Questões de Concurso
Comentadas sobre fundamentos da história : tempo, memória e cultura em história
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“a memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje (...)”
LE GOFF, J. História e Memória. São Paulo: UNICAMP,1992. p.410.
Segundo Le Goff, o registro da memória possibilita o exercício de reconhecimento das permanências, sendo possível identificá-la em vários locais. Assim pode-se afirmar, EXCETO:
A prática historiográfica envolve a interpretação e análise dos fatos a partir de determinados contextos e perspectivas, reconhecendo que o acesso direto à verdade absoluta é impossível.
Devido à natureza interpretativa, a periodização histórica é influenciada por diversos critérios, que podem ser políticos, ou baseados em grandes marcos ou eventos, como na divisão clássica em Pré-História, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
A compreensão da época em que vivemos e a consciência de pertencer a uma determinada geração refletem a capacidade de agir de acordo com o contexto histórico e temporal em que estamos inseridos.
O conceito de historicidade compreende o tempo não apenas como uma sucessão de momentos, mas como parte de um contexto histórico mais amplo, sujeito a mudanças e interpretações ao longo da história.
Julgue o item a seguir.
A periodização histórica é um processo simples e direto
que representa as interpretações dos fatos, na qual os
limites de cada período são delineados de forma que
muitas vezes é contestada e reavaliada pelos
historiadores. Esse processo envolve algumas
perspectivas teóricas e evidências empíricas, o que
frequentemente resulta em debates e revisões
constantes sobre a demarcação temporal e a
significância dos eventos históricos. A definição dos
marcos periodizadores reflete a natureza dinâmica e
multifacetada da disciplina histórica.
Julgue o item a seguir.
Ao se guiar pela busca da verdade, o historiador
consegue dar sentido e coerência às suas análises,
conectando os eventos históricos de maneira sistemática
e fundamentada.
Julgue o item a seguir.
Os historiadores que se dedicam à história social
investigam as crenças, práticas culturais, manifestações
artísticas e representações simbólicas de uma sociedade,
contribuindo para uma compreensão mais profunda da
complexidade e diversidade das experiências humanas
ao longo do tempo.
I. Na década de 1930, foram descobertos artefatos de pedra perto da cidade de Clóvis, no México. Essas evidências de ocupação humana datavam de 12 mil anos e eram as mais antigas encontradas até o momento. II. A chamada “cultura Clóvis” era constituída por povos caçadores que produziam ferramentas em pedra com uma técnica complexa e possuíam traços semelhantes aos das populações asiáticas. III. A partir da década de 1970, novas descobertas arqueológicas em outras regiões da América (incluindo o Brasil) indicavam ocupações anteriores à cultura de Clóvis, que chegavam até 14.500 anos atrás. IV. A análise dos restos humanos encontrados nos novos sítios arqueológicos apresentou as mesmas características que identificavam as populações asiáticas, corroborando a teoria de que o homem havia chegado à América através do Estreito de Bering.
Quais estão corretas?
Tombado pelo Iphan, em 1974, o Centro Histórico de São Luís – localizado na Ilha de São Luís do Maranhão, na Baía de São Marcos – é um exemplo excepcional de adaptação às condições climáticas da América do Sul equatorial, e tem conservado o tecido urbano harmoniosamente integrado ao ambiente que o cerca. Foi reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco, em 1997, por aportar o testemunho de uma tradição cultural rica e diversificada, além de constituir um excepcional exemplo de cidade colonial portuguesa, com traçado preservado e conjunto arquitetônico representativo. Por se tratar de uma cidade histórica viva, pela sua própria natureza de capital, São Luís se expandiu, preservando a malha urbana do século XVII e seu conjunto arquitetônico original.
(Disponível http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/346/. Acesso em: maio de 2024.)
É sabido que as sociedades nos mais diversos tempos buscaram construir sua identidade, seus parâmetros de pertencimento, recorrendo ao passado. É através da história de nossa vida e das gerações anteriores que são procuradas as linhas de tradição e as ligações entre presente e passado. Diante disso, o patrimônio histórico:
As mutações pelas quais passou a disciplina história nas últimas décadas expressam-se de forma inequívoca quando tratamos das fontes ou documentos históricos. O alargamento da noção de fonte histórica teve sua primeira grande inflexão com a Escola dos Annales, tradição francesa que em suas diferentes gerações passou a considerar toda a produção humana, distante ou recente, matéria-prima válida para a reconstrução do passado. Recebendo ainda a contribuição de tradições teóricas ligadas ao neomarxismo, à micro-história e à história cultural, dentre outras, e sujeito às inovações trazidas pela interdisciplinaridade.
(Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/eifi/o-historiador-e-suas-fontes/.Acesso em: maio de 2024.)
O historiador, o pesquisador e escritor da história, durante muito tempo, atuou com a utilização de suportes físicos e era com eles que desenvolvia suas problematizações e reflexões. Era um mundo palpável, de palavras e documentos. Atualmente, com o advento das tecnologias e principalmente da web:
Dentre as várias modalidades da história que se desenvolveram no decurso do século XX, algumas têm primado pela riqueza de possibilidades que abrem aos historiadores que as praticam, por vezes, com perspectivas antagônicas entre si. A história cultural
– campo historiográfico que se toma mais preciso e evidente a partir das últimas décadas do século XX, mas que tem claros antecedentes desde o início do século – é entre estas particularmente rica no sentido de abrigar no seu seio diferentes possibilidades de tratamento.
(BARROS, 2013.)
Dentre as características da história cultural, podemos apontar:
Lucien Fevbre afirmou certa vez que “a história é ao mesmo tempo a ciência do passado e a ciência do presente: é a forma pela qual o historiador atua na sua época, na sua sociedade, e deve ajudar a explicar o social no presente”.
(Disponível em: https://www.historia.uff.br/stricto/files/CARDOSO_Ciro_Como_elaborar_projeto_pesquisa.pdf. Acesso em: maio de 2024.)
Num projeto de pesquisa em história, um primeiro item que deve preocupar a mente do pesquisador é exatamente o tema dessa pesquisa: sua formulação; sua delimitação; e, sua justificação. Tendo em vista o excerto do enunciado e os critérios de escolha de um tema a ser pesquisado, assinale a afirmativa correta.
A própria singularidade de um tempo histórico único, distinto de um tempo natural e mensurável, pode ser colocada em dúvida; pois o tempo histórico, caso o conceito tenha mesmo um sentido próprio, está associado à ação social e política, a homens concretos que agem e sofrem as consequências de ações, a suas instituições e organizações. Todos eles, homens e instituições, têm formas próprias de ação e consecução que lhes são imanentes e que possuem um ritmo temporal próprio.
(Koselleck, 2006, p. 14.)
Um dos conceitos mais importantes e complexos a ser trabalhado é o conceito de tempo. O questionamento sobre o que é o tempo histórico, por exemplo, é fundamental no campo da história. Tendo em vista tal premissa, é correto afirmar que:
Os historiadores da dita “Escola Metódica ou Positivista” afirmavam-se capazes de tecer considerações sobre determinado objeto ou fato histórico de maneira meramente objetiva, ou seja, dentro dessa perspectiva, o objeto falava por si mesmo. Para eles é necessária uma atitude isenta, sem manter relações de interdependência, obtendo um conhecimento histórico objetivo, um reflexo fiel dos fatos do passado, puro de toda distorção subjetiva. O historiador para eles narra fatos realmente acontecidos e tal como eles se passaram.
(REIS, 2004, p.18.)
Dentro dessa perspectiva, considerava-se a história como:
[...] O campo da memória se apresenta como uma área interdisciplinar que perpassa o campo de outras ciências sociais como Antropologia, Sociologia e a própria história. Entretanto, com relação à produção do conhecimento histórico, é preciso ter em mente que este não está isento de interesses pessoais e ainda sofre influências das crenças e juízos de valor que são criados/construídos a partir do lugar social do seu autor/produtor.
(Oliveira 2002:21.)
Dessa forma, é necessário que o historiador tenha a percepção de que na relação entre história e memória:
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
A perspectiva historiográfica, apresentada pela historiadora Circe Bittencourt no fragmento acima, estruturou-se, fundamentalmente, por
LIDDINGTON, Jill. O que é História Pública? Os públicos e seus passados. In: ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; DE OLIVEIRA ROVAI, Marta Gouveia. Introdução à História Pública. São Paulo: Letra e Voz, 2011.
Sobre a questão da História Pública, ela pode ser entendida como sendo
Para o Ensino de História enquanto componente curricular seja no ensino fundamental, médio, ou até mesmo superior, durante os séculos XIX, XX e XXI, os historiadores contemporâneos fizeram e ainda fazem referência a três principais correntes historiográficas: O Positivismo, o Marxismo, Nova História, História Social Inglesa e História cultural. Tudo isso, para o ensino da disciplina não apenas do Brasil, mas também na História Geral. Nesse sentido, em se tratando da Teoria da História, é possível fazer algumas correlações entre os autores e suas respectivas obras. Assim sendo, relacione a segunda coluna de acordo com a primeira:
(1) Marc Bloch
(2) Caio Prado Júnior
(3) Sérgio Buarque de Holanda
(4) Jacques Legoff
(5) Edward P Thompson
(6) Karl Marx
(7) Gilberto Freire
(8) Lucian Febvre
(9) Peter Burke
(10) Florestan Fernandes
( ) As peculiaridades dos ingleses e outros artigos
( ) Casa Grande & Senzala
( ) História e memória
( ) Os Reis Taumaturgos: Estudo sobre o caráter sobrenatural atribuído ao poder régio particularmente na França e na Inglaterra
( ) O capital
( ) Raízes do Brasil
( ) A Escrita da História
( ) O ofício do historiador
( ) Formação do Brasil contemporâneo
( ) Nós e o Marxismo