Questões Militares Para cbm-mg

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Q1893086 História
Simón Bolívar [...], em 1817, [...] tornou-se a figura focal na mobilização de uma aliança de ricos latifundiários, de interesses urbanos e dos pobres. [...] Lamentavelmente, sua aspiração por uma república americana panlatina se estilhaçou quando as elites locais, que haviam ficado felizes por ele expulsar os espanhóis, recusaram-se a dar-lhe o controle da região. [...] Suas esperanças para a unidade latino-americana foram frustradas pelas elites locais que ele ajudou a chegar ao poder contra a Espanha e ele amargamente assinalou: “Aqueles que fizeram a revolução lavraram o mar”.
ALMOND, Mark. O Livro de Ouro das Revoluções. Movimentos políticos que mudaram o mundo. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2016. p 51-52.

De acordo com o texto, os planos de Simón Bolívar foram frustrados porque
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Q1893085 História

[...] o governador geral era a cabeça de um poder político disperso, numa constelação de polos relativamente autônomos, cuja unidade era mantida por esse governador-geral, que, como cabeça desse corpo político, representava a sua unidade e tinha a seu encargo a manutenção da harmonia entre todos os seus membros, garantindo a cada uma das suas partes os seus direitos e privilégios, em uma palavra fazendo a justiça, fim primeiro do poder político no Antigo Regime.

COSENTINO, Francisco Carlos. Construindo o Estado do Brasil:

Instituições, poderes locais e poderes centrais. In: FRAGOSO, João & GOUVÊA,

Maria de Fátima. Coleção O Brasil Colonial. Volume 1, 1443-1580.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p. 529.


Sobre o papel do governador geral instituído por Portugal em sua colônia americana no século XVI, assinale a alternativa correta.

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Q1893084 Atualidades
Grécia constrói muro de 40 km para barrar entrada de refugiados afegãos
“Não podemos esperar, passivamente, pelo possível impacto”, disse o ministro da proteção ao cidadão da Grécia, Michalis Chrisochoidis, em visita à região de Evros na sexta-feira (20/8). “Nossas fronteiras permanecerão invioláveis”, afirmou. Em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse que um aumento acentuado no número de refugiados que deixam o Afeganistão pode representar “um sério desafio para todos”.
Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2021/08/grecia- constroi-muro-de-40-km-para-barrar-entrada-de-refugiados-afegaos.html. Acesso em: 24 ago. 2021
A notícia representa um desdobramento da tensão crescente que se abateu sobre o Afeganistão. Tal tensão é resultado da (do)
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Q1893083 Geografia
Uma pirâmide etária, também chamada de diagrama de estrutura etária, é uma ilustração que mostra a distribuição dos vários grupos de idade em uma população humana (em geral de um país ou região do mundo) e que, idealmente, tem a forma de uma pirâmide. Analise as pirâmides etárias a seguir, que indicam a evolução da estrutura etária brasileira. 

Imagem associada para resolução da questão Fonte: IBGE.
A partir da interpretação das informações fornecidas, a evolução da estrutura etária do Brasil
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Q1893082 Geografia

Originalmente, a Mata Atlântica se estendia por toda a costa brasileira, acompanhando planaltos e serras desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, adentrando o interior do território brasileiro na região dos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo e nas encostas íngremes da Serra do Mar, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina.

Disponível em: https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/planejamento-e-pesquisa/ipr/coletanea-de-manuais/vigentes/734_manual_de_ vegetacao_rodoviariavolume_2.pdf. Acesso em: 3 ago. 2021.


Observe no mapa a seguir a retração da extensão do bioma.


Imagem associada para resolução da questão


Observando a retração da vegetação indicada pelo comparativo dos mapas, um fator responsável pela enorme degradação vivenciada corresponde à

 

