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Q1804065 Português
Direito e avesso

Rachel de Queiroz

    Conheci uma moça que escondia como um crime certa feia cicatriz de queimadura que tinha no corpo. De pequena a mãe lhe ensinara a ocultar aquela marca de fogo e nem sei que impulso de desabafo levou-a a me falar nela; e creio que logo se arrependeu, pois me obrigou a jurar que jamais repetiria a alguém o seu segredo. Se agora o conto é porque a moça é morta e a sua cicatriz já estará em nada, levada com o resto pelas águas de março, que levam tudo.
    Lembrou-me isso ao escutar outra moça, também vaidosa e bonita, que discorria perante várias pessoas a respeito de uma deformação congênita que ela, moça, tem no coração. Falava daquilo com mal disfarçado orgulho, como se ter coração defeituoso fosse uma distinção aristocrática que se ganha de nascença e não está ao alcance de qualquer um.
    E aí saí pensando em como as pessoas são estranhas. Qualquer deformação, por mais mínima, sendo em parte visível do nosso corpo, a gente a combate, a disfarça, oculta como um vício feio. Este senhor, por exemplo, que nos explica, abundantemente, ser vítima de divertículos (excrescências em forma de apêndice que apareceram no seu duodeno), teria o mesmo gosto em gabar-se da anomalia se em lugar dos divertículos tivesse lobinhos pendurados no nariz? Nunca vi ninguém expor com orgulho a sua mão de seis dedos, a sua orelha malformada; mas a má formação interna é marca de originalidade, que se descreve aos outros com evidente orgulho.
    Doença interna só se esconde por medo da morte — isto é, por medo de que, a notícia se espalhando, chegue a morte mais depressa. Não sendo por isso, quem tem um sopro no coração se gaba dele como de falar japonês.
    Parece que o principal impedimento é o estético. Pois se todos gostam de se distinguir da multidão, nem que seja por uma anomalia, fazem ao mesmo tempo questão de que essa anomalia não seja visivelmente deformante. Ter o coração do lado direito é uma glória, mas um braço menor que o outro é uma tragédia. Alguém com os dois olhos límpidos pode gostar de épater uma roda de conversa, explicando que não enxerga coisíssima nenhuma por um daqueles límpidos olhos, e permitirá mesmo que os circunstantes curiosos lhe examinem o olho cego e constatem de perto que realmente não se nota diferença nenhuma com o olho são. Mas tivesse aquela pessoa o olho que não enxerga coalhado pela gota-serena, jamais se referiria ao defeito em público; e, caso o fizesse, por excentricidade de temperamento sarcástico ou masoquista, os circunstantes bem-educados se sentiriam na obrigação de desviar a vista e mudar de assunto.
    Mulheres discutem com prazer seus casos ginecológicos; uma diz abertamente que já não tem um ovário, outra, que o médico lhe diagnosticou um útero infantil. Mas, se ela tivesse um pé infantil, ou seios senis, será que os declararia com a mesma complacência?
    Antigamente havia as doenças secretas, que só se nomeavam em segredo ou sob pseudônimo. De um tísico, por exemplo, se dizia que estava “fraco do peito”; e talvez tal reserva nascesse do medo do contágio, que todo mundo tinha. Mas dos malucos também se dizia que “estavam nervosos” e do câncer ainda hoje se faz mistério — e nem câncer e nem doidice pegam.
    Não somos todos mesmo muito estranhos? Gostamos de ser diferentes — contanto que a diferença não se veja. O bastante para chamar atenção, mas não tanto que pareça feio.

Fonte: O melhor da crônica brasileira, 1/ Ferreira Gullar... [et al.]. 5º ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. 

Vocabulário:
épater: impressionar

Com base no Texto, responda à questão que se segue.
Assinale a opção em que a oração NÃO se encontra na voz passiva,
Alternativas
Q1804064 Português
Direito e avesso

Rachel de Queiroz

    Conheci uma moça que escondia como um crime certa feia cicatriz de queimadura que tinha no corpo. De pequena a mãe lhe ensinara a ocultar aquela marca de fogo e nem sei que impulso de desabafo levou-a a me falar nela; e creio que logo se arrependeu, pois me obrigou a jurar que jamais repetiria a alguém o seu segredo. Se agora o conto é porque a moça é morta e a sua cicatriz já estará em nada, levada com o resto pelas águas de março, que levam tudo.
    Lembrou-me isso ao escutar outra moça, também vaidosa e bonita, que discorria perante várias pessoas a respeito de uma deformação congênita que ela, moça, tem no coração. Falava daquilo com mal disfarçado orgulho, como se ter coração defeituoso fosse uma distinção aristocrática que se ganha de nascença e não está ao alcance de qualquer um.
    E aí saí pensando em como as pessoas são estranhas. Qualquer deformação, por mais mínima, sendo em parte visível do nosso corpo, a gente a combate, a disfarça, oculta como um vício feio. Este senhor, por exemplo, que nos explica, abundantemente, ser vítima de divertículos (excrescências em forma de apêndice que apareceram no seu duodeno), teria o mesmo gosto em gabar-se da anomalia se em lugar dos divertículos tivesse lobinhos pendurados no nariz? Nunca vi ninguém expor com orgulho a sua mão de seis dedos, a sua orelha malformada; mas a má formação interna é marca de originalidade, que se descreve aos outros com evidente orgulho.
    Doença interna só se esconde por medo da morte — isto é, por medo de que, a notícia se espalhando, chegue a morte mais depressa. Não sendo por isso, quem tem um sopro no coração se gaba dele como de falar japonês.
    Parece que o principal impedimento é o estético. Pois se todos gostam de se distinguir da multidão, nem que seja por uma anomalia, fazem ao mesmo tempo questão de que essa anomalia não seja visivelmente deformante. Ter o coração do lado direito é uma glória, mas um braço menor que o outro é uma tragédia. Alguém com os dois olhos límpidos pode gostar de épater uma roda de conversa, explicando que não enxerga coisíssima nenhuma por um daqueles límpidos olhos, e permitirá mesmo que os circunstantes curiosos lhe examinem o olho cego e constatem de perto que realmente não se nota diferença nenhuma com o olho são. Mas tivesse aquela pessoa o olho que não enxerga coalhado pela gota-serena, jamais se referiria ao defeito em público; e, caso o fizesse, por excentricidade de temperamento sarcástico ou masoquista, os circunstantes bem-educados se sentiriam na obrigação de desviar a vista e mudar de assunto.
    Mulheres discutem com prazer seus casos ginecológicos; uma diz abertamente que já não tem um ovário, outra, que o médico lhe diagnosticou um útero infantil. Mas, se ela tivesse um pé infantil, ou seios senis, será que os declararia com a mesma complacência?
    Antigamente havia as doenças secretas, que só se nomeavam em segredo ou sob pseudônimo. De um tísico, por exemplo, se dizia que estava “fraco do peito”; e talvez tal reserva nascesse do medo do contágio, que todo mundo tinha. Mas dos malucos também se dizia que “estavam nervosos” e do câncer ainda hoje se faz mistério — e nem câncer e nem doidice pegam.
    Não somos todos mesmo muito estranhos? Gostamos de ser diferentes — contanto que a diferença não se veja. O bastante para chamar atenção, mas não tanto que pareça feio.

