Questões de Concurso Comentadas sobre história

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Q2392843 História
Talvez o mais estranho, na democracia antiga, fosse que nela mal havia eleição. Na verdade, não havia cargos fixos, ou eles eram poucos. Havia encargos. Uma assembleia tomava uma decisão; era preciso aplicá-la; então se incumbia disso um grupo de pessoas. Mas estas não eram eleitas, e sim sorteadas.

(Renato Janine Ribeiro, A Democracia. PubliFolha. São Paulo, 3.a edição 2008)

O que explica a prática do sorteio na democracia antiga é o princípio da
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Q2392842 História
(...) deve o historiador patriótico aproveitar toda e qualquer ocasião a fim de mostrar que todas as províncias do Império por lei orgânica se pertencem mutuamente, que seu próprio adiantamento pode ser mais garantido pela mais íntima união entre elas. Justamente na vasta extensão do país, na variedade de seus produtos, ao mesmo tempo que os seus habitantes têm a mesma origem, o mesmo fundo histórico, e as mesmas esperanças para um futuro lisonjeiro, acha-se fundado o poder e grandeza do país. Nunca esqueça, pois, o historiador do Brasil, que para prestar um verdadeiro serviço a sua pátria deverá escrever como autor monárquico-constitucional, como unitário no mais puro sentido da palavra.

(Martius. Karl Friedrich Philip von. Como se escreve a história do Brasil. In.: RIHGB, tomo VII, 1845, p. 381-403)


A obra de von Martius foi escrita no contexto
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Q2392841 História

Em História, os estudos sobre o cotidiano têm, nas últimas décadas, ocupado espaços cada vez mais importantes, pois 

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Q2392840 História
O famoso breviário de Langlois e Seignobos começava com uma definição simples, concisa e direta: “Documentos são os traços que deixaram os pensamentos e os atos dos homens do passado”, mas terminava com uma afirmação restritiva: “A História não é mais do que uma aplicação dos documentos.” (...) A última afirmação supunha uma não explicada teoria do conhecimento que mantinha o sujeito cognitivo (o historiador) como neutro e ausente (...)

(Saliba, E. T. Aventuras modernas e desventuras pós-modernas. In: Pinsky, C. B.; Luca, T. R. de (Orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009, p. 312)


Os autores apontados são vinculados à corrente historiográfica
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Q2392839 História
Até 1850, as exportações brasileiras de borracha eram insignificantes. Elas cresceram ao longo dos anos, figurando, na década de 1881-1890, em terceiro lugar entre os produtos brasileiros exportados, com 8% o valor total das exportações, porcentagem muito próxima à do açúcar (9,9%).

(Boris Fausto, História do Brasil)


O trecho descreve a decadência da exploração econômica após a primeira década do séc. XX. Essa decadência é explicada por
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Q2392838 História
A identidade nacional e a difusão de um sentimento nacional patriótico nas escolas republicanas caracterizam, dessa forma, o que se chama de “nacionalismo de direita”. Trata-se de um nacionalismo voltado para atender aos interesses de determinados setores das elites nacionais, voltados para projetos de manutenção de seu poder e privilégios.

(Circe Bittencourt, Identidade nacional e ensino de História do Brasil. In: Leandro Karnal (org.), História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas)


A perspectiva de ensino de história apresentada no texto busca
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Q2392837 História
Um estudo monográfico das mulheres no Brasil colonial aborda a qualidade de vida de tais mulheres praticamente em toda sua extensão, abrangendo manifestações femininas relativas à religiosidade, à mater discutirnidade, à sexualidade, à luta pela sobrevivência, à solidariedade, à saúde e ao trabalho.

(Jaime Pinsky; Carla Bassanezi Pinsky, Por uma história prazerosa e consequente. In: Leandro Karnal (org.), História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas)


Para realização de um estudo como o descrito no excerto, é imprescindível discutir 
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Q2392836 História
Inúmeros quilombos foram construídos no século XIX, principalmente nas décadas finais do período escravista. Seus habitantes eram chamados de quilombolas, mocambeiros ou calhambolas e foram perseguidos pelos senhores de escravos e pelo aparato militar colonial e imperial. Alguns quilombos conseguiram sobreviver durante muitos anos mesmo durante a escravidão.
(Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes. O negro no Brasil de hoje)

De acordo com o entendimento dos autores, a persistência de alguns quilombos decorreu da seguinte realidade:
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Q2392835 História
Muitas pessoas e mesmo, parece, certos autores de manuais fazem uma imagem surpreendentemente cândida da marcha de nosso trabalho. No princípio, diriam de bom grado, eram os documentos. O historiador os reúne, lê, empenha-se em avaliar sua autenticidade. Depois do que, e somente depois, os põe para funcionar... Uma infelicidade apenas: nenhum historiador, jamais, procedeu assim. Mesmo quando, eventualmente, imagina fazê-lo.

(Marc Bloch. Apologia da história ou o ofício do historiador)


Conforme o texto e os conhecimentos historiográficos, a visão de Marc Bloch considera que
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Q2392834 História
Leia um fragmento do Alvará de 1785, da rainha de Portugal, D. Maria I.

(...) hei por bem ordenar, que todas as fábricas, manufaturas, ou teares de galões, de tecidos, ou de bordados de ouro, e prata. De veludos, brilhantes, cetins, tafetás (...); excetuando tão somente aqueles dos ditos teares, e manufaturas, em que se tecem, ou manufaturam fazendas grossas de algodão, que servem para o uso, e vestuário dos negros, para enfardar e empacotar (...); todas as mais sejam extintas, e abolidas em qualquer parte onde se acharem nos meus domínios do Brasil.

(Citado em Bittencourt, C. M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004, p.347)


Esse decreto real trouxe implicações como
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Q2392833 História
O governo Castelo Branco liquidou um dos direitos mais valorizados pelos assalariados urbanos – a estabilidade no emprego após dez anos de serviço, garantida pela CLT. Em setembro de 1966, foi criado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), em substituição à estabilidade.

(Bóris Fausto, História do Brasil. Adaptado)


A medida apresentada no texto foi 
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Q2392832 História
Quando se afirma que a escravidão era prática costumeira de povos africanos e, portanto, “os negros” escravizados no Brasil estavam já habituados a esse sistema de trabalho, há aí uma incorreção. O sentido da escravidão entre populações africanas tinha outro caráter e não fazia parte da lógica de acumulação capitalista, a qual induziu o tráfico negreiro europeu no périplo do comércio do Atlântico.

(Circe Maria Fernandes Bittencourt, Ensino de História: fundamentos e métodos.)


Uma possível ação de um professor de história com a finalidade de evitar a incorreção apontada no texto é
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Q2383920 História
Leia o texto a seguir.


Um dos textos historiográficos mais conhecidos acerca da formação da nação brasileira é como se deve escrever a história do Brasil, do viajante e biólogo Phillipe Von Martius. Este opúsculo, como bem sabemos, é de suma importância para o projeto de escrita da história do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) na medida em que responde às inquietações decorrentes do processo de constituição do Estado nacional. A fórmula de Martius, narrativa, permeada pelo “encontro” entre as três raças, abriu um campo representativo da nacionalidade, sob o domínio da estética romântica.


SANDES, Noé Freire; ARRAIS, Cristiano Alencar. História e memória em Goiás no século XIX uma consciência da mágoa e da esperança. VARIA HISTÓRIA, Belo Horizonte, vol. 29, nº 51, p.847-861, set/dez 2013, p. 03.



O texto se refere a uma historiografia que forjou uma suposta convivência pacífica entre
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Q2373024 História
A professora almeja compreender a África a partir do imaginário europeu ocidental, representada nos relatos de viajantes portugueses na época Moderna, contidos nos documentos a seguir.


Imagem associada para resolução da questão



Com base nos relatos, a professora deverá expor que a leitura europeia sobre a África foi
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Q2373023 História
Ao analisar o Estado brasileiro nas décadas iniciais da República, a professora Cláudia Viscardi, afirmou:

1) Muito embora os setores relacionados direta ou indiretamente a exportação do café fossem politicamente hegemônicos, oligarquias ditas de segunda ou terceira grandeza (elites fluminenses, gaúchas, baianas, etc.) tiveram importância significativa nos processos de decisão política em curso;

2) Muito embora a aliança entre Minas e São Paulo tenha sido hegemônica, ela não impediu a construção de eixos alternativos de poder por parte de outros setores a ela não vinculados;

3) A despeito do Estado Nacional ter a sua sustentação vinculada ao contínuo fluxo de capital estrangeiro para o país - cujo principal meio era a exportação do café - a política econômica implantada visava também garantir a estabilidade das finanças públicas e o atendimento a compromissos financeiros junto aos credores internacionais, o que muitas vezes fez com que os interesses corporativos dos cafeicultores fossem contrariados.
VISCARDI, Cláudia Maria Ribeiro. O federalismo oligárquico brasileiro: uma revisão da "política do café-com-leite". In: Anuario IEHS: Instituto de Estudios histórico Sociales. n. 16, 2001, p. 74


Considerando as reflexões de Viscardi, pode-se observar que, nas primeiras três décadas do século XX,
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Q2373022 História
O professor pretende discutir com a turma os significados do documento símbolo da autonomia estadunidense, a Declaração de Independência de 1776. Para tanto, disponibiliza o seguinte fragmento textual:


Na última carta pública que escreveu antes de sua morte em 1826, Thomas Jefferson apresentou uma visão ampla da Declaração de Independência, documento que ele havia redigido meio século antes. Ao recusar o convite para comparecer à comemoração do quinquagésimo aniversário da independência americana em Washington, o terceiro presidente do Estados Unidos chamou a Declaração de “um instrumento prenhe do nosso próprio destino e do destino do mundo”. Lamentou que a doença o impedisse de se reunir “ao restante daquele grupo ilustre que se juntou a nós naquele dia, na ousada e incerta eleição que estávamos prestes a realizar por nosso país, entre a submissão e a espada”. Ele teria então: [...] desfrutado com eles o reconfortante fato de que nossos compatriotas, depois de meio século de experiência e prosperidade, continuam a aprovar a escolha que fizemos. Que isso seja, para o mundo – o que acredito que será (para algumas partes em breve, para outras, mais tarde, e finalmente para todas) –, o sinal para que homens inspiradores rompam os grilhões sob os quais a ignorância e a superstição monacais os têm persuadido a se restringir, e assumam as bênçãos e a segurança do autogoverno.
Thomas Jefferson apud ARMITAGE, David. Declaração de Independência: uma história global. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p.7- 8.

Considerando o papel do referido documento na história global, o docente deve evidenciar que
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Q2373021 História
O movimento pelas “Diretas Já” (1983-184) fez emergir experiencias novas na vida cotidiana da sociedade brasileira. Segundo Edison Bertoncelo,


As oposições simbólicas construídas ou reinterpretadas nos processos de ritualização (de um lado, verde e amarelo = massas = democracia = sociedade melhor; de outro, preto = elites políticas = autoritarismo = sociedade injusta) impactaram fortemente sobre os padrões dominantes de classificação que informavam as estruturas políticas e relações sociais. Questionou-se o discurso incrustado na sociedade brasileira que associava as “massas” à desordem e à falta de autoridade e que fazia da tutela política sobre a sociedade um princípio básico dos regimes políticos (categorias essas que foram centrais às reivindicações de legitimidade do golpe militar de 1964). Por outro lado, erigiu-se a praça pública como lugar fundamental da luta política e da constituição autônoma de atores coletivos.

BERTONCELO, E. R. E. "Eu quero votar para presidente": uma análise sobre a Campanha das Diretas. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n. 76, 2009, p. 191.


À luz da interpretação contida nesse fragmento textual e nas informações sobre o tema, o movimento pelas “Diretas já” 
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Q2373020 História
Uma professora da escola básica pretende discutir com seus alunos o papel da mulher no período medieval. Para trabalhar a temática, a professora apresentou para a turma um poema redigido no século XII por Bemard de Morlas, um monge de Cluny (ordem religiosa surgida na cidade francesa de Cluny e vinculada a Ordem de São Bento). Avalie a seguir o poema utilizado pela professora.

A mulher ignóbil, a mulher pérfida, a mulher vil Macula o que é puro, rumina coisas ímpias, estraga as ações. A mulher é fera, seus pecados são como a areia. Não vou entretanto caluniar as boas a quem devo abençoar. Toda mulher se regozija de pensar no pecado e de vivê-lo. Nenhuma, por certo, é boa, se acontece no entanto que alguma seja boa. A mulher boa é coisa má, e quase não há nenhuma boa. A mulher é coisa má, coisa malmente carnal, carne toda inteira. Dedicada a perder, e nascida para enganar, perita em enganar. Abismo inaudito, a pior das víboras, bela podridão.

MORLAS, Bernad de. Apud DELUMEAU, Jean. História do medo no ocidente 1300-1800: uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p.485-486.


Após ler o documento com a turma, a professora deve demonstrar que, na Idade Média, em geral, 
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Q2373019 História
Analisando as relações entre o Estado e os trabalhadores durante o período em que Vargas esteve no poder, Ângela de Castro Gomes afirmou que

o sucesso do projeto político estatal – do trabalhismo – pode ser explicado pelo fato de ter tomado do discurso articulado pelas lideranças da classe trabalhadora, durante a Primeira República, elementos-chave de sua autoimagem e de os ter investido de novo significado em outro contexto discursivo.
GOMES, Ângela de Castro. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1987. p. 24)

Fundamentado no raciocínio contido nesse fragmento textual e nas informações sobre o período Vargas, deve-se concluir que a classe operária aderiu ao trabalhismo varguista 
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Respostas
2421: C
2422: D
2423: D
2424: D
2425: D
2426: B
2427: C
2428: C
2429: A
2430: B
2431: C
2432: C
2433: A
2434: A
2435: B
2436: A
2437: B
2438: B
2439: D
2440: B