Questões de Concurso
Comentadas sobre urbanização brasileira em geografia
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A urbanização brasileira vem sendo crescentemente explicada por intermédio da hipótese segundo a qual a relação dialética entre campo e cidade foi superada pela emergência do urbano que se estende, de maneira virtual, por todo o território nacional.
CÔRTES, J. C. et al. Urbanização extensiva e reconfiguração rural na Amazônia: uma proposta teórico-metodológica baseada em indicadores demográficos e espaciais. In: Revista Brasileira de Estados Urbanos e Regionais. v. 22, 2020, com adaptações.
A hipótese mencionada no texto refere-se à
Macrocefalia urbana pode ser entendida como a massiva concentração das atividades econômicas em algumas metrópoles que propicia o desencadeamento de processos descompassados: redirecionamento e convergência de fluxos migratórios, déficit no número de empregos, ocupação desordenada de determinadas regiões da cidade e estigmatização de estratos sociais, que comprometem substancialmente a segurança pública urbana.
SANTOS, M. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Edusp, 2004.
O processo de concentração espacial apresentado foi estimulado por qual fator geográfico?
Brasileiros levam mais tempo de casa para o trabalho
Pesquisa do IBGE aponta que a situação é mais grave no Sudeste: 13% das pessoas levam mais de uma hora para chegar ao trabalho. Nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio, o IBGE registrou os maiores percentuais de trabalhadores que levam mais de uma hora no trajeto até o emprego. Quem vê o Marcelo chegar ao trabalho nem imagina a maratona que ele enfrenta todos os dias antes das 5 h. “Acordo 4 h 30, saio de casa 5 h, pego trem 5 h 20, chego na Central umas 6 h 50, pego ônibus e chego no trabalho mais ou menos 7 h 10”, conta. Segundo especialista, são os mais pobres os que moram mais longe do emprego.
Disponível em: www.portaldotransito.com.br. Acesso em: 23 nov. 2021 (adaptado).
A pesquisa desenvolvida retrata a seguinte dinâmica populacional:
A ironia da charge do Texto IX se dá a partir da exposição
Entre 2008 e 2018, o Brasil formou três novas metrópoles. Campinas, Florianópolis e Vitória subiram de nível e passaram a integrar o grupo de 15 metrópoles brasileiras.
(Disponível em: https://censos.ibge.gov.br/)
Em relação a estas novas metrópoles é correto afirmar:
Leia o trecho abaixo para responder à questão.
Globalização e urbanização brasileira – o papel da informação. “A informação emerge, no atual período da globalização, como chave para a compreensão das dinâmicas de reorganização do território brasileiro. A análise da circulação da informação nos permite apreender questões relativas à gestão do território nesse período, ao novo papel das metrópoles como centros de informações, à nova urbanização diante do impacto das redes de informação, à reorganização das regiões sob um acentuado comando externo a essas regiões, sob comando, sobretudo, de grandes empresas”.
(BERNARDES, A. Círculos de informações e novas
dinâmicas do território brasileiro. In: Anais do XVI
Encontro Nacional de Geógrafos, 2010).
Durante os anos 1990, a realidade urbana brasileira apresentava uma nova divisão territorial do trabalho. Evidências empíricas permitiram identificar um processo socioespacial devido, em grande medida, à capacidade de atração dos pobres pela metrópole, onde vem engrossar uma demanda de empregos formais e de serviços urbanos que a cidade do capital monopolista não atende. Nesse contexto, identifica-se uma situação constatada por três indicadores: i) o PIB cresce menos nas metrópoles que no país como um todo e em certas áreas de sua região de influência; ii) nas áreas onde o capitalismo amadurece, há tendências à reversão do leque salarial, com certas ocupações menos bem remuneradas envolvendo um maior percentual de trabalhadores na metrópole que no campo; e iii) certos índices de qualidade de vida tendem a ser melhores no interior do que nas regiões metropolitanas. A metrópole não para de crescer. Mas outras regiões crescem mais depressa.
SANTOS, M. Por uma Economia Política da Cidade. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 75. Adaptado.
No período referido, por meio dos indicadores mencionados, constata-se o seguinte processo socioespacial:
O atual estágio da urbanização brasileira, processo horizontal e inacabado, caracteriza-se por transformações expressivas na configuração espacial e na natureza das cidades. Nesse estágio, a metropolização é um processo que apreende na sua essência as dinâmicas de concentração e expansão urbana e seus resultados espaciais mais expressivos. Corresponde a uma etapa avançada da urbanização no atual modelo de acumulação e divisão internacional do trabalho, expresso na forma espacial do crescimento urbano, devido ao rápido e concentrado crescimento econômico, à elevada imigração sobre centros urbanos constituídos, à existência de meios de mobilidade e ao papel do país na economia mundial. Na metropolização contemporânea, todos os artefatos e os sistemas de objetos da globalização provocam a expansão física e a fragmentação do espaço urbanizado para áreas cada vez mais distantes dos antigos limites urbanos, avançando em todo o território nacional.