Fonte: O melhor da crônica brasileira, 1/ Ferreira Gullar... [et al.]. 5º ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. 

Vocabulário:
épater: impressionar

Com base no Texto, responda à questão que se segue.
Observe a função sintática que a palavra sublinhada cumpre na seguinte passagem:
Doença interna só se esconde por medo da morte — isto é, por medo de que, a notícia se espalhando, chegue a morte mais depressa.

A palavra sublinhada cumpre a mesma função sintática que a palavra sublinhada acima, EXCETO em:
Alternativas
Q1804063 Português
Direito e avesso

Rachel de Queiroz

    Conheci uma moça que escondia como um crime certa feia cicatriz de queimadura que tinha no corpo. De pequena a mãe lhe ensinara a ocultar aquela marca de fogo e nem sei que impulso de desabafo levou-a a me falar nela; e creio que logo se arrependeu, pois me obrigou a jurar que jamais repetiria a alguém o seu segredo. Se agora o conto é porque a moça é morta e a sua cicatriz já estará em nada, levada com o resto pelas águas de março, que levam tudo.
    Lembrou-me isso ao escutar outra moça, também vaidosa e bonita, que discorria perante várias pessoas a respeito de uma deformação congênita que ela, moça, tem no coração. Falava daquilo com mal disfarçado orgulho, como se ter coração defeituoso fosse uma distinção aristocrática que se ganha de nascença e não está ao alcance de qualquer um.
    E aí saí pensando em como as pessoas são estranhas. Qualquer deformação, por mais mínima, sendo em parte visível do nosso corpo, a gente a combate, a disfarça, oculta como um vício feio. Este senhor, por exemplo, que nos explica, abundantemente, ser vítima de divertículos (excrescências em forma de apêndice que apareceram no seu duodeno), teria o mesmo gosto em gabar-se da anomalia se em lugar dos divertículos tivesse lobinhos pendurados no nariz? Nunca vi ninguém expor com orgulho a sua mão de seis dedos, a sua orelha malformada; mas a má formação interna é marca de originalidade, que se descreve aos outros com evidente orgulho.
    Doença interna só se esconde por medo da morte — isto é, por medo de que, a notícia se espalhando, chegue a morte mais depressa. Não sendo por isso, quem tem um sopro no coração se gaba dele como de falar japonês.
    Parece que o principal impedimento é o estético. Pois se todos gostam de se distinguir da multidão, nem que seja por uma anomalia, fazem ao mesmo tempo questão de que essa anomalia não seja visivelmente deformante. Ter o coração do lado direito é uma glória, mas um braço menor que o outro é uma tragédia. Alguém com os dois olhos límpidos pode gostar de épater uma roda de conversa, explicando que não enxerga coisíssima nenhuma por um daqueles límpidos olhos, e permitirá mesmo que os circunstantes curiosos lhe examinem o olho cego e constatem de perto que realmente não se nota diferença nenhuma com o olho são. Mas tivesse aquela pessoa o olho que não enxerga coalhado pela gota-serena, jamais se referiria ao defeito em público; e, caso o fizesse, por excentricidade de temperamento sarcástico ou masoquista, os circunstantes bem-educados se sentiriam na obrigação de desviar a vista e mudar de assunto.
    Mulheres discutem com prazer seus casos ginecológicos; uma diz abertamente que já não tem um ovário, outra, que o médico lhe diagnosticou um útero infantil. Mas, se ela tivesse um pé infantil, ou seios senis, será que os declararia com a mesma complacência?
    Antigamente havia as doenças secretas, que só se nomeavam em segredo ou sob pseudônimo. De um tísico, por exemplo, se dizia que estava “fraco do peito”; e talvez tal reserva nascesse do medo do contágio, que todo mundo tinha. Mas dos malucos também se dizia que “estavam nervosos” e do câncer ainda hoje se faz mistério — e nem câncer e nem doidice pegam.
    Não somos todos mesmo muito estranhos? Gostamos de ser diferentes — contanto que a diferença não se veja. O bastante para chamar atenção, mas não tanto que pareça feio.

Fonte: O melhor da crônica brasileira, 1/ Ferreira Gullar... [et al.]. 5º ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. 

