Questões Militares Para pm-mg

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Q655747
Odontologia Biossegurança. Vacinas. ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655747 Odontologia
Sobre os resíduos químicos gerados em serviços de saúde, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q655746
Odontologia Materiais Odontológicos , Odontologia Pré-Clínica ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655746 Odontologia
Em relação à manutenção de equipamentos odontológicos, marque a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q655745
Odontologia Orientação Profissional , Ergonomia na Prática Odontológica ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655745 Odontologia
Com o objetivo de convencionar uma inter-relação específica entre a posição do operador, assistente, paciente e o equipamento, a ISO/FDI estabeleceu a divisão da sala de atendimento clínico em áreas distintas. Considerando o dentista destro, marque a alternativa CORRETA:  
Alternativas
Q655744
Odontologia Propedêutica ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655744 Odontologia
Sobre a saúde bucal nas diferentes fases da vida, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q655743
Odontologia Periodontia ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655743 Odontologia
Marque a alternativa CORRETA quanto à prevenção da Doença Periodontal.  
Alternativas
Q655742
Odontologia Periodontia ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655742 Odontologia
Sobre as Doenças Periodontais é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q655741
Odontologia Periodontia ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655741 Odontologia
Marque a alternativa CORRETA sobre a Doença Periodontal.
Alternativas
Q655740
Odontologia Cariologia , Prevenção e Controle da Doença ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655740 Odontologia
Sobre a Prevenção da doença Cárie, marque a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q655738
Odontologia Periodontia ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655738 Odontologia
Marque a alternativa CORRETA. As estruturas que formam e periodonto são, respectivamente:
Alternativas
Q655737
Odontologia Odontopediatria , Erupção Dentária ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655737 Odontologia
Marque a alternativa CORRETA. Os dentes com notação gráfica: 53, 21 e 46 são respectivamente:
Alternativas
Q655736
Odontologia Propedêutica ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655736 Odontologia
Em relação a Promoção de Saúde Bucal na prática clínica, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q655735
Odontologia Saúde Bucal Coletiva , Equipe Auxiliar ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655735 Odontologia
Marque a alternativa CORRETA quanto à competência profissional do Auxiliar de Saúde Bucal.
Alternativas
Q655734
Odontologia Saúde Bucal Coletiva , Equipe Auxiliar ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Prova: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q655734 Odontologia
Marque a alternativa CORRETA. De acordo com a Lei nº 11.889, de 24/12/08, que regulamenta o exercício das profissões de Técnico em Saúde Bucal (TSB) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB), é de competência do ASB:  
Alternativas
Q595225
Português Interpretação de Textos , Figuras de Linguagem ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Provas: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Músico | CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q595225 Português
                                                                Corda sensível

pequena Maria, apertando na mão uma fatia de pão com manteiga, olhava extasiada. A cor azul escura da casimira, sob a claridade noturna que enchia a sala, modelava macieza de veludo e fingia reflexos de roxo. Nas ombreiras do fardão poisavam as dragonas maciças, de grande gala, com o seu chuveiro de torçais de ouro; e na frente o papo se escancarava, deixando ver a tela de croché, com que se costuma proteger as mobílias. A um lado corriam-lhe os oito botões, cada um crescido como um olho-de-boi...
Mas, quando a pequena deu com o empastamento de condecorações que encobria lado a lado o peito ao fardão, não pôde resistir ao chamariz, e pondo um joelho à beira do assento e com os bracinhos estirados agarrando-se aos braços da cadeira, subiu, apesar do balanço. As mangas da farda começaram então um movimento de pêndulo, roçando no tapete os canhões encastoados pelas pesadas divisas de coronel. O amor ao equilíbrio forçou a pequena Maria a ir com a mão ao tope da cadeira, e aí, olha lá manteiga pelas abas.
Acode naquela cabecinha castanha uma ligeira idéia de remorso, e o que há de mais simples é deixar as coisas como estavam. A esse tempo brilhavam no escuro da rua, à altura do peitoril da janela, os olhos da filha do cabo de ordens, que espiava para dentro, pode ser que arrastada pelo cheiro da ceia, cujos tirlintintins se ouvia. Que ótimo desvio! E as duas começaram a conversar-se na janela, como pessoas sisudas; bem entendido, a pequena do cabo de ordens comendo o enfastiado pão com manteiga, a célebre fatia.
