Questões de Concurso Sobre geografia
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A reprodução do capital no espaço agrário amazônico, por meio do monopólio do uso da terra, é voraz e demanda grandes áreas. Isso porque, a ampliação e apropriação da renda da terra pelo capital, ainda que auxiliada pela revolução técnica-científica-informacional balizadora de uma agricultura de precisão genética e edafoclimática, é incapaz de subverter o ritmo e movimento da vida, da natureza. O tempo natural flui entre o semear, o germinar e o colher; movimenta-se entre a coleta de sêmen, a inseminação, a gravidez, a gestação e o nascimento. E como para o capital tempo é dinheiro, buscase apropriar de terra útil e utilizável até que dela não precise mais. Portanto, é instrumental a relação que, em seu processo de reprodução, o capital estabelece com a terra, ela é tão somente um meio de produção e força produtiva, valor de troca. Fonte: NAHUM, J.S & BASTOS, C. S- Dendeicultura e Descampesinização na Amazonia Paraense. Campo-Território: Revista de Geografia Agrária, v. 9, n. 17, p. 469-485, abr., 2014, p.470. 34
A análise dos autores sobre a reprodução do capital aponta para a transformação do espaço agrário amazônico, cujo exemplo mais significativo é a(o)
O Antropoceno pode ser considerado como uma nova época geológica, que começou durante a Revolução Industrial e levou a mudanças na natureza dos depósitos, no relevo e na composição da atmosfera (...) o Antropoceno é marcado por várias fases diacrônicas de mudanças para o novo tempo desde a revolução agrícola, urbana, industrial e comercial com impactos em diferentes partes do globo de forma diferenciada.
Fonte: LUZ, L. M. MARÇAL. M.S, -A PERSPECTIVA GEOGRÁFICA DO ANTROPOCENO. Revista de Geografia (Recife) V. 33, No. 2, 2016, p. 158 33
As autoras trazem à luz a discussão sobre o Antropoceno, termo que sugere que:
Projetos mineiro-metalúrgicos, petroquímicos, grandes usinas hidrelétricas, estradas, portos, hidrovias, ferrovias, megaempreendimentos de requalificação e reestruturação urbanos. Todos esses seriam exemplos contundentes do que estamos chamando aqui de grandes projetos. Em realidade, esses megaempreendimentos são verdadeiros paradigmas de uma geografia de exceção que faz viver e deixa morrer, uma vez que em diferentes momentos históricos e como expressão de variados espectros políticos –sem distinção entre esquerda e direita –tais projetos são sempre anunciados e enunciados como inevitáveis (defendidos como estratégicos para segurança e soberania nacional), como uma necessidade política para a garantia das condições materiais do des-envolvimento. FONTE: Malheiro. B & Cruz, V.C. A geografia das ruínas e dos territórios de exceção: uma leitura a contra pelo dos grandes projetos de des-envolvimento. In. Por outras regiões, para outras Amazônias Cidades, geopolítica da mineração e lutas por território. - São Paulo: FFLCH/USP, PROLAM/USP, UNIFESSPA, PPGEO/UFPA, LERASSP, 2023, p. 114.
Neste contexto socioespacial e temporal trazido na análise crítica dos autores, em quais das afirmações abaixo estão relacionadas aos resultados deste projeto para a Amazônia?
I. A criação do Programa Grande Carajás consolidou o papel da Usina Hidrelétrica de Tucuruí na região, de modo que sua produção energética atendeu às demandas dos projetos mínero-metalúrgicos e das prioridades das populações urbanas e rurais da região do baixo Tocantins.
II. As empresas mineradoras Albrás/Alunorte (PA), Alumar (MA), Mineração Rio do Norte (MRN-PA), Companhia Vale do Rio Doce (CVRD-PA), entre outros, articulam-se à dinâmica de novas fronteiras na lógica de riqueza gerada pela acumulação de capital.
III. Os grandes projetos expandem seu domínio territorial sobre espaços ainda não totalmente globalizados de forma a apropriar-se e expropriar recursos naturais, terras e territórios.
IV. Como estratégia de segurança e soberania nacional, a implementação dos grandes empreendimentos que se submeteram a rigorosa aprovação do Licenciamento Ambiental garantem, por transferência de Royalties, a qualidade de vida de comunidades quilombolas, ribeirinhas, camponesas e urbanas.
