Questões de Concurso Sobre escolas literárias em literatura

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Q3271005 Literatura
A literatura brasileira teve suas origens em 1500, com a chegada dos portugueses ao território que hoje é o Brasil. Caracterizada por uma rica diversidade cultural, sua trajetória está profundamente entrelaçada com a própria história do país.
(Fonte: https://www.portugues.com.br/literatura/literatura-no -brasil.html.adaptado)

Dessa forma, alguns períodos da literatura brasileira são, em sequência cronológica:
Alternativas
Q3271000 Literatura
A literatura portuguesa é organizada em três grandes eras: Medieval, Clássica e Moderna. O período medieval destaca-se como a fase em que essa literatura começou a tomar forma. Fonte:
(https://www.portugues.com.br/literatura/literatura -portuguesa.html.adaptado)

A obra que inaugura o período medieval chama-se: 
Alternativas
Q3229708 Literatura
Sobre a obra de José de Alencar, marque a alternativa incorreta.
Alternativas
Q3202780 Literatura

Leia os trechos dos seguintes poemas·



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No poema de Carlos Drummond, a relação 1ntertextual

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Q3202254 Literatura
D. Efigênia tem uma metodologia de ensino baseada em histórias infantis e seu autor preferido é Monteiro Lobato e o sítio do Pica-pau Amarelo. Dois traços caracterizam a obra de Monteiro Lobato, o regionalismo e a denúncia dos contrastes, mazelas e desigualdades na sociedade oligárquica brasileira da Primeira República. Ele mostra o Brasil rural, mais especificamente o do Vale do Paraíba, no interior do estado de São Paulo, do início do século XX, revelando, em tons satíricos, sentimentais, irônicos e patéticos seus costumes, sua gente e sua decadência, após o período áureo da economia cafeeira. Monteiro Lobato é um escritor brasileiro:
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Q3186829 Literatura
Se eu morresse amanhã
Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que doce n'alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã!
O poema ilustra o período marcado pela obsessão pela morte, pela melancolia, pela dor dos amores não correspondidos , pela lembrança da infância. A morte é vista, nessa geração, como a única saída para o descontentamento do eu lírico.
Neste texto, o eu lírico fantasia sobre o momento de sua morte, e como seus familiares iriam se comportar diante dessa situação.

A qual escola literária e a qual escritor pertence o poema acima? 
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Q3186826 Literatura
O modernismo foi uma tendência artístico-cultural ocorrida na primeira metade do século XX.
Se manifestou em diversos campos das artes, como a pintura, escultura, arquitetura, literatura, dança e música.
A liberdade é a característica principal do movimento modernista em suas mais diferentes manifestações artísticas, tanto no Brasil, como na Europa.
"https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-do-modernismo/)

São características do modernismo, EXCETO: 
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Q3181996 Literatura
Leia o poema a seguir, de Gonçalves de Magalhães:

Adeus à Europa

Adeus, oh terras da Europa!
Adeus, França, adeus, Paris!
Volto a ver terras da Pátria,
vou morrer no meu país.

Qual ave errante, sem ninho,
oculto peregrinando,
visitei vossas cidades,
sempre na Pátria pensando.

De saudade consumido,
dos velhos pais tão distante,
gotas de fel azedavam
o meu mais suave instante.

As cordas de minha lira
longo tempo suspiraram,
mas alfim frouxas, cansadas
de suspirar, se quebraram.

Oh lira do meu exílio,
da Europa as plagas deixemos;
eu te darei novas cordas,
novos hinos cantaremos.

Adeus, oh terras da Europa!
Adeus, França, adeus, Paris!
Volto a ver terras da Pátria,
vou morrer no meu país.


Fonte: https://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/suspiros-poeticos-e-saudades--0/html/. Acesso em 14/10/2024
No poema, um traço muito marcante do período literário em que foi produzido é o:
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Q3181995 Literatura
Leia o poema a seguir, de Gonçalves de Magalhães:

Adeus à Europa

Adeus, oh terras da Europa!
Adeus, França, adeus, Paris!
Volto a ver terras da Pátria,
vou morrer no meu país.

