Questões de Concurso
Comentadas sobre geografia cultural em geografia
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Leia o texto a seguir
[Esse conceito] traz a marca da atividade produtiva dos homens e de seus esforços para habitar o mundo, adaptando-o às suas necessidades. Ela é marcada pelas técnicas materiais que a sociedade domina e moldada para responder às convicções religiosas, às paixões ideológicas ou aos gostos estéticos dos grupos. Ela constitui desta maneira um documento-chave para compreender as culturas, o único que subsiste frequentemente para as sociedades do passado.
CLAVAL, Paul. A geografia cultural. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2001. [Adaptado]
Inserido nos estudos da Geografia Cultural, o conceito expresso
no texto refere-se à
O samba “Rancho da Praça Onze”, criado em 1965 por João Roberto Kelly e Chico Anysio, retrata um lugar que praticamente deixou de existir na geografia da cidade, mas que permanece vivo em sua memória, devido à sua relevância histórica e cultural. Veja um trecho do samba:
A Praça existe alegre ou triste
Em nossa imaginação
A Praça é nossa e como é nossa
No Rio quatrocentão
(Disponível em: https://www.letras.mus.br/dalva-de-oliveira/1590370/. Acesso em 25/07/2016)
Assinale a alternativa que contém a intervenção no espaço físico da cidade do Rio de Janeiro que levou à transformação da Praça Onze.
Tanto o planejamento urbano quanto os símbolos patrimoniais ou culturais da formação territorial histórica, dimensões do espaço vivido nas metrópoles que impactam as pessoas, podem ser analisados no viés geográfico crítico.
O fato de a Geografia Humanista considerar o espaço um lugar, extensão carregada de significações, possibilita que ela trate de questões práticas como as que envolvam a percepção ambiental e a valoração arquitetônica.
Na transição do século XIX/XX, o crescimento do Rio de Janeiro, então capital federal, dependia imensamente da provisão de carvão fornecido pelas florestas da mata atlântica. Com a abolição da escravatura, os ex-escravos, quilombolas e pequenos agricultores viram no fabrico de carvão uma atividade possível. Junto com os lenhadores, os carvoeiros penetravam por toda a parte nas serranias do Rio de Janeiro, onde não se tinham estabelecido os sitiantes.
Uma pesquisa feita na floresta do maciço da Pedra Branca revelou a existência de 35 ruínas de moradias e 185 platôs de antigas carvoarias. No entanto, apesar do grande desmatamento realizado pelos carvoeiros e lenhadores, a floresta voltou graças à eficiente sucessão ecológica.
No entanto, a paisagem florestal ainda guarda outro tipo de vestígio dessa ancestral relação que se manifesta em sua estrutura e composição florística. No ecossistema, observa-se a presença de espécies exóticas de uso ritual, como o comigoninguém-pode e a espada-de-são-jorge. Destaca-se também a presença de figueiras que, por questões culturais, foram mantidas intactas quando da derrubada da floresta para a implantação de roçados.
Adaptado de: OLIVEIRA, R. A paisagem como esconderijo: invisibilidade social e florestas urbanas do Rio de Janeiro do século XIX. In: Ferreira et al (org). Metropolização do espaço: gestão territorial e relações urbanorurais. Rio de Janeiro: Consequência, 2013, p. 519-526.
O texto acima destaca um procedimento metodológico caro à
Geografia Cultural, que consiste em:
I. As guerras e as perseguições sociais, étnicas e políticas podem ocasionar deslocamentos ou movimentos de populações.
II. Os movimentos populacionais podem ocorrer internamente ou externamente, inclusive de um país para outro.
III. Nos estados do sul e do sudeste do Brasil, encontra-se a maior concentração de descendentes de alemães, italianos e japoneses.
Está correto o que se afirma em
O sertão retratado por Guimarães Rosa na obra “Grande Sertão: Veredas" mantém a dimensão complexa e migrante do termo. Grande, fugidio e “sem lugar", é fortemente marcado pela geografia e clima do cerrado, pela bacia do Rio São Francisco, pelo tráfego intenso de tropeiros e pelo apogeu e declínio da jagunçagem, entre o fim do século dezenove e o início do século vinte.
(Adaptado de http://www.revistasagarana.com.br/revista30/grandesertao.htm)
Na perspectiva da Geografia, a obra de Guimarães Rosa, embora literária, pode ser entendida como uma forma de
Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E acertou no meio exato da garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
Assinale a afirmativa INCORRETA sobre o Rio São Francisco:
[...] Geografia e Religião, são, em primeiro lugar, duas práticas sociais. [..] Ambas se encontram através da dimensão espacial, uma porque analisa o espaço, a outra porque, como fenômeno cultural, ocorre espacialmente.
