Questões de Português - Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paroxítonas, Oxítonas e Hiatos para Concurso

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Q3058503 Português
Texto 02 para a questão.

Canção das mulheres

Que o outro saiba quando estou com medo e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e, se ela for excessiva, saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim nem se aproveite disso.
Que, se eu faço uma bobagem, o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que, se estou apenas cansada, o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a ideia da perda e ouse ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida.
Que, se estou numa fase ruim, o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo “Olha que estou tendo muita paciência com você!”
Que, quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que, se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire. 
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que, mesmo se às vezes me esforço, não sou nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher. 

Lya Luft. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2011. https://www.pensador.com/textos_sobre_a_mulher/. Acesso em 16/07/20da´.Adaptado.
Observe os itens abaixo, atentando, sobretudo, para os termos destacados em maiúscula.

I. “Que o outro note quando preciso de SILÊNCIO e não vá embora batendo a porta...”
II. “...porque TAMBÉM preciso poder fazer tolices tantas vezes.”
III. “Que se estou numa fase ruim, o outro seja meu CÚMPLICE...”
IV. “Que se eventualmente perco a PACIÊNCIA, perco a graça e perco a compostura...”

Sobre esses termos, está CORRETO o que se declara na alternativa
Alternativas
Q3058445 Português
Contrato de Namoro


   Diferentemente do que muitos pensam, a Lei nº 9.278, que regulamenta a união estável, não possui nenhuma regra que determine morar na mesma residência ou mesmo um prazo mínimo de convivência para enquadrar uma relação amorosa como união estável.

   Segundo o Código Civil, para que uma relação seja considerada união estável, é preciso que seja duradoura, pública, contínua e com objetivo de constituir família.

   Em razão da existência de casais que decidiram morar juntos, porém mantendo uma relação de namoro, é evidente que a Justiça enfrenta dificuldades em diferenciar namoro de união estável.

   Portanto, embora o namoro seja duradouro, público, dotado de intimidades, isso não resulta que as partes vivam como se casadas fossem, ainda que dividam o mesmo teto. Por mais sólido que seja um namoro, o casal pode não querer constituir família.

   Assim, visando estancar as obrigações jurídicas derivadas do término do relacionamento, muitos escolhem formular um Contrato de Namoro, que poderá ser feito no cartório, com duas testemunhas, e apresentar tanto cláusulas comuns como outras adicionadas pelo casal.

   Nas cláusulas comuns, os contratantes farão a declaração de que possuem um namoro, sem qualquer tipo de vínculo matrimonial; a declaração de independência econômica, ou seja, de que são autônomos financeiramente; e a declaração de que, em eventual dissolução do namoro, o outro não terá direito à pensão alimentícia nem direito de sucessão e herança. Por fim, os contratantes devem atestar que não têm interesse em ter filhos juntos e, em caso de gravidez, que não haverá conversão do namoro em união estável, todavia os direitos da criança serão resguardados.

    O respectivo contrato resulta das constantes mudanças nas relações da sociedade, e o Direito tem por finalidade regular essas relações, reformulando leis, pois é essencial trazer segurança jurídica para os indivíduos.


(Samira de Mendonça Tanus Madeira. https://www.estadao.com.br/politica)
[Questão InéditaCom base nas palavras do texto, marque a alternativa cujos vocábulos apresentam a mesma regra de acentuação gráfica: 
Alternativas
Q3058138 Português
Texto para o item.


Thays Prado. Biomimética: a indústria sustentável imita a natureza. In: Revista Superinteressante. Internet: <super.abril.com.br> (com adaptações).

Acerca dos aspectos gramaticais e dos sentidos do texto apresentado, julgue o item.


O emprego do acento gráfico em “além” (linha 11) e “têm” (linha 22) justifica‐se com base na mesma regra de acentuação. 