No dia seguinte, quando a criada veio sacudir os móveis, caiu das nuvens, coitada! Cada rombo deste tamanho, afora uma porção de relidinhas, na casimira do fardão, de modo que a intertela e os recheios do peitilho estava tudo estripado e esbrugado. Conseqüência: um ódio entranhado aos ratos. Os cantos da casa povoaram-se de ratoeiras. Era um nunca acabar.
Pois, senhores, roerem a mais linda, a mais garbosa, a mais rica, a mais nobre farda da província?! Ah! se o coronel pudesse estrepar toda a ratagem unânime das nações na ponta de seu gládio!
Em um amanhecer de abril, sofrivelmente belo, a criada, deixando para mais tarde a visita às ratoeiras, aconteceu que ajuntaram-se à pequena Maria o pequeno Manuel e o caçula, e foram despescar, por sua conta e risco, as da despensa. O cabeça do motim, que todos sabem ser a senhora dona Maria, como lhe chama a mãe quando se enfeza, não teve mais o que fazer, e, cercada pelos dois bargados consócios, assentou-se no chão, depondo a ratoeira sobre o pano do vestido que se fazia entre as duas perninhas abertas.
A ratoeira não era mais de que uma cúpula de arame cozida a uma rodelazinha de pinho. Dentro, porém, havia era um bicho cinzento e uma porção de bichinhos vermelhos, da cor dos dedinhos do caçula: fenômeno raro, que provocou uma gritaria hilariante, aliás inconveniente, porque atrás acudiram a criada, a mamãe e até o coronel, a ver o que fazia aquela troça de quenquéns.
Maria estava metendo a mão para abocanhar a bicharada – em tempo de ser mordida! – e o Manuel procurava também se havia outro buraco onde ele pudesse meter a dele.
– Virgem Maria! – vozeava a criada.
– Isto é o diabo! – roncava o coronel.
Recuaram todas as mãos, e a curiosidade das criancinhas foi achar nos olhos delas o desejado e inviolável refúgio.
A mamãe, porém, encarando o caso, juntou as mãos enternecidamente, e, cobrindo o marido e os três filhinhos com um daqueles olhares que só em mulheres se depara, exclamou cheia de profundo sentimento materno:
– Espera, que é uma ratinha que deu à luz na ratoeira!
O duro militar ficou basbaque. Enquanto a rata puérpera, impunemente, pacatamente, com o salvo-conduto de sua boa estrela de mãe, Saia, como um anão no meio de enormes gigantes de conto de fada, e galgava novamente as prateleiras prenhes de queijo. A ninhada se amontoava no regaço da pequena Maria, - uma porção de bichinhos vermelhos, da cor das carnes tenras do caçula, cujo corpinho nu estava ali acocorado, a alma de criança aberta nuns olhos admirativos, exclamando com jubilosa admiração:
– Uói! - apontando para os ratinhos com o dedinho vermelho.

PAIVA, Manoel de Oliveira. Corda Sensível. Rio de Janeiro: Graphia, 1993.
Disponível em: http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos. Acessado em 30/10/2014.
Leia o extrato a seguir e responda qual é a figura de linguagem correspondente.
“Enquanto a rata puérpera, impunemente, pacatamente, com o salvo-conduto de sua boa estrela de mãe, Saia, como um anão no meio de enormes gigantes de conto de fada."
Alternativas
Q595224
Português Morfologia - Verbos , Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo) ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Provas: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Músico | CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q595224 Português
                                                                Corda sensível

pequena Maria, apertando na mão uma fatia de pão com manteiga, olhava extasiada. A cor azul escura da casimira, sob a claridade noturna que enchia a sala, modelava macieza de veludo e fingia reflexos de roxo. Nas ombreiras do fardão poisavam as dragonas maciças, de grande gala, com o seu chuveiro de torçais de ouro; e na frente o papo se escancarava, deixando ver a tela de croché, com que se costuma proteger as mobílias. A um lado corriam-lhe os oito botões, cada um crescido como um olho-de-boi...
