Questões Militares Para letras

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Q1665243 Português

Em Morte e vida severina, Severino é um retirante que sai do interior com a intenção de chegar ao litoral, à cidade do Recife. Quando atinge a Zona da Mata, última região antes da chegada ao Recife, diz ele: 


– Nunca esperei muita coisa,

digo a Vossas Senhorias.

O que me fez retirar

não foi a grande cobiça;

o que apenas busquei

foi defender minha vida

da tal velhice que chega

antes de se inteirar trinta;

se na serra vivi vinte,

se alcancei lá tal medida,

o que pensei, retirando,

foi estendê-la um pouco ainda.

Mas não senti diferença

entre o Agreste e a Caatinga,

e entre a Caatinga e aqui a Mata

a diferença é a mais mínima.

Está apenas em que a terra

é por aqui mais macia;

está apenas no pavio,

ou melhor, na lamparina:

pois é igual o querosene

que em toda parte ilumina,

e quer nesta terra gorda

quer na serra, de caliça,

a vida arde sempre

com a mesma chama mortiça.

[…]

Sim, o melhor é apressar

o fim dessa ladainha,

fim do rosário de nomes

que a linha do rio enfia;

é chegar logo ao Recife,

derradeira ave-maria

do rosário, derradeira

invocação da ladainha,

Recife, onde o rio some

e esta minha viagem se finda.

(MELLO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 186-187.)

Considerando o trecho acima e a leitura integral do auto de João Cabral de Melo Neto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1665242 Português

O romance Nove noites apresenta o antropólogo Buel Quain como um aluno da antropóloga estadunidense Ruth Benedict. Ambos são personagens reais e atuaram, efetivamente, como pesquisadores da área. A tentativa de representar aspectos ligados aos povos indígenas retoma uma temática da Literatura Brasileira presente, ao menos, desde a poesia de Gonçalves Dias e de outros indianistas anteriores e posteriores a ele. Considerando isso, leia o trecho abaixo, extraído de um ensaio de Ruth Benedict, originalmente publicado em 1934:


Nem a razão para usar as sociedades primitivas para discutir as formas sociais tem necessária relação com uma volta romântica ao primitivo. Essa razão não existe com o espírito de poetizar os povos mais simples. Existem muitos modos pelos quais a cultura de um ou outro povo nos atrai fortemente nesta era de padrões heterogêneos e de tumulto mecânico confuso. Mas não é por meio de um regresso aos ideais preservados para nós pelos povos primitivos que a nossa sociedade poderá curar-se de suas moléstias. O utopismo romântico que se dirige aos primitivos mais simples, por mais atraente que seja, às vezes tanto pode ser no estudo etnológico, um empecilho como um auxílio.

(BENEDICT, Ruth: “A ciência do costume”. PIERSON, Donald. 1970. Estudos de organização social: leituras de sociologia e antropologia social. Tomo II. Tradução de Olga Dória. São Paulo: Martins. p. 497-513.)


Considerando a leitura integral de Nove Noites e a leitura do trecho extraído da obra da antropóloga, assinale a alternativa em que a representação dos “povos primitivos” é condicionada pelo que a autora denomina de “utopismo romântico”, ou, segundo definição dela mesma, o “espírito de poetizar os povos mais simples”.

Alternativas
Q1665241 Português
Ao mesmo tempo em que narram fatos, os narradores de Casa de Pensão e Clara dos Anjos também assumem postura intrusa e opinativa: eles interrompem a narração de acontecimentos e inserem seus comentários e opiniões, apresentando análises sociológicas ou psicológicas de acontecimentos, ambientes e personagens. Nas alternativas abaixo, foram transcritos trechos dos dois romances. Assinale a alternativa em que se observa tal atitude intrusa e opinativa do narrador no romance de Aluísio Azevedo.
Alternativas
Q1665240 Português

Leia os versos abaixo, de Gonçalves Dias e Basílio da Gama:


O Gigante de Pedra

     (II, Estrofes 5 e 6)

Tornam prados a despir-se,

Tornam flores a murchar,

Tornam de novo a vestir-se,

Tornam depois a secar;

E como gota filtrada

De uma abóboda escavada

Sempre, incessante a cair,

Tombam as horas e os dias,

Como fantasmas sombrias,

Nos abismos do porvir!