Vocabulário:
épater: impressionar

Com base no Texto, responda à questão que se segue.
Assinale a opção em que o termo sublinhado pertence a uma classe gramatical diferente das demais.
Alternativas
Q1804062 Português
Direito e avesso

Rachel de Queiroz

    Conheci uma moça que escondia como um crime certa feia cicatriz de queimadura que tinha no corpo. De pequena a mãe lhe ensinara a ocultar aquela marca de fogo e nem sei que impulso de desabafo levou-a a me falar nela; e creio que logo se arrependeu, pois me obrigou a jurar que jamais repetiria a alguém o seu segredo. Se agora o conto é porque a moça é morta e a sua cicatriz já estará em nada, levada com o resto pelas águas de março, que levam tudo.
    Lembrou-me isso ao escutar outra moça, também vaidosa e bonita, que discorria perante várias pessoas a respeito de uma deformação congênita que ela, moça, tem no coração. Falava daquilo com mal disfarçado orgulho, como se ter coração defeituoso fosse uma distinção aristocrática que se ganha de nascença e não está ao alcance de qualquer um.
    E aí saí pensando em como as pessoas são estranhas. Qualquer deformação, por mais mínima, sendo em parte visível do nosso corpo, a gente a combate, a disfarça, oculta como um vício feio. Este senhor, por exemplo, que nos explica, abundantemente, ser vítima de divertículos (excrescências em forma de apêndice que apareceram no seu duodeno), teria o mesmo gosto em gabar-se da anomalia se em lugar dos divertículos tivesse lobinhos pendurados no nariz? Nunca vi ninguém expor com orgulho a sua mão de seis dedos, a sua orelha malformada; mas a má formação interna é marca de originalidade, que se descreve aos outros com evidente orgulho.
    Doença interna só se esconde por medo da morte — isto é, por medo de que, a notícia se espalhando, chegue a morte mais depressa. Não sendo por isso, quem tem um sopro no coração se gaba dele como de falar japonês.
    Parece que o principal impedimento é o estético. Pois se todos gostam de se distinguir da multidão, nem que seja por uma anomalia, fazem ao mesmo tempo questão de que essa anomalia não seja visivelmente deformante. Ter o coração do lado direito é uma glória, mas um braço menor que o outro é uma tragédia. Alguém com os dois olhos límpidos pode gostar de épater uma roda de conversa, explicando que não enxerga coisíssima nenhuma por um daqueles límpidos olhos, e permitirá mesmo que os circunstantes curiosos lhe examinem o olho cego e constatem de perto que realmente não se nota diferença nenhuma com o olho são. Mas tivesse aquela pessoa o olho que não enxerga coalhado pela gota-serena, jamais se referiria ao defeito em público; e, caso o fizesse, por excentricidade de temperamento sarcástico ou masoquista, os circunstantes bem-educados se sentiriam na obrigação de desviar a vista e mudar de assunto.
    Mulheres discutem com prazer seus casos ginecológicos; uma diz abertamente que já não tem um ovário, outra, que o médico lhe diagnosticou um útero infantil. Mas, se ela tivesse um pé infantil, ou seios senis, será que os declararia com a mesma complacência?
    Antigamente havia as doenças secretas, que só se nomeavam em segredo ou sob pseudônimo. De um tísico, por exemplo, se dizia que estava “fraco do peito”; e talvez tal reserva nascesse do medo do contágio, que todo mundo tinha. Mas dos malucos também se dizia que “estavam nervosos” e do câncer ainda hoje se faz mistério — e nem câncer e nem doidice pegam.
    Não somos todos mesmo muito estranhos? Gostamos de ser diferentes — contanto que a diferença não se veja. O bastante para chamar atenção, mas não tanto que pareça feio.

Fonte: O melhor da crônica brasileira, 1/ Ferreira Gullar... [et al.]. 5º ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. 

Vocabulário:
épater: impressionar

Com base no Texto, responda à questão que se segue.
Assinale a opção em que aparece uma oração que, mesmo estando desenvolvida, NÃO apresenta conectivo.
Alternativas
Q1804061 Português
Direito e avesso