Qual ave errante, sem ninho,
oculto peregrinando,
visitei vossas cidades,
sempre na Pátria pensando.

De saudade consumido,
dos velhos pais tão distante,
gotas de fel azedavam
o meu mais suave instante.

As cordas de minha lira
longo tempo suspiraram,
mas alfim frouxas, cansadas
de suspirar, se quebraram.

Oh lira do meu exílio,
da Europa as plagas deixemos;
eu te darei novas cordas,
novos hinos cantaremos.

Adeus, oh terras da Europa!
Adeus, França, adeus, Paris!
Volto a ver terras da Pátria,
vou morrer no meu país.


Fonte: https://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/suspiros-poeticos-e-saudades--0/html/. Acesso em 14/10/2024
Esse poema é representativo da:
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Q3169564 Literatura
Assinale a alternativa que apresenta a escola referida no trecho que segue:

"As principais características dessa escola literária são o subjetivismo, o misticismo e a imaginação. Assim, os escritores do período, apoiados em aspectos do subconsciente, buscavam compreender a alma humana exaltando a realidade subjetiva. Destacam-se as obras poéticas de Alphonsus de Guimarães e Augusto dos Anjos."
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Q3139847 Literatura
Sobre a música no período Barroco, analise as afirmativas:
I.O cravo e o órgão eram instrumentos musicais muito utilizados nesse período.
II.Johann Sebastian Bach e Georg Friedrich Händel foram compositores importantes do Barroco.
III.A ópera, a oratória e a suíte foram gêneros musicais que se desenvolveram nesse período.
IV.A música barroca era caracterizada por um estilo mais extrovertido e emocional em comparação com a música renascentista.
V.A música barroca era predominantemente instrumental, com pouca importância para a voz humana.
É correto o que se afirma em:
Alternativas
Q3137815 Literatura
O Trovadorismo é um movimento literário que se estende de, aproximadamente, 1189, com a publicação da "Canção Ribeirinha", até 1434, ano em que Fernão Lopes assume o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo. Durante esse período, surgem importantes manifestações em diferentes gêneros, como a poesia, a prosa e o teatro.

Assinale a alternativa que apresenta a correta subdivisão da poesia trovadoresca:
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Q3137814 Literatura
Clarice Lispector foi uma escritora brasileira amplamente reconhecida por sua prosa introspectiva e pelo mergulho psicológico de seus personagens, frequentemente explorando questões existenciais e subjetivas. Sua obra destaca-se pela originalidade e pela linguagem inovadora, que reflete aspectos da vida interior e da complexidade humana.

Assinale a alternativa que indica o período literário ao qual Clarice Lispector pertence:
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Q3137808 Literatura
A literatura brasileira teve início em 1500, com a chegada dos portugueses ao Brasil. Ela é marcada pela pluralidade cultural, e sua história se confunde com a história do país. Entre os períodos da literatura brasileira, temos o Realismo.

Assinale a alternativa que apresenta uma característica principal do Realismo na literatura brasileira:
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Q3137803 Literatura
No século XVI, a poesia lírica e épica do classicismo é marcada pela idealização do amor e da figura feminina, pelo caráter heroico, pela retomada dos valores greco-latinos e por uma visão centrada no ser humano. No final do mesmo século, surgiu o barroco português, com uma visão da realidade cheia de contrastes e paradoxos, além de uma forte temática religiosa.

O arcadismo, iniciado em 1756, valorizou temas como o bucolismo, o pastoralismo e a idealização do amor, inspirados em elementos greco-latinos e orientados pela busca da(o): 
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Q3136669 Literatura
O estilo literário é a forma singular como um autor utiliza a linguagem para expressar suas ideias, emoções e visões de mundo, conferindo identidade e originalidade à sua obra. As variações de estilo são inúmeras, refletindo a diversidade de autores, épocas, gêneros literários e propósitos comunicativos. Determine o fator, o qual NÃO influencia diretamente as variações de estilo literário.
Alternativas
Q3131269 Literatura
Graciliano Ramos: 

Falo somente com o que falo:
com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca: 

de toda uma crosta viscosa,
resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara. 

(...) 