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Q1893081 Conhecimentos Gerais
Há dez anos diversas revoltas populares aconteceram em mais de dez países do Oriente Médio e do norte da África. Essas revoltas ficaram conhecidas como Primavera Árabe. Esse termo, popularizado pela mídia ocidental, refere-se às revoltas e protestos populares que ocorreram em diversos países do Oriente Médio e norte da África a partir de 2010.
Disponível em: https://www.politize.com.br/10-anos-da- primavera-arabe/. Acesso em: 15 ago. 2021.
A maior parte dos protestos nessas regiões centrou-se no descontentamento da população em relação à(aos)
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Q1893080 Geografia
O intemperismo (também chamado de meteorização) corresponde ao conjunto de alterações físicas (desagregação) e químicas (decomposição) que as rochas sofrem quando ficam expostas na superfície da Terra. É uma etapa importante da erosão, porque marca o início desse processo que continua com o transporte e a deposição do material por ele formado. Esse processo pode ser influenciado por vários fatores, e, dependendo do tipo climático, predomina o intemperismo químico ou físico.
Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM- Divulga/Canal-Escola/O-Intemperismo-e-a-Erosao-1313.html Acesso em: 2 ago. 2021. 
Analise o gráfico a seguir.
Imagem associada para resolução da questão
FONTES, M.P.F. Intemperismo de rochas e minerais. In: Ker. J. C.et al.

No gráfico é estabelecida uma relação entre temperatura e a pluviosidade. Com base nas informações fornecidas pelo texto e pelo gráfico, a região II é uma área onde há predominância de intemperismo
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Q1893079 Matemática
Luiz precisa estimar a altura de um edifício de faces retangulares, situado em uma superfície plana. Para isso, ele se afasta 30 metros dessa construção e mede o ângulo formado entre a linha horizontal (paralela ao solo) do seu olho até o edifício, e a linha inclinada, entre seu olho e a extremidade superior desse prédio, conforme mostra a figura a seguir.
Ele nota que a altura do seu olho até o solo é igual a 170 centímetros e o ângulo formado entre essas linhas é de 30º conforme representado na figura a seguir. 

Imagem associada para resolução da questão Fonte: Imagem criada pelo autor


Assinale a altura aproximada desse edifício, medida por Luiz, em metros (considere √3 = 1,73 ).
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Q1893078 Matemática
Em um dia de trabalho, um batalhão de bombeiros dispunha de duas mulheres e quatro homens para os atendimentos ao público. Nesse dia, eles foram chamados para uma emergência e formaram uma equipe, ao acaso, de três pessoas, entre as seis disponíveis.
Qual é a probabilidade de que essa equipe seja formada por uma mulher e dois homens?
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Q1893077 Matemática
Um foco de queimada começou a ser observado às 8 horas da manhã de certo dia. Exatamente no início dessa observação, 3 metros quadrados de área estavam queimados. Com o passar do tempo, percebeu-se que a área afetada pelo fogo crescia conforme a lei da função: A = 1,2 t + 3, em que t era o tempo em horas, decorridos após o início da observação, e A era a área devastada, em metros quadrados. Como havia área suficiente para que essa queimada se alastrasse e nenhuma medida de controle foi realizada, o fogo não foi contido até o final do dia.
O horário y desse dia, em horas, em que a área devastada por esse incêndio atingiu 16 metros quadrados, é tal que
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Q1893076 Matemática
A capacidade do tanque de um carro de bombeiro varia muito. Os modelos mais comuns vistos nas grandes cidades têm 4 mil ou 5 mil litros, o que é suficiente para a maioria das ocorrências. Mas existem carros que podem levar mais de 20 mil litros! Em 2007, a cidade de Jacksonville, nos Estados Unidos, recebeu um caminhão especial para incêndios em aeroportos que carrega 22 800 litros de água.
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/de- onde-vem-a-agua-usada-pelo-caminhao-de-bombeiro/. Acesso em: 9 ago. 2021.

O volume de água do caminhão da cidade de Jacksonville poderia encher uma piscina, em formato de paralelepípedo retângulo, cuja profundidade seria de 1 metro e o comprimento, de 12 metros. Qual seria a largura dessa piscina, em metros?
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Q1893075 Matemática
Todos as segundas, Isabela recebe uma mensagem automática em seu celular com informações sobre o tempo de uso do aparelho na semana anterior. No dia 16 de agosto de 2021, segunda-feira, Isabela recebeu a seguinte notificação em seu celular, referente ao período de 09 a 15 de agosto de 2021: “O seu tempo de uso, nessa semana, diminuiu em 20% em relação à semana passada, resultando em uma média de 2 horas de uso por dia”.
Portanto, no período de 02 a 08 de agosto, o tempo total pelo qual Isabela utilizou o celular foi de:
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Q1893074 Literatura
Um dos mais ferrenhos defensores das ideias modernistas no Brasil, Oswald de Andrade publicou, imediatamente após a realização da Semana de Arte Moderna, um dos manifestos mais importantes para a nossa literatura: o “Manifesto Pau-Brasil”.
Com esse manifesto, Oswald de Andrade
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Q1893073 Português
A linguagem literária é, eminentemente, conotativa e encontra nas figuras de estilo uma forma de manifestação. Analise as figuras de estilo presentes nos trechos a seguir e assinale a alternativa em que a figura de estilo empregada pelo eu lírico é a gradação.
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Q1893072 Português

Lusco-fusco

Da alcova na penumbra andavam flutuando

Em tênue confusão fantasmas indecisos,

Gerados ao fulgor da luz reverberando

Nos límpidos cristais e nos dourados frisos.


