Questões Militares
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Leia este texto.
A mim pouco importava. Tendo descoberto o mundo da palavra escrita, eu estava feliz, muito feliz. [...] Bastava-me o ato de escrever. Colocar no pergaminho letra após letra, palavra após palavra, era algo que me deliciava. Não era só um texto que eu estava produzindo; era beleza, a beleza que resulta da ordem, da harmonia. Eu descobria que uma letra atrai outra, que uma palavra atrai outra, essa afinidade organizando não apenas o texto, como a vida, o universo. O que eu via, no pergaminho, quando terminava o trabalho, era um mapa, como os mapas celestes que indicavam a posição das estrelas e planetas, posição essa que não resulta do acaso, mas da composição de misteriosas forças, as mesmas que, em escala menor, guiavam minha mão quando ela deixava seus sinais sobre o pergaminho. [...] A única pessoa a quem eu tinha vontade de contar o que acontecia era o pastorzinho. Diria a ele que minha vida tinha agora um sentido, um significado: feia, eu era, contudo, capaz de criar beleza. Não a falsa beleza que os espelhos enganosamente refletem, mas a verdadeira e duradoura beleza dos textos que eu escrevia, dia após dia, semana após semana – como se estivesse num estado de permanente e deliciosa embriaguez.
SCLIAR, Moacyr. In: PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Obra
Aberta. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento,
Ano 5. n.66, abr.2011, p.34-35. Disponível em: <https://poetriz.
wordpress.com/2011/04/16/bastava-escrever/>.
Leia este poema.
O encontro
Jonathan,
se resolvermos que o céu é este lugar onde
ninguém nos ouve,
quem poderá salvar-nos?
Quanto tempo resistiríamos sem falar a ninguém
deste acontecimento?
Acompanhei com os dedos o desenho miraculoso do teu lábio,
contornei-lhe as gengivas, bati-lhe no dente escuro como um cavalo,
um cavalo meu na campina.
Pedi-lhe: faz com tua unha um risco na minha cara,
o amor da morte instigando-nos com nunca vista coragem.
Vamos morrer juntos antes que o corpo alardeie sua mísera condição.
Agora, Jonathan neste lugar tão ermo, neste lugar
perfeito.
PRADO, Adélia. Poesia completa. 9 ed.
São Paulo: Siciliano, 1991. p. 6.
Leia este texto.
Volte para o seu lar
[...]
Aqui nessa tribo
Ninguém quer a sua catequização
Falamos a sua língua,
Mas não entendemos o seu sermão
[...]
Mas não sorrimos à toa
Não sorrimos à toa
Aqui nesse barco
Ninguém quer a sua orientação
Não temos perspectivas
Mas o vento nos dá a direção
A vida que vai à deriva
É a nossa condução
Mas não seguimos à toa
Não seguimos à toa
Volte para o seu lar
Volte para lá
Volte para o seu lar
ANTUNES, Arnaldo. Volte para o seu lar. In: MONTE, Marisa.
Mais. Rio de Janeiro: CD Records/EMI, 1991. CD.
Faixa n. 2. [Fragmento]
Em relação a essa canção, considere as afirmativas a seguir.
I. O ponto de vista evidenciado pela canção é o do nativo, do colonizado, o que pode ser comprovado pelo emprego do advérbio “aqui” que situa de onde fala esse interlocutor e pelo uso da primeira pessoa do plural, evidenciando que ele fala em nome de vários.
II. As palavras que, no texto da canção, remetem ao ambiente da colonização são: tribo, catequização, sermão, barco e, não se percebe a voz do colonizador cujo silêncio é evidenciado nessa expressão artística, de forma ficcional, pelo colonizado.
III. A voz que se expressa na canção demonstra certa revolta, um inconformismo com a situação de influência externa, apregoando o desejo de ter expressão própria e o desejo que os estrangeiros deixem os nativos viverem suas vidas, por meio de seus próprios valores.
IV. O título do texto, que se repete como refrão da canção, deflagra uma relação antagônica entre as partes que se enunciam, revelando o desejo do eu lírico, que vê, no retorno do outro, a possibilidade de ele e os seus viverem a vida como acham que devem viver.
