Questões de Concurso
Sobre realismo em literatura
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A) Barroco. B) Arcadismo.
C) Simbolismo.
D) Romantismo
E) Parnasianismo.
F) Modernismo.
1 - Regionalismo.
2 - Oposições.
3 - Bucolismo.
4 - Busca da perfeição poética.
5 - Condoreirismo.
6 - Introspecção, mergulho nas profundezas do eu.
O texto a seguir é um trecho de uma entrevista concedida por Janet M. Paterson à revista Aletria.
Aletria — Vários críticos, tais como Lacan, Derrida, Levinas, Deleuze, Lévi-Strauss, Bhabha e Spivak, têm discutido a questão da alteridade e as implicações das teorizações baseadas nas percepções do outro. Quais são as bases teóricas de sua pesquisa sobre figurações da alteridade?
Janet M. Paterson — O trabalho do sociossemioticista francês Eric Landowski forneceu o arcabouço conceitual de meu livro. Em Présences de l’Autre: essais de socio-sémiotique, Landowski estuda casos reais de alteridade em Paris, tais como os moradores de rua ou os artistas da região do Centre Pompidou. Isso lhe permitiu elaborar uma metodologia extremamente requintada e precisa que me pareceu muito útil. Mencionarei alguns de seus principais conceitos: a distinção entre diferença e alteridade (distinção que permite a Landowski conceituar alteridade); a necessidade de um grupo de referência (um grupo social dominante) para a existência de qualquer forma de alteridade; e a complexidade dos vários tipos de relações estabelecidas com o outro. Acima de tudo, eu era continuamente lembrada de que na literatura, assim como na sociedade, a alteridade é sempre uma construção.
Na teoria literária, a emergência da noção de alteridade vincula-se
teoricamente de modo mais expressivo aos textos produzidos no
Leia o trecho a seguir sobre a personagem José Dias, do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.
“Era nosso agregado desde muitos anos; meu pai ainda estava na antiga fazenda de Itaguaí, e eu acabava de nascer. Um dia apareceu ali vendendo-se por médico homeopata; levava um Manual e uma botica. Havia então um andaço de febres; José Dias curou o feitor e uma escrava, e não quis receber nenhuma remuneração. Então meu pai propôs-lhe ficar ali vivendo, com pequeno ordenado. José Dias recusou, dizendo que era justo levar a saúde à casa de sapé do pobre.” (ASSIS, 1979, p.15-16)
Sobre a passagem da obra, é correto afirmar que a figura do agregado, bastante presente na obra machadiana,
Leia o texto crítico sobre o romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“A formação acadêmica de Brás é uma evidente sátira aos filhos da classe dominante brasileira do XIX, que buscam as novidades teóricas e políticas na Europa, não para adotá-las em seu país de origem, mas para usá-las como instrumento de legitimação e preservação de poder político e prestígio pessoal.” (SCARPELLI, Marli Fantini. “Pai contra mãe” de Machado de Assis: a negativa das negativas. In: Via Atlântica. Universidade de São Paulo, n. º 6, 2003, p.122).
O comentário crítico pode ser ilustrado com a seguinte passagem de Machado de Assis:
O Escritor Machado de Assis (1839/1904) faz parte do Realismo brasileiro, movimento fundamentado por um “novo ideário”, conforme Alfredo Bosi, que assinala, também: “O tema da Abolição e, em segundo tempo, o da República serão o fulcro das opções ideológicas do homem culto brasileiro a partir de 1870.” (BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2006).
Assinale o que for correto com relação à obra de Machado de Assis e ao que Bosi assinalou.
Texto 7
INSONE
Noite feia. Estou só. Do meu leito no abrigo
cai a luz amarela e doentia do luar;
tediosa os olhos fecho, a ver, se, assim, consigo,
por momentos sequer, o sono conciliar.
Da janela transpondo o entreaberto postigo
entra um perfume humano impelido pelo ar...
“és tu meu casto Amor? és tu meu doce amigo,
que a minha solidão vens agora povoar?”
A insônia me alucina, ando num passo incerto:
“és tu que vens... és tu! – reconheço esse odor...”
corro à porta, escancaro-a: acho a treva e o Deserto.
E este aroma que é teu, aspirando, suponho
que a essência da tua alma, ó meu divino Amor!
para mim se exalou no transporte de um sonho.
(MACHADO, Gilka. Poesia completa. Prefácio de Maria Lúcia Dal Farra. São Paulo: V. de Mendonça Livros, 2017. p. 128.)
Considerando o desenvolvimento da literatura no Brasil, bem como os fundamentos de teoria literária, julgue o item.
Em Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de
Assis, ao delegar a narrativa a um narrador volúvel e não
confiável, criou uma configuração realista da vida social
brasileira pelo desmascaramento irônico do narrador e
da classe que ele representa.
A distinção entre o Realismo e o Naturalismo nem sempre é muito nítida, exceto nos textos em que se exagera a segunda tendência. Sobre isso, escreva V para o que for verdadeiro e F para o que for falso.
( ) Os naturalistas enfatizam o fato de a hereditariedade física e psicológica determinar o comportamento das personagens.
( ) A personagem naturalista é reduzida a quase nada; seu comportamento aproximase do comportamento animal.
( ) Uma característica frequente nas personagens realistas é a ênfase na satisfação de necessidades instintivas.
( ) O desequilíbrio das personagens realistas permanece latente até que o ambiente físico e social favoreça sua manifestação, portanto, juntando-se os fatores herança biológica e ambiente, criam-se condições para que se manifeste o conflito dramático da personagem realista.
