Questões de Concurso Comentadas sobre adjetivos em português

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Q1006379 Português

                                         Einstein tinha razão


      Os buracos negros são há muito tempo as superestrelas da ficção científica. Mas a sua fama hollywoodesca é um pouco estranha porque ninguém tinha visto um — pelo menos até agora. Para quem precisa de ver para crer, pode agradecer ao Event Horizon Telescope (EHT), que acabou de nos oferecer a primeira imagem direta de um buraco negro. Este feito notável exigiu uma colaboração global para transformar a Terra num gigante telescópio e captar um objeto a milhares de trilhões de quilômetros.

      Sendo assombroso e inovador, o projeto do EHT não é apenas um desafio. É na verdade um teste sem precedentes para ver se as ideias de Einstein sobre a própria natureza do espaço e do tempo se confirmam em circunstâncias extremas, e lança o olhar mais próximo que obtivemos até hoje sobre o papel dos buracos negros no universo.

      Para resumir: Einstein tinha razão.

      Um buraco negro é uma zona do espaço cuja massa é tão grande e densa que nem sequer a luz consegue escapar à sua atração gravitacional. Capturá-lo contra o fundo negro do além é uma tarefa quase impossível. Mas graças ao trabalho inovador de Stephen Hawking, sabemos que estas massas colossais não são apenas um abismo de onde nada sai. Os buracos negros são capazes não só de emitir grandes jatos de plasma, como a sua gravidade imensa também puxa fluxos de matéria para o seu núcleo.

      Quando a matéria se aproxima do horizonte de eventos de um buraco negro — o ponto a partir do qual nem a luz escapa — esta forma um disco orbital. A matéria neste disco converte alguma da sua energia em fricção entre as partículas. Isto aquece o disco, tal como nós aquecemos as mãos esfregando-as num dia frio. Quanto mais próxima estiver a matéria, maior a fricção. A matéria mais próxima do horizonte de eventos irradia um grande brilho ao atingir o calor de centenas de sóis. Foi esta luz que o EHT detectou, junto com a "silhueta" do buraco negro.

      Analisar estes dados e produzir uma imagem é uma tarefa hercúlea. Como astrônomo que estuda os buracos negros em galáxias distantes, é raro eu conseguir obter uma imagem clara sequer de uma estrela nessas galáxias, muito menos do buraco negro no centro delas.

      A equipe do EHT decidiu concentrar-se em dois dos buracos negros supermassivos mais próximos de nós — na grande galáxia em forma de elipse M87, e em Sagitário A, no centro da nossa Via Láctea. 

      Para dar uma ideia da dificuldade da tarefa: embora o buraco negro da Via Láctea tenha uma massa de 4,1 milhões de sóis e um diâmetro de 60 milhões de quilômetros, ele encontra-se a 250 614 750 218 665 392 quilômetros de distância da Terra — o equivalente a ir de Londres a Nova Iorque 45 trilhões, ou milhões de milhões de vezes. Como a equipe do EHT comentou, isto é como estar em Nova Iorque a tentar contar os sulcos de uma bola de golfe em Los Angeles, ou fotografar uma laranja na lua a partir da Terra.

      Para fotografar um objeto tão impossivelmente distante, a equipe do EHT precisaria de um telescópio tão grande como a própria Terra. Não existindo uma máquina desse tamanho, a equipe ligou entre si telescópios por todo o mundo e combinou os dados recolhidos por eles. Para captar uma imagem precisa a uma tal distância, os telescópios tinham de ter grande estabilidade e as suas leituras sincronizadas na perfeição.

      Para atingir este feito, a equipe usou relógios atômicos tão precisos que a cada 100 milhões de anos perdem apenas um segundo. Os 5 mil Terabytes de dados recolhidos ocuparam centenas de discos duros que tiveram de ser transportados e ligados fisicamente a um supercomputador, que corrigiu as diferenças de tempo nos dados e produziu a imagem do buraco negro.

(Por Kevin Pimbblet, professor de Física da Universidade de Hull – Texto adaptado)

“Para fotografar um objeto tão impossivelmente distante, a equipe do EHT precisaria de UM TELESCÓPIO TÃO GRANDE COMO A PRÓPRIA TERRA. O segmento em destaque apresenta o adjetivo no grau:
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Q1005872 Português

TEXTO 2

                                        Vista cansada


      [...]

      Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver.

      [...]. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

      Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

      Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

      Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.

Adaptação do texto de Otto Lara Resende. “Folha de S. Paulo”, edição de 23/02/1992. 