Era como um sabbat fantástico e nefando!

Das velhas saturnais talvez tivesse uns visos

A enorme projeção das sombras vacilando

Esguias e sutis sobre os tapetes lisos.


Havia no ambiente uns mórbidos perfumes;

Os bronzes, biscuits, se olhavam com ciúmes

Nos dunkerques, de pé, por dentro das redomas.


Enquanto eu, sem temor, ao lado de uma taça,

Um conto oriental relia entre a fumaça

Dum charuto havanês de excêntricos aromas.

CARVALHO JÚNIOR, Francisco Antônio.

Disponível em: https://periodicos.ufes.br/reel/article/

view/3474/2742. Acesso em: 12 ago. 2021.

Ao longo do poema, estão presentes sons nasais que se difundem nos versos, exceto em um verso da: 
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Q1893071 Literatura

Lusco-fusco

Da alcova na penumbra andavam flutuando

Em tênue confusão fantasmas indecisos,

Gerados ao fulgor da luz reverberando

Nos límpidos cristais e nos dourados frisos.


Era como um sabbat fantástico e nefando!

Das velhas saturnais talvez tivesse uns visos

A enorme projeção das sombras vacilando

Esguias e sutis sobre os tapetes lisos.


Havia no ambiente uns mórbidos perfumes;

Os bronzes, biscuits, se olhavam com ciúmes

Nos dunkerques, de pé, por dentro das redomas.


Enquanto eu, sem temor, ao lado de uma taça,

Um conto oriental relia entre a fumaça

Dum charuto havanês de excêntricos aromas.

CARVALHO JÚNIOR, Francisco Antônio.

Disponível em: https://periodicos.ufes.br/reel/article/

view/3474/2742. Acesso em: 12 ago. 2021.

O poeta Francisco Antônio de Carvalho Júnior, um dos destaques da poesia brasileira da fase realista, é o autor desse poema cujo título expressa uma atmosfera de
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Q1893070 Literatura
Segundo Camargo, “O estudo das escolas literárias leva-nos à percepção de diferentes atitudes diante do fazer literário e da diversidade de modelos de beleza estética. [...] É preciso evitar a atitude de considerar um estilo melhor do que outro.” CAMARGO, Thais Nicoleti de. Poesia reflete repertório de emoções. Disponível em: https://feeds.folha.uol.com. br/fsp/fovest/fo2609200610.htm. Acesso em: 10 ago. 2021. [Fragmento]
Considerando-se essa afirmativa e as características dos estilos de época, assinale a alternativa incorreta.
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Q1893069 Português

Um persistente cio


É muito interessante observar o quanto a ditadura da velocidade e do “não tenho tempo a perder” retira do cotidiano das metrópoles uma das mais profundas maneiras de aproveitar, de fato, o tempo: a necessária paciência para a fruição, quase degustação lenta, dos movimentos de busca intensa do prazer originário do universo da leitura. Essa insana tacocracia, vivida sem reflexão, produz uma amarga rejeição à eroticidade inerente aos momentos nos quais é preciso entrar no cio emanado da leitura prazerosa, do mergulho intencional e povoadamente solitário que nos atinge quando nos abandonamos aos sussurros que vêm de dentro.

Há frase mais tola do que a daquele ou daquela que diz “acho que, para passar (ou matar) o tempo, vou ler alguma coisa”? Ler um livro para matar o tempo? Não! Afonso Arinos, importante jurista mineiro, mais conhecido por ser autor da primeira lei contra a discriminação racial, que também era escritor (ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1958, mesmo ano em que foi eleito senador), escreveu em A Escalada que “domar o tempo não é matá-lo, é vivê-lo”.

Viver o tempo! Vivificálo, tornálo substantivo e desfrutável. Ora, nada como um bom livro para fazer pulsar a vida no nosso interior, vida essa que, quando absortos na leitura, nos faz esquecer a fluidez temporal e nos permite suspender provisoriamente a mortalidade e a finitude.

