Questões de Concurso Comentadas sobre modernização agrícola em geografia

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Q490923 Geografia
Segundo dados do IBGE, cerca de 28% da PEA (população economicamente ativa) brasileira trabalha no setor primário, sendo a agropecuária responsável por apenas 9,1% do nosso produto interno bruto (PIB). Levando em conta que ainda grande parte dos trabalhadores agrícolas mora na periferia das cidades e que eles se deslocam diariamente ao campo para trabalhar como boias-frias em modernas agroindústrias, percebemos que, apesar da modernização verificada nas técnicas agrícolas, ainda persistem o subemprego, a baixa produtividade e a pobreza no campo.
                                          SENE, E. e MOREIRA, J. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2000. p. 276. Adaptado. Essa modernização técnica do campo provoca a seguinte consequência socioespacial:
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: SEAP-DF Prova: IBFC - 2013 - SEAP-DF - Professor - Geografia |
Q469036 Geografia
A modernização do campo a partir da inclusão das inovações tecnológicas de produção levaram várias conseqüências socioespaciais, tanto no campo quanto na cidade. Ao lado do progresso econômico da agricultura moderna, existem também problemas sociais que são gerados pela marginalização e exclusão de grupos sociais com a territorialização da modernização agrícola. Sobre essa temática, julgue os itens a seguir:

I. Não são todos os agricultores que possuem capital e capacidade produtiva suficiente para arcar com aquisição e desfrute das novas técnicas e equipamentos de produção, visto que há vários fatores que geram essa incapacidade, como o encarecimento dos insumos, implementos e maquinários agrícolas por intermédio de interesses empresariais, o lucro mínimo obtido com a venda dos produtos a preços baixos, determinado muitas vezes pelo mercado financeiro e as dificuldades desses agricultores em ingressar e permanecer em programas de financiamento, devido à burocracia, e obter capital para bancar as despesas destinadas a investimentos em modernização e custeio de produção.

II. Caume (2009, p. 39-40) argumenta que a modernização agrícola beneficia uma pequena parcela de produtores do campo, sobretudo, aqueles que detém capital e cultivam produtos para exportação, enquanto que um número expressivo de agricultores familiares, incapazes de se inserir nas cadeias de integração agroindustrial e com baixa participação na produção agropecuária do país, se reproduzem em condições precárias. A agricultura se toma cada vez mais industrializada e necessita cada vez mais de capital para a sua modernização competitiva. A falta de planejamento e de estímulos governamentais para melhorar a capacidade produtiva e comercial destes produtores tem contribuído para acentuar de forma drástica as desigualdades sociais no campo.

III. Para Silva (1994) o desenvolvimento da agricultura brasileira ocorreu sobre duas características básicas: deforma desigual e excludente. Esse processo foi profundamente desigual, até mesmo parcial, seja por região, produto, tipo de lavoura, tipo de cultura, tipo de produtor, principalmente; ou seja, aqueles produtores menos favorecidos tiveram menos acesso às facilidades de crédito, aquisição de insumos, máquinas, equipamentos, e apresentaram graus menores de evolução, especialmente da sua produtividade.

Estão corretas as afirmativas:
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: SEAP-DF Prova: IBFC - 2013 - SEAP-DF - Professor - Geografia |
Q469035 Geografia
A modernização da agricultura brasileira tem promovido nos últimos 40 anos uma profunda reestruturação dos espaços produtivos do campo, a partir da incorporação de novas tecnologias nas etapas do trabalho agrícola. A difusão de fatores técnicos, científicos e normativos pelo território brasileiro, característicos do atual período histórico chamado de meio técnico-científico-informacional, possibilitou o aperfeiçoamento das atividades econômicas e a especialização produtiva dos lugares, principalmente em áreas com grande aptidão agrícola. Sobre essa temática, julgue as afirmativas a seguir:

I. A modernização do campo brasileiro passou a se consolidar a partir de 1960, com a implantação de empresas multinacionais produtoras de maquinários, implementos e insumos agrícolas, com os incentivos governamentais através dos programas de financiamento, e ao início das pesquisas agropecuárias em instituições públicas e privadas. Mas foi, sobretudo na década de 1970, que o Brasil deu um salto em sua modernidade, quando muitos médios e grandes agricultores passaram a implementar nos processos produtivos o pacote tecnológico vindos dos países desenvolvidos (principalmente Europa e EUA) para a agricultura, denominada de Revolução Verde, que inclui fertilizantes, agrotóxicos, mudas e sementes melhoradas, maquinários e implementos, calendário agrícola, etc. (Martine e Garcia, 1987). De acordo com Hespanhol (2007), duas forças foram decisivas neste processo: o Estado e as multinacionais.