E no féretro de montes

Inconcusso, imóvel, fito,

Escurece os horizontes

O gigante de granito.

Com soberba indiferença

Sente extinta a antiga crença

Dos Tamoios, dos Pajés;

Nem vê que duras desgraças,

Que lutas de novas raças

Se lhe atropelam aos pés!

                        Gonçalves Dias


A Tempestade

        (Estrofes 1-4)

Um raio

Fulgura

No espaço,

Esparso

De luz;

E trêmulo

E puro

Se aviva,

S’esquiva,

Rutila.

Seduz!


Vem a aurora

Pressurosa,

Côr-de-rosa,

Que se cora

De carmim;

A seus raios

As estrelas,

Que eram belas,

Têm desmaios,

Já por fim.


O sol desponta

Lá no horizonte,

Doirando a fronte,

E o prado e o monte

E o céu e o mar;

E um manto belo

De vivas cores

Adorna as flores

Que entre verdores

Se vê brilhar.


Um ponto aparece,

Que o dia entristece,

O céu, onde cresce,

De negro a tingir;

Oh! Vede a procela

Infrene, mais bela,

No ar s’encapela

Já pronta a rugir!

                Gonçalves Dias


O Uraguai

         (Canto IV, v. 30-52)

Assim quem olha do escarpado cume

Não vê mais do que o céu, que o mais lhe encobre

A tarda e fria névoa, escura e densa.

Mas quando o sol, de lá do eterno e fixo

Purpúreo encosto de dourado assento,

Co’a criadora mão desfaz e corre

O véu cinzento de ondeadas nuvens,

Que alegre cena para nossos olhos! Podem

Daquela altura, por espaço imenso,

Ver as longas campinas retalhadas

De trêmulos ribeiros, claras fontes

E lagos cristalinos, onde molha

As leves asas o lascivo vento.

Engraçados outeiros, fundos vales

E arvoredos copados e confusos,

Verde teatro onde se admira quanto

Produziu a supérflua Natureza.

A terra sofredora de cultura

Mostra o rasgado seio; e as várias plantas,

Dando as mãos entre si, tecem compridas

Ruas, por onde a vista saudosa

Se estende e se perde. O vagaroso gado

Mal se move no campo, e se divisam

Por entre as sombras da verdura, ao longe,

As casas branquejando e os altos templos.

                                                Basílio da Gama

Com base na análise dos versos acima e na leitura integral de O Uraguai e de Os últimos cantos, considere as seguintes afirmativas:


1. Embora as “Poesias Americanas” tenham alcançado grande destaque nas leituras posteriores da obra de Gonçalves Dias, em Últimos Cantos elas ocupam um espaço menor do que o conjunto das outras duas partes: “Poesias Diversas” e “Hinos”.

2. No poema “O gigante de pedra”, é a montanha, da sua altura, quem assiste aos acontecimentos da história. Os versos acima citados de O Uraguai, por sua vez, adotam a perspectiva do olhar humano para descrever a natureza que se descortina do alto de uma montanha.

3. O hino “A tempestade” recria em seus versos os efeitos do fenômeno atmosférico que deslumbra o poeta. Nas três estrofes citadas, podem-se perceber os recursos poéticos utilizados: métrica crescente, esquema de rimas diferente a cada estrofe, adjetivos e verbos que vão do claro ao escuro, do tranquilo ao agitado.

4. A reiteração sonora do verbo “tornar”, na mesma posição dos versos iniciais da estrofe 5 de “O Gigante de Pedra”, marca a variação das estações do ano, sendo que a mesma característica é atribuída à montanha na estrofe seguinte e ao longo de todo o poema.

5. A partir de acidentes geográficos de localização precisa, a cadeia de montanhas localizada na atual cidade do Rio de Janeiro e o rio Uruguai, localizado na fronteira sul do país, “O Gigante de Pedra” e O Uraguai narram um episódio específico e datado da história brasileira.


