Questões de Concurso Comentadas sobre fundamentos da história : tempo, memória e cultura em história

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Q3057506 História

As manifestações culturais desempenham um papel fundamental na construção das identidades sociais e regionais. Considerando as dinâmicas de preservação, transformação e resistência cultural, analise as afirmações abaixo:


I. As manifestações culturais estão em constante processo de transformação, sendo influenciadas por elementos internos e externos, como a globalização, que promove uma fusão de tradições locais com práticas culturais globais.


II. A patrimonialização de práticas culturais, como festas populares e danças tradicionais, pode, paradoxalmente, contribuir tanto para a sua preservação quanto para sua descaracterização, ao transformá-las em produtos turísticos. 


III. Movimentos de resistência cultural, como os que ocorrem entre povos indígenas e quilombolas, buscam manter práticas ancestrais intactas, sem nenhuma influência das sociedades dominantes.


IV. A cultura popular, ao contrário da cultura erudita, não sofre influências das mudanças econômicas e tecnológicas, uma vez que é enraizada nas tradições locais.


Sobre essas afirmações, é CORRETO afirmar que:

Alternativas
Q3055678 História

No estudo da história, diferentes escalas de tempo ajudam a compreender eventos e processos históricos de maneira mais aprofundada. Considere os seguintes exemplos:


I. A Revolução Francesa (1789-1799), que abrange uma série de eventos revolucionários intensos, conflitos e mudanças políticas.


II. O desenvolvimento do Feudalismo na Europa, desde a queda do Império Romano até o início da Era Moderna, refletindo transformações sociais, econômicas e políticas profundas.


III. A Crise de 1929 e seus desdobramentos, que influenciaram as políticas econômicas globais, levando a mudanças no capitalismo e na política social.


Com base nos exemplos acima, relacione cada um com o tipo de escala de tempo histórico que melhor os representa: 

Alternativas
Q3055675 História

Julgue as sentenças abaixo como VERDADEIRAS ou FALSAS.


1.(__) As fontes primárias podem ser textuais, visuais, arqueológicas, materiais e orais, proporcionando múltiplas perspectivas de análise.


2.(__) As fontes secundárias fornecem uma interpretação informada e contextualizada o passado.


3.(__) A análise crítica de fontes primárias e secundárias é fundamental porque representam um relato cronológico de fatos para além de uma interpretação complexa dos eventos e experiências humanas.


A sequência CORRETA é:

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Q3050120 História
Leia os discursos a seguir.

Discurso I

Colocastes a Espanha em minhas mãos. Minha mão será firme, meu pulso não vacilará e eu procurarei alçar a Espanha ao posto que lhe corresponde conforme sua História e que ocupou em épocas passadas. Se invocamos as grandezas da Espanha imperial é porque elas nos movem com seus ideais, seus empenhos de salvação e fundação. Não queremos uma Espanha velha e difamada. Queremos um Estado onde a pura tradição e substância daquele passado espanhol ideal se enquadre nas formas novas, vigorosas e heroicas que os jovens de hoje e de amanhã trazem nesta alvorada imperial do nosso povo. A Espanha se organiza dentro de um amplo conceito totalitário, mediante àquelas instituições nacionais que asseguram sua totalidade, sua unidade e sua continuidade. A implantação dos princípios mais severos de autoridade que este Movimento implica não possui justificativa de caráter militar, mas na necessidade de um funcionamento regular das energias complexas da Pátria. Eu quero que minha política tenha o profundo caráter popular que sempre teve o profundo caráter popular que sempre teve na História da política da Grande Espanha. Nossa obra – minha e do meu governo – estará orientada com uma grande preocupação pelas classes populares, bem como pela tristeza da classe média.

Discurso proferido por Francisco Franco. Amanhece na Espanha. 1936.


Discurso II

As fundas pegadas e traços que ficaram de nós na terra e nas almas, por muita parte onde não é hoje nosso o domínio político, e tem maravilhado os observadores desde as costas de Marrocos à Etiópia e do mar Vermelho aos estreitos e ao mar da China, vêm exatamente de que a nossa obra não é a do caminheiro que olha e passa, do explorador que busca à pressa as riquezas fáceis e levantou a tenda e seguiu, mas a do que, levando em seu coração a imagem da Pátria, se ocupa amorosamente em gravá-la fundo onde adrega de levar a vida, ao mesmo tempo que lhe desabrocha espontâneo da alma o sentido da missão civilizadora. Não é a terra que se explora: é Portugal que revive.