Rachel de Queiroz

    Conheci uma moça que escondia como um crime certa feia cicatriz de queimadura que tinha no corpo. De pequena a mãe lhe ensinara a ocultar aquela marca de fogo e nem sei que impulso de desabafo levou-a a me falar nela; e creio que logo se arrependeu, pois me obrigou a jurar que jamais repetiria a alguém o seu segredo. Se agora o conto é porque a moça é morta e a sua cicatriz já estará em nada, levada com o resto pelas águas de março, que levam tudo.
    Lembrou-me isso ao escutar outra moça, também vaidosa e bonita, que discorria perante várias pessoas a respeito de uma deformação congênita que ela, moça, tem no coração. Falava daquilo com mal disfarçado orgulho, como se ter coração defeituoso fosse uma distinção aristocrática que se ganha de nascença e não está ao alcance de qualquer um.
    E aí saí pensando em como as pessoas são estranhas. Qualquer deformação, por mais mínima, sendo em parte visível do nosso corpo, a gente a combate, a disfarça, oculta como um vício feio. Este senhor, por exemplo, que nos explica, abundantemente, ser vítima de divertículos (excrescências em forma de apêndice que apareceram no seu duodeno), teria o mesmo gosto em gabar-se da anomalia se em lugar dos divertículos tivesse lobinhos pendurados no nariz? Nunca vi ninguém expor com orgulho a sua mão de seis dedos, a sua orelha malformada; mas a má formação interna é marca de originalidade, que se descreve aos outros com evidente orgulho.
    Doença interna só se esconde por medo da morte — isto é, por medo de que, a notícia se espalhando, chegue a morte mais depressa. Não sendo por isso, quem tem um sopro no coração se gaba dele como de falar japonês.
    Parece que o principal impedimento é o estético. Pois se todos gostam de se distinguir da multidão, nem que seja por uma anomalia, fazem ao mesmo tempo questão de que essa anomalia não seja visivelmente deformante. Ter o coração do lado direito é uma glória, mas um braço menor que o outro é uma tragédia. Alguém com os dois olhos límpidos pode gostar de épater uma roda de conversa, explicando que não enxerga coisíssima nenhuma por um daqueles límpidos olhos, e permitirá mesmo que os circunstantes curiosos lhe examinem o olho cego e constatem de perto que realmente não se nota diferença nenhuma com o olho são. Mas tivesse aquela pessoa o olho que não enxerga coalhado pela gota-serena, jamais se referiria ao defeito em público; e, caso o fizesse, por excentricidade de temperamento sarcástico ou masoquista, os circunstantes bem-educados se sentiriam na obrigação de desviar a vista e mudar de assunto.
    Mulheres discutem com prazer seus casos ginecológicos; uma diz abertamente que já não tem um ovário, outra, que o médico lhe diagnosticou um útero infantil. Mas, se ela tivesse um pé infantil, ou seios senis, será que os declararia com a mesma complacência?
    Antigamente havia as doenças secretas, que só se nomeavam em segredo ou sob pseudônimo. De um tísico, por exemplo, se dizia que estava “fraco do peito”; e talvez tal reserva nascesse do medo do contágio, que todo mundo tinha. Mas dos malucos também se dizia que “estavam nervosos” e do câncer ainda hoje se faz mistério — e nem câncer e nem doidice pegam.
    Não somos todos mesmo muito estranhos? Gostamos de ser diferentes — contanto que a diferença não se veja. O bastante para chamar atenção, mas não tanto que pareça feio.

Fonte: O melhor da crônica brasileira, 1/ Ferreira Gullar... [et al.]. 5º ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. 

Vocabulário:
épater: impressionar

Com base no Texto, responda à questão que se segue.
Assinale a opção em que se atribui ERRADAMENTE (entre parênteses) um sentido ao termo sublinhado.
Alternativas
Q1804060 Português
Direito e avesso

Rachel de Queiroz

    Conheci uma moça que escondia como um crime certa feia cicatriz de queimadura que tinha no corpo. De pequena a mãe lhe ensinara a ocultar aquela marca de fogo e nem sei que impulso de desabafo levou-a a me falar nela; e creio que logo se arrependeu, pois me obrigou a jurar que jamais repetiria a alguém o seu segredo. Se agora o conto é porque a moça é morta e a sua cicatriz já estará em nada, levada com o resto pelas águas de março, que levam tudo.
    Lembrou-me isso ao escutar outra moça, também vaidosa e bonita, que discorria perante várias pessoas a respeito de uma deformação congênita que ela, moça, tem no coração. Falava daquilo com mal disfarçado orgulho, como se ter coração defeituoso fosse uma distinção aristocrática que se ganha de nascença e não está ao alcance de qualquer um.
    E aí saí pensando em como as pessoas são estranhas. Qualquer deformação, por mais mínima, sendo em parte visível do nosso corpo, a gente a combate, a disfarça, oculta como um vício feio. Este senhor, por exemplo, que nos explica, abundantemente, ser vítima de divertículos (excrescências em forma de apêndice que apareceram no seu duodeno), teria o mesmo gosto em gabar-se da anomalia se em lugar dos divertículos tivesse lobinhos pendurados no nariz? Nunca vi ninguém expor com orgulho a sua mão de seis dedos, a sua orelha malformada; mas a má formação interna é marca de originalidade, que se descreve aos outros com evidente orgulho.
    Doença interna só se esconde por medo da morte — isto é, por medo de que, a notícia se espalhando, chegue a morte mais depressa. Não sendo por isso, quem tem um sopro no coração se gaba dele como de falar japonês.
    Parece que o principal impedimento é o estético. Pois se todos gostam de se distinguir da multidão, nem que seja por uma anomalia, fazem ao mesmo tempo questão de que essa anomalia não seja visivelmente deformante. Ter o coração do lado direito é uma glória, mas um braço menor que o outro é uma tragédia. Alguém com os dois olhos límpidos pode gostar de épater uma roda de conversa, explicando que não enxerga coisíssima nenhuma por um daqueles límpidos olhos, e permitirá mesmo que os circunstantes curiosos lhe examinem o olho cego e constatem de perto que realmente não se nota diferença nenhuma com o olho são. Mas tivesse aquela pessoa o olho que não enxerga coalhado pela gota-serena, jamais se referiria ao defeito em público; e, caso o fizesse, por excentricidade de temperamento sarcástico ou masoquista, os circunstantes bem-educados se sentiriam na obrigação de desviar a vista e mudar de assunto.
    Mulheres discutem com prazer seus casos ginecológicos; uma diz abertamente que já não tem um ovário, outra, que o médico lhe diagnosticou um útero infantil. Mas, se ela tivesse um pé infantil, ou seios senis, será que os declararia com a mesma complacência?
    Antigamente havia as doenças secretas, que só se nomeavam em segredo ou sob pseudônimo. De um tísico, por exemplo, se dizia que estava “fraco do peito”; e talvez tal reserva nascesse do medo do contágio, que todo mundo tinha. Mas dos malucos também se dizia que “estavam nervosos” e do câncer ainda hoje se faz mistério — e nem câncer e nem doidice pegam.
    Não somos todos mesmo muito estranhos? Gostamos de ser diferentes — contanto que a diferença não se veja. O bastante para chamar atenção, mas não tanto que pareça feio.

Fonte: O melhor da crônica brasileira, 1/ Ferreira Gullar... [et al.]. 5º ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. 