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q1665239 Português

Leia o trecho abaixo, extraído de Sagarana, de João Guimarães Rosa:


Estremecem, amarelas, as flores da aroeira. Há um frêmito nos caules rosados da erva-de-sapo. A erva-de-anum crispa as folhas, longas, como folhas de mangueira. Trepidam, sacudindo as estrelinhas alaranjadas, os ramos da vassourinha. Tirita a mamona, de folhas peludas, como o corselete de um caçununga, brilhando em verde-azul! A pitangueira se abala, do jarrete à grimpa. E o açoita-cavalos derruba frutinhas fendilhadas, entrando em convulsões.

– Mas, meu Deus, como isto é bonito! Que lugar bonito p’r’a gente deitar no chão e se acabar!...

É o mato, todo enfeitado, tremendo também com a sezão.

(GUIMARÃES ROSA. “Sarapalha”. Sagarana. Obra completa (vol. 1). Nova Aguilar, 1994. p. 295.)


O trecho extraído do conto “Sarapalha”, do livro Sagarana, de Guimarães Rosa, exemplifica um aspecto que está presente em todos os contos do mesmo livro. Assinale a alternativa que reconhece esse aspecto de forma adequada.

Alternativas
Q1665238 Português

Por que as lhamas podem guardar o segredo para combater a gripe


    Cientistas americanos recrutaram uma curiosa aliada para desenvolver tratamentos contra a gripe: a lhama. O sangue desse animal sul-americano foi utilizado para produzir uma nova terapia com anticorpos que têm o potencial de combater todos os tipos de gripe.

    A gripe é uma das doenças mais hábeis na hora de mudar de forma. Constantemente, modifica sua aparência para despistar nosso sistema imunológico. Isso explica porque as vacinas nem sempre são efetivas e, a cada inverno, é necessário receber uma nova injeção para prevenir a doença.

    Por isso, a ciência está à procura de uma forma de acabar com todos os tipos de gripe, não importando de qual cepa provenha ou o quanto possa sofrer mutações. É aí que entra a lhama.

    Esses animais, nativos dos Andes, têm anticorpos incrivelmente pequenos em comparação com os dos humanos.

    Os anticorpos são as armas do sistema imunológico, e aderem às proteínas que sobressaem na superfície dos vírus. Os anticorpos humanos tendem a atacar as pontas dessas proteínas, _______ essa é a parte em que o vírus da gripe muda com mais rapidez. _______ os anticorpos da lhama, com seu tamanho diminuto, conseguem atacar as partes do vírus da gripe que não sofrem mutação.

    Uma equipe do Instituto Scripps, nos Estados Unidos, infectou lhamas com múltiplos tipos de gripe, para estimular uma resposta do seu sistema imunológico. Em seguida, analisou o sangue dos animais, procurando pelos anticorpos mais potentes, que poderiam atacar uma ampla variedade de vírus.

    Os cientistas, _______, identificaram quatro anticorpos das lhamas. Depois, começaram a desenvolver um anticorpo sintético, que une elementos desses quatro tipos.

    O trabalho, que foi publicado na revista científica Science, ainda está em estágios muito iniciais. A equipe de cientistas pretende realizar mais experimentos antes de fazer testes com humanos. “Ter um tratamento que possa funcionar contra uma variedade de cepas diferentes do vírus da gripe é algo muito desejado. É o Santo Graal da gripe”, afirma o professor Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham.

(James Gallagher, Correspondente de Saúde e Ciência, BBC News. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-46101443?ocid=socialflow_ facebook&fbclid=IwAR1Bj0yRbAN1yzVPG9X8H0KC2B5I59XTXbPwX7w0kk9O4kfMIop3H-wjmIY. Acesso em 07/07/2019. Adaptado.)

Ao comparar a vacina contra diferentes cepas do vírus da gripe ao Santo Graal, o professor Jonathan Ball quis dizer que:
Alternativas
Q1665237 Português

Por que as lhamas podem guardar o segredo para combater a gripe


    Cientistas americanos recrutaram uma curiosa aliada para desenvolver tratamentos contra a gripe: a lhama. O sangue desse animal sul-americano foi utilizado para produzir uma nova terapia com anticorpos que têm o potencial de combater todos os tipos de gripe.

    A gripe é uma das doenças mais hábeis na hora de mudar de forma. Constantemente, modifica sua aparência para despistar nosso sistema imunológico. Isso explica porque as vacinas nem sempre são efetivas e, a cada inverno, é necessário receber uma nova injeção para prevenir a doença.