Em “Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro.”, a palavra destacada é um exemplo de superlativo absoluto sintético, assim como em
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Q1005230 Português
Em qual das alternativas o adjetivo é biforme?
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Q1004542 Português
Segundo a gramática, os adjetivos podem indicar estados, qualidades, características ou relações. A frase abaixo em que o adjetivo sublinhado indica uma relação é
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Q1001344 Português

[...]

"Ah, porque estou tão sozinho?

Ah, porque tudo é tão triste?

Ah, a beleza que existe

A beleza que não é só minha

Que também passa sozinha." Vinícius de Moraes

[...]


No texto, a palavra‘Ah’ que aparece repetida é um/uma

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Q1000538 Português

                                             Apelo


      Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.

      E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada - o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. (Dalton Trevisan) 

As palavras "amanhã", 'primeiros", "batom" e "raivosas" pertencem, respectivamente, ás classes gramaticais que seguem:
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Q1000429 Português
Todas as alternativas apresentam um coletivo, um aumentativo e um diminutivo de palavras, exceto:
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Q1000217 Português

                        Lei anticanudo: engodo que não salvará os oceanos

                                                                                                                 Alexander Turra


      A cidade de São Paulo, seguindo um movimento recente, está propondo uma lei proibindo a fabricação, comercialização e oferta de canudos plásticos. Essa onda, literalmente, é motivada pelo fato de os canudos estarem associados a imagens marcantes de degradação dos oceanos, problema que o banimento “pretende” solucionar.

      De fato, canudos e outros itens de uso único têm sido questionados quanto ao antagonismo entre seu uso efêmero, muitas vezes virando resíduos após poucos minutos, e o longo tempo que permanecem no ambiente, dada sua baixa capacidade de degradação, porém grande capacidade de ser reciclado. Esses itens podem ser considerados uma conveniência inconveniente. Apesar da praticidade que proporcionam, aumentam a quantidade de resíduos destinados aos aterros e causam problemas ambientais quando descartados incorretamente.

      Mas será que o banimento dos canudos é a solução para esses problemas, em especial para o lixo no mar? Essa política pública pode soar assertiva, mas esconde peculiaridades que não podem ser desconsideradas.

      O banimento, diferentemente de campanhas de conscientização, não cria o nexo entre o não uso do canudo e seu eventual benefício ambiental. Um exemplo: após o banimento dos canudos na cidade do Rio de Janeiro, a água de coco passou a ser servida em copos plásticos igualmente de uso único.

      É necessário educar a população para tomar decisões autônomas e ambientalmente adequadas, pois a escolha de usar ou não um canudo não é a única que ela terá que fazer. As campanhas contra os canudos, ainda que esse item seja icônico, podem ser inócuas. O combate ao lixo no mar deve promover uma discussão mais abrangente sobre as variadas fontes e as diferentes estratégias para combatê-lo, não somente banimento.

      Ainda que qualquer redução da entrada de lixo no mar seja relevante, os canudos representam apenas 2,6% dos itens coletados em praias de São Paulo pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Uma das principais causas do lixo no mar é a ocupação irregular, problema socioambiental associado à pobreza, ordenamento territorial e falta de saneamento básico. Esse cenário afeta todo o território nacional, em especial a cidade de São Paulo.

      O banimento baseia-se no pressuposto de que o canudo tem o ambiente como destino, não encontrando um sistema adequado de coleta e destinação de resíduos sólidos. Isso deveria ser garantido pelos municípios, com a coleta seletiva, a reciclagem e a economia circular, impedindo a contaminação ambiental.

      Não é lógico investir no banimento dos canudos sem atuar de forma mais abrangente e sistêmica em três frentes para combater as principais fontes de lixo para o mar: educação ambiental, gestão de resíduos e ordenamento territorial. Por outro lado, caso o banimento dos canudos seja colocado em prática, deve-se cobrar coerência dos tomadores de decisão quanto a outros itens de uso único e efêmero que são mais abundantes nas ruas e no mar, como as bitucas de cigarro. Deve-se também proibir a produção, a venda e o uso de cigarros na cidade. Mas nesse caso a conveniência não parece ser conveniente, a coerência um tanto quanto incoerente e o banimento dos canudos uma cortina de fumaça aparente.

                               Disponível em:<www1.folha.uol.com.br> . Acesso em: 16 mar. 2019.

Considere o período:


Mas nesse caso a conveniência não parece ser conveniente, a coerência um tanto quanto incoerente e o banimento dos canudos uma cortina de fumaça aparente.


