Questões de Concurso
Comentadas sobre república oligárquica - 1889 a 1930 em história
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A política externa, um tema pouco presente na agenda política da República, jamais foi tratada com a devida importância em todo o período republicano e nunca suscitou interesse na opinião pública.
O cenário de instabilidade dos anos 1920, com revoltas militares e a decretação do estado de sítio, denunciava o crescente esgotamento da República Velha.
A expressão “política do café com leite” remete ao predomínio de dois estados — São Paulo e Minas — na condução da economia e da política do Brasil na Primeira República.
Desde a proclamação da República, o Brasil já vivia um processo de integração territorial; gradualmente, a população deixava de ser predominantemente litorânea e iniciava um processo de fixação no interior, com a expansão para o Oeste, especialmente durante o ciclo do café.
Considerando-se os conhecimentos que se tem acerca do fim da Primeira República, pode-se apreender que ocorreu:
I - Durante a República Velha até a Revolução de 1930, pode-se dizer que a produção agrícola brasileira era significativamente superior à industrial, fato que também se refletia na repartição do poder político, que se concentrava nas mãos de grupos de fazendeiros latifundiários, em especial, cafeicultores e criadores de gado, daí porque uma aliança política estabelecida naquele tempo - que alternava a Presidência da República entre grupos políticos de São Paulo, produtores de café, e de Minas Gerais, produtores de gado – ficou conhecida como “política do café com leite”.
II - Washington Luís, então Presidente da República, paulista e ligado ao grupo político do Estado de São Paulo, ao invés de indicar como seu sucessor Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, então Presidente de Minas Gerais, ou seu vice, o mineiro Fernando de Melo Viana, resolveu apoiar um paulista, Júlio Prestes, provocando tensão na “política do café com leite”. O mineiro Antônio Carlos, em contrapartida, tentou promover uma política conciliatória com Washington Luís e tentou lançar como candidato o gaúcho Getúlio Vargas, todavia, o então Presidente, após consultar os Presidentes dos Estados e obter a aprovação de 17 Estados, manteve apoio e indicou o paulista Júlio Prestes. Não manifestaram apoio a São Paulo os Estados da Paraíba, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que formaram a chamada Aliança Liberal, em oposição a Júlio Prestes e a favor de Getúlio Vargas, lançando este último então como candidato.
III - A atual bandeira da Paraíba foi adotada em 1930, na qual consta no meio da parte vermelha da bandeira a inscrição “NEGO”, que se refere ao verbo “negar” no presente do indicativo da primeira pessoa do singular e representa a não aceitação do sucessor à Presidência da República indicado pelo presidente brasileiro da época, Washington Luís.
IV - Nas eleições realizadas em 1º de março de 1930 disputaram a Presidência da República os candidatos Júlio Prestes e Getúlio Vargas, sendo esta eleição vencida por Júlio Prestes. Após a vitória de Júlio Prestes, a Aliança Liberal - formada pelos Estados Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba - questionou o resultado do pleito e alegou fraude eleitoral, irresignação esta que, somada ao assassinato do então VicePresidente da chapa de Getúlio Vargas, o então Presidente da Paraíba João Pessoa Cavalcanti de Abulquerque, resultou em ações militares em vários pontos do país e com a tomada a força do poder por oficiais generais, que em seguida instalaram uma Junta Provisória do governo, composta por 3 militares, que decidiu transmitir o poder a Getúlio Vargas.
V - O então Presidente da Paraíba e candidato à Vice-Presidente em chapa com Getúlio Vargas, João Pessoa Cavalcanti de Abulquerque, concentrava bastante apoio popular na região nordeste do país, razão pela qual, após as eleições de 1930, foi morto a mando do grupo político dominante de São Paulo, que atendia a interesses de Júlio Prestes, então eleito, e que visava a consolidação do grupo paulista no poder. A fim de criar uma cortina de fumaça e, com isso, evitar o crescimento de uma comoção popular que se iniciava em torno da morte de João Pessoa e que culminaria na Revolução de 30, o então Presidente Washington Luís tentou criar uma cortina de fumaça, usando de sua influência para publicar notícias falsas em jornais para esconder a verdadeira motivação da morte de João Pessoa, a partir da divulgação de fatos falsos relacionados a uma conhecida animosidade pessoal do governante paraibano com o jornalista João Duarte Dantas.
A proclamação da República (15 de novembro de 1889) foi liderada pelo marechal Deodoro da Fonseca, que, com o apoio de setores da sociedade, institucionalizou o novo regime republicano por meio de sucessivos decretos em seu governo provisório (1889-1991).
As medidas descritas a seguir caracterizam corretamente o governo provisório de Deodoro da Fonseca, à exceção de uma. Assinale-a.
A nossa identidade enquanto estado-nação formou-se na mistura de três raças: branca, indígena e negra. A miscigenação é pauta da historiografia desde a nossa Independência quando se tornou a nação brasileira. D. Pedro II, na busca de uma identidade nacional, foi o primeiro a criar os símbolos da nação, tendo o índio nativo como marco. Na Proclamação da República, em 1889, podemos considerar que as mudanças foram:
I- Na República, a maior discussão foi distinguir quem era o “brasileiro”, considerando que, no Império, não estavam incluídos os indígenas e nem os negros escravizados como cidadãos de direito. O brasileiro era o filho de português nascido no Brasil.