Estão corretas:
Mas foi somente entre 1966-85 que se deu o planejamento regional efetivo da região. O Estado tomou a si a iniciativa de um novo e ordenado ciclo de devassamento amazônico, num projeto geopolítico para a modernidade acelerada da sociedade e do território nacionais. Nesse projeto, a ocupação da Amazônia assumiu prioridade por várias razões. Foi percebida como solução para as tensões sociais internas decorrentes da expulsão de pequenos produtores do Nordeste e do Sudeste pela modernização da agricultura. Sua ocupação também foi percebida como prioritária, em face da possibilidade de nela se desenvolverem focos revolucionários. Fonte: BECKER, Berta, Revisão das políticas de ocupação da Amazônia: é possível identificar modelos para projetar cenários? Parcerias Estratégicas - Número 12 - Setembro 2001, pg. 137 31
Neste recorte temporal analisado pela autora, o projeto geopolítico para a Amazônia baseava-se na:
Veja o quadro para responder à questão .
Fonte: Roberto Marques Neto & Thomaz Alvisi de Oliveira. A Geomorfologia nos Estudos Integrados da Paisagem: Enfoque
Evolutivo e Dinâmico na Interpretação dos Sistemas Geomorfológicos.
Veja o quadro para responder à questão .
Fonte: Roberto Marques Neto & Thomaz Alvisi de Oliveira. A Geomorfologia nos Estudos Integrados da Paisagem: Enfoque
Evolutivo e Dinâmico na Interpretação dos Sistemas Geomorfológicos.
Observe o gráfico a seguir para responder à questão.
Fonte: Câmara, G. et al. Impact of land tenure on deforestation control and forest restoration in Brazilian Amazonia. Environ. Res. Lett. 18 (2023)
Na análise do gráfico sobre o desmatamento legal e ilegal do bioma amazônico entre 2008 a 2021 (na
cor preta e na cor cinza, respectivamente e considerando o Código Florestal Brasileiro (Lei nº
12.651/2012), observa-se que as mudanças no padrão do desmatamento a partir de 2015 é justificada
pela:
De todos estes processos destrutivos, o mais óbvio, e perigoso, é o processo de mudança climática, um processo que resulta dos gases a efeito de estufa emitidos pela indústria, pelo agronegócio e pelo sistema de transporte existentes nas sociedades capitalistas modernas. Esta mudança, que já começou, terá como resultado, não só o aumento da temperatura em todo o planeta, mas a desertificação de setores inteiros de vários continentes, a elevação do nível do mar, com o desaparecimento de cidades marítimas – Veneza, Amsterdam, Hong-Kong, Rio de Janeiro - debaixo dos oceanos. Uma série de catástrofes que se colocam no horizonte dentro de – não se sabe – vinte, trinta, quarenta anos, isto é, num futuro próximo. Fonte: Löwy, Michel. Crise Ecológica, Crise Capitalista. CADERNO CRH, Salvador, v. 26, 67, p. 79-86, Jan./Abr. 2013. 27
No contexto, o autor ressalta que as catástrofes são decorrentes do modo de produção. Coerente com a crítica observada no texto, a análise sobre a questão ambiental coloca como necessária:
Observe o perfil geoecológico para responder à questão.
O perfil geoecológico apresentado foi compilado com o auxílio do Sistema de Informação Geográfica
(SIG). No exemplo em questão, para que o resultado pudesse demostrar as unidades de paisagem e a
área de planície de inundação do Médio Araguaia, foi tarefa do SIG:
Observe as imagens e sua descrição para responder à questão.
A Bacia Amazônica, reconhecida pela rica rede de drenagem, teve sua formação geológica ocorrida ao
longo de milhões de anos. A pesquisa apresentada mostra uma sequência de eventos passados que
explicam a atual formação desta bacia. De acordo com a pesquisa, analise as afirmativas seguintes.
I. Há 23 milhões de anos, as nascentes dos rios do norte da América do Sul não ficavam nos Andes, como hoje, mas em relevos bem menos expressivos a oeste, que dividiam as águas da região em duas bacias hidrográficas distintas.
II. A leste do divisor de águas, os rios desciam em direção à atual foz do Amazonas. A oeste, os rios seguiam na direção oposta, rumo a bacias aos pés dos Andes, alimentando imensos lagos e pântanos e formando uma área alagada - o denominado Sistema Pebas.