As palavras em destaque, no contexto linguístico em que surgem, classificam-se, respectivamente, como

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Q997977 Português
A propaganda de uma escola no Rio de Janeiro diz o seguinte: “A vida hoje, em mudança constante, traz todo dia um mundo de possibilidades novas, mas antes de escolher é preciso saber fazer. Fazer amigos, respeitando as diferenças. Fazer questionamentos, desenvolvendo consciência coletiva. Fazer diálogo sincero, valorizando as habilidades individuais. Fazer tecnologia sustentável, criando relações positivas com o meio ambiente. Nossa formação está comprometida com os movimentos do mundo. Saber fazer com qualidade... A gente faz”.

No texto da questão anterior, o adjetivo que NÃO pode ser colocado antes do substantivo é: 
Alternativas
Q997967 Português

Na intenção de identificar notícias falsas, foram dadas várias “dicas” de como reconhecê-las. A primeira delas dizia:


“Notícias falsas frequentemente apresentam manchetes apelativas em letras maiúsculas e com pontos de exclamação. Se as afirmações chocantes na manchete parecerem inacreditáveis, desconfie”.


O significado adequado do adjetivo “apelativas” no texto acima é:

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Q993369 Português

                   "Todos estamos deitados na sarjeta, só que alguns

                              estão olhando para as estrelas." 


      Esta citação foi tirada de O leque de lady Windermere, uma obra de teatro de Oscar Wilde que estreou em Londres em 1892. Ela nos faz lembrar que, independentemente de nossa situação, o que importa é a perspectiva que mantemos.

      Há pessoas que aparentemente têm tudo na vida - saúde, beleza, dinheiro, liberdade - e são infelizes. Isso acontece porque elas fixam a atenção naquilo que lhes falta ou simplesmente não sabem o que querem da vida.

      Outras, ao contrário, vivem situações penosas, mas são capazes de enxergar um cantinho do jardim onde bate um raio de sol.

      A escritora, filósofa e conferencista norte-americana Helen Keller, que ficou cega e surda ainda muito jovem, explicava assim seu segredo para nunca deixar de ver as estrelas:

      Abro as portas do meu sera tudo o que é bom e as fecho cuidadosamente diante do que é ruim. Essa força tão bela e persistente me permite enfrentar qualquer obstáculo. Nunca me sinto desanimada, pensando que me faltam coisas boas. A dúvida e a insegurança são apenas o pânico gerado por uma mente fraca. Com um coração firme e uma mente aberta, tudo se torna possível.

                                        (Fonte: PERCY, Allan. Oscar Wilde para inquietos, p. 10.)

A partícula "só" em: "(...) só que alguns estão olhando para as estrelas." não sofre flexão de número, se levada ao plural, como ocorre em:
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Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SLU-DF Provas: CESPE - 2019 - SLU-DF - Conhecimentos Básicos | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Administração | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Biologia | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Ciências Contábeis | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Economia | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Engenharia Civil | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Arquitetura | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comunicação Social - Jornalismo | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comunicação Social - Relações Públicas | CESPE / CEBRASPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Engenharia de Produção | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Engenharia de Segurança do Trabalho | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Engenharia Elétrica | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Engenharia Ambiental | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Engenharia Mecânica | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Informática | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Modernização da Gestão das Atividades de Resíduos Sólidos | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Geografia | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Serviço Social | CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Engenharia Química | Portugues - INSS | Portugues - INSS |
Q993281 Português

Texto CB1A1-III


A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB1A1-III, julgue o item subsecutivo.


O deslocamento do termo “furiosa” (ℓ.8) para imediatamente após a forma verbal “levantou-se” (ℓ.9) manteria a coerência do texto.

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Q993141 Português

Hora da verdade.

            Criança sabe ou não de sexo? Com que idade? Não estou falando do que seria ideal, em termos educacionais, teóricos etc, etc. Mas do real. Informações sobre sexo variam i muito entre as classes sociais e locais de moradia. Escrevo livros infantojuvenis. Em certa época, muitos autores amigos achavam importante falar de sexo em seus livros. Eu não. Pelo simples fato, comentei com uma escritora amiga minha, que as crianças saberiam mais sobre sexo do que eu. Já soube de casos absurdos. Uma escola adotou um livro de um amigo para leitura paradidática. Em certa página, o casal de adolescentes descobria o sexo. Alguns pais fizeram escândalo. A solução da escola foi arrancar a página específica e queimar! Muitos adultos pensam, esquecendo a própria infância, que a criança é um anjinho ingênuo e intocável, a quem as informações jamais devem ser oferecidas, Nossa, quanta bobagem! Entre meus muitos livros, tenho um que aborda a questão do crack, Vida de Droga. A personagem é uma adolescente que se vicia. Escrevi a partir de entrevistas com adolescentes. Achava que seria um : fracasso absoluto, devido à ousadia do tema. Para minha surpresa, logo após o lançamento, fui chamado para dar muitas palestras em escolas religiosas. Um dia perguntei para uma : freira se não se chocava com o tema. 