(ROSENDAHL, Z. Espaço e Religião: uma abordagem geográfica. Rio de Janeiro: URRJ,NEPEC,1996.)
Sobre o assunto, analise as assertivas.
I - A leitura dos bens simbólicos pode ser realizada no que se refere à capacidade que a instituição religiosa tem de atender a demanda dos devotos na oferta de bens por intermédio da rede de distribuição, envolvendo diversos agentes sociais, assim a dimensão espacial alia-se à dimensão econômica do espaço.
II - Os meios de produção dos bens e serviços de natureza simbólica, abrangendo a produção religiosa, tendem a ser acumulados e concentrados nas mãos de um grupo de administradores do sagrado. Desta maneira, o capital religioso é um instrumento de poder dos detentores da produção e reprodução do espaço geográfico.
III - O espaço sagrado e o espaço profano estão desvinculados e remetem às diferenças vividas pelo homem religioso no cotidiano material da vida moderna em que as relações de poder hierárquico de uma comunidade sobre outra no território resultam em inclusão social.
IV - Os padrões de transformações impostas pelas atividades religiosas, sua maior ou menor impressão no espaço, estão fortemente relacionados com os aspectos culturais da comunidade, de tal modo que o espaço pode ser percebido de acordo com os valores simbólicos ali representados.
Está correto o que se afirma em
A coluna da esquerda apresenta nomes de correntes do Pensamento Geográfico e a da direita, características de cada uma. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.
1 - Possibilista
2 - Determinista
3 - Pragmática
4 - Crítica
( ) Teve no alemão Friedrich Ratzel, fundador da Geografia Humana, seu mais conhecido propagador. Ele defendia que o ser humano é condicionado pelo ambiente físico em que vive, assim a natureza impõe as condições para a sobrevivência dos seres humanos.
( ) Associado à obra do francês Paul Vidal de la Blache, tal escola postula que é o ser humano quem molda o espaço em que vive. O ambiente físico provê inúmeras possibilidades para que os indivíduos gerem condições adequadas para adaptá-lo às suas necessidades e exigências.
( ) Seus pressupostos buscam a renovação metodológica, com a intenção de criar uma tecnologia a serviço das novas tarefas impostas pelo planejamento do espaço geográfico.
( ) Manifesta-se numa postura de oposição a uma realidade social e espacial injusta e contraditória, assim, é uma unidade de propósito dada pelo posicionamento social, pela concepção de ciência como momento da práxis, por uma aceitação plena e explícita do conteúdo político do discurso geográfico.
Assinale a sequência correta.
RELPH, E. Reflexões sobre a emergência, aspectos e essência de lugar. In: Marandola Jr., E. et al (Org.). Qual o espaço do lugar? São Paulo: Perspectiva, 2012, p. 30.
No texto acima, o lugar é conceituado especificamente dentro de uma abordagem
COSGROVE, D. A geografia está em toda parte: cultura e simbolismo nas paisagens humanas. In: Corrêa, R. e Rosendhal, Z. (Org.).Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1998. Adaptado.
Nessa abordagem da geografia cultural, o tipo mencionado acima é denominado paisagem
RICKLEFS, R. A economia da natureza. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2003, p. 371. Adaptado.
Do ponto de vista acima, as fronteiras dessas comunidades são denominadas
“Segundo as OCEM, um professor(a) que queira estimular _____ de seus alunos, deverá desenvolver trabalhos que estimulem a capacidade de identificar as contradições que se manifestam espacialmente, decorrentes dos processos produtivos e de consumo.”
Assinale a opção que completa corretamente a lacuna do fragmento acima.
I - Representando uma renovação, efetua uma crítica apenas à insuficiência da análise tradicional, não indo aos fundamentos e à sua base social, propondo uma ótica prospectiva com a finalidade de atuar no planejamento estatal.
II - Fundamentada no positivismo, privilegia a descrição, a enumeração e a classificação dos fatos, em que o homem seria um elemento a mais na paisagem.
III - Com enfoque predominante na relação formada entre espaço e cultura, está assentada na subjetividade, na experiência, na intuição e nos sentimentos, colocando o homem no centro do debate científico.
IV - Desenvolvendo uma prática de contestação radical ao que existia até então, seus autores postulam um posicionamento de transformação da realidade e assumem um conteúdo político na análise científica.
Dentre as caracterizações acima, aquelas que correspondem às correntes de pensamento da Geografia Humanística e da Geografia Crítica, respectivamente, são as descritas APENAS em