Maquiavel, industrial dono de uma fábrica de pincéis feitos de
pelos de cabra, sabia ser essencial a desinfecção dos pelos
para que os funcionários pudessem manuseá-los, sob pena de
contração de grave enfermidade. Ocorre que Maquiavel,
querendo cortar custos e acreditando piamente que nenhum
de seus funcionários padeceria de qualquer moléstia, pois
eram todos “homens de bem”, resolveu por bem não
proceder ao tratamento com desinfetante. Ao manusearem
os pelos de cabra que não haviam passado pela limpeza,
quatro funcionários da empresa de Maquiavel faleceram.
Maquiavel, então, foi denunciado e consequentemente
processado pela prática de homicídio culposo, na modalidade
culpa consciente. No curso do processo, entretanto, restou
provado que ainda que os pelos de cabra tivessem passado
pela ação do desinfetante, os quatro funcionários morreriam,
porque os microrganismos já estavam resistentes à ação do
desinfetante que devia ter sido utilizado. Com base na
situação descrita e tendo por base os estudos acerca da
imputação objetiva, é corretor afirmar que Maquiavel