Questões de Concurso Sobre sistemas religiosos - magia, ciência, religião, ritos e cerimônias. antropologia econômica. divisão do trabalho, comércio e consumo em antropologia

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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217765 Antropologia
O caso a seguir expõe um tipo de relação entre mito e narrativa histórica.

A Cachoeira de Iauaretê corresponde a um lugar de referência fundamental para os povos indígenas que habitam a região banhada pelos rios Uaupés e Papuri. Várias pedras, lajes, ilhas e paranás da Cachoeira de Iauaretê simbolizam episódios de guerras, perseguições, mortes e alianças descritos nos mitos de origem e nas narrativas históricas desses povos. Para eles, é seu lugar sagrado, onde está marcada a história de sua origem e fixação nessa região, assim como a história do estabelecimento das relações de afinidade que vêm permitindo, até hoje, a convivência e o compartilhamento de padrões culturais entre os diversos grupos que coabitam naquele território, há milênios.

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Mitos de Origem e Narrativas Históricas. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/763

Assinale a opção que expressa corretamente essa relação.
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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217758 Antropologia
No texto a seguir, Muniz Sodré discorre sobre relações entre o fenômeno do sincretismo e a religiosidade.

No sentido amplo, o amálgama sincrético pertence ao fenômeno da interculturalidade, que se tornou mais característico nas religiões universais: ao se expandir, o cristianismo, por exemplo, incorporou crenças locais, assim como fez o islamismo com relação ao judaísmo e ao cristianismo. Muitos séculos antes disso, os cultos africanos também se constituíram a partir de uma linhagem sincrética de sistemas de crenças egípcios, indianos e outros. O sincretismo comporta aspectos tanto espontâneos quanto estratégicos. No caso dos cultos afro-brasileiros, pode-se falar de uma estratégia de natureza religiosa, mítica e histórica, destinada a assegurar a continuidade dos africanos e seus descendentes nas condições adversas da diáspora escrava.

SODRÉ, Muniz. Pensar Nagô. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.



Com base no texto, é correto afirmar que o sincretismo
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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217757 Antropologia
No trecho a seguir, Philippe Descola apresenta elaborações sobre a relação entre humanos e meio ambiente.

Faz pouco tempo que começamos a ter a medida do preço extremamente alto que será preciso pagar pela exploração imoderada de nosso meio ambiente, com a poluição crescente do solo, do ar, da água e também dos organismos vivos, com o desaparecimento acelerado de inúmeras espécies de plantas e animais, com as consequências dramáticas do aumento do efeito estufa sobre o planeta. Em outros lugares do mundo, muitas culturas não seguiram o mesmo caminho, não isolaram a natureza como se ela fosse um domínio à parte, exterior, onde toda causa pode ser estudada cientificamente e onde tudo pode ser rentabilizado a serviço dos homens.

DESCOLA, Philippe. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016.

De acordo com o que é exposto no trecho, assinale a afirmativa correta.
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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217756 Antropologia
No texto a seguir, os autores criticam um modo de entender a história da espécie humana que se tornou senso comum entre leigos e estudiosos.

O mundo dos caçadores-coletores, antes da chegada da agricultura, era repleto de experiências sociais arrojadas, parecendo muito mais um variado desfile carnavalesco de formas políticas do que as insípidas abstrações da teoria evolucionária. Além disso, muitas das primeiras comunidades agrícolas eram relativamente isentas de níveis e hierarquias. E, longe de estabelecer sólidas diferenças de classe, um número surpreendente das primeiras cidades do mundo se organizava segundo linhas de claro teor igualitário, que dispensavam governantes autoritários, políticos-guerreiros ambiciosos ou mesmo administradores opressores.

GRAEBER, David; WENGROW, David. O despertar de tudo: uma nova história da humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

Trata-se da ideia de que
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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217754 Antropologia
No texto a seguir, o autor apresenta uma aparente contradição no discurso da modernidade.

Se o “espírito” era “moderno”, ele o era na medida em que estava determinado que a realidade deveria ser emancipada da “mão morta” de sua própria história — e isso só poderia ser feito derretendo os sólidos (isto é, por definição, dissolvendo o que quer que persistisse no tempo e fosse infenso à sua passagem ou imune a seu fluxo). Lembremos, no entanto, que tudo isso seria feito não para acabar de uma vez por todas com os sólidos e construir um admirável mundo novo livre deles para sempre, mas para limpar a área para novos e aperfeiçoados sólidos.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

Nesse trecho, ele sugere que a modernidade
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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217747 Antropologia
[O] cenário muda radicalmente com a constatação de que os TupiGuarani eram capazes de produzir muito além dos níveis vitais. No que se refere a desenvolvimento, isso obriga a pensar nos nativos como produtores de excedentes, como produtores de riqueza – a tomá-los como base para a história [da riqueza no Brasil].

CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2017.

O texto refere-se à mudança de entendimento sobre aspectos econômicos dos povos indígenas brasileiros, o qual carregava valor paradigmático.

O trecho acima desafia o entendimento de que
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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217746 Antropologia
Leia o trecho a seguir, que discorre sobre a noção de democracia racial.

As ideias às vezes antecedem os nomes que no presente as denominam, outras vezes lhes sucedem, quando novas ideias tomam de empréstimo velhos nomes. No caso da “democracia racial”, tal como a conhecemos no Brasil do século XX, ela foi usada em pelos menos três sentidos distintos: foi ideal de igualdade de direitos entre raças numa democracia política, à maneira norte-americana; teve o sentido de hierarquia de raças numa cidadania limitada e hierarquizada, mas não ditatorial; e significou, enfim, trânsito, mescla, intimidade e convivência entre raças.

GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Modernidades negras: a formação racial brasileira (1930-1970). São Paulo: Editora 34, 2021. (Adaptado).

Com base no texto, sobre a noção de democracia racial, assinale a afirmativa correta.
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Ano: 2025 Banca: FGV Órgão: IPHAN Prova: FGV - 2025 - IPHAN - Antropologia |
Q3217738 Antropologia
Leia o trecho a seguir.

Se, por um lado, o sonho é sempre desencadeado pela vontade de um outro, e o sonhador aparece como uma “presa”, uma vítima, alguém à mercê de um sentimento que lhe é alheio, por outro, o sonhador não está de forma alguma inteiramente subjugado aos sentimentos desse outro. Os vivos resistem aos apelos incessantes desses outros, e é porque resistem que eles podem continuar existindo como Yanomami.

LIMULJA, Hanna. O desejo dos outros: Uma etnografia dos sonhos yanomami. São Paulo: Ubu Editora, 2022.

O trecho acima apresenta um aspecto central da concepção Yanomami de sonho.

Com base no texto, é correto afirmar que, para esse povo, os sonhos são
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Q3028998 Antropologia
Mircea Eliade finaliza seu livro Mito e Realidade (1998) apontando alguns mitos do mundo moderno. Para o autor, alguns comportamentos míticos ainda sobrevivem sob nossos olhos, porque algumas funções do comportamento mítico são constituintes do ser humano. Se era importante o retorno às origens no mundo arcaico, feito de diversas maneiras, este prestígio das origens sobreviveu nas sociedades modernas europeias.
Mircea Eliade cita vários mitos modernos que tiveram origem em mitos de retorno às origens, EXCETO:
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Q3028997 Antropologia
Em Mito e Realidade (1998), Mircea Eliade estabelece que nos níveis arcaicos de cultura, a religião mantém a abertura para um mundo sobre-humano, o mundo dos valores axiológicos. Esses valores são transcendentes, tendo sido a nós revelados pelos Entes divinos ou Ancestrais míticos. Constituem, portanto, valores absolutos, modelos para todas as atividades humanas.
Assinale entre as opções abaixo, o postulado que completa o sentido da discussão acima, no que diz respeito a quem compete o poder de veicular tais modelos de conduta e atividades humanas:
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Ano: 2024 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: IV - UFG - 2024 - UFG - Antropólogo |
Q3017667 Antropologia
Na teoria antropológica, museus são entendidos como “zonas de contato”. No caso dos museus indígenas, seu aparecimento é entendido como sendo um movimento
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Q2570992 Antropologia
Numa pesquisa qualitativa sobre o trabalho realizado pelas mulheres quebradeiras de coco babaçu, um pesquisador resolveu combinar duas estratégias para a compreensão da realidade onde elas estão inseridas. Na primeira, o pesquisador presenciou a execução do trabalho das mulheres e participou, como espectador e agente, do cotidiano da vida social e cultural delas. Na segunda, ele estabeleceu uma interação com essas trabalhadoras para levantar as experiências vividas por elas, buscando identificar nas narrativas como cada uma interpreta suas experiências.

Essas técnicas de coleta de dados são, respectivamente,
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Q2494469 Antropologia
Leia o trecho abaixo do artigo “Natureza & Cultura, versão americanista – Um sobrevoo”, de Renato Sztutman.