    Por isso, a ciência está à procura de uma forma de acabar com todos os tipos de gripe, não importando de qual cepa provenha ou o quanto possa sofrer mutações. É aí que entra a lhama.

    Esses animais, nativos dos Andes, têm anticorpos incrivelmente pequenos em comparação com os dos humanos.

    Os anticorpos são as armas do sistema imunológico, e aderem às proteínas que sobressaem na superfície dos vírus. Os anticorpos humanos tendem a atacar as pontas dessas proteínas, _______ essa é a parte em que o vírus da gripe muda com mais rapidez. _______ os anticorpos da lhama, com seu tamanho diminuto, conseguem atacar as partes do vírus da gripe que não sofrem mutação.

    Uma equipe do Instituto Scripps, nos Estados Unidos, infectou lhamas com múltiplos tipos de gripe, para estimular uma resposta do seu sistema imunológico. Em seguida, analisou o sangue dos animais, procurando pelos anticorpos mais potentes, que poderiam atacar uma ampla variedade de vírus.

    Os cientistas, _______, identificaram quatro anticorpos das lhamas. Depois, começaram a desenvolver um anticorpo sintético, que une elementos desses quatro tipos.

    O trabalho, que foi publicado na revista científica Science, ainda está em estágios muito iniciais. A equipe de cientistas pretende realizar mais experimentos antes de fazer testes com humanos. “Ter um tratamento que possa funcionar contra uma variedade de cepas diferentes do vírus da gripe é algo muito desejado. É o Santo Graal da gripe”, afirma o professor Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham.

(James Gallagher, Correspondente de Saúde e Ciência, BBC News. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-46101443?ocid=socialflow_ facebook&fbclid=IwAR1Bj0yRbAN1yzVPG9X8H0KC2B5I59XTXbPwX7w0kk9O4kfMIop3H-wjmIY. Acesso em 07/07/2019. Adaptado.)

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima, na ordem em que aparecem no texto.
Alternativas
Q1665236 Português

A tira a seguir, do rato Níquel Náusea, de Fernando Gonsales, é referência para a questão.



Assinale a alternativa que identifica corretamente o recurso linguístico empregado para conferir efeito humorístico à tirinha.
Alternativas
Q1665235 Português

A tira a seguir, do rato Níquel Náusea, de Fernando Gonsales, é referência para a questão.



Considerando a sentença “Mais vale uma naftalina na mão do que duas rolando”, no segundo quadrinho da tira, assinale a alternativa que traz um provérbio com sentido mais próximo ao sentido do provérbio suposto pela citação.
Alternativas
Q1665234 Português

A tira a seguir, do rato Níquel Náusea, de Fernando Gonsales, é referência para a questão.



Com base na tira, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:


( ) No último quadrinho da charge, Níquel Náusea se dirige diretamente à barata para dizer que não gosta de filosofia.

( ) A informação visual dos quadrinhos em que Níquel Náusea está presente sinaliza sua irritação com a barata.

( ) Nos dois primeiros quadrinhos, a fala da barata é uma adaptação de dois provérbios à sua própria realidade.

( ) A barata utiliza provérbios em sua fala com a intenção de dar lições de moral para Níquel Náusea.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Q1665233 Português

Com base no texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:


( ) A expressão “na arena vazia” (linha 3) encontra-se em relação de oposição metafórica com a expressão “glamour dos estádios padrão Fifa” (linha 6).

( ) Ainda que os jogadores de clubes como Bonsucesso e Olaria sujeitem-se aos baixos salários, eles mantêm no horizonte a aspiração aos grandes clubes.

( ) O autor do texto traz a lume denúncias de jogadores acerca das disparidades salariais no mundo do futebol.

( ) O desequilíbrio entre o que um jogador-estrela recebe no Brasil em relação ao contingente dos demais jogadores fundamenta-se na variável direitos de imagem.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Q1665232 Português
Acerca de aspectos relativos à pontuação, assinale a alternativa correta com relação a alguns excertos do texto.
Alternativas
Q1665231 Português

Com base no texto de Rangel, considere as seguintes afirmativas:


1. Em “Os patrocinadores estão mais para pequenos comerciantes locais do que para grandes financiadores do futebol”, temos uma relação de contraposição.