MOURA, R. et al. Rede urbana brasileira como agenda de pesquisa no Ipea: retrospecto e perspectivas. Relatório de pesquisa. Brasília, DF: Ipea, 2016, p. 9. Adaptado.
O estágio contemporâneo do processo de metropolização brasileiro apresenta a seguinte característica:
No Brasil, verificam-se recentes transformações ocorridas nas relações entre os territórios urbanos, bem como no perfil demográfico, produtivo e funcional dos municípios. Além das áreas de concentração de população, o IBGE também identifica os chamados arranjos populacionais, agrupamentos de dois ou mais municípios com forte integração populacional, assim como municípios isolados, com população superior a 100 mil habitantes, que, juntos, conformam concentrações urbanas. O Ipea define aglomerações urbanas como aquelas “formadas por áreas urbanizadas integradas – logo funcionalmente complementares” e que podem ser constituídas por espaços urbanizados contínuos e descontínuos. Constatam-se mudanças na morfologia urbana, apoiadas no predomínio do automóvel, nas tecnologias de informação e na localização de empresas e moradias em locais mais distantes, que vêm provocando uma “metropolização expandida”, ou seja, uma expansão territorial metropolitana que resulta em mudança completa na estrutura, forma e função das metrópoles.
MOURA, R.; PÊGO, B. Aglomerações urbanas no Brasil e na América do Sul: trajetórias e novas configurações. Rio de Janeiro: Ipea, 2016. p. 8. (Texto para Discussão n. 2.203). Adaptado.
Essa metropolização expandida é comprovada pela configuração de:
As cidades integrantes de uma rede urbana se diferenciam pelos seus tamanhos populacionais, mas também, e sobretudo, em razão da oferta e da qualidade dos serviços que oferecem, como escolas, hospitais, bancos, comércio e universidades. O avanço da transição urbana a partir dos anos 1980, juntamente com a progressão da transição demográfica, diminuiu as taxas de crescimento da população. Muitas regiões e cidades, porém, aumentaram seu peso demográfico por causa dos fluxos migratórios. O contexto da crise econômica abriu então alternativas para cidades de menor porte, especialmente em razão da periferização dos centros urbanos.
CARMO, R.; CAMARGO, K. Dinâmica demográfica brasileira recente: padrões regionais de diferenciação. Rio de Janeiro: Ipea, 2018. p. 51. (Texto para Discussão n. 2.415). Adaptado.
Nesse contexto de transição, a partir da década de 1990, identifica-se o seguinte processo socioespacial específico:
“Morar não é fracionável. Não se pode morar um dia e no outro, não morar. Morar uma semana e na outra, não morar”, assim se referiu Arlete Moysés Rodrigues à questão da moradia nas cidades brasileiras.
(RODRIGUES, Arlete Moyses. Moradia nas cidades brasileiras – habitação, especulação e o direito de morar. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 1990.)
Uma das problemáticas relacionadas à questão da moradia nas cidades brasileiras diz respeito à especulação imobiliária, que utiliza como procedimentos no processo de ocupação nas cidades:

No início de 2004, o fotógrafo Tuca Vieira, que trabalhava no jornal Folha de São Paulo, recebeu a tarefa de fotografar alguns pontos da capital paulista para um caderno especial sobre o aniversário de 450 anos da cidade, comemorado em 25 de janeiro. Um dos locais escolhidos foi o encontro entre Paraisópolis, segunda maior favela do município, e o rico bairro do Morumbi. A fotografia rodou o mundo e foi exposta no tradicional museu Tate Modern, em Londres. Até hoje, ela é utilizada para ilustrar textos e reportagens.
Internet: <noticias.uol.com.br> (com adaptações).
Com base na imagem apresentada e nas informações do texto precedente, assinale a opção em que é apresentado o conceito, bastante difundido nas aulas de geografia urbana, evidenciado na fotografia de Tuca Vieira.

Na evolução da mancha urbana de Belo Horizonte no período de 1918 a 1985, no qual o adensamento urbano ainda era permitido, estão regiões com condições de ventilação já prejudicadas em função de barreiras altimétricas do relevo.
Internet: <researchgate.net> (com adaptações).
O processo de evolução da mancha urbana representado na figura anterior ao texto precedente remete ao conceito de
Arlete Moysés Rodrigues. Moradias nas cidades brasileiras. São Paulo: Contexto, 2003, p. 33.
O texto anterior refere-se à territorialidade do espaço urbano
M. E. B. Sposito. Estruturação urbana e centralidade. In: Anais do III Encontro de geógrafos da América Latina, 1991. Internet: <observatoriogeograficoamericalatina.org>. (Com adaptações).
Na cidade, o "ponto de convergência" a que se refere o texto acima corresponde à área