“(…) seres não humanos que se veem sob forma humana deveriam ver os humanos sob forma não humana, uma vez que a humanidade é uma posição e não uma substância, uma propriedade intrínseca a certa porção de seres. Um porco do mato, por exemplo, se vê como humano enquanto vê o humano como jaguar ou como espírito predador. Ora, todos esses existentes são, potencialmente, humanos (partilham a mesma condição de humanidade [humanity]) apesar de não serem todos da espécie humana (humankind). São todos sujeitos dotados de comportamento, intencionalidade e consciência, estando inseridos em redes de parentesco e afinidade, fazendo festas, bebendo cauim, reportando-se a chefes, fazendo guerra, pintando e decorando seus corpos. O que está em jogo, aqui, portanto, é a diferença entre perspectivas, o que nos envia a uma filosofia ameríndia da diferença.”

Esse trecho descreve o modo de relação entre humanos e não humanos característico da forma de pensamento ameríndio denominada: 
Alternativas
Q2494468 Antropologia
Em um dos seus artigos, o antropólogo José Reginaldo Gonçalves discute os chamados “bens inalienáveis”. Diz ele:

“Os interesses mobilizados pela possibilidade de comprar e vender livremente determinados bens eram vistos como um meio nefasto de descaracterização desses bens e de perda de sua autenticidade. A busca da autenticidade confundia-se, de certo modo, com uma constante e obsessiva proteção contra os efeitos de mercado.”

Essa reflexão ajuda a problematizar a oposição entre as seguintes arenas de valoração:
Alternativas
Q2459940 Antropologia
Na crença e na prática religiosa, o ethos de um grupo torna-se intelectualmente razoável porque demonstra representar um tipo de vida idealmente adaptado ao estado de coisas atual que a visão de mundo descreve, enquanto essa visão de mundo torna-se emocionalmente convincente por ser apresentada como uma imagem de um estado de coisas verdadeiro, especialmente bem arrumado para acomodar tal tipo de vida. 

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2015. 

No trecho acima, o autor descreve a relação entre ethos coletivo e sistema religioso.

Com base no texto, assinale a opção que descreve corretamente essa relação. 
Alternativas
Q2366471 Antropologia
A teologia do cuidado, conforme proposta por Leonardo Boff, destaca a importância da convivência pautada na solidariedade, no respeito mútuo e no amor. No contexto da pluralidade cultural e religiosa, Boff enfatiza a necessidade de construir pontes de compreensão e aceitação entre diferentes tradições.

Com base no exposto no texto precedente, é correto afirmar que o princípio fundamental que norteia a convivência respeitosa e solidária em meio à pluralidade cultural e religiosa corresponde à 
Alternativas
Q2366470 Antropologia
Mircea Eliade, renomado historiador das religiões, explorou extensivamente a origem do fenômeno religioso, destacando a incessante busca do sagrado pelo ser humano. De acordo com essa perspectiva a respeito do fenômeno religioso,
Alternativas
Q2366469 Antropologia
Rudolf Otto, em suas teses sobre o sagrado, introduziu o conceito de numinoso para descrever a dimensão única e transcendental da experiência religiosa. No que se refere à origem do fenômeno religioso e ao conceito de numen, assinale a opção correta.
Alternativas
Q2366468 Antropologia
No contexto brasileiro, a diversidade religiosa proporciona um cenário rico para a exploração de diferentes teologias. No ensino religioso, é crucial considerar as distintas perspectivas teológicas, como a teologia católica, que tem influência histórica e cultural significativa, e a teologia afro-brasileira, que reflete a riqueza espiritual das tradições africanas no Brasil. Acerca da diferença entre teologia católica e teologia afro-brasileira, assinale a opção correta. 
Alternativas
Q2366463 Antropologia
Existe um nível de fé que todo ser humano pode ter, que não possui sentido religioso. É a fé antropológica, que mobiliza a ação das pessoas de acordo com seus valores, como a solidariedade e o altruísmo, e permite a realização de projetos que promovem a vida, a dignidade humana, a justiça e a paz. Indígenas, umbandistas, cristãos, mulçumanos, espíritas, budistas, ateus, todos podem compartilhar da mesma fé antropológica.

H. S. Carvalho. Sistema Marista de Educação. Ensino Religioso, v. 1. São Paulo: FTD, 2018 (com adaptações).

Considerando-se a diferenciação dos tipos de fé descritas no texto precedente, é correto afirmar que o conceito de fé antropológica refere-se à
Alternativas
Respostas
1: B
2: B
3: D
4: A
5: B
6: A
7: C
8: E
9: B
10: A
11: B
12: E
13: A
14: B
15: B
16: B
17: D
18: E
19: C
20: A