SALAZAR, António de O. Discursos. Coimbra Ed, vol. III, p. 153. 1959.


A respeito dos discursos reproduzidos, assinale a afirmativa correta. 
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Q3035194 História

“Além de suas renovadoras críticas à racionalidade moderna, ao autoritarismo e ao totalitarismo político (inclusive a vertente stalinista da época) os temas privilegiados (...) e que interessam mais propriamente a uma História Cultural voltam-se para a cultura de massas, para o papel da ciência e da tecnologia na sociedade moderna , para a família e a sexualidade. Aparece ainda um especial interesse pelos problemas relacionados à alienação, à perda de autonomia do sujeito na sociedade industrializada.” (Barros, José D'Assunção. O campo da história: especialidades e abordagens. Petrópolis. Vozes 2004. P. 71)


Estamos falando da tendência do Materialismo Histórico que propôs uma radical renovação do marxismo e que incorporou diálogos com a Psicanálise e com as teorias da Comunicação. Este grupo de intelectuais que muito contribuiu para um tratamento mais diversificado da cultura é a:

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Q3035193 História

“A Alemanha produziu a filosofia da história e seu antídoto: Hegel e Ranke são respectivamente, os maiores representantes da filosofia da história e da história cientifica.” (Reis, José Carlos. A História entre a filosofia e a ciência. São Paulo. Ática. 1996. p. 11) 

Tendo como premissa as concepções sobre história no século XIX, analise as proposições a seguir.


I- A história, para Ranke, era o reino do Espírito, que se manifestava de forma individual. Há uma ligação entre individualidades particulares – os indivíduos – e individualidade coletivas – nações e épocas: uma harmonia, uma individualidade integral, que não é estática, mas trabalhada por tendências que lhe dão sentido.


II- A escola histórica científica alemã é iluminista. Não é o espírito que produz a história, mas o povo nação e os seus líderes instalados no Estado. O iluminismo que sustentará esta historiografia será aquele evolucionista, progressista e gradualista.


III- Dilthey comunga fortemente com o pensamento rankeano e afirma que a objetividade histórica é sempre possível desde que se pratique o método erudito do apego aos fatos objetivos.


É CORRETO o que se afirma apenas em:

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Q3034746 História
“A riqueza potencial insondável acumulada na obra de inúmeras gerações de historiadores que construíram, cada qual sob as luzes de seu tempo e de acordo com a maquinaria conceitual disponível, um patrimônio próprio da memória das sociedades, constituído por sua historiografia.” (“Teoria e história da historiografia”. In: MALERBA, Jurandir (org.). A História escrita. São Paulo: Contexto, 2006, p. 11.)
O trecho apresentado refere-se a falar da História. Sendo assim, ele se reporta ao:
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Q3026882 História
Pedro Paulo Funari, em capítulo escrito sobre anacronismos e apropriações, demonstra como a história pode ser alvo de grupos interessados em manipular informações e relatos em favor de ideias machistas, racistas e até xenófobas. Abaixo trazemos algumas de suas possíveis assertivas. Considerando-as, identifique-as como VERDADEIRAS (V) ou FALSAS (F):

Texto de apoio: FUNARI, Pedro Paulo. Anacronismos e apropriações. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021.

( ) Alguns estudiosos utilizam-se do termo recepção para retratar a tomada de contato direta de algo antigo, por meio de simples reprodução (a exemplo de textos gregos antigos, que foram estudados e apreciados).
( ) O termo recepção acabaria sendo questionado e, em seu lugar, passou-se a preferir o termo apropriação, ou seja, tornar algo próprio, tomar algo para si mesmo. No caso da História, tornar próprio no presente algo do passado.
( ) O conceito de apropriação tem ganhado força frente ao de recepção por enfatizar que o “tornar próprio” parte sempre do presente e de quem se apropria de algo. A ênfase aqui sai do elemento do passado apropriado para o momento da apropriação.
( ) A História aprendida na escola se apropria do passado, fazendo uma releitura, tendo como objetivo os interesses dos Estados nacionais, o que impede que as reivindicações de movimentos sociais, trabalhadores e grupos étnicos sejam atendidas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo: 
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Q3026880 História
“Os pesquisadores e professores de História, dos quais se deve cobrar rigor, ética de pesquisa e decoro profissional, não são meros emissores de opinião vazia e “neutra”, mas profissionais que sistematizam o conhecimento histórico e ajudam a sociedade a conhecer a si mesma de maneira crítica, em suas virtudes e mazelas.”
Texto extraído de: NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime;
PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021, p.107.

