Questões de Concurso
Sobre estratificação e desigualdade social em sociologia
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Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
Ele está arraigado em quase todas as nossas práticas cotidianas. São atitudes, por exemplo, presumir que uma pessoa com deficiência seja incapaz de realizar qualquer atividade que as ditas pessoas normais realizam. É fato que o modo como algumas pessoas com deficiência realiza atividades pode não ser o mesmo que outras pessoas sem deficiência realizam, mas, nem por isso, elas deixam de realizar ou as fazem de maneira errada e incompleta. Lembremos que todos nós realizamos atividades de vida diária de acordo com as nossas possibilidades.
Adpatado de: SOUZA, Ludmilla. Entrevista com o cientista social Julian Simões pela Agência Brasil, São Paulo, 2021.
Assinale a afirmativa que identifica corretamente o tipo de preconceito descrito pelo trecho reproduzido.
A discussão sobre interseccionalidade tem ocupado um espaço importante na pesquisa de gênero. O reconhecimento de que formas sexuais de injustiça são, por um lado, análogas e, por outro, empiricamente entrelaçadas com outras formas de injustiça - como as relacionadas a "raça", etnia e religião - encontra nesse conceito sua expressão teórica. Tanto racismos quanto sexismos podem ser entendidos como fenômenos complexos de poder que operam no contexto de atribuição de diferenças categoriais. Mesmo que não seja sempre necessariamente assim, eles frequentemente funcionam por meio de referências a características corporais e, portanto, por meio de referências a supostas certezas biológicas. É por isso que atribuições de diferença de cunho racista ou sexista são geralmente atribuições de diferenças naturalizadas que exigem validade atemporal ou pelo menos por longos períodos. Nesse sentido também as formas racistas e sexistas de poder são diferentes daquelas que operam vinculadas a relações de classe ou de produção.
Adaptado de: KERNER, Ina. Tudo é interseccional? Sobre a relação entre racismo e sexismo. Novos estud. CEBRAP (93), 2012, pp. 45- 46.
Assinale a afirmativa que descreve corretamente a interpretação da autora sobre as abordagens interseccionais nos estudos sociológicos.
Observe a imagem a seguir:
Com base na observação da imagem, é correto afirmar que a imagem reflete a
I. A fundação da Universidade de São Paulo (USP), em 1934, foi um marco importante para a sociologia no Brasil, pois trouxe professores estrangeiros e incentivou a formação de pesquisadores brasileiros dedicados ao estudo das questões sociais do país.
II. Gilberto Freyre, com sua obra “Casa-Grande & Senzala”, contribuiu para a compreensão das relações raciais e culturais no Brasil, influenciando o campo sociológico com suas análises sobre a formação da sociedade brasileira.
III. Na primeira metade do século XX, a sociologia no Brasil se dedicava exclusivamente ao estudo das tradições europeias, sem incorporar temas locais ou abordar a realidade social brasileira.
IV. Florestan Fernandes foi um dos principais sociólogos brasileiros, conhecido por suas pesquisas sobre as relações raciais e pela defesa de uma sociologia crítica e comprometida com a transformação social.
V. A institucionalização da sociologia no Brasil foi um processo linear e sem interferências externas, sendo aceita amplamente desde o início por todos os setores da sociedade.
Está correto o que se afirma apenas em
I. A identidade brasileira é construída com base no princípio da participação, sendo descrita como uma “cultura da mistura”, em oposição a uma “cultura da triagem”, que se baseia na exclusão.
II. O princípio da mistura, presente na construção da identidade brasileira, se reflete na valorização de elementos de diferentes origens culturais e na celebração da diversidade como característica nacional.
III. Embora o discurso da identidade brasileira exalte a mistura, na prática, o princípio da exclusão também está presente, como demonstrado por preconceitos e desigualdades raciais, sociais e de gênero.
IV. A literatura brasileira do século XIX contribuiu para a construção de um mito de origem da nação, idealizando o brasileiro como resultado da fusão harmoniosa entre culturas indígenas e europeias.
V. A construção da identidade nacional brasileira foi um processo imediato, que não exigiu invenção ou adaptação de elementos culturais para promover uma identidade comum.
Está correto o que se afirma apenas em
(QUIJANO, 1999.)
A ideia de raça se contextualiza de modo bastante essencial à colonialidade do poder, sendo fundamental no processo colonizador. Existe na verdade:
Cada derrota do imperialismo, como na Síria e Iraque (menor na Líbia e Palestina) é um passo concreto na direção da libertação do Oriente Médio. As forças populares, democráticas e de esquerda devem ampliar sua capacidade organizativa entre as massas e construir as condições para edificar uma nova sociedade. E o Oriente também anseia por grandes mudanças, afinal, foi onde a Revolução Russa ocorreu há 100 anos.
BUZETTO, Marcelo. As lutas sociais e políticas no Grande oriente Médio: entre as guerras imperialistas e a resistência popular. Lutas Sociais, São Paulo, vol. 20, n.37, p.181, jul./dez. 2016.
A perspectiva apresentada no texto impulsiona sociologicamente a
Num certo sentido, a sociedade brasileira criou o melhor dos dois mundos. Ao mesmo tempo que mantém a estrutura de privilégio branco e a subordinação não branca, evita a constituição da raça como princípio de identidade coletiva e ação política. A eficácia da ideologia racial dominante manifesta-se na ausência de conflito racial aberto e na desmobilização política dos negros, fazendo com que os componentes racistas do sistema permaneçam incontestados, sem necessidade de recorrer a um alto grau de coerção.
NOGUEIRA, Oracy. Tanto preto quanto branco: estudos de relações raciais. São Paulo: T. A. Queiroz.1979, p. 246.
Diante da perspectiva abordada pelo texto, a Sociologia pode contribuir para desconstruir as ideias apresentadas por meio da(do)