Questões Militares Sobre regência em português
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Você é dono do seu tempo?
Uma das queixas mais frequentes dos homens e mulheres, de todas as idades, que tenho pesquisado é: “falta de tempo”. Eles dizem que gostariam de fazer cursos de filosofia e história, ler mais livros, escrever, dançar, praticar esportes, fazer musculação e pilates, aprender a tocar piano e cantar, estudar inglês e francês, sair com os amigos, namorar, viajar, ir ao teatro e cinema, conhecer lugares novos, caminhar na praia, participar de palestras, fazer um trabalho voluntário e muitas outras atividades interessantes, diferentes e prazerosas. [...]
Eles vivem uma espécie de escravidão: o tempo deles é regulado por demandas externas, não internas. Afirmam que não sobra tempo livre para eles, já que precisam responder a intermináveis obrigações sociais, profissionais e familiares. É um tempo para os outros, que pertence a outros. Eles gastam o tempo agradando, cuidando e atendendo às necessidades dos filhos, cônjuges, netos, pais, irmãos, amigos, colegas de trabalho. Sentem-se “sem tempo para mais nada, nem para dormir direito”. Estão “cansados, exaustos, esgotados, sugados, vampirizados, massacrados”.
Uma psicóloga de 62 anos disse: “A desculpa de falta de tempo é a prova do nosso medo de fazer aquilo que realmente desejamos. Não temos coragem de dizer não, queremos agradar a todo mundo e esquecemos que precisamos agradar, em primeiro lugar, a nós mesmos. Ser livre para priorizar as próprias escolhas e desejos, e usar o tempo para concretizá-los, é arriscado e dá muito trabalho. É mais fácil ser escravo do tempo dos outros do que senhor do próprio tempo”.
(GOLDENBERG, M. Você é dono do seu tempo? Folha de São Paulo, 21/02/2017. Disponível em: >http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ miriangoldenberg/2017/02/1860510-voce-e-o-dono-do-seu-tempo.shtml>. Acessado em 10 jul. 2017).
– Bem dizia eu, que aquela janela…
– É a janela dos rouxinóis.
– Que lá estão a cantar.
– Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os mesmos ou outros – mas a menina dos rouxinóis foi-se e não voltou.
– A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois deveras tem uma história aquela janela?
– É um romance todo inteiro, todo feito, como dizem os franceses, e conta-se em duas palavras.
– Vamos a ele. A menina dos rouxinóis, menina com olhos verdes! Deve ser interessantíssimo. Vamos à história já.
– Pois vamos. Apeiemos e descansemos um bocado.
Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros de viagem. Apeamo-nos, com efeito; sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos rouxinóis como ela se contou.
É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo de entrar nele porque dizem as damas e os elegantes da nossa terra que o português não é bom para isto, que em francês que há outro não sei quê…
Eu creio que as damas que estão mal informadas, e sei que os elegantes que são uns tolos; mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas poesia ou romance, música ou drama de que as mulheres não gostem é porque não presta.
Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos: o que eu vou contar não é um romance, não tem aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes raros; é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.
Acabemos aqui o capítulo em forma de prólogo e a matéria do meu conto para o seguinte.
(Almeida Garrett. Viagens na Minha Terra)
Observe as frases:
• Chegamos ____________fim do capítulo em forma de _______ , com a matéria do meu conto para o seguinte.
• Discordo ________ certas damas e certos tolos, que preferem _________ para se contar uma história.
De acordo com a norma-padrão e os sentidos do texto, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, com:
AUTOR – Eu sou o autor de uma mulher que inventei e a quem dei o nome de Ângela Pralini. Eu vivia bem com ela. Mas ela começou a me inquietar e vi que eu tinha de novo que assumir o papel de escritor para colocar Ângela em palavras porque só então posso me comunicar com ela.
Eu escrevo um livro e Ângela outro: tirei de ambos o supérfluo.
Eu escrevo à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de dia porque é quase sempre luz alegre.
Este é um livro de não memórias. Passa-se agora mesmo, não importa quando foi ou é ou será esse agora mesmo.
(…)
ÂNGELA – Viver me deixa trêmula.
AUTOR – A mim também a vida me faz estremecer.
ÂNGELA – Estou ansiosa e aflita.
AUTOR – Vejo que Ângela não sabe como começar. Nascer é difícil. Aconselho-a a falar mais facilmente sobre fatos? Vou ensiná-la a começar pelo meio. Ela tem que deixar de ser tão hesitante porque senão vai ser um livro todo trêmulo, uma gota d’água pendurada quase a cair e quando cai divide-se em estilhaços de pequenas gotas espalhadas. Coragem, Ângela, comece sem ligar para nada.
(Clarice Lispector. Um sopro de vida)
Leia a tira para responder à questão.