Mas, quando a pequena deu com o empastamento de condecorações que encobria lado a lado o peito ao fardão, não pôde resistir ao chamariz, e pondo um joelho à beira do assento e com os bracinhos estirados agarrando-se aos braços da cadeira, subiu, apesar do balanço. As mangas da farda começaram então um movimento de pêndulo, roçando no tapete os canhões encastoados pelas pesadas divisas de coronel. O amor ao equilíbrio forçou a pequena Maria a ir com a mão ao tope da cadeira, e aí, olha lá manteiga pelas abas.
Acode naquela cabecinha castanha uma ligeira idéia de remorso, e o que há de mais simples é deixar as coisas como estavam. A esse tempo brilhavam no escuro da rua, à altura do peitoril da janela, os olhos da filha do cabo de ordens, que espiava para dentro, pode ser que arrastada pelo cheiro da ceia, cujos tirlintintins se ouvia. Que ótimo desvio! E as duas começaram a conversar-se na janela, como pessoas sisudas; bem entendido, a pequena do cabo de ordens comendo o enfastiado pão com manteiga, a célebre fatia.
No dia seguinte, quando a criada veio sacudir os móveis, caiu das nuvens, coitada! Cada rombo deste tamanho, afora uma porção de relidinhas, na casimira do fardão, de modo que a intertela e os recheios do peitilho estava tudo estripado e esbrugado. Conseqüência: um ódio entranhado aos ratos. Os cantos da casa povoaram-se de ratoeiras. Era um nunca acabar.
Pois, senhores, roerem a mais linda, a mais garbosa, a mais rica, a mais nobre farda da província?! Ah! se o coronel pudesse estrepar toda a ratagem unânime das nações na ponta de seu gládio!
Em um amanhecer de abril, sofrivelmente belo, a criada, deixando para mais tarde a visita às ratoeiras, aconteceu que ajuntaram-se à pequena Maria o pequeno Manuel e o caçula, e foram despescar, por sua conta e risco, as da despensa. O cabeça do motim, que todos sabem ser a senhora dona Maria, como lhe chama a mãe quando se enfeza, não teve mais o que fazer, e, cercada pelos dois bargados consócios, assentou-se no chão, depondo a ratoeira sobre o pano do vestido que se fazia entre as duas perninhas abertas.
A ratoeira não era mais de que uma cúpula de arame cozida a uma rodelazinha de pinho. Dentro, porém, havia era um bicho cinzento e uma porção de bichinhos vermelhos, da cor dos dedinhos do caçula: fenômeno raro, que provocou uma gritaria hilariante, aliás inconveniente, porque atrás acudiram a criada, a mamãe e até o coronel, a ver o que fazia aquela troça de quenquéns.
Maria estava metendo a mão para abocanhar a bicharada – em tempo de ser mordida! – e o Manuel procurava também se havia outro buraco onde ele pudesse meter a dele.
– Virgem Maria! – vozeava a criada.
– Isto é o diabo! – roncava o coronel.
Recuaram todas as mãos, e a curiosidade das criancinhas foi achar nos olhos delas o desejado e inviolável refúgio.
A mamãe, porém, encarando o caso, juntou as mãos enternecidamente, e, cobrindo o marido e os três filhinhos com um daqueles olhares que só em mulheres se depara, exclamou cheia de profundo sentimento materno:
– Espera, que é uma ratinha que deu à luz na ratoeira!
O duro militar ficou basbaque. Enquanto a rata puérpera, impunemente, pacatamente, com o salvo-conduto de sua boa estrela de mãe, Saia, como um anão no meio de enormes gigantes de conto de fada, e galgava novamente as prateleiras prenhes de queijo. A ninhada se amontoava no regaço da pequena Maria, - uma porção de bichinhos vermelhos, da cor das carnes tenras do caçula, cujo corpinho nu estava ali acocorado, a alma de criança aberta nuns olhos admirativos, exclamando com jubilosa admiração:
– Uói! - apontando para os ratinhos com o dedinho vermelho.

