Questões de Concurso
Comentadas sobre modernização agrícola em geografia
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SENE, E. e MOREIRA, J. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2000. p. 276. Adaptado. Essa modernização técnica do campo provoca a seguinte consequência socioespacial:
I. Não são todos os agricultores que possuem capital e capacidade produtiva suficiente para arcar com aquisição e desfrute das novas técnicas e equipamentos de produção, visto que há vários fatores que geram essa incapacidade, como o encarecimento dos insumos, implementos e maquinários agrícolas por intermédio de interesses empresariais, o lucro mínimo obtido com a venda dos produtos a preços baixos, determinado muitas vezes pelo mercado financeiro e as dificuldades desses agricultores em ingressar e permanecer em programas de financiamento, devido à burocracia, e obter capital para bancar as despesas destinadas a investimentos em modernização e custeio de produção.
II. Caume (2009, p. 39-40) argumenta que a modernização agrícola beneficia uma pequena parcela de produtores do campo, sobretudo, aqueles que detém capital e cultivam produtos para exportação, enquanto que um número expressivo de agricultores familiares, incapazes de se inserir nas cadeias de integração agroindustrial e com baixa participação na produção agropecuária do país, se reproduzem em condições precárias. A agricultura se toma cada vez mais industrializada e necessita cada vez mais de capital para a sua modernização competitiva. A falta de planejamento e de estímulos governamentais para melhorar a capacidade produtiva e comercial destes produtores tem contribuído para acentuar de forma drástica as desigualdades sociais no campo.
III. Para Silva (1994) o desenvolvimento da agricultura brasileira ocorreu sobre duas características básicas: deforma desigual e excludente. Esse processo foi profundamente desigual, até mesmo parcial, seja por região, produto, tipo de lavoura, tipo de cultura, tipo de produtor, principalmente; ou seja, aqueles produtores menos favorecidos tiveram menos acesso às facilidades de crédito, aquisição de insumos, máquinas, equipamentos, e apresentaram graus menores de evolução, especialmente da sua produtividade.
Estão corretas as afirmativas:
I. A modernização do campo brasileiro passou a se consolidar a partir de 1960, com a implantação de empresas multinacionais produtoras de maquinários, implementos e insumos agrícolas, com os incentivos governamentais através dos programas de financiamento, e ao início das pesquisas agropecuárias em instituições públicas e privadas. Mas foi, sobretudo na década de 1970, que o Brasil deu um salto em sua modernidade, quando muitos médios e grandes agricultores passaram a implementar nos processos produtivos o pacote tecnológico vindos dos países desenvolvidos (principalmente Europa e EUA) para a agricultura, denominada de Revolução Verde, que inclui fertilizantes, agrotóxicos, mudas e sementes melhoradas, maquinários e implementos, calendário agrícola, etc. (Martine e Garcia, 1987). De acordo com Hespanhol (2007), duas forças foram decisivas neste processo: o Estado e as multinacionais.
II. A política de modernização agrícola foi incentivada também através de um argumento, defendida principalmente pelas grandes empresas ligadas ao ramo agroindustrial e que visavam maximizar suas vendas, que dizia o seguinte: o arcaico setor rural seria um entrave para o desenvolvimento econômico, pois não conseguiria responder à demanda do setor urbano-industrial que estava se constituindo no país (Teixeira, 2005). Daí a discurso capitalista ter de certa forma convencido grande parte dos atores pertencentes ao sistema agrário a seguir a ideia de modernização de suas atividades. A década de 1970 vai sendo marcada pela chamada 'industrialização da agricultura', sendo esta cada vez mais subordinada à indústria e, consequentemente, uma maior subordinação da natureza ao capital.
III. A maior aproximação ou, como muitos autores mencionam, integração e/ou subordinação da agricultura à indústria e também a outras atividades, como o comercial e o financeiro, resultou na consolidação dos chamados Complexos Agroindustriais (CAI). Segundo Teixeira (2005), para explicar o processo produtivo do CAI deve-se analisar os três segmentos que o compõem: indústria a montante, agricultura e indústria a jusante. A indústria - montante - é a fornecedora de bens de capital e insumos para a agricultura e a indústria - jusante - é a processadora de matéria-prima agrícola, denominada de agroindústria.
IV. O agronegócio se fortalece principalmente a partir de 1990, quando houve a regulamentação estatal da agropecuária brasileira e a liberalização do mercado, favorecendo a entrada e controle do setor por grandes empresas do Complexo Agroindustrial, especialmente às estrangeiras. Com isso, o país assiste a uma crescente desmonopolização do mercado de insumos, implementos e maquinários agrícolas, bem como nas atividades de processamento, distribuição e comercialização dos produtos agrícolas. Investindo pesadamente em tecnologia e em ciência, em conjunto com os institutos de pesquisas, essas empresas passam a ter um controle poderoso sobre o território brasileiro e a modificar ainda mais a base técnica de produção, ao mesmo tempo em que ditam regras ao mercado agroindustrial.
Estão corretas as afirmativas:
a capital do Japão em 1603. Sua população chegou a um
milhão de habitantes ao redor de 1800, fazendo de Edo
a maior cidade do mundo. Era uma cidade próspera,
tanto do ponto de vista econômico como cultural, embora
não dispusesse das tecnologias mais modernas da época.
A razão desse sucesso pode ser, em parte, atribuída a
movimentos de nutrientes entre o mar, a cidade e as
áreas agrícolas, mediados pela ação humana.
A baía de Edo recebia grandes quantidades de
nutrientes provenientes dos rios que desciam das
montanhas e das águas usadas pela população urbana.
Entretanto, pescadores e agricultores contribuíram para
que as águas da baía não se tornassem eutrofizadas. Os
primeiros, ao trazerem peixe fresco, algas e outros
produtos marinhos para a população de Edo,
eficientemente deslocavam, contra a gravidade, materiais
de volta para as partes altas da região. Os agricultores
coletavam regularmente os excrementos da população
urbana e os transportavam, também contra a gravidade,
para as terras onde praticavam a agricultura.
Embora o potencial dos excrementos humanos
como fertilizante tivesse sido reconhecido ocasionalmente
pelos agricultores japoneses na Idade Média, seu uso
sistemático começou durante a era Edo. De fato, a
população fazia contratos com os agricultores para que
estes retirassem regularmente o material acumulado nas
latrinas e o levassem para as montanhas e terraços.
Como pagamento, recebia vegetais frescos, grãos ou
dinheiro. Essa troca desempenhou papel fundamental
tanto na higienização da maior cidade do mundo, mesmo
sem sistema de coleta e tratamento de esgotos, como no
enriquecimento dos solos suburbanos, que não tinham
fertilidade significativa antes da era Edo.
Com o auxílio do texto acima, julgue (C ou E) os itens seguintes.