Marcos Napolitano compreende que o professor deve estar preparado para lidar com situações e argumentos negacionistas em sala de aula. De modo a enfrentar esse desafio, não cabe ao professor, na visão do autor:
Alternativas
Q3026879 História
“Portanto, estamos diante não de um procedimento ou metodologia historiográfica, de base objetiva e científica, mas de uma ‘parametodologia’, conforme expressão de Flávio Thales Ribeiro (ou seja, uma metodologia pseudocientífica), que é diferente do método utilizado pelos historiadores.”
Texto extraído de: NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. Novos combates pela história: desafios-ensino. São Paulo: Contexto, 2021, p.102.


O trecho foi extraído do texto de Marcos Napolitano, pelo qual objetiva apontar aos pesquisadores e aos professores de História sobre como lidar com os temas do negacionismo e do revisionismo histórico. A esse respeito, julgue as afirmativas que fazem parte da argumentação do autor:

I. O revisionismo pode ser compreendido como um processo de revisão do conhecimento factual das interpretações historiográficas dominantes, com base em novas questões teóricas, novas hipóteses, novos métodos de análise e novas fontes primárias. Esse é o oxigênio da área de História, mesmo quando remexe em passados sensíveis e explicações aceitas.
II. O revisionismo deve ser encarado como um legítimo e necessário trabalho da historiografia. Portanto, antepõe-se ao negacionismo, que se trata da negação de um processo, evento ou fato histórico estabelecido pela comunidade de historiadores como efetivamente ocorrido no passado, em que pesem várias possibilidades de interpretação validadas pelo debate historiográfico.
III. O revisionismo histórico é, em si, um revisionismo de matriz ideológica, pois parte da premissa de que o pesquisador e professor de história não são emissores de opiniões vazias. Dessa forma, a seletividade intencional das fontes primárias e a construção de hipóteses constituem bons mecanismos de reivindicação do reconhecimento de procedimentos metodológicos por parte do revisionismo histórico.
IV. Estão entre as principais armadilhas argumentativas dos negacionistas: defender a necessidade de outras versões sobre um evento histórico, denunciar a ausência de “prova” documental que “prove” que um crime ou violência foi cometido no passado; e tomar o fato reconhecido e chancelado pela pesquisa histórica como “interpretação”, defendendo seu método como “factual”.

Estão CORRETAS:
Alternativas
Q3015239 História
“Para abordar essas realidades humanas, a história teve de se renovar quanto às técnicas e métodos. [...] A documentação será agora relativa ao campo econômico-social-mental: é massiva, serial, revelando o duradouro, a longa duração. Os documentos referem-se à vida cotidiana das massas anônimas, à sua vida produtiva, às suas crenças coletivas. Os documentos não são mais ofícios, cartas, editais, textos explícitos sobre a intenção do sujeito, mas listas de preço, de salários, séries de certidões de batismo, óbito, casamento, nascimento, fontes notariais, contratos, testamentos, inventários.” (REIS, J. A inovação em História. São Paulo: Paz e Terra, 2000, p. 23).
O texto refere-se à/ao:
Alternativas
Q3010606 História
O Historiador e professor de História, hoje, deixaram de olhar para a diversidade da vida humana a partir da visão europeu e iluminista. Como exemplo, temos o continente e o povo africano, que passam a ter história original e singular, antes e depois da conquista europeia e não ligada ou referida a esta. Novos temas e abordagens estão levando o ensino de História a abandonar o tom cristalizado, naturalizado, de determinados objetos, evidenciando que até nossas mais fortes crenças, que pareciam ter nascido conosco, têm uma história, um começo, às vezes perverso, de violência, de dizimação e de aculturação.

Destarte, é possível compreender que:
Alternativas
Q3010605 História
A historiadora e pesquisadora, Valdirene do Carmo Ambiel, da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu pesquisas a respeito da vida, hábitos e cotidianos de D. Pedro I, e suas duas esposas: Dona Leopoldina e Amélia de Leuchtenberg, sendo reportagem em emissora de televisão. Valdirene Ambiel, ainda destaca na reportagem a importância de pensar o passado através dos escombros arqueológicos: “[...] É a partir da análise dessas ossadas que podemos compreender o passado da medicina e questões gravíssimas que ainda estão presentes na nossa sociedade [...]”.

