Questões de Concurso
Comentadas sobre descolonização afro-asiática : novos estados, nova arena internacional em história
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A descolonização foi um processo histórico tão rápido e tão complexo quanto a partilha no final do século XIX. Suas causas estão, em parte, fora da África, na mudança da correlação de forças políticas internacionais e, também, nas transformações estruturais das necessidades do capital, que agora tinha muito menos interesse na extração de riquezas que caracterizou o sistema colonial na África. Em parte, as negociações atingiram o estágio de uma nova aliança entre a emergente classe dominante nativa e os negócios do Ocidente. Foi esse movimento que transformou as pequenas associações nacionalistas do período anterior à guerra em agências políticas dinâmicas de luta contra o poder estatal.
FREUND, Bill. The making of contemporary Africa: the development of african society since 1800. Londres: MacMillan Press, 1998, pp.202/3.
Com base no trecho, avalie se as afirmativas a seguir descrevem corretamente ideologias que contribuíram para os movimentos independentistas no continente africano.
I. O Culturalismo ancestral refere-se ao surgimento de uma consciência africana internacional, que resultou na formação de estados nacionais no continente que rompiam com as fronteiras impostas pelos países europeus colonizadores.
II. O Pan-africanismo refere-se ao surgimento de uma consciência de que todas as pessoas de origem africana têm uma herança cultural comum, que resultou em um intenso intercâmbio cultural entre africanos e negros americanos, contribuindo para a difusão de ideias independentistas.
III. O Socialismo refere-se ao surgimento de uma consciência de libertação dos povos oprimidos, que resultou na adaptação do socialismo à realidade do continente africano, e contou com o apoio da União Soviética, principalmente nas áreas de ensino e pesquisa.
Está correto o que se afirma em
Árvore de Baobá. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-premium/arvore-baoba-africa-paisagem-madagascar-natureza-arvores-baoba-abstrata-generativa-ilustracao-ai_41540350.htm. Acesso em: 02 fev.2024
O Baobá, árvore que pode ser encontrada na África, é considerado um símbolo da resistência do povo negro. Por sua grande robustez e capacidade de sobreviver por séculos, pode ser visto como reflexo do desejo dos povos africanos em continuar sua presença no tempo e no espaço.
No início do século XX, os países da África e da Ásia viam-se em uma situação de dependência frente às metrópoles colonizadoras, e, também atrasados em relação a outros continentes, no que diz respeito a avanços tecnológico, industrial e econômico. Nessa perspectiva, os povos passaram a buscar sua independência, em um processo que historicamente é conhecido como descolonização.
Sobre a temática, assinale a opção que apresenta uma afirmativa correta sobre o processo de descolonização afro-asiática.
Sobre o período da chamada “descolonização” do continente africano, a partir de 1960, é correto afirmar:
De acordo com a obra de VISENTINI, RIBEIRO e PEREIRA, em relação à organização social da África pré‐colonial, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) A África pré‐colonial se dividia em grandes reinos ou impérios que funcionavam com uma organização política e socioeconômica assentada em estruturas específicas, cujo núcleo de base é a família estendida.
( ) A sociedade africana tradicional era dividida em várias categorias sociais ou castas, que exerciam, de forma exclusiva, uma função ou uma atividade socioeconômica específica. Portanto, as sociedades da África pré‐colonial eram organizadas conforme uma ordem patrimonial ou matrimonial.
( ) A unidade de base da organização social são as megalópoles.
ESTATUTO da Frente Popular pela Libertação de Saguía el Hamra e Río de Oro (Frente POLISÁRIO). Art.1 (traduzido), com adaptações.
No que se refere ao processo de descolonização do Saara Ocidental, julgue (C ou E) o item a seguir.
Logo após tornar-se membro da Organização das Nações Unidas (ONU), a Espanha decidiu transformar todas as suas colônias, incluindo o Saara Ocidental e Ifni, em províncias, como tentativa de conter as crescentes pressões anticoloniais.
ESTATUTO da Frente Popular pela Libertação de Saguía el Hamra e Río de Oro (Frente POLISÁRIO). Art.1 (traduzido), com adaptações.
No que se refere ao processo de descolonização do Saara Ocidental, julgue (C ou E) o item a seguir.
Em resposta à solicitação formulada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1974, a Corte Internacional de Justiça, em opinião consultiva exarada no ano seguinte, concluiu que, à época da colonização espanhola, existiam laços jurídicos, mas não relação de soberania, entre a população saaraui e o Reino do Marrocos e a entidade mauritana, antecessora da República Islâmica da Mauritânia.
ESTATUTO da Frente Popular pela Libertação de Saguía el Hamra e Río de Oro (Frente POLISÁRIO). Art.1 (traduzido), com adaptações.
No que se refere ao processo de descolonização do Saara Ocidental, julgue (C ou E) o item a seguir.
Depois de o plebiscito realizado em 1975 concluir que a maioria da população saaraui apoiava a incorporação do território ao Reino do Marrocos, centenas de milhares de marroquinos decidiram espontaneamente rumar para o Saara Ocidental no episódio conhecido como a Marcha Verde, em alusão à cor do Islã.
ESTATUTO da Frente Popular pela Libertação de Saguía el Hamra e Río de Oro (Frente POLISÁRIO). Art.1 (traduzido), com adaptações.
No que se refere ao processo de descolonização do Saara Ocidental, julgue (C ou E) o item a seguir.