PAIVA, Manoel de Oliveira. Corda Sensível. Rio de Janeiro: Graphia, 1993.
Disponível em: http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos. Acessado em 30/10/2014.
Sobre os tempos e modos verbais, marque a alternativa CORRETA, cuja palavra sublinhada refere-se ao emprego de um verbo no modo indicativo.
Alternativas
Q595221
Português Morfologia - Pronomes , Pronomes Indefinidos ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Provas: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Músico | CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q595221 Português
                                                                Corda sensível

pequena Maria, apertando na mão uma fatia de pão com manteiga, olhava extasiada. A cor azul escura da casimira, sob a claridade noturna que enchia a sala, modelava macieza de veludo e fingia reflexos de roxo. Nas ombreiras do fardão poisavam as dragonas maciças, de grande gala, com o seu chuveiro de torçais de ouro; e na frente o papo se escancarava, deixando ver a tela de croché, com que se costuma proteger as mobílias. A um lado corriam-lhe os oito botões, cada um crescido como um olho-de-boi...
Mas, quando a pequena deu com o empastamento de condecorações que encobria lado a lado o peito ao fardão, não pôde resistir ao chamariz, e pondo um joelho à beira do assento e com os bracinhos estirados agarrando-se aos braços da cadeira, subiu, apesar do balanço. As mangas da farda começaram então um movimento de pêndulo, roçando no tapete os canhões encastoados pelas pesadas divisas de coronel. O amor ao equilíbrio forçou a pequena Maria a ir com a mão ao tope da cadeira, e aí, olha lá manteiga pelas abas.
Acode naquela cabecinha castanha uma ligeira idéia de remorso, e o que há de mais simples é deixar as coisas como estavam. A esse tempo brilhavam no escuro da rua, à altura do peitoril da janela, os olhos da filha do cabo de ordens, que espiava para dentro, pode ser que arrastada pelo cheiro da ceia, cujos tirlintintins se ouvia. Que ótimo desvio! E as duas começaram a conversar-se na janela, como pessoas sisudas; bem entendido, a pequena do cabo de ordens comendo o enfastiado pão com manteiga, a célebre fatia.
No dia seguinte, quando a criada veio sacudir os móveis, caiu das nuvens, coitada! Cada rombo deste tamanho, afora uma porção de relidinhas, na casimira do fardão, de modo que a intertela e os recheios do peitilho estava tudo estripado e esbrugado. Conseqüência: um ódio entranhado aos ratos. Os cantos da casa povoaram-se de ratoeiras. Era um nunca acabar.
Pois, senhores, roerem a mais linda, a mais garbosa, a mais rica, a mais nobre farda da província?! Ah! se o coronel pudesse estrepar toda a ratagem unânime das nações na ponta de seu gládio!
Em um amanhecer de abril, sofrivelmente belo, a criada, deixando para mais tarde a visita às ratoeiras, aconteceu que ajuntaram-se à pequena Maria o pequeno Manuel e o caçula, e foram despescar, por sua conta e risco, as da despensa. O cabeça do motim, que todos sabem ser a senhora dona Maria, como lhe chama a mãe quando se enfeza, não teve mais o que fazer, e, cercada pelos dois bargados consócios, assentou-se no chão, depondo a ratoeira sobre o pano do vestido que se fazia entre as duas perninhas abertas.
A ratoeira não era mais de que uma cúpula de arame cozida a uma rodelazinha de pinho. Dentro, porém, havia era um bicho cinzento e uma porção de bichinhos vermelhos, da cor dos dedinhos do caçula: fenômeno raro, que provocou uma gritaria hilariante, aliás inconveniente, porque atrás acudiram a criada, a mamãe e até o coronel, a ver o que fazia aquela troça de quenquéns.
Maria estava metendo a mão para abocanhar a bicharada – em tempo de ser mordida! – e o Manuel procurava também se havia outro buraco onde ele pudesse meter a dele.
– Virgem Maria! – vozeava a criada.