Vocabulário:
épater: impressionar

Com base no Texto, responda à questão que se segue.
O texto NÃO trata
Alternativas
Q1804059 Português
Direito e avesso

Rachel de Queiroz

    Conheci uma moça que escondia como um crime certa feia cicatriz de queimadura que tinha no corpo. De pequena a mãe lhe ensinara a ocultar aquela marca de fogo e nem sei que impulso de desabafo levou-a a me falar nela; e creio que logo se arrependeu, pois me obrigou a jurar que jamais repetiria a alguém o seu segredo. Se agora o conto é porque a moça é morta e a sua cicatriz já estará em nada, levada com o resto pelas águas de março, que levam tudo.
    Lembrou-me isso ao escutar outra moça, também vaidosa e bonita, que discorria perante várias pessoas a respeito de uma deformação congênita que ela, moça, tem no coração. Falava daquilo com mal disfarçado orgulho, como se ter coração defeituoso fosse uma distinção aristocrática que se ganha de nascença e não está ao alcance de qualquer um.
    E aí saí pensando em como as pessoas são estranhas. Qualquer deformação, por mais mínima, sendo em parte visível do nosso corpo, a gente a combate, a disfarça, oculta como um vício feio. Este senhor, por exemplo, que nos explica, abundantemente, ser vítima de divertículos (excrescências em forma de apêndice que apareceram no seu duodeno), teria o mesmo gosto em gabar-se da anomalia se em lugar dos divertículos tivesse lobinhos pendurados no nariz? Nunca vi ninguém expor com orgulho a sua mão de seis dedos, a sua orelha malformada; mas a má formação interna é marca de originalidade, que se descreve aos outros com evidente orgulho.
    Doença interna só se esconde por medo da morte — isto é, por medo de que, a notícia se espalhando, chegue a morte mais depressa. Não sendo por isso, quem tem um sopro no coração se gaba dele como de falar japonês.
    Parece que o principal impedimento é o estético. Pois se todos gostam de se distinguir da multidão, nem que seja por uma anomalia, fazem ao mesmo tempo questão de que essa anomalia não seja visivelmente deformante. Ter o coração do lado direito é uma glória, mas um braço menor que o outro é uma tragédia. Alguém com os dois olhos límpidos pode gostar de épater uma roda de conversa, explicando que não enxerga coisíssima nenhuma por um daqueles límpidos olhos, e permitirá mesmo que os circunstantes curiosos lhe examinem o olho cego e constatem de perto que realmente não se nota diferença nenhuma com o olho são. Mas tivesse aquela pessoa o olho que não enxerga coalhado pela gota-serena, jamais se referiria ao defeito em público; e, caso o fizesse, por excentricidade de temperamento sarcástico ou masoquista, os circunstantes bem-educados se sentiriam na obrigação de desviar a vista e mudar de assunto.
    Mulheres discutem com prazer seus casos ginecológicos; uma diz abertamente que já não tem um ovário, outra, que o médico lhe diagnosticou um útero infantil. Mas, se ela tivesse um pé infantil, ou seios senis, será que os declararia com a mesma complacência?
    Antigamente havia as doenças secretas, que só se nomeavam em segredo ou sob pseudônimo. De um tísico, por exemplo, se dizia que estava “fraco do peito”; e talvez tal reserva nascesse do medo do contágio, que todo mundo tinha. Mas dos malucos também se dizia que “estavam nervosos” e do câncer ainda hoje se faz mistério — e nem câncer e nem doidice pegam.
    Não somos todos mesmo muito estranhos? Gostamos de ser diferentes — contanto que a diferença não se veja. O bastante para chamar atenção, mas não tanto que pareça feio.

Fonte: O melhor da crônica brasileira, 1/ Ferreira Gullar... [et al.]. 5º ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. 

Vocabulário:
épater: impressionar

Com base no Texto, responda à questão que se segue.
No início do texto, a autora declara que a vida é efêmera. Essa efemeridade aparece em
Alternativas
Q1804058 Inglês

IMO Action Plan to address marine plastic litter from ships

  IMO?s Marine Environment Protection Committee (MEPC) in 2018 adopted the International Maritime Organisation (IMO) Action Plan to address marine plastic litter from ships, which aims to enhance existing regulations and introduce new supporting measures to reduce marine plastic litter from ships.

What is marine litter? 

  Plastic materials in all shapes and sizes are omnipresent in our seas and oceans. They break down extremely slowly in the marine environment, taking in excess of 400 years. Marine litter originates from many sources and causes a wide spectrum of environmental, economic, safety, health and cultural impacts. For example, marine litter can cause harm to sea life if ingested or even death if a marine mammal becomes entangled in litter.

  Marine litter has been defined by UN Environment (United Nations Environment) as “any persistent, manufactured or processed solid material discarded, disposed of or abandoned in the marine and coastal environment. Marine litter consists of items that have been made or used by people and deliberately discarded into the sea or rivers or on beaches; brought indirectly to the sea with rivers, sewage, storm water or winds; accidentally lost, including material lost at sea in bad weather (fishing gear, cargo); or deliberately left by people on beaches and shores.”

   Marine litter, including plastics and microplastics, is known to result from land-based sources in massive quantities but can also originate from ships. Debris particles have been observed in coastal areas, in waters far from anthropogenic pollution sources, in surface waters, in the water column of deep water and in ocean sediments, and from the equator to the poles, including trapped in sea ice.

  UN Environment estimates that 15% of marine litter floats on the sea's surface, 15% remains in the water column and 70% rests on the seabed.

  According to another study, 5.25 million plastic particles, weighing 268,940 tonnes in total, are currently floating in the world”s oceans.

What problems does marinelitter cause? 