III. O rio Amazonas teria tomado seu sentido atual, de oeste para leste, não só em consequência de alterações no interior da Terra que desencadearam um soerguimento da porção oeste da Amazônia (de acordo com a abordagem tradicional), mas também como resultado da erosão das cordilheiras andinas, a qual teria criado o declive que se estende dos Andes à Ilha de Marajó.
IV. Os Andes tornavam-se uma ponte para a umidade soprada por ventos vindos do Atlântico. Além disso, o aumento das chuvas no flanco leste da cordilheira aumentava a quantidade de sedimento transportado para leste e oeste da cordilheira.
Estão corretas:
O período da globalização neoliberal já nascerá sobre o signo do desafio ambiental, desafio esse que não se colocará para nenhum dos períodos anteriores da globalização. Até então a natureza era considerada como uma fonte inesgotável de recursos, como vimos com o fordismo e sua crença numa sociedade de consumo de massas ilimitada. O desafio ambiental se constitui junto com o período histórico que se inicia ali nos anos de 1960 e 1970, podendo mesmo dizer-se que o ambientalismo é um dos vetores instituintes da ordem mundial que então se inicia (...) e está no centro das contradições do mundo moderno colonial
Fonte: Porto-Gonçalves, C.W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017 p.61. (Texto Adaptado)
De acordo com o texto, o desafio do vetor ambiental é contestar a(o)
Leia o quadro a seguir para responder à questão
Fonter: HAESBAERT, R & LIMONAD, E. O território em tempos de globalização. I GIZO UERJ Revista do Departamento de Geografia, 11E1U, RJ, n. 5, p. 7-19, 1999, p. 12
Os autores apresentam um quadro sintético das principais linhas de interpretação do conceito de
território ainda hoje vigentes. Considera-se o conceito de territorialidade transversal a estas
interpretações porque:
A partir do texto e da imagem, responda a questão.
EXTRAÇÃO DE LÍTIO AMEAÇA ÁGUA E FAMÍLIAS DA REGIÃO DO VALE DO JEQUITINHONHA, EM MG Região do nordeste de Minas Gerais tem sido cada vez mais alvo de empreendimentos minerários. Segundo estudos do projeto Avaliação do Potencial de Lítio no Brasil, que corresponde a um estudo detalhado da região do médio rio Jequitinhonha, há indicativos de que lá encontram-se 85% das reservas de lítio do Brasil.
Marcha do FAMA. Foto: Guilherme Cavalli/Cimi Fonte:https://mab.org.br/2020/06/22/extracao-de-litio-ameaca-agua-e-familias-da-regiao-do-vale-do-jequitinhonha-em-mg/
Acesso em 30 de maio de 2023.
A partir do texto e da imagem, responda a questão.
EXTRAÇÃO DE LÍTIO AMEAÇA ÁGUA E FAMÍLIAS DA REGIÃO DO VALE DO JEQUITINHONHA, EM MG Região do nordeste de Minas Gerais tem sido cada vez mais alvo de empreendimentos minerários. Segundo estudos do projeto Avaliação do Potencial de Lítio no Brasil, que corresponde a um estudo detalhado da região do médio rio Jequitinhonha, há indicativos de que lá encontram-se 85% das reservas de lítio do Brasil.
Marcha do FAMA. Foto: Guilherme Cavalli/Cimi Fonte:https://mab.org.br/2020/06/22/extracao-de-litio-ameaca-agua-e-familias-da-regiao-do-vale-do-jequitinhonha-em-mg/
Acesso em 30 de maio de 2023.
Para chuvas com mesma duração, quanto menor for a frequência, maior será sua intensidade.
Na construção da curva IDF, é necessário ajustar uma distribuição estatística normal aos valores mínimos e máximos anuais de precipitação para cada duração.
O fenômeno da convergência das frentes é possível na camada da atmosfera denominada troposfera, devido à existência de um gradiente térmico.
Em uma nuvem do tipo Cb, ocorrem reações exotérmicas que fazem com que exista uma região de baixa pressão dentro da nuvem, independentemente do aquecimento da superfície terrestre.
Anemômetros são instrumentos utilizados para medir a velocidade e a direção de deslocamento das massas de ar.
A figura I representa uma frente quente, caracterizada pelo avanço da massa de ar quente de oeste para leste, o que gera um sistema de alta pressão.