Disponível: https://globoplay.globo.com/v/12471062/ Acesso: 30/08/2024.

Em entrevista, ao Jornal Hoje, no dia 27 de maio de 2024, em parceria com o G1, a historiadora e pesquisadora revela que em seus estudos foi possível compreender:
Alternativas
Q3008366 História
“Memória, história: longe de serem sinônimos, tomamos consciência que tudo opõe uma à outra. A memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos e, nesse sentido, ela está em permanente evolução, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento (...). A história é a reconstrução sempre problemática e incompleta do que não existe mais”
Fonte: NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, v. 10, dez., 1993, p.9.
O debate pontuado no campo da historiografia sobre os conceitos de memória e história, adverte que: 
Alternativas
Q3008363 História
Cultura, representação, imagem, sensibilidades, memória e subjetividades constituem conceitos que formam um marco e um guia na percepção do historiador diante da pesquisa histórica. Ambos, contemplam uma corrente historiográfica marcada por: 
Alternativas
Q2915982 História

Mesmo um lugar de aparência puramente material, como um depósito de arquivos, só é lugar de memória se a imaginação o investe de aura simbólica. Mesmo um lugar puramente funcional, como um manual de aula, um testamento, uma associação de antigos combatentes, só entra na categoria se for objeto de um ritual. Mesmo um minuto de silêncio, que parece o extremo de uma significação simbólica, é, ao mesmo tempo, um corte material de uma unidade temporal e serve, periodicamente, a um lembrete concentrado de lembrar. Os três aspectos coexistem sempre (...).

(Pierre Nora, “Entre história e memória: a problemática dos lugares”. Revista Projeto História. São Paulo, v. 10, 1993. p.21‐22.)


Com base no fragmento acima, analise as afirmativas a respeito do conceito de lugares de memória.


I. Um monumento, um museu ou um arquivo se caracterizam como lugar de memória, desde que possuam uma intenção memorialista.

II. Espaços e lugares de memória são construídos historicamente e são lugares funcionais porque têm ou adquiriram a função de alicerçar memórias coletivas.

III. Lugares de memória são locais materiais e imateriais onde a memória coletiva de uma sociedade e de sua identidade se expressam e revelam.


Assinale:

Alternativas
Q2915961 História

Os estudos do sociólogo Maurice Halbwachs (1877‐1945) contribuíram para a compreensão dos quadros sociais que compõem a memória. A partir do seu trabalho, começou‐se a levar em consideração uma dimensão da memória que ultrapassa e se articula com o plano individual, já que, para o autor, “nossas lembranças permanecem coletivas e nos são lembradas por outros, ainda que se trate de eventos em que somente nós estivemos envolvidos e objetos que somente nós vimos”.

(HALBWACHS, M. A memória coletiva. Trad. de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006, p. 30).


Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a relação entre História e memória social ou coletiva, tal como concebida por M. Halbwachs.

Alternativas
Q2915692 História

“A História é um tempo passado carregado de presente, por isso o homem deve e continua tendo a necessidade de estudá-la. A História é um tempo saturado de agoras”


(BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política. v.1. São Paulo: Brasiliense, 1987, p.229).


Tendo por base a opinião do filósofo alemão, é correto afirmar:

Alternativas
Q2869309 História

São categorias históricas estudadas por Reinhart Koselleck em sua obra Futuro Passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos

Alternativas
Q2869307 História

O que os constitui é um jogo da memória e da história, uma interação dos dois fatores que leva a sua sobredeterminação recíproca. Inicialmente é preciso ter vontade de memória. Se o princípio dessa prioridade fosse abandonado, rapidamente derivar-se-ia de uma definição estreita, a mais rica em potencialidades, para uma definição possível, mas maleável, suscetível na categoria de admitir todo objeto digno de uma lembrança.

NORA, Pierre. Entre história e memória: a problemática dos lugares. Revista Projeto História. São Paulo, v. 10, 1993. P. 22.

A definição apresentada acima refere-se ao conceito de

Alternativas
Respostas
1: A
2: C
3: A
4: B
5: C
6: A
7: D
8: B
9: A
10: D
11: D
12: B
13: A
14: E
15: C
16: E
17: D
18: E
19: A
20: B