  In addition to the environmental and health problems posed by marine litter, floating garbage and plastics pose a costly as well as dangerous problem for shipping, as they can be anavigational hazard and become entangled in propellers and rudders.

  Another problem requiring urgent remedial action is the massive accumulation of plastics, not only in coastal areas but also in the deep sea.

  This litter is harmful to marine life: sea creatures can become trapped inside containers or strangled by nets or ropes, and microplastics can also enter the food chain as they are indigestible when swallowed.

(Adapted from https://www.imo.org

“.. and microplastics can also enter the food chain as they are indigestible when swallowed.” In the excerpt from the text, the word in bold can be substituted by:
Alternativas
Q1804057 Inglês

IMO Action Plan to address marine plastic litter from ships

  IMO?s Marine Environment Protection Committee (MEPC) in 2018 adopted the International Maritime Organisation (IMO) Action Plan to address marine plastic litter from ships, which aims to enhance existing regulations and introduce new supporting measures to reduce marine plastic litter from ships.

What is marine litter? 

  Plastic materials in all shapes and sizes are omnipresent in our seas and oceans. They break down extremely slowly in the marine environment, taking in excess of 400 years. Marine litter originates from many sources and causes a wide spectrum of environmental, economic, safety, health and cultural impacts. For example, marine litter can cause harm to sea life if ingested or even death if a marine mammal becomes entangled in litter.

  Marine litter has been defined by UN Environment (United Nations Environment) as “any persistent, manufactured or processed solid material discarded, disposed of or abandoned in the marine and coastal environment. Marine litter consists of items that have been made or used by people and deliberately discarded into the sea or rivers or on beaches; brought indirectly to the sea with rivers, sewage, storm water or winds; accidentally lost, including material lost at sea in bad weather (fishing gear, cargo); or deliberately left by people on beaches and shores.”

   Marine litter, including plastics and microplastics, is known to result from land-based sources in massive quantities but can also originate from ships. Debris particles have been observed in coastal areas, in waters far from anthropogenic pollution sources, in surface waters, in the water column of deep water and in ocean sediments, and from the equator to the poles, including trapped in sea ice.

  UN Environment estimates that 15% of marine litter floats on the sea's surface, 15% remains in the water column and 70% rests on the seabed.

  According to another study, 5.25 million plastic particles, weighing 268,940 tonnes in total, are currently floating in the world”s oceans.

What problems does marinelitter cause? 

  In addition to the environmental and health problems posed by marine litter, floating garbage and plastics pose a costly as well as dangerous problem for shipping, as they can be anavigational hazard and become entangled in propellers and rudders.

  Another problem requiring urgent remedial action is the massive accumulation of plastics, not only in coastal areas but also in the deep sea.

  This litter is harmful to marine life: sea creatures can become trapped inside containers or strangled by nets or ropes, and microplastics can also enter the food chain as they are indigestible when swallowed.

(Adapted from https://www.imo.org

In which statement is the word well an adjective?
Alternativas
Q1804056 Inglês
Which statement is NOT correct?
Alternativas
Q1804055 Inglês

IMO Action Plan to address marine plastic litter from ships

  IMO?s Marine Environment Protection Committee (MEPC) in 2018 adopted the International Maritime Organisation (IMO) Action Plan to address marine plastic litter from ships, which aims to enhance existing regulations and introduce new supporting measures to reduce marine plastic litter from ships.

What is marine litter? 

  Plastic materials in all shapes and sizes are omnipresent in our seas and oceans. They break down extremely slowly in the marine environment, taking in excess of 400 years. Marine litter originates from many sources and causes a wide spectrum of environmental, economic, safety, health and cultural impacts. For example, marine litter can cause harm to sea life if ingested or even death if a marine mammal becomes entangled in litter.

  Marine litter has been defined by UN Environment (United Nations Environment) as “any persistent, manufactured or processed solid material discarded, disposed of or abandoned in the marine and coastal environment. Marine litter consists of items that have been made or used by people and deliberately discarded into the sea or rivers or on beaches; brought indirectly to the sea with rivers, sewage, storm water or winds; accidentally lost, including material lost at sea in bad weather (fishing gear, cargo); or deliberately left by people on beaches and shores.”

   Marine litter, including plastics and microplastics, is known to result from land-based sources in massive quantities but can also originate from ships. Debris particles have been observed in coastal areas, in waters far from anthropogenic pollution sources, in surface waters, in the water column of deep water and in ocean sediments, and from the equator to the poles, including trapped in sea ice.

  UN Environment estimates that 15% of marine litter floats on the sea's surface, 15% remains in the water column and 70% rests on the seabed.

  According to another study, 5.25 million plastic particles, weighing 268,940 tonnes in total, are currently floating in the world”s oceans.

What problems does marinelitter cause? 

  In addition to the environmental and health problems posed by marine litter, floating garbage and plastics pose a costly as well as dangerous problem for shipping, as they can be anavigational hazard and become entangled in propellers and rudders.

  Another problem requiring urgent remedial action is the massive accumulation of plastics, not only in coastal areas but also in the deep sea.

  This litter is harmful to marine life: sea creatures can become trapped inside containers or strangled by nets or ropes, and microplastics can also enter the food chain as they are indigestible when swallowed.

(Adapted from https://www.imo.org

Mark the correct option to complete the statements below.


I - Brazilian people ______ responsible for litter discarded.

II - Shipping debris ________too.

III - Cattle _______ as important as marine species.

IV -The police __________ investigating crime against the environment.

V - New statistics on marine litter decrease ______ not reliable.

