Questões de Concurso
Comentadas sobre período colonial: produção de riqueza e escravismo em história
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De acordo com o trecho acima e considerando a crise do sistema colonial brasileiro, assinale a alternativa CORRETA:
Quanto à economia no Brasil colonial, considere os itens a seguir:
I- As chamadas drogas do sertão eram especiarias na sua maioria nativas da região amazônica e que se tornariam muito cobiçadas no Velho Continente. Urucum, cravo, canela, pimenta, castanha, noz de pixurim, salsa, gergelim, guaraná, anil e o cacau eram os principais objetos de desejo dos portugueses e, por anos, uma lucrativa fonte de renda.
II- No início da colonização, as lendas acerca dos metais preciosos que poderiam ser encontrados no Novo Mundo fizeram com que a Coroa enviasse grupos de exploradores para adentrarem o território em busca de riquezas.
III- Na antiga capitania de Pernambuco (o mesmo território do Pernambuco atual) foi colocado em prática um projeto de colonização agrícola, com o plantio de cana de açúcar e montagem dos engenhos.
IV- A região de Pernambuco e Bahia estava inserida na economia do sistema atlântico por meio da produção de açúcar e do contato frequente com as embarcações que vinham da África e da Europa.
É CORRETO o que se afirma em:
I. Ao longo da primeira metade do século XIX, diversos escravizados conseguiram concretizar seu sonho de liberdade a partir de alguns mecanismos de mobilidade social criados pelo governo brasileiro, bem como a partir de vínculos estabelecidos na solidariedade do trabalho.
II. Às vésperas da abolição, grande número de senhores concedeu liberdade a dezenas de escravizados, sob a condição de que continuassem a trabalhar gratuitamente durante sete anos: maneira legal de prolongar a escravidão.
III. Havia um medo de revoltas nas regiões onde o número de escravizados ou de seus descendentes era alto.
IV. Em uma verdadeira caçada humana e usando, muitas vezes, cães adestrados, o "capitão do mato" era contratado para capturar escravizados fugidos.
Estão CORRETOS:
(Jacques Attali. 1492. Paris: A. fayard,1991. Adaptado.)
A colonização do Brasil pelos portugueses esteve atrelada a uma conjuntura ligada ao atraso devido:
Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar a fazenda, nem ter engenho corrente. E do modo como se há com eles, depende tê-los bons ou maus para o serviço. Por isso, é necessário comprar cada ano algumas peças e reparti-las pelos partidos, roças, serrarias e barcas. E porque comumente são de nações diversas, e uns mais boçais que outros e de forças muito diferentes, se há de fazer a repartição com reparo e escolha, e não às cegas.
No Brasil, costumam dizer que para o escravo são necessários PPP, a saber, pau, pão e pano. E, posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau, contudo, prouvera a Deus que tão abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo, dado por qualquer causa pouco provada, ou levantada; e com instrumentos de muito rigor, ainda quando os crimes são certos, de que se não usa nem com os brutos animais...
(Adaptado de: ANTONIL, A. J. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. 3.ed. Belo Horizonte: Itatiaia/Edusp, 1982. p.89. Coleção Reconquista do Brasil. Disponível em: Acesso em: 1 ago. 2012.)
O fragmento acima reflete que a escravidão no Brasil:
“Nos séculos XVIII e XIX, não havia dúvida quanto à hierarquização social que devia traçar uma linha de escala intelectual que começava com os brancos europeus, os indígenas abaixo dos brancos e os negros abaixo de todos os outros (WESOLOWSKI, 2014)”.
GOES, Emanuelle Freitas; SOUSA, Diogo. Raça, Gênero, Etnia e Direitos Humanos. UFBA: Faculdade de Direito. ebook, 2020, p.9.
Com base no excerto acima e no conhecimento acerca do tema, analise as seguintes afirmações:
I. Essa concepção de superioridade de uma etnia sobre as demais, originada de uma ideologia racista, só apareceu após o fim da monarquia no Brasil.
II. As relações sociais e de poder estabelecidas no Brasil desde tempos coloniais foram baseadas nessa concepção racista que contribuiu para a grande desigualdade social no país.
III. Essa percepção racista da sociedade brasileira é um equívoco, pois no Brasil sempre se praticou a democracia racial que prega a harmonia entre os grupos étnicos
IV. Essa percepção sobre a hierarquização das raças foi essencial para a escravidão ter durado tanto no Brasil e para ainda haver discriminação contra negros e indígenas.
Está correto somente o que se afirma em
“[...] a população neobrasileira teria atingido uns 500 mil habitantes, dos quais 200 mil representados por indígenas integrados ao sistema colonial, e havia dobrado sua área de ocupação. Os negros seriam, talvez, 150 mil, concentrados principalmente nos engenhos de açúcar, mas também nas zonas recentemente abertas à mineração. [...] A população “branca”, que seria de 150 mil habitantes, formada majoritariamente por mestiços de pais europeus e mães indígenas, falava principalmente o nheengatu como língua materna [...]”.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: evolução e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 151.
Considerando o que diz Darcy Ribeiro, é correto concluir-se que
LIMA, Rodrigo Esteves. O Estado de São Paulo, 27/10/2017. 120 anos após fim da guerra [...], participação indígena no conflito ainda é menosprezada..
Assinale a opção que corresponde ao evento a que o texto acima se refere
Índios civilizados trazendo de volta prisioneiros. Gravura de Jean Debret, 1846. Disponível em: https://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/258
Com base na gravura e nas informações sobre ela, assinale a afirmação FALSA.
