alternativas
Q1325369 Raciocínio Lógico

Um número de 3 algarismos possui as seguintes características:

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De acordo com as informações dadas, podemos afirmar que o número com as características mencionadas é: 


Alternativas
Respostas
1: E
2: D
3: E
4: D
5: C
6: E
7: E
8: A
9: D