– Isto é o diabo! – roncava o coronel.
Recuaram todas as mãos, e a curiosidade das criancinhas foi achar nos olhos delas o desejado e inviolável refúgio.
A mamãe, porém, encarando o caso, juntou as mãos enternecidamente, e, cobrindo o marido e os três filhinhos com um daqueles olhares que só em mulheres se depara, exclamou cheia de profundo sentimento materno:
– Espera, que é uma ratinha que deu à luz na ratoeira!
O duro militar ficou basbaque. Enquanto a rata puérpera, impunemente, pacatamente, com o salvo-conduto de sua boa estrela de mãe, Saia, como um anão no meio de enormes gigantes de conto de fada, e galgava novamente as prateleiras prenhes de queijo. A ninhada se amontoava no regaço da pequena Maria, - uma porção de bichinhos vermelhos, da cor das carnes tenras do caçula, cujo corpinho nu estava ali acocorado, a alma de criança aberta nuns olhos admirativos, exclamando com jubilosa admiração:
– Uói! - apontando para os ratinhos com o dedinho vermelho.

PAIVA, Manoel de Oliveira. Corda Sensível. Rio de Janeiro: Graphia, 1993.
Disponível em: http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos. Acessado em 30/10/2014.
Quanto ao uso dos pronomes, marque a alternativa CORRETA em que o pronome indefinido tem significação positiva.
Alternativas
Q595220
Português Morfologia - Pronomes , Pronomes relativos ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Provas: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Músico | CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q595220 Português
                                                                Corda sensível

pequena Maria, apertando na mão uma fatia de pão com manteiga, olhava extasiada. A cor azul escura da casimira, sob a claridade noturna que enchia a sala, modelava macieza de veludo e fingia reflexos de roxo. Nas ombreiras do fardão poisavam as dragonas maciças, de grande gala, com o seu chuveiro de torçais de ouro; e na frente o papo se escancarava, deixando ver a tela de croché, com que se costuma proteger as mobílias. A um lado corriam-lhe os oito botões, cada um crescido como um olho-de-boi...
Mas, quando a pequena deu com o empastamento de condecorações que encobria lado a lado o peito ao fardão, não pôde resistir ao chamariz, e pondo um joelho à beira do assento e com os bracinhos estirados agarrando-se aos braços da cadeira, subiu, apesar do balanço. As mangas da farda começaram então um movimento de pêndulo, roçando no tapete os canhões encastoados pelas pesadas divisas de coronel. O amor ao equilíbrio forçou a pequena Maria a ir com a mão ao tope da cadeira, e aí, olha lá manteiga pelas abas.
Acode naquela cabecinha castanha uma ligeira idéia de remorso, e o que há de mais simples é deixar as coisas como estavam. A esse tempo brilhavam no escuro da rua, à altura do peitoril da janela, os olhos da filha do cabo de ordens, que espiava para dentro, pode ser que arrastada pelo cheiro da ceia, cujos tirlintintins se ouvia. Que ótimo desvio! E as duas começaram a conversar-se na janela, como pessoas sisudas; bem entendido, a pequena do cabo de ordens comendo o enfastiado pão com manteiga, a célebre fatia.
No dia seguinte, quando a criada veio sacudir os móveis, caiu das nuvens, coitada! Cada rombo deste tamanho, afora uma porção de relidinhas, na casimira do fardão, de modo que a intertela e os recheios do peitilho estava tudo estripado e esbrugado. Conseqüência: um ódio entranhado aos ratos. Os cantos da casa povoaram-se de ratoeiras. Era um nunca acabar.
Pois, senhores, roerem a mais linda, a mais garbosa, a mais rica, a mais nobre farda da província?! Ah! se o coronel pudesse estrepar toda a ratagem unânime das nações na ponta de seu gládio!
Em um amanhecer de abril, sofrivelmente belo, a criada, deixando para mais tarde a visita às ratoeiras, aconteceu que ajuntaram-se à pequena Maria o pequeno Manuel e o caçula, e foram despescar, por sua conta e risco, as da despensa. O cabeça do motim, que todos sabem ser a senhora dona Maria, como lhe chama a mãe quando se enfeza, não teve mais o que fazer, e, cercada pelos dois bargados consócios, assentou-se no chão, depondo a ratoeira sobre o pano do vestido que se fazia entre as duas perninhas abertas.
A ratoeira não era mais de que uma cúpula de arame cozida a uma rodelazinha de pinho. Dentro, porém, havia era um bicho cinzento e uma porção de bichinhos vermelhos, da cor dos dedinhos do caçula: fenômeno raro, que provocou uma gritaria hilariante, aliás inconveniente, porque atrás acudiram a criada, a mamãe e até o coronel, a ver o que fazia aquela troça de quenquéns.
Maria estava metendo a mão para abocanhar a bicharada – em tempo de ser mordida! – e o Manuel procurava também se havia outro buraco onde ele pudesse meter a dele.
– Virgem Maria! – vozeava a criada.
– Isto é o diabo! – roncava o coronel.
Recuaram todas as mãos, e a curiosidade das criancinhas foi achar nos olhos delas o desejado e inviolável refúgio.
A mamãe, porém, encarando o caso, juntou as mãos enternecidamente, e, cobrindo o marido e os três filhinhos com um daqueles olhares que só em mulheres se depara, exclamou cheia de profundo sentimento materno:
– Espera, que é uma ratinha que deu à luz na ratoeira!
O duro militar ficou basbaque. Enquanto a rata puérpera, impunemente, pacatamente, com o salvo-conduto de sua boa estrela de mãe, Saia, como um anão no meio de enormes gigantes de conto de fada, e galgava novamente as prateleiras prenhes de queijo. A ninhada se amontoava no regaço da pequena Maria, - uma porção de bichinhos vermelhos, da cor das carnes tenras do caçula, cujo corpinho nu estava ali acocorado, a alma de criança aberta nuns olhos admirativos, exclamando com jubilosa admiração:
– Uói! - apontando para os ratinhos com o dedinho vermelho.

PAIVA, Manoel de Oliveira. Corda Sensível. Rio de Janeiro: Graphia, 1993.
Disponível em: http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos. Acessado em 30/10/2014.
Quanto ao emprego de pronomes, marque a alternativa CORRETA cujo pronome empregado é o pronome relativo.
Alternativas
Q595215
Português Interpretação de Textos , Tipologia Textual , Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Provas: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Músico | CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q595215 Português
                                                                Corda sensível

pequena Maria, apertando na mão uma fatia de pão com manteiga, olhava extasiada. A cor azul escura da casimira, sob a claridade noturna que enchia a sala, modelava macieza de veludo e fingia reflexos de roxo. Nas ombreiras do fardão poisavam as dragonas maciças, de grande gala, com o seu chuveiro de torçais de ouro; e na frente o papo se escancarava, deixando ver a tela de croché, com que se costuma proteger as mobílias. A um lado corriam-lhe os oito botões, cada um crescido como um olho-de-boi...
Mas, quando a pequena deu com o empastamento de condecorações que encobria lado a lado o peito ao fardão, não pôde resistir ao chamariz, e pondo um joelho à beira do assento e com os bracinhos estirados agarrando-se aos braços da cadeira, subiu, apesar do balanço. As mangas da farda começaram então um movimento de pêndulo, roçando no tapete os canhões encastoados pelas pesadas divisas de coronel. O amor ao equilíbrio forçou a pequena Maria a ir com a mão ao tope da cadeira, e aí, olha lá manteiga pelas abas.
Acode naquela cabecinha castanha uma ligeira idéia de remorso, e o que há de mais simples é deixar as coisas como estavam. A esse tempo brilhavam no escuro da rua, à altura do peitoril da janela, os olhos da filha do cabo de ordens, que espiava para dentro, pode ser que arrastada pelo cheiro da ceia, cujos tirlintintins se ouvia. Que ótimo desvio! E as duas começaram a conversar-se na janela, como pessoas sisudas; bem entendido, a pequena do cabo de ordens comendo o enfastiado pão com manteiga, a célebre fatia.