2. Os baixos salários, somados aos atrasos nos pagamentos, são aspectos da precariedade do mercado da bola no Brasil.

3. Os dados salariais dos jogadores brasileiros, apontados pela RAIS, apresentam distorções porque a maioria dos jogadores recebem até três salários mínimos por mês, enquanto outros recebem até quinhentos mil reais por mês.

4. A ausência de comercialização de imagens de jogadores de clubes como Bonsucesso e Olaria decorre do fato de esses jogadores não terem direitos de imagem como o jogador Gabigol, por exemplo.


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q1665230 Português

    Diverti-me imensamente com a história dos imbecis da web. Para quem não acompanhou, foi publicado em alguns jornais e também on-line que no curso de uma chamada lectio magistralis em Turim eu teria dito que a web está cheia de imbecis. É falso. A lectio era sobre um tema completamente diferente, mas isso mostra como as notícias circulam e se deformam entre os jornais e a web. A história dos imbecis surgiu numa conferência de imprensa durante a qual, respondendo a uma pergunta que não me lembro mais, fiz uma observação de puro bom senso. Admitindo que em 7 bilhões de habitantes exista uma taxa inevitável de imbecis, muitíssimos deles costumavam comunicar seus delírios aos íntimos ou aos amigos do bar – e assim suas opiniões permaneciam limitadas a um círculo restrito. Hoje uma parte consistente dessas pessoas tem a possibilidade de expressar as próprias opiniões nas redes sociais e, portanto, tais opiniões alcançam audiências altíssimas e se misturam com tantas outras ideias expressas por pessoas razoáveis.

    [...]

    É justo que a rede permita que mesmo quem não diz coisas sensatas se expresse, mas o excesso de besteira congestiona as linhas. E algumas reações descompensadas que vi na internet confirmam minha razoabilíssima tese. Alguém chegou a dizer que, para mim, as opiniões de um tolo e aquelas de um ganhador do prêmio Nobel têm a mesma evidência e não demorou para que se difundisse viralmente uma inútil discussão sobre o fato de eu ter ou não recebido um prêmio Nobel – sem que ninguém consultasse sequer a Wikipédia.

(Umberto Eco – Os imbecis e a imprensa responsável, 2017.)

Com base no texto de Eco, é correto afirmar:
Alternativas
Q1665229 Português

    Diverti-me imensamente com a história dos imbecis da web. Para quem não acompanhou, foi publicado em alguns jornais e também on-line que no curso de uma chamada lectio magistralis em Turim eu teria dito que a web está cheia de imbecis. É falso. A lectio era sobre um tema completamente diferente, mas isso mostra como as notícias circulam e se deformam entre os jornais e a web. A história dos imbecis surgiu numa conferência de imprensa durante a qual, respondendo a uma pergunta que não me lembro mais, fiz uma observação de puro bom senso. Admitindo que em 7 bilhões de habitantes exista uma taxa inevitável de imbecis, muitíssimos deles costumavam comunicar seus delírios aos íntimos ou aos amigos do bar – e assim suas opiniões permaneciam limitadas a um círculo restrito. Hoje uma parte consistente dessas pessoas tem a possibilidade de expressar as próprias opiniões nas redes sociais e, portanto, tais opiniões alcançam audiências altíssimas e se misturam com tantas outras ideias expressas por pessoas razoáveis.

    [...]

    É justo que a rede permita que mesmo quem não diz coisas sensatas se expresse, mas o excesso de besteira congestiona as linhas. E algumas reações descompensadas que vi na internet confirmam minha razoabilíssima tese. Alguém chegou a dizer que, para mim, as opiniões de um tolo e aquelas de um ganhador do prêmio Nobel têm a mesma evidência e não demorou para que se difundisse viralmente uma inútil discussão sobre o fato de eu ter ou não recebido um prêmio Nobel – sem que ninguém consultasse sequer a Wikipédia.

(Umberto Eco – Os imbecis e a imprensa responsável, 2017.)

