Questões de História - Medievalidade Europeia para Concurso
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Georges Duby. Introdução. Idade Média, idade dos homens. Do amor e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
A questão historiográfica que inquietou o autor, e o princípio metodológico utilizado para responder a ela são, respectivamente:
Fonte 1
“Deixai para lutar contra os infiéis os que outrora combatiam impiedosamente os fiéis, em guerras particulares... Deixai [ir] os que são ladrões, para se tornarem soldados. Deixai [viajar] aqueles que outrora se bateram contra seus irmãos e parentes, para lutarem contra os bárbaros... Deixai [participar do movimento] os que outrora foram mercenários [soldados que lutam em troca de pagamento], muito mal remunerados, para que recebam a recompensa eterna [...].” Papa Urbano II, In: HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. São Paulo: Zahar, 1979. p. 28
Fonte 2
“O cristianismo, tal como era ensinado por Jesus e pelo Novo Testamento (o Evangelho), era uma religião pacífica. Entre os primeiros cristãos, muitos foram perseguidos pelos romanos porque não queriam ir à guerra. Mas, à medida que se tornavam cristãos, os bárbaros introduziram seus costumes guerreiros no cristianismo. Achava-se que a fé podia e até mesmo devia ser imposta, não pela missão ou pela predicação, mas pela força. Houve também o exemplo dos muçulmanos que conquistaram a Espanha no século IX, a quem o Alcorão ensinava, em certos versículos que, para converter, podia-se recorrer à guerra: era o princípio da “jhad” (“guerra santa”) militar. A Europa cristã também se converteu à guerra religiosa, a partir do século XI”. LE GOFF, Jacques. A Idade Média: explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007. p. 86-87.
Sobre as evidências apresentadas pelos textos para a problematização histórica da guerra medieval, julgue as afirmações a seguir.
I - O autor da fonte primária exorta os líderes militares, anteriormente os únicos guerreiros, a integrar ao exército combatentes originários de diferentes grupos sociais no século XI;
II - A fonte secundária indica a permanência das mesmas motivações para a guerra ao longo do tempo, principalmente em diferentes culturas no século XI;
III - As fontes mostram que, no século XI, as motivações, os objetivos e a origem social dos combatentes mudaram o sentido da guerra;
IV - A fonte secundária indica a introdução de costumes diversos como fator de mudança na natureza social e cultural da guerra.
Estão corretas as afirmações que indicam evidências para a problematização histórica da guerra: (A) (B) (C) II e III, apenas. (D) II, III e IV, apenas. (E) II e IV, apenas.
Assinale a alternativa correta.
I. A Igreja, de um lado, negava aspectos importantes da civilização romana, como a divindade do imperador, a hierarquia social, o militarismo. De outro, acabava sendo um prolongamento da romanidade, com seu caráter universalista, com o cristianismo transformado em religião do Estado, com o latim que, por intermédio da evangelização, foi levado a regiões antes inatingidas.
II. Para alcançar uma unidade política durante a Alta Idade Média (VIII-X), a dinastia Carolíngia precisou ser legitimada pela Igreja, que, pelo seu poder sagrado, se considerava a única e verdadeira herdeira do Império Romano. Em contrapartida, os soberanos Carolíngios entregaram um vasto bloco territorial italiano à Igreja, que, dessa forma, se corporificou e ganhou condições de se tornar uma potência política atuante.
III. A Baixa Idade Média (XIV- XVI), com suas crises e seus rearranjos, representou a ruptura daqueles novos tempos. A crise do século XIV foi uma decorrência da vitalidade e da contínua expansão territorial, demográfica, econômica, dos séculos XI-XIII, o que levara o sistema aos limites possíveis de seu funcionamento.
Está CORRETO o que se afirma em