II- A primeira Constituição republicana foi elaborada nos moldes dos Estados Unidos, marcando uma tradição liberal de organização federativa e de individualismo político e econômico, não fez menção às mulheres e reduziu o direito do voto da população.
III- A República reconheceu a miscigenação e incluiu, nos direitos dos cidadãos, todos os outros grupos étnicos excluídos no Império, ou seja, ex-escravos e indígenas foram elevados a símbolo da nova nação brasileira como heróis nacionais.
IV- Não houve uma inclusão dos ex-escravos e dos indígenas na República, pois, apesar do fim do voto censitário e da criação do sufrágio universal, só homens letrados tinham o direito ao voto, ficando excluídos os analfabetos, os mendigos e os militares de baixa patente.
V- Os símbolos do Império foram mantidos por devoção a Portugal, não houve nenhuma mudança radical a não ser a instalação de um Estado laico e do Presidencialismo que tiraria a relação Estado e Igreja e ainda um poder descentralizado.
Estão CORRETAS:
(https://brasilescola.uol.com.br/historiab/rebelioes-na-republica-velha.htm)
Em relação às revoltas que eclodiram nas primeiras décadas do Brasil Republicano, assinale alternativa CORRETA.
Analise a charge abaixo:
Sobre a charge, assinale a alternativa CORRETA.
I - No Brasil da Primeira República, a satisfação com o domínio das oligarquias era grande e motivou uma série de protestos graves, rebeliões e levantes com o fim de defendê-las.
II - Envolta num clima de heroísmo, a Coluna Prestes tornou público o movimento tenentista e marcou a volta dos militares à cena política. Baleados por tropas do governo, no Rio de Janeiro, apenas dois militares escaparam com vida: os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes.
III - Nas eleições de 1930, a vitória nas eleições coube ao candidato do governo, Getúlio Vargas.
Uma relativa estabilidade permite que chegue ao fim o governo de Prudente de Morais e que se faça, sem maiores dificuldades, a eleição de seu sucessor. O escolhido é Manuel Ferraz de Campos Sales, republicano histórico, membro do PRP, ministro de Deodoro, presidente de São Paulo e político experimentado, capaz de conciliar posições firmes em questões importantes, agir com equilíbrio e manter uma imagem de neutralidade. Sales garante, na verdade, em meio ao tumultuado processo republicano, a presença de São Paulo nas decisões mais importantes da política da República.
RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano: o tempo do liberalismo oligárquico – da Proclamação da República à Revolução de 1930. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018, p. 101-102.
Considerando o texto apresentado, quanto ao regime oligárquico da Primeira República e às suas dinâmicas políticas, julgue (C ou E) o item a seguir.
A liderança e o mando discricionário dos coronéis
sobre um conjunto de “votos de cabresto” advinham de
sua ascendência econômica e social como proprietários
rurais, mas toda a organização do sistema eleitoral,
incluindo o custeio de suas despesas e a logística da
apuração, era feita pela Justiça Eleitoral, com sede no
Distrito Federal. Essa centralização garantia a
efetividade da “política dos estados”.
Uma relativa estabilidade permite que chegue ao fim o governo de Prudente de Morais e que se faça, sem maiores dificuldades, a eleição de seu sucessor. O escolhido é Manuel Ferraz de Campos Sales, republicano histórico, membro do PRP, ministro de Deodoro, presidente de São Paulo e político experimentado, capaz de conciliar posições firmes em questões importantes, agir com equilíbrio e manter uma imagem de neutralidade. Sales garante, na verdade, em meio ao tumultuado processo republicano, a presença de São Paulo nas decisões mais importantes da política da República.
RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano: o tempo do liberalismo oligárquico – da Proclamação da República à Revolução de 1930. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018, p. 101-102.
Considerando o texto apresentado, quanto ao regime oligárquico da Primeira República e às suas dinâmicas políticas, julgue (C ou E) o item a seguir.
Para se viabilizar, o regime oligárquico e a própria
“política dos estados” dependiam da articulação entre
governadores e coronéis nos municípios. Os coronéis
formavam a base desse sistema, pois seu controle
sobre as eleições locais era a condição para a eleição
dos deputados alinhados com o governo federal.
Uma relativa estabilidade permite que chegue ao fim o governo de Prudente de Morais e que se faça, sem maiores dificuldades, a eleição de seu sucessor. O escolhido é Manuel Ferraz de Campos Sales, republicano histórico, membro do PRP, ministro de Deodoro, presidente de São Paulo e político experimentado, capaz de conciliar posições firmes em questões importantes, agir com equilíbrio e manter uma imagem de neutralidade. Sales garante, na verdade, em meio ao tumultuado processo republicano, a presença de São Paulo nas decisões mais importantes da política da República.
RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano: o tempo do liberalismo oligárquico – da Proclamação da República à Revolução de 1930. 10. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018, p. 101-102.
Considerando o texto apresentado, quanto ao regime oligárquico da Primeira República e às suas dinâmicas políticas, julgue (C ou E) o item a seguir.
O compromisso estabelecido por Campos Sales com os
governadores pressupunha a interferência direta do poder
central nas políticas estadual e municipal, a fim de se
obterem maiorias parlamentares em nível federal, que
pudessem aprovar a urgente agenda fiscal e financeira do
governo federal em uma época de crise econômica.