Alternativas
Q3057830 Português
Sonetos e jabuticabas

    Calma, que o Brasil é nosso. Não sei de onde vem esta expressão, que não ouço há tempos. À falta de quem a diga, digo-a eu, sem que tenha a ver com a onda de privatização, quero dizer. Seu objetivo, como hoje se diz, é agilizar o Estado. A língua vai sendo assim enriquecida de neologismos, ainda que nem sempre bem formados. Que também se enriqueça o povão.
    Ou pelo menos lhe tirem a barriga da miséria. O meu tanto encabulado, a minha já tirei, no que se refere a um item da velha pauta saudosista. Já disse que não gosto de saudosismo, nem de pigarro. São cacoetes de velho. Mas quando dei de cara com o meu jabuticabal, mal contive o atropelo da emoção. Emoção que vem de longe, das saudosas jabuticabeiras. Tempo em que havia o tempo das jabuticabas. Lá uma certa hora, de repente, aquele alvoroço.
    Tem até a clássica história. Numa época em que quase ninguém viajava, sobretudo homem público, um bando de gente partiu pra Europa. O mineirão não teve dúvida: devia ser tempo de jabuticaba por lá. A jabuticabeira até que avisa, florida qual uma noiva. Boas águas, um belo dia, de supetão amanhece carregada. Distraído com temas de somenos, tipo eleição do Clinton, neste fim de semana cheguei à serra e levei aquele susto. Apinhadinhas, as três.
    A simples visão desperta, ou agiliza, a salivação. Água na boca, é só ir apanhando e chupando. No apetitoso automatismo da gula, sem querer a gente passa da conta. Mas esse é um prazer de antes e de durante. Sobretudo durante. Depois seja o que Deus quiser. Aquelas bagas sumarentas, luminosas. Lisas e docinhas. Trepar na árvore? Pode. Lá em Belo Horizonte você comprava o pé, em Sabará ou Betim. E se mandava cedinho com a família. A meninada, desculpe, se entupia.
    Se bobear, os passarinhos comem tudo. Os sabiás ainda agora estão de olho. Nada de pessimismo, gente. É tempo de jabuticaba. Dá e sobra pra fazer geleia. Pode exportar até pra Casa Branca. Falar nisso, quem seria melhor pro Brasil – Bush ou Clinton? Me lembrei do sujeito que levou dois sonetos ao jornal. Empistoladíssimo, exibiu o primeiro soneto.
    – Publico o outro – decidiu o editor.
    – Mas você ainda não leu o segundo – reclamou o poeta.
    E o editor:
    – Pior do que este, meu filho, não pode ser.


(RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer. Brasil: Companhia das Letras, 2011.)
As palavras dispostas nas alternativas a seguir se acentuam pela mesma razão, EXCETO:
Alternativas
Q3057828 Português
Sonetos e jabuticabas

    Calma, que o Brasil é nosso. Não sei de onde vem esta expressão, que não ouço há tempos. À falta de quem a diga, digo-a eu, sem que tenha a ver com a onda de privatização, quero dizer. Seu objetivo, como hoje se diz, é agilizar o Estado. A língua vai sendo assim enriquecida de neologismos, ainda que nem sempre bem formados. Que também se enriqueça o povão.
    Ou pelo menos lhe tirem a barriga da miséria. O meu tanto encabulado, a minha já tirei, no que se refere a um item da velha pauta saudosista. Já disse que não gosto de saudosismo, nem de pigarro. São cacoetes de velho. Mas quando dei de cara com o meu jabuticabal, mal contive o atropelo da emoção. Emoção que vem de longe, das saudosas jabuticabeiras. Tempo em que havia o tempo das jabuticabas. Lá uma certa hora, de repente, aquele alvoroço.
    Tem até a clássica história. Numa época em que quase ninguém viajava, sobretudo homem público, um bando de gente partiu pra Europa. O mineirão não teve dúvida: devia ser tempo de jabuticaba por lá. A jabuticabeira até que avisa, florida qual uma noiva. Boas águas, um belo dia, de supetão amanhece carregada. Distraído com temas de somenos, tipo eleição do Clinton, neste fim de semana cheguei à serra e levei aquele susto. Apinhadinhas, as três.
    A simples visão desperta, ou agiliza, a salivação. Água na boca, é só ir apanhando e chupando. No apetitoso automatismo da gula, sem querer a gente passa da conta. Mas esse é um prazer de antes e de durante. Sobretudo durante. Depois seja o que Deus quiser. Aquelas bagas sumarentas, luminosas. Lisas e docinhas. Trepar na árvore? Pode. Lá em Belo Horizonte você comprava o pé, em Sabará ou Betim. E se mandava cedinho com a família. A meninada, desculpe, se entupia.
    Se bobear, os passarinhos comem tudo. Os sabiás ainda agora estão de olho. Nada de pessimismo, gente. É tempo de jabuticaba. Dá e sobra pra fazer geleia. Pode exportar até pra Casa Branca. Falar nisso, quem seria melhor pro Brasil – Bush ou Clinton? Me lembrei do sujeito que levou dois sonetos ao jornal. Empistoladíssimo, exibiu o primeiro soneto.
    – Publico o outro – decidiu o editor.
    – Mas você ainda não leu o segundo – reclamou o poeta.
    E o editor:
    – Pior do que este, meu filho, não pode ser.


(RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer. Brasil: Companhia das Letras, 2011.)
O termo “empistoladíssimo” (5º§) é acentuado pela mesma razão que o vocábulo presente na alternativa:
Alternativas
Respostas
26: E
27: C
28: E
29: C
30: A