Mas o que é um bom livro? A subjetividade da resposta é evidente. No entanto, é possível estabelecer um critério: um bom livro é aquele que emociona você, isto é, aquele que produz sentimentos vitais, que gera perturbações, que comove, abala ou impressiona. Em outras palavras, um bom livro é aquele que, de alguma maneira, afeta você e o impede que passe adiante incólume.

A emoção do bom livro é tão imensa que se torna, lamentavelmente, irrepetível. Álvaro Lins, crítico literário pernambucano que chegou a chefiar a Casa Civil do governo JK, fez uma reflexão que expressa uma parte dessa contraditória agonia: “Ah, a tristeza de saber, no fim da leitura de certos livros, que nunca mais os leremos pela primeira vez, que não se repetirá jamais a sensação da primeira leitura, que não teremos renovada a felicidade de ignorá-los num dia e conhecê-los no dia seguinte”.

Assim – mesmo que quase tudo hoje em dia dificulte a urgência de vivificar com uma boa leitura, especialmente a estafa resultante do desequilíbrio e da correria incessante –, muitos não se deixam humilhar pelos assassinos do tempo; para impedir a vitória da mediocridade espiritual, há os que cantam com Djavan – na belíssima “Faltando um Pedaço” – e sabem que “o cio vence o cansaço”.


CORTELLA, Mário Sérgio. Um persistente cio. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/ eq2609200226.htm. Acesso em: 10 ago. 2021. [Fragmento]

No trecho: “A subjetividade da resposta é evidente.”, o termo em destaque é um verbo
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Q1893068 Português

Um persistente cio


É muito interessante observar o quanto a ditadura da velocidade e do “não tenho tempo a perder” retira do cotidiano das metrópoles uma das mais profundas maneiras de aproveitar, de fato, o tempo: a necessária paciência para a fruição, quase degustação lenta, dos movimentos de busca intensa do prazer originário do universo da leitura. Essa insana tacocracia, vivida sem reflexão, produz uma amarga rejeição à eroticidade inerente aos momentos nos quais é preciso entrar no cio emanado da leitura prazerosa, do mergulho intencional e povoadamente solitário que nos atinge quando nos abandonamos aos sussurros que vêm de dentro.

Há frase mais tola do que a daquele ou daquela que diz “acho que, para passar (ou matar) o tempo, vou ler alguma coisa”? Ler um livro para matar o tempo? Não! Afonso Arinos, importante jurista mineiro, mais conhecido por ser autor da primeira lei contra a discriminação racial, que também era escritor (ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1958, mesmo ano em que foi eleito senador), escreveu em A Escalada que “domar o tempo não é matá-lo, é vivê-lo”.

Viver o tempo! Vivificálo, tornálo substantivo e desfrutável. Ora, nada como um bom livro para fazer pulsar a vida no nosso interior, vida essa que, quando absortos na leitura, nos faz esquecer a fluidez temporal e nos permite suspender provisoriamente a mortalidade e a finitude.

Mas o que é um bom livro? A subjetividade da resposta é evidente. No entanto, é possível estabelecer um critério: um bom livro é aquele que emociona você, isto é, aquele que produz sentimentos vitais, que gera perturbações, que comove, abala ou impressiona. Em outras palavras, um bom livro é aquele que, de alguma maneira, afeta você e o impede que passe adiante incólume.

A emoção do bom livro é tão imensa que se torna, lamentavelmente, irrepetível. Álvaro Lins, crítico literário pernambucano que chegou a chefiar a Casa Civil do governo JK, fez uma reflexão que expressa uma parte dessa contraditória agonia: “Ah, a tristeza de saber, no fim da leitura de certos livros, que nunca mais os leremos pela primeira vez, que não se repetirá jamais a sensação da primeira leitura, que não teremos renovada a felicidade de ignorá-los num dia e conhecê-los no dia seguinte”.

Assim – mesmo que quase tudo hoje em dia dificulte a urgência de vivificar com uma boa leitura, especialmente a estafa resultante do desequilíbrio e da correria incessante –, muitos não se deixam humilhar pelos assassinos do tempo; para impedir a vitória da mediocridade espiritual, há os que cantam com Djavan – na belíssima “Faltando um Pedaço” – e sabem que “o cio vence o cansaço”.