II. A política de modernização agrícola foi incentivada também através de um argumento, defendida principalmente pelas grandes empresas ligadas ao ramo agroindustrial e que visavam maximizar suas vendas, que dizia o seguinte: o arcaico setor rural seria um entrave para o desenvolvimento econômico, pois não conseguiria responder à demanda do setor urbano-industrial que estava se constituindo no país (Teixeira, 2005). Daí a discurso capitalista ter de certa forma convencido grande parte dos atores pertencentes ao sistema agrário a seguir a ideia de modernização de suas atividades. A década de 1970 vai sendo marcada pela chamada 'industrialização da agricultura', sendo esta cada vez mais subordinada à indústria e, consequentemente, uma maior subordinação da natureza ao capital.

III. A maior aproximação ou, como muitos autores mencionam, integração e/ou subordinação da agricultura à indústria e também a outras atividades, como o comercial e o financeiro, resultou na consolidação dos chamados Complexos Agroindustriais (CAI). Segundo Teixeira (2005), para explicar o processo produtivo do CAI deve-se analisar os três segmentos que o compõem: indústria a montante, agricultura e indústria a jusante. A indústria - montante - é a fornecedora de bens de capital e insumos para a agricultura e a indústria - jusante - é a processadora de matéria-prima agrícola, denominada de agroindústria.

IV. O agronegócio se fortalece principalmente a partir de 1990, quando houve a regulamentação estatal da agropecuária brasileira e a liberalização do mercado, favorecendo a entrada e controle do setor por grandes empresas do Complexo Agroindustrial, especialmente às estrangeiras. Com isso, o país assiste a uma crescente desmonopolização do mercado de insumos, implementos e maquinários agrícolas, bem como nas atividades de processamento, distribuição e comercialização dos produtos agrícolas. Investindo pesadamente em tecnologia e em ciência, em conjunto com os institutos de pesquisas, essas empresas passam a ter um controle poderoso sobre o território brasileiro e a modificar ainda mais a base técnica de produção, ao mesmo tempo em que ditam regras ao mercado agroindustrial.

Estão corretas as afirmativas:
Alternativas
Q29230 Geografia
A cidade de Edo, atualmente Tóquio, tornou-se
a capital do Japão em 1603. Sua população chegou a um
milhão de habitantes ao redor de 1800, fazendo de Edo
a maior cidade do mundo. Era uma cidade próspera,
tanto do ponto de vista econômico como cultural, embora
não dispusesse das tecnologias mais modernas da época.
A razão desse sucesso pode ser, em parte, atribuída a
movimentos de nutrientes entre o mar, a cidade e as
áreas agrícolas, mediados pela ação humana.
A baía de Edo recebia grandes quantidades de
nutrientes provenientes dos rios que desciam das
montanhas e das águas usadas pela população urbana.
Entretanto, pescadores e agricultores contribuíram para
que as águas da baía não se tornassem eutrofizadas. Os
primeiros, ao trazerem peixe fresco, algas e outros
produtos marinhos para a população de Edo,
eficientemente deslocavam, contra a gravidade, materiais
de volta para as partes altas da região. Os agricultores
coletavam regularmente os excrementos da população
urbana e os transportavam, também contra a gravidade,
para as terras onde praticavam a agricultura.
Embora o potencial dos excrementos humanos
como fertilizante tivesse sido reconhecido ocasionalmente
pelos agricultores japoneses na Idade Média, seu uso
sistemático começou durante a era Edo. De fato, a
população fazia contratos com os agricultores para que
estes retirassem regularmente o material acumulado nas
latrinas e o levassem para as montanhas e terraços.
Como pagamento, recebia vegetais frescos, grãos ou
dinheiro. Essa troca desempenhou papel fundamental
tanto na higienização da maior cidade do mundo, mesmo
sem sistema de coleta e tratamento de esgotos, como no
enriquecimento dos solos suburbanos, que não tinham
fertilidade significativa antes da era Edo.

Com o auxílio do texto acima, julgue (C ou E) os itens seguintes.
Imagem 120.jpg
Alternativas
Q27935 Geografia
Diversos mapas temáticos do território brasileiro geralmente apresentam fortes contrastes inter e intra-regionais. Acerca dessas disparidades e das tendências de mudança, julgue os itens a seguir.
Os contrastes nos sistemas de produção agrícola no país são bastante evidentes. As atividades da agricult ura moderna coexistem com cultivos de subsistência prat i cados em minifúndios.
Alternativas
Respostas
36: E
37: D
38: A
39: C
40: C