Estão corretas as afirmativas
No início da crise do coronavírus no Brasil, em março de 2020, alguns dos principais jornais do país publicaram a mesma capa, com a mensagem “Juntos vamos derrotar o vírus. Unidos pela informação e pela responsabilidade”.
Disponível em: <https://portaldacomunicacao.com.
br/2020/05/7-capas-que-registraram-pandemia-no-mundo/>.
Acesso em: 2 jul. 2020.
Com base no texto das capas, analise as afirmativas a seguir.
I. A imprensa decidiu veicular a mesma mensagem na capa dos jornais por não haver outro assunto à época.
II. A imprensa destacou a importância da informação e, na capa dos jornais, assumiu a responsabilidade de combater as notícias falsas sobre a Covid-19.
III. A imprensa conclamou a união de esforços dos meios de comunicação pela valorização da informação jornalística contra o coronavírus.
IV. A imprensa reconheceu a situação dramática da pandemia e criou um meio de assumir a divulgação de informação responsável sobre a Covid-19.
V. A imprensa demonstrou que os jornais brasileiros estavam reunidos em torno de uma mesma causa comum: servir a população com jornalismo de qualidade para, com a responsabilidade que o momento exigia, enfrentar e vencer a pandemia.
Apresentam atitudes evidenciadas pela imprensa
nacional, por meio dessa iniciativa, os itens
Leia esta tirinha.
ITURRUSGARAI, Adão. La vie em rose. Folha de S. Paulo, São Paulo, 6 jan. 2004. E5. Disponível em:
<https://acervo.folha.com.br/leitor.do?numero=15947 &keyword=ROSE%2CVIE&anchor=5263039&origem=
busca&originURL=&pd=f38de803d02c522f613f53b70c6b17ab>.
Na construção dessa tirinha, há ambiguidade que gera humor. São elementos que participam da composição do sentido
desse texto, exceto:
Leia este texto.
Disponível em: <http://blogdamimis.com.br/2013/10/24/dicas-para-levar-uma-vida-mais-bacana/>. Acesso em: 20 ago. 2020.
Do ponto de vista de sua tipologia, esse texto é, predominantemente,
Leia este texto.
Nem tudo são más notícias, em termos gramaticais. Em português, é muito difícil uma pessoa ir à falência. Justifico esta ideia com a seguinte teoria fascinante: normalmente, considera-se que o verbo falir é defectivo. Significa isso que lhe faltam algumas pessoas, designadamente a primeira, a segunda e a terceira do singular e a terceira do plural do presente do indicativo e todas as do presente do conjuntivo. Não se diz “eu falo”, “tu fales”, nem “ele fale”. Não se diz “eles falem”.
Todos os modos e tempos verbais do verbo falir se admitem, com exceção de quatro pessoas do presente do indicativo e todo o presente do conjuntivo. Em que medida é que isso é bom? [...] Não é possível falir, presentemente, no Brasil.
“Eu falo” é uma declaração ilegítima. Podemos aventar a hipótese de vir a falir, porque “eu falirei” é uma forma aceitável do verbo falir. E quem já tiver falido não tem salvação, porque também é perfeitamente legítimo afirmar: “eu fali”. Mas ninguém pode dizer que, neste momento, fale.
Acaba por ser justo que o verbo falir registre essas falências na conjugação. Justo e útil, sobretudo em tempos de crise. Basta que os brasileiros vivam no presente — que, além do mais, é dos melhores tempos para se viver — para que não falam (outra conjugação impossível).
Não deixa de ser misterioso que a língua portuguesa permita que, no passado, se possa ter falido e até que se possa vir a falir, no futuro, ao mesmo tempo que inviabiliza que se fala, no presente. Se eu nunca falo, como posso ter falido? Se ninguém fale, por que antever que alguém falirá?
PEREIRA, Ricardo Araújo. Disponível em: <https://www1.folha.
uol.com.br/colunas/ricardo-araujo-pereira/2020/08/na-lingua-portuguesa-o-melhor-e-a-gente-se-afastar-de-certos-verbos.
shtml>. Acesso em: 25 ago. 2020. [Fragmento]
Leia este texto.
Na língua portuguesa, o melhor é a gente se
afastar de certos verbos
Em português, o melhor é a gente se afastar de certos verbos. Por exemplo, se uma pessoa nos diz “tu iludiste-me”, em princípio, está zangada. Mas se diz “tu desiludiste-me”, é possível que também não esteja muito contente. Com o verbo iludir, a gente nunca está bem: se faz uma coisa, é mau; se faz o contrário, é pior.
Não é frequente que um ato seja tão abominável como o seu oposto. Por exemplo, respeitar é bom; desrespeitar é mau. Sabemos qual é a ação correta e a incorreta. Com o verbo iludir, não há ação correta.
Luiza Pannunzio PEREIRA, Ricardo Araújo.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ricardo-araujo-pereira/2020/08/na-lingua-portuguesa-o-melhor-e-a-gente-se-afastar-de-certos-verbos.shtml>.
Acesso em: 25 ago. 2020. [Fragmento]
A partir desse conceito, leia o texto a seguir.
Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/340232946846670464/?lp=true>. Acesso em: 10 fev. 2020.
A esse respeito, é correto afirmar que o conceito apresentado se aplica à palavra “sonho”, não só por apresentar sentido ambíguo perceptível no texto da propaganda, como também porque no seu emprego identifica-se um fato linguístico denominado
Leia o slide a seguir.
Disponível em: <https://pt.slideshare.net/DiegoPrezia/numerais-30801152>. Acesso em: 10 fev. 2020.
É correto afirmar que a palavra especificamente está grafada entre vírgulas pelo mesmo motivo que esse
sinal gráfico foi empregado em
“Caso os apreciadores de bons filmes concordassem e, se a crítica ratificasse, com ‘Parasita’ o Oscar 2020 reconheceria que o eixo principal da inovação cinematográfica vem, e há décadas, da Ásia.”
Avalie o que se afirma sobre as orações sublinhadas.
I. Valem-se da construção verbal na voz passiva. II. Apresentam tempos e modos verbais distintos. III. Exemplificam um tipo de oração subordinada adverbial. IV. São ambas orações principais do período que integram. V. Vêm introduzidas por conjunção e exprimem uma circunstância.
Está correto apenas o que se afirma em
Na língua portuguesa há porções de frases cujo significado ultrapassa o sentido _______________ das suas partes. Significam mais do que a interpretação das palavras que as compõem, implicando uma leitura contextual. São comumente utilizadas na linguagem _______________ e algumas estão muito enraizadas na cultura linguística dos falantes. Um exemplo desse tipo de expressão presente no texto Com ‘Parasita’, Hollywood reconhece que inovação no cinema vem do Oriente é “_______________”.
A sequência que preenche corretamente as lacunas é
I. “... me sinto bem por ter feito um personagem como Shaun. Tenho orgulho dele.” (3º §). II. “... o fato de ele não ficar para baixo nunca é uma das coisas mais inspiradoras para mim.” (4º §).
Essa visão particular e pessoal dá realce à função da linguagem corretamente identificada como função
A esse respeito, leia o verbete de dicionário a seguir.
Disponível em: <https://www.dicio.com.br/estupidamente/>. Acesso em: 15 fev. 2020.
Em qual frase transcrita do texto O pai do herói autista registra-se a mesma voz verbal identificada na oração do verbete “... machucou-se estupidamente.”?
A esse respeito, leia os textos a seguir.
Texto I
Disponível em: < https://br.pinterest.com/pin/780319072916753735/?lp=true >. Acesso em: 10 fev. 2020.
Texto II “... para entendê-lo e amá-lo.” (2º §)
Preencha corretamente as lacunas.
De acordo com a norma-padrão, nos dois textos é _______________ a colocação do pronome oblíquo enclítico quando ocorre, na oração, a presença do infinitivo_______________ regido da _______________ “para”.
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é