A sequência correta, de cima para baixo, é
Sobre o contexto sócio-histórico do Realismo e do Naturalismo na segunda metade do século XIX, é correto afirmar que
I. a Revolução Francesa está diretamente associada ao nascimento da estética realista. Ela desencadeou mudanças tão profundas no modo de produção que se tornou responsável pela reordenação da economia mundial no século XIX.
II. a industrialização acarretou um efeito social de acentuada distinção entre a burguesia e a classe trabalhadora (proletariado). Acentua-se uma burguesia hipócrita e fútil, que explora o proletariado enquanto professa o amor à justiça e à igualdade, comportamento denunciado em boa parte dos romances escritos nesse período.
III. o interesse pelo funcionamento e pela organização da sociedade leva os escritores realistas a abordarem as necessidades materiais humanas (alimentação, moradia, etc.) e discutir as condições econômicas (aspectos referentes ao mundo do trabalho) necessárias para satisfazer tais necessidades.
IV. mudanças profundas ocorreram no Brasil na segunda metade do século XIX, afetando a economia, a política, a arte, como, por exemplo, a extinção do tráfico de escravos, o imigrante assalariado como nova mão de obra; livre comércio com o exterior; ampliação da burguesia mercantil; o avanço científico e o progresso tecnológico; crise entre a Igreja e o Governo; cisão entre o exército e o imperador; além da influência do positivismo, sobretudo no meio militar, na burguesia e entre alguns grupos de intelectuais.
É correto o que se afirma apenas em
Considerando o Romantismo da primeira metade do século XIX e o Realismo no Brasil, atente para os itens listados a seguir e escreva, nos parênteses, 1 para as características do Romantismo e 2 para as características do Realismo.
( ) Objetividade e compromisso com a verdade narrada com imparcialidade e impessoalidade diante dos fatos narrados e dos seres que inventa para viver esses fatos.
( ) O escritor preocupa-se com o seu momento histórico, presente.
( ) O escritor dá grande destaque ao passado.
( ) Observação impessoal e objetiva da realidade.
( ) Autêntica subjetividade e fantasia.
( ) Linguagem simples, preferência por períodos curtos, com clareza e harmonia, observando a correção gramatical, retratando fielmente os personagens.
A sequência correta, de cima para baixo, é
“Publicado pela primeira vez em 1899, Dom Casmurro é uma das grandes obras escritas por ______________ e confirma o olhar certeiro e crítico que o autor estendia sobre toda a sociedade brasileira. Também a temática do ciúme, abordada com brilhantismo nesse livro, provoca polêmicas em torno do caráter de uma das principais personagens femininas da literatura brasileira: Capitu”. (Guia do Estudante, 23/10/12, com adaptações).
Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana.
A obra da qual esse fragmento de texto foi extraído pertence
à segunda fase da produção machadiana e inaugura a estética
realista no Brasil.
1) Brás Cubas, de Machado de Assis, e Macunaíma, de Oswald de Andrade.
2) Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, e Iracema, de José de Alencar.
3) João Miramar, de Mário de Andrade, e Pasárgada, de Manuel Bandeira.
4) Poti, de José de Alencar, e Capitu, de Machado de Assis.
5) Severino, de João Cabral, e a cadela Baleia, em Vidas Secas, de Graciano Ramos.
Estão corretas as indicações em:
Considere os excertos:
(I)
[...] no Brasil, contribuiu de maneira importante pelo fato de ter dado posição privilegiada ao meio e à raça como forças determinantes. Ora, meio e raça eram conceitos que correspondiam a problemas reais e a obsessões profundas, pesando nas concepções dos intelectuais e constituindo uma força impositiva em virtude das teorias científicas do momento [...].
Fonte: CANDIDO, A. O discurso e a cidade. São Paulo: Duas Cidades, 1993. p. 152.
(II)
[...] o homem ocidental não mais se conformava em abrir mão das virtualidades da vida terrena que o humanismo [...] e o alargamento espacial da Terra lhe revelaram. Por isso, o conflito entre o ideal de fuga e renúncia do mundo e as atrações e solicitações terrenas. Diante do dilema, em vez da impossível destruição, tentou a conciliação, a incorporação, a absorção.
Fonte: COUTINHO, A. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1990. p. 99.
(III)
[...] A interação familiar, a educação da infância, as relações homem-mulher e homem-paisagem, a vida em sociedade, as instituições políticas e religiosas, tudo vai mudando de imagem e de significado no nível da consciência. Estilhaça-se o espelho em que esta reflete e prolonga a cultura recebida. E os cacos, ainda não rejuntados por uma nova ideologia explícita, vão-se dispondo em mosaico quando os apanha o andamento de uma prosa solta, rápida, impressionista.
Fonte: BOSI, A. Céu, inferno. São Paulo: Duas Cidades, 2010. p. 212-213.
(IV)
A fluência ardorosa do tempo, o gosto pelo nebuloso e antigo, a busca de consolidação da identidade nacional, o rosto pátrio, a afirmação de seus primeiros habitantes, [...], o uso da canção de verso breve, o folhetim, a comédia, certa tendência declamatória e a exploração fremente do sentimento sobre a razão.
Fonte: NEJAR, C. História da literatura brasileira: da carta de Caminha aos contemporâneos. São Paulo: Leya, 2011. p. 93.
Tendo em vista os estilos de época da literatura brasileira, os excertos destacados abordam,
respectivamente,