Falo somente do que falo: 
do seco e de suas paisagens,
 Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre: 

que reduz tudo ao espinhaço, 
cresta o simplesmente folhagem, 
folha prolixa, folharada, onde possa esconder-se a fraude. 

(...) 

Falo somente por quem falo:
por quem existe nesses climas 
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:

e onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua. 

(...) 

Falo somente para quem falo: 
quem padece sono de morto 
e precisa um despertador 
acre, como o sol sobre o olho: 

que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso, 
e bate nas pálpebras como 
se bate numa porta a socos. 

João Cabral de Melo Neto. Obra completa: volume único.
Org. Marly de Oliveira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 311-312.

        “Senti-me bastante perturbada com a necessidade de passar para o papel aquilo que algumas pessoas que ‘habitavam’ a minha cabeça estavam querendo dizer-me. Então perguntei ao Paim (o marido) se aquilo daria mesmo um conto, ou quem sabe um romance. Ele apenas aconselhou-me a dar corpo ao texto, mesmo que não fosse um romance.” Alina passou a escrever à noite enquanto o marido dormia, pois não queria que lesse absolutamente nada. Cinco meses depois de tê-lo concluído, tratou de ir à confeitaria Colombo, em Copacabana; em uma dessas oportunidades, deparou-se com Graciliano Ramos, a quem confiou o manuscrito de Estrada da liberdade; porém, sua única exigência era que ele dissesse se o que produziu era mesmo um romance. Acertaram um reencontro para 15 dias mais tarde. Qual foi sua surpresa ao ouvi-lo dizer: “Alina, é um romance, sim, e dos bons, porém falta-lhe aprimorar a técnica.” Segundo a romancista, naquele momento nasceu uma grande amizade entre ambos, capaz de despertar ciúmes não apenas no mundo literário, mas em alguns familiares e amigos. Iniciaram-se as aulas de técnicas literárias na casa de Graciliano, de modo que ele se tornou responsável pela correção e leitura dos seus dois romances seguintes. Sua amizade, com aquele a quem chamou carinhosamente de “Mestre Graça”, rompeu-se nove anos mais tarde, por ocasião de sua morte. 

Ana Maria Leal Cardoso. Alina Paim: uma romancista esquecida nos labirintos do tempo. In: Aletria, maio-ago 2010, n. 2, v. 20, p.126-127 (com adaptações). 

        Poucas vezes terá visto o romance brasileiro uma estreia tão segura de si quanto a de Francisco J. C. Dantas. O precedente, ilustre, que logo acode a lembrança é obviamente o de Graciliano Ramos com Caetés (1933). Tal como o ex-prefeito de Palmeira dos Índios que se apresentou escritor já feito aos olhos de seus primeiros leitores, este sergipano professor de Letras que, além de ter cumprido a penitência de duas teses universitárias, só publicara até agora contos e ensaios esparsos, é dono de uma linguagem vigorosa, pessoal, rara de encontrar-se num romance de estreia. Coivara da memória é outrossim, como Caetés, um romance meio fora de moda. Melhor dizendo: providencialmente fora de moda. 

José Paulo Paes. No rescaldo do fogo morto: sobre a “Coivara da Memória”
de Francisco Dantas. In: Transleituras. São Paulo, Ática, 1995, p.46. 




O poema de João Cabral de Melo Neto e os textos de Ana Maria Leal Cardoso e José Paulo Paes evidenciam que a relevância de Graciliano Ramos, escritor modernista avesso ao primeiro modernismo, circunscreve-se ao regionalismo nordestino, que caracteriza as obras de João Cabral, Alina Paim e Francisco Dantas.
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Q3131262 Literatura
Ao verme que primeiro roeu
as frias carnes do meu cadáver
dedico com saudosa lembrança
estas Memórias Póstumas. 

CAPÍTULO I
ÓBITO DO AUTOR

        Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. 

Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
São Paulo: W. M. Jackson Editores, 1955, p. 6 e 11.




Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócoras, no chão, escamando peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro. Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calafrio percorreu-lhe o corpo. Num relance de grande perigo compreendeu a situação; adivinhou tudo com a lucidez de quem se vê perdido para sempre: adivinhou que tinha sido enganada; que a sua carta de alforria era uma mentira, e que o seu amante, não tendo coragem para matá-la, restituía-a ao cativeiro. Seu primeiro impulso foi de fugir. Mal, porém, circunvagou os olhos em torno de si, procurando escapula, o senhor adiantou-se dela e segurou-lhe o ombro. — É esta! disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. — Prendam-na! É escrava minha! A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar. Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue. João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca! trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito. Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas. 

Aluísio Azevedo. O cortiço. Brasília: Edições Câmara, 2019, p. 233 (com adaptações).

A partir da leitura dos trechos dos romances de Machado de Assis e Aluísio Azevedo, julgue o item a seguir.


No trecho transcrito do romance de Machado de Assis, apresenta-se o fim da narrativa, com a morte do narrador, ao passo que, no trecho transcrito do romance de Aluísio Azevedo, é narrado o início do enredo: a morte de Bertoleza marca o alvorecer da abolição. 

Alternativas
Q3131261 Literatura
Ao verme que primeiro roeu
as frias carnes do meu cadáver
dedico com saudosa lembrança
estas Memórias Póstumas. 

CAPÍTULO I
ÓBITO DO AUTOR

        Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. 

Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
São Paulo: W. M. Jackson Editores, 1955, p. 6 e 11.




Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócoras, no chão, escamando peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro. Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calafrio percorreu-lhe o corpo. Num relance de grande perigo compreendeu a situação; adivinhou tudo com a lucidez de quem se vê perdido para sempre: adivinhou que tinha sido enganada; que a sua carta de alforria era uma mentira, e que o seu amante, não tendo coragem para matá-la, restituía-a ao cativeiro. Seu primeiro impulso foi de fugir. Mal, porém, circunvagou os olhos em torno de si, procurando escapula, o senhor adiantou-se dela e segurou-lhe o ombro. — É esta! disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. — Prendam-na! É escrava minha! A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar. Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue. João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca! trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito. Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas. 

Aluísio Azevedo. O cortiço. Brasília: Edições Câmara, 2019, p. 233 (com adaptações).

A partir da leitura dos trechos dos romances de Machado de Assis e Aluísio Azevedo, julgue o item a seguir.


Com base nos sentidos estabelecidos em cada um dos fragmentos de romance apresentados, é correto afirmar que o vocábulo “Pentateuco”, no primeiro fragmento, é exemplo de hiponímia, e a palavra “anta”, no segundo, de hiperonímia.

Alternativas
Q3131260 Literatura
Ao verme que primeiro roeu
as frias carnes do meu cadáver
dedico com saudosa lembrança
estas Memórias Póstumas. 

CAPÍTULO I
ÓBITO DO AUTOR

        Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. 

Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
São Paulo: W. M. Jackson Editores, 1955, p. 6 e 11.




Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócoras, no chão, escamando peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro. Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calafrio percorreu-lhe o corpo. Num relance de grande perigo compreendeu a situação; adivinhou tudo com a lucidez de quem se vê perdido para sempre: adivinhou que tinha sido enganada; que a sua carta de alforria era uma mentira, e que o seu amante, não tendo coragem para matá-la, restituía-a ao cativeiro. Seu primeiro impulso foi de fugir. Mal, porém, circunvagou os olhos em torno de si, procurando escapula, o senhor adiantou-se dela e segurou-lhe o ombro. — É esta! disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. — Prendam-na! É escrava minha! A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar. Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue. João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca! trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito. Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas. 

Aluísio Azevedo. O cortiço. Brasília: Edições Câmara, 2019, p. 233 (com adaptações).

A partir da leitura dos trechos dos romances de Machado de Assis e Aluísio Azevedo, julgue o item a seguir.


No introito à narrativa de sua própria morte, Brás Cubas deixa evidentes traços marcantes de sua composição como narrador-personagem: suas contradições recorrentes, seu amor pelas aparências e sua megalomania.  

Alternativas
Respostas
61: A
62: A
63: B
64: D
65: B
66: B
67: D
68: C
69: A
70: C
71: A
72: D
73: B
74: A
75: A
76: D
77: E
78: E
79: E
80: C