No dia seguinte, quando a criada veio sacudir os móveis, caiu das nuvens, coitada! Cada rombo deste tamanho, afora uma porção de relidinhas, na casimira do fardão, de modo que a intertela e os recheios do peitilho estava tudo estripado e esbrugado. Conseqüência: um ódio entranhado aos ratos. Os cantos da casa povoaram-se de ratoeiras. Era um nunca acabar.
Pois, senhores, roerem a mais linda, a mais garbosa, a mais rica, a mais nobre farda da província?! Ah! se o coronel pudesse estrepar toda a ratagem unânime das nações na ponta de seu gládio!
Em um amanhecer de abril, sofrivelmente belo, a criada, deixando para mais tarde a visita às ratoeiras, aconteceu que ajuntaram-se à pequena Maria o pequeno Manuel e o caçula, e foram despescar, por sua conta e risco, as da despensa. O cabeça do motim, que todos sabem ser a senhora dona Maria, como lhe chama a mãe quando se enfeza, não teve mais o que fazer, e, cercada pelos dois bargados consócios, assentou-se no chão, depondo a ratoeira sobre o pano do vestido que se fazia entre as duas perninhas abertas.
A ratoeira não era mais de que uma cúpula de arame cozida a uma rodelazinha de pinho. Dentro, porém, havia era um bicho cinzento e uma porção de bichinhos vermelhos, da cor dos dedinhos do caçula: fenômeno raro, que provocou uma gritaria hilariante, aliás inconveniente, porque atrás acudiram a criada, a mamãe e até o coronel, a ver o que fazia aquela troça de quenquéns.
Maria estava metendo a mão para abocanhar a bicharada – em tempo de ser mordida! – e o Manuel procurava também se havia outro buraco onde ele pudesse meter a dele.
– Virgem Maria! – vozeava a criada.
– Isto é o diabo! – roncava o coronel.
Recuaram todas as mãos, e a curiosidade das criancinhas foi achar nos olhos delas o desejado e inviolável refúgio.
A mamãe, porém, encarando o caso, juntou as mãos enternecidamente, e, cobrindo o marido e os três filhinhos com um daqueles olhares que só em mulheres se depara, exclamou cheia de profundo sentimento materno:
– Espera, que é uma ratinha que deu à luz na ratoeira!
O duro militar ficou basbaque. Enquanto a rata puérpera, impunemente, pacatamente, com o salvo-conduto de sua boa estrela de mãe, Saia, como um anão no meio de enormes gigantes de conto de fada, e galgava novamente as prateleiras prenhes de queijo. A ninhada se amontoava no regaço da pequena Maria, - uma porção de bichinhos vermelhos, da cor das carnes tenras do caçula, cujo corpinho nu estava ali acocorado, a alma de criança aberta nuns olhos admirativos, exclamando com jubilosa admiração:
– Uói! - apontando para os ratinhos com o dedinho vermelho.

PAIVA, Manoel de Oliveira. Corda Sensível. Rio de Janeiro: Graphia, 1993.
Disponível em: http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos. Acessado em 30/10/2014.
Acerca da identificação da personagem protagonista da história, marque a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q595213
Direitos Humanos Principais Instituições Públicas de Direitos Humanos ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Provas: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Músico | CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q595213 Direitos Humanos
De acordo com a lei nº 9807, de 13/07/99, que estabelece normas para os programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, marque a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q595212
Direitos Humanos Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) , Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate À Violência , Principais Instituições Públicas de Direitos Humanos ,
Ano: 2015 Banca: CRS - PMMG Órgão: PM-MG Provas: CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Músico | CRS - PMMG - 2015 - PM-MG - Soldado - Auxiliar em saúde bucal |
Q595212 Direitos Humanos
De acordo com a Lei nº 9455, de 07/04/97, que define os crimes de tortura, marque a alternativa CORRETA.
Alternativas
Respostas
4421: B
4422: A
4423: C
4424: D
4425: A
4426: D
4427: D
4428: B
4429: C
4430: D
4431: D
4432: A
4433: C
4434: D
4435: D
4436: A
4437: D
4438: C
4439: D
4440: A
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