Alternativas
Q1804054 Inglês
“They break down extremely slowly in the marine environment, taking in excess of 400 years.” The underlined expression means:
Alternativas
Q1804053 Inglês
IMO Action Plan to address marine plastic litter from ships
IMO's Marine Environment Protection Committee (MEPC) in 2018 adopted the International Maritime Organisation (IMO) Action Plan to address marine plastic litter from ships, which aims to enhance existing regulations and introduce new supporting measures to reduce marine plastic litter from ships. What is marine litter? Plastic materials in all shapes and sizes are omnipresent in our seas and oceans. They break down extremely slowly in the marine environment, taking in excess of 400 years. Marine litter originates from many sources and causes a wide spectrum of environmental, economic, safety, health and cultural impacts. For example, marine litter can cause harm to sea life if ingested or even death if a marine mammal becomes entangled in litter. Marine litter has been defined by UN Environment (United Nations Environment) as “any persistent, manufactured or processed solid material discarded, disposed of or abandoned in the marine and coastal environment. Marine litter consists of items that have been made or used by people and deliberately discarded into the sea or rivers or on beaches; brought indirectly to the sea with rivers, sewage, storm water or winds; accidentally lost, including material lost at sea in bad weather (fishing gear, cargo); or deliberately left by people on beaches and shores.” Marine litter, including plastics and microplastics, is known to result from land-based sources in massive quantities but can also originate from ships. Debris particles have been observed in coastal areas, in waters far from anthropogenic pollution sources, in surface waters, in the water column of deep water and in ocean sediments, and from the equator to the poles, including trapped in sea ice.
UN Environment estimates that 15% of marine litter floats on the sea's surface, 15% remains in the water column and 70% rests on the seabed. According to another study, 5.25 million plastic particles, weighing 268,940 tonnes in total, are currently floating in the world”s oceans. What problems does marinelitter cause? In addition to the environmental and health problems posed by marine litter, floating garbage and plastics pose a costly as well as dangerous problem for shipping, as they can be anavigational hazard and become entangled in propellers and rudders. Another problem requiring urgent remedial action is the massive accumulation of plastics, not only in coastal areas but also in the deep sea. This litter is harmful to marine life: sea creatures can become trapped inside containers or strangled by nets or ropes, and microplastics can also enter the food chain as they are indigestible when swallowed. (Adapted from https://www.imo.org)
Mark the correct alternative about the text above.
Alternativas
Q1804052 Inglês
Read the text below and answer question.

Maersk, the worlds largest shipping company, says the Suez Canal blockage”s economic fallout will continue into second half of May

Kevin Shalvey
Apr 11, 2021, 9:01 AM

    Fallout from the Ever Given's time lodged in the Suez Canal will “ripple” through the economy for the next few weeks or months, according to Maersk, the world's biggest shipping company.
    “We will see ripple effects continuing into the second half of May,” Lars Mikael Jensen, head of Maersk's Global Ocean Network, told The Financial Times.
    The Ever Given, which is among the world”s largest container ships, was lodged in the canal for six days, effectively closing ons of the world”s most important trade routes.
    The Ever Given was operated by the Taiwanbased shipping company Evergreen Group. The ship was freed on March 29.
    Maersk predicted knock-on effects from the blockage. In an updated press advisory posted on Thursday, the company said it was pleased to see that the queue waiting at the canal was rapidly diminishing.
    “For each day that passes we are getting a clearer picture of what this incident means for our customers,” the company said.
    Maersk said about 50 ships had been delayed for about a week because of the blockage. Some of those ships waited on either end of the canal, while others were redirected around the Cape of Good Hope.
    The effects of those delays will be felt in ports around the world, the company said. Its advisory warned that delays may vary by location. Busy ports and terminals may not have berths for ships arriving outside their originally scheduled: windows. The company previously said shipping backlog may take months to unravel.
    “Even when the canal gets reopened, the ripple effects on global capacity and equipment are significant and the blockage has already triggered a series of further disruptions and backlog in global shipping that could take weeks, possibly months,to unravel,” Maersk said in a statement back when the Ever Given was still lodged in the canal.
(Adapted from https://www.businessinsider.com maersk-ever-givensuez-canal-blockage-economic-fallout-late-may-2021-4)
According to the text, it is possible to conclude that
Alternativas
Q1804051 Inglês
Read the text below and answer question.

Maersk, the worlds largest shipping company, says the Suez Canal blockage”s economic fallout will continue into second half of May

Kevin Shalvey
Apr 11, 2021, 9:01 AM

    Fallout from the Ever Given's time lodged in the Suez Canal will “ripple” through the economy for the next few weeks or months, according to Maersk, the world's biggest shipping company.
    “We will see ripple effects continuing into the second half of May,” Lars Mikael Jensen, head of Maersk's Global Ocean Network, told The Financial Times.
    The Ever Given, which is among the world”s largest container ships, was lodged in the canal for six days, effectively closing ons of the world”s most important trade routes.
    The Ever Given was operated by the Taiwanbased shipping company Evergreen Group. The ship was freed on March 29.
    Maersk predicted knock-on effects from the blockage. In an updated press advisory posted on Thursday, the company said it was pleased to see that the queue waiting at the canal was rapidly diminishing.
    “For each day that passes we are getting a clearer picture of what this incident means for our customers,” the company said.
    Maersk said about 50 ships had been delayed for about a week because of the blockage. Some of those ships waited on either end of the canal, while others were redirected around the Cape of Good Hope.
    The effects of those delays will be felt in ports around the world, the company said. Its advisory warned that delays may vary by location. Busy ports and terminals may not have berths for ships arriving outside their originally scheduled: windows. The company previously said shipping backlog may take months to unravel.
    “Even when the canal gets reopened, the ripple effects on global capacity and equipment are significant and the blockage has already triggered a series of further disruptions and backlog in global shipping that could take weeks, possibly months,to unravel,” Maersk said in a statement back when the Ever Given was still lodged in the canal.
(Adapted from https://www.businessinsider.com maersk-ever-givensuez-canal-blockage-economic-fallout-late-may-2021-4)
Which statementis true about the text?
Alternativas
Q1804050 Inglês
Read the text below and answer question.