A República Árabe Saaraui Democrática (RASD), entidade que disputa com o Marrocos a soberania sobre o território do Saara Ocidental, não é reconhecida pelas Nações Unidas e nem por nenhuma outra organização internacional.
No contexto da descolonização do continente africano, uma das últimas regiões a conquistar independência foi a que se encontrava sob dominação portuguesa. Pode-se dizer que o estopim do processo de libertação dessas colônias portuguesas, em meados da década de 1970, foi
( ) Considerando que a Partilha da África criou divisões arbitrárias e fronteiras territoriais sem levar em conta as diferenças étnicas dos africanos, preconizava a necessidade de organizar federações regionais de Estados independentes, preparando uma futura constituição dos Estados Unidos da África.
( ) Os primeiros congressos pan-africanos (1919-1945) defendiam a luta contra o analfabetismo e a subnutrição, denunciando a instalação de europeus em terras africanas agricultáveis e as divisões territoriais realizadas com o objetivo de impedir a união dos povos africanos.
( ) O Pan-Africanismo conduziu a tentativas de reagrupamentos políticos, de curta duração, de novos Estados surgidos nas décadas de 1950 e 1960, sendo os casos de Guiné e Gana (1958-1960), da Federação da África Central (unindo Zâmbia e Malavi, em 1959), da união de Guiné, Gana e Mali (1960-1962), entre outras.
( ) A Negritude foi definida como o conjunto de valores culturais, econômicos, sociais e políticos que caracterizam os povos negros, colocando em pauta que a independência política também implicava a rejeição dos valores culturais dos colonizadores e, dessa forma, a valorização dos valores africanos.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Sobre o sangue ainda quente do meu irmão Sacrificado pela pátria Construo o meu sonho de união Sobre o sangue ainda quente da minha irmã Assassinada pelos carrascos Construo o meu sonho de unidade Unidade cimentada pelo sangue União plantada sobre a terra Germinando no meu gesto Crescendo na minha voz Gritando no teu olhar
Sobre o contexto de pós-2ª Guerra Mundial em Portugal e suas antigas colônias, assinale V para a afirmativa Verdadeira e F para a Falsa.
( ) As ex-colônias portuguesas foram umas das últimas regiões a se tornarem independentes no continente africano, sendo a principal preocupação da política diplomática do regime salazarista
( ) A luta pela manutenção das suas possessões em África chegou a consumir aproximadamente 40% da economia de Portugal, o que ampliava o descontentamento da população com o governo.
( ) O Salazarismo manteve o apoio irrestrito dos militares durante todo o seu período, sendo derrubado pela “Revolução dos Cravos”, em 1969, em um movimento liderado pelos camponeses.
As afirmativas são, respectivamente,
29 maio 2021 Autor: Tim Whewell*/BBC News, Namibia
Na sexta-feira (28), após mais de 100 anos, Berlim reconheceu oficialmente as atrocidades que cometeu durante a ocupação colonial da Namíbia e ofereceu ao país africano uma quantia em dinheiro como compensação.
Mas como se compensa a destruição de uma sociedade inteira? Que preço colocar?
A Alemanha concordou em pagar mais de 1 bilhão de dólares.
“À luz da responsabilidade histórica e moral da Alemanha, pediremos desculpas à Namíbia e aos descendentes das vítimas”, disse o ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, na sexta-feira.
O governante alemão acrescentou que seu país, em um "gesto de reconhecimento do imenso sofrimento infligido às vítimas", apoiará o desenvolvimento da nação africana através de um programa que vai custar mais de 1,3 bilhões de dólares.
A quantia será paga em 30 anos e investida em infraestrutura, assistência médica e programas de treinamento que beneficiam comunidades afetadas.
Mas alguns líderes namibianos até agora se recusaram a apoiar o acordo, informou o jornal local New Era.
Na Namíbia, descendentes de vítimas e colonos debateram ferozmente sobre o valor financeiro associado ao genocídio.
Extraído: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57292909
O caso noticiado exemplifica práticas cada vez mais recorrentes das relações entre nações europeias e suas ex-colônias africanas. O conceito que melhor interpreta este fenômeno contemporâneo é
De Tarkala à cidade de Gana, gastam-se três meses de marcha um deserto árido. No país de Gana, o ouro nasce como plantas na areia, do mesmo modo que as cenouras. É colhido ao nascer do sol. [Gana] é a terra do ouro. (...) Toda a gente do Magreb sabe, e ninguém disto discrepa, que o rei de Gana possui em seu palácio um bloco de ouro pesando 30 arratéis (cerca de 14 kg). Esse bloco de ouro foi criado por Deus, sem ter sido fundido ao fogo ou trabalhado por instrumento. Foi, porém, furado de um lado ao outro, a fim de que nele pudesse ser amarrado o cavalo do rei. É algo curioso que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo e que ninguém possui a não ser o rei, que disso se vangloria diante de todos os soberanos do Sudão (COSTA E SILVA, Alberto da, em Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 27.32).
Os textos acima levam à conclusão de que o Rei de Gana utilizava:
I - A partir da pré-história, os primeiros grupos imigrantes partiram da África para povoar o planeta.
II - A partir do século VII até o século XV, os africanos ocuparam o sul da Europa, no chamado “Domínio Muçulmano”.
III – O tráfico de africanos escravizados é sem dúvida um grande motor da Antiguidade.