CORTELLA, Mário Sérgio. Um persistente cio. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/ eq2609200226.htm. Acesso em: 10 ago. 2021. [Fragmento]

Do ponto de vista de sua tipologia, o texto é predominantemente argumentativo porque
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Q1893067 Português

Um persistente cio


É muito interessante observar o quanto a ditadura da velocidade e do “não tenho tempo a perder” retira do cotidiano das metrópoles uma das mais profundas maneiras de aproveitar, de fato, o tempo: a necessária paciência para a fruição, quase degustação lenta, dos movimentos de busca intensa do prazer originário do universo da leitura. Essa insana tacocracia, vivida sem reflexão, produz uma amarga rejeição à eroticidade inerente aos momentos nos quais é preciso entrar no cio emanado da leitura prazerosa, do mergulho intencional e povoadamente solitário que nos atinge quando nos abandonamos aos sussurros que vêm de dentro.

Há frase mais tola do que a daquele ou daquela que diz “acho que, para passar (ou matar) o tempo, vou ler alguma coisa”? Ler um livro para matar o tempo? Não! Afonso Arinos, importante jurista mineiro, mais conhecido por ser autor da primeira lei contra a discriminação racial, que também era escritor (ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1958, mesmo ano em que foi eleito senador), escreveu em A Escalada que “domar o tempo não é matá-lo, é vivê-lo”.

Viver o tempo! Vivificálo, tornálo substantivo e desfrutável. Ora, nada como um bom livro para fazer pulsar a vida no nosso interior, vida essa que, quando absortos na leitura, nos faz esquecer a fluidez temporal e nos permite suspender provisoriamente a mortalidade e a finitude.

Mas o que é um bom livro? A subjetividade da resposta é evidente. No entanto, é possível estabelecer um critério: um bom livro é aquele que emociona você, isto é, aquele que produz sentimentos vitais, que gera perturbações, que comove, abala ou impressiona. Em outras palavras, um bom livro é aquele que, de alguma maneira, afeta você e o impede que passe adiante incólume.

A emoção do bom livro é tão imensa que se torna, lamentavelmente, irrepetível. Álvaro Lins, crítico literário pernambucano que chegou a chefiar a Casa Civil do governo JK, fez uma reflexão que expressa uma parte dessa contraditória agonia: “Ah, a tristeza de saber, no fim da leitura de certos livros, que nunca mais os leremos pela primeira vez, que não se repetirá jamais a sensação da primeira leitura, que não teremos renovada a felicidade de ignorá-los num dia e conhecê-los no dia seguinte”.

Assim – mesmo que quase tudo hoje em dia dificulte a urgência de vivificar com uma boa leitura, especialmente a estafa resultante do desequilíbrio e da correria incessante –, muitos não se deixam humilhar pelos assassinos do tempo; para impedir a vitória da mediocridade espiritual, há os que cantam com Djavan – na belíssima “Faltando um Pedaço” – e sabem que “o cio vence o cansaço”.


CORTELLA, Mário Sérgio. Um persistente cio. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/ eq2609200226.htm. Acesso em: 10 ago. 2021. [Fragmento]

Leia estes trechos destacados do texto e suas respectivas reescritas:
I. “Em outras palavras, um bom livro é aquele que, de alguma maneira, afeta você e o impede que passe adiante incólume.”    Em outros termos, um bom livro é aquele que, de algum modo, abala você e evita que você passe adiante ileso.
II. “Essa insana tacocracia, vivida sem reflexão, produz uma amarga rejeição à eroticidade inerente aos momentos nos quais é preciso entrar no cio emanado da leitura prazerosa”.    Essa insensata ditadura da velocidade, vivida irrefletidamente, produz uma amarga repulsa à eroticidade intrínseca aos momentos nos quais é preciso entrar no cio advindo da leitura prazerosa.
III. “Nada como um bom livro para fazer pulsar a vida no nosso interior, vida essa que, quando absortos na leitura, nos faz esquecer a fluidez temporal”.     Nada como um bom livro para fazer aquietar a vida no nosso íntimo, vida essa que, quando fatigados na leitura, nos faz olvidar o dimanar do tempo.
Houve alteração de sentido na reescrita do trecho destacado no(s) item(ns)
Alternativas
Respostas
301: C
302: A
303: D
304: A
305: B
306: D
307: A
308: D
309: D
310: C
311: A
312: C
313: B
314: A
315: B
316: D
317: B
318: C
319: D
320: C