Então, na verdade, ainda mais solidamente nosso coração se
solidifica, quando refletimos que somos arrebatados de admiração, mais pela dignidade do conteúdo que pela graça da linguagem. Ora, isso não se deu sem a [...] providência de Deus,
ou seja, que os sublimes mistérios do reino celeste fossem [...]
transmitidos em termos de linguagem singela e sem realce.
Ora, quando essa simplicidade não burilada e quase rústica provoca maior reverência de si que qualquer eloquência de oradores retóricos, como há de julgar-se, senão que a pujança da verdade da Sagrada Escritura se manifesta de forma tão sobranceira, que necessidade nenhuma há do artifício das palavras?
[...] porque a verdade se dirime de toda dúvida quando, não se
apoiando em suportes alheios, por si só ela própria é suficiente
para suster-se.
(João Calvino. As Institutas ou Tratado da religião cristã. São Paulo:
Casa Editora Presbiteriana, 2006. p. 88-89.)
Dentre os principais nomes do movimento que acabaria reconhecido como Reforma Protestante, o teólogo francês
João Calvino (1509-1564) se tornaria um dos mais conhecidos.
A sua concepção de fé deu origem ao Calvinismo, que acabou por influenciar outros setores além da religião, pois: