A despeito da heterogeneidade das posições pessoais, os intelectuais que integravam o Instituto Superior de Estudos Brasileiros
(ISEB), criado em 14 de julho de 1955, convergiam na convicção de que, por meio do debate e do confronto das ideias, seria
possível formular um projeto ideológico comum para o Brasil. O nacional-desenvolvimentismo foi então concebido como essa
ideologia-síntese capaz de levar o país - por meio da ação estatal (planejamento e investimento público) − à superação do
atraso econômico-social e da alienação cultural. Essa frente político-ideológica, que convergia na defesa do nacional-desenvolvimentismo,
enfrentou um abalo decisivo após dois anos e meio da fundação do instituto, inaugurando nova fase, cuja
direção intelectual, nas mãos do filósofo Vieira Pinto e do historiador Nelson Werneck Sodré, privilegiou o debate das mudanças
sociais e econômicas, mais tarde defendidas pelo governo Goulart.
(Artigo de Caio Navarro de Toledo publicado na Folha de S. Paulo em 14 jul. 2005 − texto adaptado)
O projeto que então prevaleceu