I. §1º Os ditos filhos menores ficarão em poder o sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão obrigação de criá-los e tratá-los até a idade de oito anos completos. Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá opção, ou de receber do Estado a indemnização de 600$000, ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos. No primeiro caso, o Governo receberá o menor, e lhe dará destino, em conformidade da presente lei.
Lei Nº 2.040, de 28 de setembro de 1871
II. § 10. São libertos os escravos de 60 anos de idade, completos antes e depois da data em que entrar em execução esta Lei; ficando, porém, obrigados, a título de indemnização pela sua alforria, a prestar serviços a seus ex-senhores pelo espaço de três anos.
§ 13. Todos os libertos maiores de 60 anos, preenchido o tempo de serviço de que trata o § 10, continuarão em companhia de seus ex-senhores, que serão obrigados a alimentá-los, vesti-los, e tratá-los em suas moléstias, usufruindo os serviços compatíveis com as forças deles, salvo si preferirem obter em outra parte os meios de subsistência, e os Juízes de Órfãos os julgarem capazes de o fazer.
Lei Nº 3.270, de 28 de setembro de 1885
Com base nos trechos citados, assinale a opção que interpreta corretamente a legislação brasileira sobre o tema da escravidão entre 1871 e 1885.
I. Entre 1822 e 1831 ou, melhor, de 1808 até 1831 - a rigor até 1836 - é que se assinala uma fecunda transação - não se queira muito mais - entre o nosso passado colonial e as nossas instituições nacionais. Só depois, e mesmo durante o gabinete conciliador de Paraná, é que teremos a verdadeira reação monárquica.
Fonte: HOLANDA, Sérgio Buarque de. História geral da civilização brasileira t. II v.1: o processo de emancipação. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p. 46.
II. A transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808 veio dar à nossa emancipação política um caráter que singulariza no conjunto do processo histórico da independência das colônias americanas. Enquanto nas demais a separação é violenta e se resolve nos campos de batalha, no Brasil é o próprio governo metropolitano quem vai lançar as bases da autonomia brasileira.
Fonte: PRADO JR., Caio. A evolução política do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, P. 45
III. De modo seguro, a Independência do Brasil se apresenta contextualizada nos quadros da história ocidental entre as últimas décadas do século XVIII e as primeiras do XIX, emparelhada com acontecimentos que, na historiografia brasileira, poucos desconsiderariam como revolucionários (no sentido moderno do termo).
Fonte: PIMENTA, João Paulo. A independência do Brasil como uma revolução: história e atualidade de um tema clássico. História da historiografia, n. 03, 2009, p.68.
A respeito das diferentes interpretações sobre o evento histórico refletidas nos trechos citados, avalie se as afirmativas a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) I e III compreendem a independência do Brasil enfatizando o seu caráter revolucionário.
( ) I e II incorporam uma visão processual do evento da independência, que rechaça o ano de 1821 como seu início e fim.
( ) II e III associam a ruptura entre Portugal e Brasil ao contexto internacional.
As afirmativas são, respectivamente,
Fonte: Ruíz Gómez, L. Juan Bautista Maíno, 1581-1649. Madrid: Museo Nacional del Prado, 2009, p.180-192.
As afirmativas a seguir descrevem corretamente aspectos do episódio histórico retratado na obra, à exceção de uma. Assinale-a.
( ) A Conjuração Baiana, também conhecida como Conjuração dos Alfaiates, ocorrida na Bahia em 1798, reuniu diferentes camadas sociais ligadas ao meio urbano, como artesãos, soldados, escravos ou negros libertos.
( ) Podemos apontar como uma das causas da revolta as condições de vida dos moradores de Salvador, como a pobreza e a escassez de alimentos.
( ) Os conspiradores defendiam a Proclamação da República, mas assim como em outras revoltas coloniais, o fim da escravidão não era uma das pautas dos revoltosos.
( ) A principal inspiração da revolta foi a Revolução Francesa, por isso aliaram as aspirações de independência com as reivindicações sociais.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
( ) O sistema de capitanias hereditárias tinha o objetivo de ocupar simultaneamente todo o território brasileiro, colonizando-o e impedindo as possíveis invasões de outros países na costa brasileira.
( ) Diante do fracasso das capitanias, o governo português adotou um sistema centralizado através da criação do Governo Geral, sediado na Bahia, convertida em capitania da Coroa.
( ) As capitanias hereditárias foram entregues a donatários; porém, após o seu fracasso e com a implantação do Governo Geral, a função desempenhada pelos donatários deixou de ter importância para a Coroa Portuguesa e as capitanias foram totalmente desativadas.
( ) Durante o período colonial, a administração local nas Câmaras Municipais ficou a cargo de grandes proprietários de terras e de escravizados, chamados de “homens bons”.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
“Meu avô lá no Congo Foi Rei Bantu Mas aqui eu sou rei Do Maracatu Eu fiz meu reinado Fiz meu tarbuco Lá nos carnaviá Do meu Pernambuco [...].”
Rei Bantu, música de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1950.
A música “Rei Bantu”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, faz referência aos enraizamentos culturais africanos no Brasil ocasionados pelo tráfico forçado de pessoas escravizadas, um fenômeno histórico que pode ser visto em toda a América. Partindo do trecho acima e dos conhecimentos sobre cultura no Brasil Colonial, assinale a alternativa correta.