Questões Militares
Comentadas para professor - história
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Em seu livro A Construção da Ordem, José Murilo de Carvalho propõe uma explicação que dá peso maior à natureza da elite política imperial, que teria tido melhores condições de enfrentar com êxito a tarefa de construir o Estado nacional, por ser bastante homogênea. Essa homogeneidade resultaria, principalmente, da educação e da profissão comuns. A maioria dos membros da elite era formada por gente que tinha educação de nível superior. Esse fato constituía, na opinião de José Murilo, um elemento poderoso de unificação ideológica por três razões. Em primeiro lugar, como muito poucas pessoas tinham instrução, a elite era uma ilha de letrados em um mar de analfabetos. Em segundo lugar, porque a educação superior se concentrava nos estudos jurídicos e fornecia assim um núcleo homogêneo de conhecimentos e habilidades. Em terceiro lugar, porque as faculdades de direito se resumiam, até a Independência, aos cursos da Universidade de Coimbra e, depois, às Faculdades de São Paulo e Olinda/Recife. A concentração geográfica e a identidade de formação intelectual promoviam contatos pessoais entre estudantes de várias capitanias e províncias. Incutia neles uma ideologia comum, dentro do estrito controle a que as escolas superiores eram submetidas pelos governos, tanto de Portugal como do Brasil.
(Boris Fausto, História do Brasil)
No excerto, há uma posição historiográfica sobre a razão pela qual
“Patriotas, vossas propriedades inda as mais opugnantes ao ideal de justiça serão sagradas”, dizia o governo revolucionário em 1817, numa proclamação que visava acalmar os proprietários temorosos que a “liberal” revolução pretendesse a “emancipação indistinta de homens de cor e escravos”.
(Emília Viotti da Costa, Introdução ao estudo da emancipação política do Brasil. Em: Carlos Guilherme Mota (org.), Brasil em perspectiva)
A partir do excerto, é correto afirmar que, no contexto apresentado,
Politicamente, a Europa Oriental era o calcanhar de Aquiles do sistema soviético. Após a Primavera de Praga, ficou claro que os regimes satélites comunistas haviam perdido legitimidade como tal na maior parte da região. Tinham sua existência mantida por coerção do Estado, apoiado pela ameaça de intervenção soviética, ou, na melhor das hipóteses, dando aos cidadãos condições materiais e relativa liberdade muito superiores à média leste-europeia, mas que a crise econômica tornava impossíveis de manter. Contudo, com uma exceção, nenhuma forma séria de oposição política organizada ou qualquer outra era possível. Em um país, a conjunção de três fatores produziu essa possibilidade. A opinião pública do país estava esmagadoramente unida não apenas pela antipatia ao regime, mas por um nacionalismo antirrusso (e antijudeu) e conscientemente católico romano; a Igreja retinha uma organização independente nacional; e a classe operária demonstrara seu poder político com greves maciças, em intervalos, desde meados da década de 1950. E a partir de meados da década de 1970, teve de enfrentar tanto um movimento, trabalhista politicamente organizado, apoiado por uma assessoria de dissidentes intelectuais politicamente sofisticados, sobretudo ex-marxistas, quanto também uma Igreja cada vez mais agressiva.
(Eric Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. Adaptado)
O excerto trata da
A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra mundial. Mais que isso: apesar da retórica apocalíptica de ambos os lados, mas, sobretudo, do lado americano, os governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças no fim da Segunda Guerra Mundial […]
(Eric Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991)
Acerca da distribuição de forças com o fim da Segunda Guerra, é correto afirmar que
[…] é preciso explicar por que a reação da direita após a Primeira Grande Guerra conseguiu vitórias cruciais na forma do fascismo. Antes de 1914 já existiam movimentos extremistas da ultradireita – histericamente nacionalistas e xenofóbicos, promotores dos ideais da guerra e da violência, intolerantes e dados a atos violentamente coercivos, totalmente antiliberais, antidemocráticos, antiproletários, antissocialistas e antinacionalistas, defensores do sangue e do solo e dos valores antigos que a modernidade estava destruindo. Eles tinham alguma influência dentro da direita política e em alguns círculos intelectuais, mas em lugar algum chegam a dominar ou controlar.
(Eric Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991)
Para o autor de Era dos extremos, o que deu ao fascismo sua oportunidade, após a Primeira Guerra Mundial, foi