A questão central apontada pelo autor no texto pode ser corretamente sintetizada no fato de que:
Alternativas
Q1665228 Português

    Diverti-me imensamente com a história dos imbecis da web. Para quem não acompanhou, foi publicado em alguns jornais e também on-line que no curso de uma chamada lectio magistralis em Turim eu teria dito que a web está cheia de imbecis. É falso. A lectio era sobre um tema completamente diferente, mas isso mostra como as notícias circulam e se deformam entre os jornais e a web. A história dos imbecis surgiu numa conferência de imprensa durante a qual, respondendo a uma pergunta que não me lembro mais, fiz uma observação de puro bom senso. Admitindo que em 7 bilhões de habitantes exista uma taxa inevitável de imbecis, muitíssimos deles costumavam comunicar seus delírios aos íntimos ou aos amigos do bar – e assim suas opiniões permaneciam limitadas a um círculo restrito. Hoje uma parte consistente dessas pessoas tem a possibilidade de expressar as próprias opiniões nas redes sociais e, portanto, tais opiniões alcançam audiências altíssimas e se misturam com tantas outras ideias expressas por pessoas razoáveis.

    [...]

    É justo que a rede permita que mesmo quem não diz coisas sensatas se expresse, mas o excesso de besteira congestiona as linhas. E algumas reações descompensadas que vi na internet confirmam minha razoabilíssima tese. Alguém chegou a dizer que, para mim, as opiniões de um tolo e aquelas de um ganhador do prêmio Nobel têm a mesma evidência e não demorou para que se difundisse viralmente uma inútil discussão sobre o fato de eu ter ou não recebido um prêmio Nobel – sem que ninguém consultasse sequer a Wikipédia.

(Umberto Eco – Os imbecis e a imprensa responsável, 2017.)

No trecho “Admitindo que em 7 bilhões de habitantes exista uma taxa inevitável de imbecis, muitíssimos deles costumavam comunicar seus delírios aos íntimos ou aos amigos do bar – e assim suas opiniões permaneciam limitadas a um círculo restrito”, as orações, cujos inícios estão sublinhados, correspondem, respectivamente, a:
Alternativas
Q1665227 Português

Na Seção II (Das Atribuições do Congresso Nacional), que integra o Título IV (Da Organização dos Poderes), da Constituição da República Federativa do Brasil, 1988, o artigo 48 traz a seguinte redação em seu caput:


Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marinho e bens do domínio da União; [...]


Com base no caput desse artigo, considere as seguintes afirmativas:

1. A sanção do Presidente da República às matérias de competência da União, especificadas nesse artigo, deve ser entendida como o veto presidencial.

2. O Congresso Nacional pode dispor sobre matérias de competência da União, como as especificadas nos incisos do art. 48, condicionado à apreciação do Presidente da República.

3. Esse artigo especifica matérias sobre as quais o Congresso Nacional pode dispor sem necessidade de apreciação pelo Presidente da República.


Está/Estão de acordo com o disposto no artigo 48:

Alternativas
Q1664830 Literatura
...] Ela veio de longe, do São Francisco. Um dia, tomou caminho, entrou na boca aberta do Pará, e pegou a subir. Cada ano ameaçava um punhado de léguas, mais perto, mais perto, pertinho, fazendo medo no povo, porque era sezão brava – “da tremedeira que não desmontava” – matando muita gente” [...].
Em que conto de Sagarana, de Guimarães Rosa, o tema da malária está presente?.
Alternativas
Q1664829 Português
A ideia da morte parece ter sido o tema principal da cultura medieval. Acreditava-se que uma vida submetida ao julgamento imediatamente deixava o corpo. Sabe-se que cada uma das personagens do Auto da Barca do Inferno (1517), de Gil Vicente, possui um objeto terreno que não consegue se desvincular. No caso do judeu, do onzeiro e do frade, esses objetos são respectivamente:
Alternativas
Q1664828 Literatura

“ [...] Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;

Serenais, verdes mares, e alisais docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas. [...].


Considerando o excerto de Iracema (1865), de José de Alencar, é correto afirmar.

Alternativas
Respostas
3641: C
3642: E
3643: B
3644: C
3645: D
3646: A
3647: C
3648: D
3649: C
3650: E
3651: A
3652: B
3653: D
3654: C
3655: D
3656: E
3657: B
3658: C
3659: A
3660: D