Maersk, the worlds largest shipping company, says the Suez Canal blockage”s economic fallout will continue into second half of May

Kevin Shalvey
Apr 11, 2021, 9:01 AM

    Fallout from the Ever Given's time lodged in the Suez Canal will “ripple” through the economy for the next few weeks or months, according to Maersk, the world's biggest shipping company.
    “We will see ripple effects continuing into the second half of May,” Lars Mikael Jensen, head of Maersk's Global Ocean Network, told The Financial Times.
    The Ever Given, which is among the world”s largest container ships, was lodged in the canal for six days, effectively closing ons of the world”s most important trade routes.
    The Ever Given was operated by the Taiwanbased shipping company Evergreen Group. The ship was freed on March 29.
    Maersk predicted knock-on effects from the blockage. In an updated press advisory posted on Thursday, the company said it was pleased to see that the queue waiting at the canal was rapidly diminishing.
    “For each day that passes we are getting a clearer picture of what this incident means for our customers,” the company said.
    Maersk said about 50 ships had been delayed for about a week because of the blockage. Some of those ships waited on either end of the canal, while others were redirected around the Cape of Good Hope.
    The effects of those delays will be felt in ports around the world, the company said. Its advisory warned that delays may vary by location. Busy ports and terminals may not have berths for ships arriving outside their originally scheduled: windows. The company previously said shipping backlog may take months to unravel.
    “Even when the canal gets reopened, the ripple effects on global capacity and equipment are significant and the blockage has already triggered a series of further disruptions and backlog in global shipping that could take weeks, possibly months,to unravel,” Maersk said in a statement back when the Ever Given was still lodged in the canal.
(Adapted from https://www.businessinsider.com maersk-ever-givensuez-canal-blockage-economic-fallout-late-may-2021-4)
In “The company previously said shipping backlog may take months to unravel”, the company
Alternativas
Q1804049 Inglês
Read the text below and answer question.

Maersk, the worlds largest shipping company, says the Suez Canal blockage”s economic fallout will continue into second half of May

Kevin Shalvey
Apr 11, 2021, 9:01 AM

    Fallout from the Ever Given's time lodged in the Suez Canal will “ripple” through the economy for the next few weeks or months, according to Maersk, the world's biggest shipping company.
    “We will see ripple effects continuing into the second half of May,” Lars Mikael Jensen, head of Maersk's Global Ocean Network, told The Financial Times.
    The Ever Given, which is among the world”s largest container ships, was lodged in the canal for six days, effectively closing ons of the world”s most important trade routes.
    The Ever Given was operated by the Taiwanbased shipping company Evergreen Group. The ship was freed on March 29.
    Maersk predicted knock-on effects from the blockage. In an updated press advisory posted on Thursday, the company said it was pleased to see that the queue waiting at the canal was rapidly diminishing.
    “For each day that passes we are getting a clearer picture of what this incident means for our customers,” the company said.
    Maersk said about 50 ships had been delayed for about a week because of the blockage. Some of those ships waited on either end of the canal, while others were redirected around the Cape of Good Hope.
    The effects of those delays will be felt in ports around the world, the company said. Its advisory warned that delays may vary by location. Busy ports and terminals may not have berths for ships arriving outside their originally scheduled: windows. The company previously said shipping backlog may take months to unravel.
    “Even when the canal gets reopened, the ripple effects on global capacity and equipment are significant and the blockage has already triggered a series of further disruptions and backlog in global shipping that could take weeks, possibly months,to unravel,” Maersk said in a statement back when the Ever Given was still lodged in the canal.
(Adapted from https://www.businessinsider.com maersk-ever-givensuez-canal-blockage-economic-fallout-late-may-2021-4)
According to the text, it is possible to infer that
Alternativas
Q1804048 Inglês
Mark the correct option to complete the text below.
Achemical-laden cargo ship is sinking off the coast of Sri Lanka, sparkling fears of an environmental disaster
The Singapore-registered X-Press Pearl I- ________ on fire for almost two weeks before the blaze II- _________ this week. Hundreds of tonnes of oil from fuel tanks III- _________ into the sea, IV- ____________nearby marine life. The Sri Lankan and Indian navies V- _________jointly over the past days in an attempt VI- ________ the fire and VI- _________ the ship from breaking and sinking.
(Adapted from https://www.bbc.com>news>word...)

Alternativas
Q1804047 Inglês

Mark the correct option to complete the excerpt below.


Oil spill reported at Golden Ray wreck site


I- __________ Unified Command in charge of II- disposal of III- ________wreck in Golden Ray reported IV- _________oil spill which V- __________ workers were attempting to contain both VI- water and along VII coastline of St. Simons Sound.

(Adapted from https://www.fleetmon.com>oil...)

Alternativas
Q1804046 Inglês
Ever Given crew fear joining ranks of seafarers stranded on ships for years
“For two years Mohammad Aisha has been the lone resident of an abandoned container ship marooned off Egypt in Golf of Suez. If he needs to charge his phone, get drinking water or buy food, he has to row to shore, although he can only stay for two hours at most as the area is a restricted military zone. According to one doctor who examined him, the malnourished sailor has started to exhibit similar symptoms to prisioners held in poor conditions.”
(Adapted from https://www.the guardian.com>19)
Mark the correct option aboutthetext.
Alternativas
Respostas
2881: D
2882: C
2883: B
2884: C
2885: B
2886: D
2887: D
2888: D
2889: A
2890: B
2891: C
2892: D
2893: B
2894: E
2895: C
2896: A
2897: B
2898: C
2899: B
2900: C