            - A gente quer mostrar como realmente acontece. O fundo do poço! Para evitar o vício - disse ela.

            Achei interessante. Mas foi em um colégio público, na periferia de São Paulo, que descobri a real. Dei uma palestra e,  em seguida, assisti à dramatização de meu livro, feita pelos  próprios alunos. Para minha surpresa, havia cachimbos em cena ; e uma descrição do uso de crack absolutamente completa! No intervalo, falei com a diretora e com os professores. Comentei sobre o meu medo de o livro ser pesado. A diretora apontou a janela.

             - Está vendo aquela esquina? Atravessando a rua?

            Concordei.

            - Boa parte das alunas sai daqui no fim da tarde e vai se prostituir, logo ali. 

            Eu todo cheio de dedos. A diretora me revelou outras coisas de arrepiar

            - Pegamos uma aluna com seis garotos. Chamamos a família. Mas...como lidar com isso?

            Eu já quebrei a cara em palestra. Tenho outro livro, A corrente da vida, que fala sobre a contaminação do HIV entre jovens. Fui a uma cidade próxima a São Paulo. Terminada a palestra em que falo sobre os riscos-nessas ocasiões, sou bem professoral-, pedi aos alunos que me enviassem perguntas escritas e anônimas, para que cada um se sentisse a vontade para perguntar o que quisesse. Lá pelas tantas veio: “É possível reutilizar uma seringa?” 

            Olhei para aqueles rostinhos, entre 10 e 12 anos. E me senti no papel de moralizar. Respondi: 

            - Nunca se pode reutilizar uma seringa, porque há risco de contaminação.

            Sinceramente, eu só queria que ninguém naquela sala usasse a tal seringa... Um garoto de no máximo 11 anos ergue a mão. 

            - O senhor está mentindo. Para esterilizar uma seringa, a gente faz assim, assim.... 

            E dei o serviço. Quase cai duro.

            Meus livros abordam temas atuais, mas não em torno da sexualidade. Vi amigos despencar nas vendas porque pais reclamam de situações que, segundo dizem, os filhos não' podem saber. Na televisão e em todo meio de comunicação, a mesma pressão. Até na propaganda. Proíbem-se anúncios e comerciais para crianças, para não criar desejos que redundem em frustrações se o pai não puder comprar. Fui um menino pobre, tive muitos desejos que meus pais não puderam satisfazer. Isso me deu noção de limites. Não um sofrimento atroz, a não ser por um cavalo branco, que eu desejava ter no quintal. Foram anos de brigas como Papai Noel, que nunca trazia o tal cavalo.

            Eu vejo argumentos de educadores e penso onde é que eles estão, num país em que adolescentes têm seu primeiro filho aos 12,13 anos? E onde o problema já é evitar o segundo? Onde as drogas correm solto nas praias, escolas? Vamos continuar fingindo que nada disso existe ....Que a criança é um anjinho de procissão? 

            Penso que está na hora de rever o Estatuto da Criança e do Adolescente. Rever situações que satisfazem aos adultos aos teóricos, mas não resolvem as questões básicas. Penso que aulas de educação sexual, com valores, jamais poderiam ser abolidas, porque ou a criança já sabe ou vai saber de um jeito pior.

            Eu só não entendo como os teóricos de educação e tantos pais podem ser tão inocentes - enquanto para crianças e adolescentes basta abrir a internet e fazer o diabo. 

Walcyr Carrasco é jornalista, autor de livros peças teatrais e novelas de televisão. Época, 26/01/2018.

O adjetivo não corresponde à locução adjetiva em:
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Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991827 Português

TEXTO II


[...]

Os pensadores que defendem que o ser humano é sempre livre sabem que existem determinações externas e internas, fatores sociais e subjetivos, mas a liberdade de decidir sobre suas escolhas é superior à força dessas determinações. Um exemplo que poderia ser dado para entendermos essa noção seria a de dois irmãos que têm a mesma origem social, mas um se torna um criminoso e o outro não.

Vejamos o que o filósofo francês Jean-Paul Sartre disse sobre isso:

“[...] Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas.

É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo o que fizer.”

[...]

SANTOS, Wigvan. Mundo Educação. Disponível em: < https://bit.ly/2OXrrZf>. Acesso em: 21 ago. 2018. [Fragmento adaptado].

As palavras destacadas a seguir qualificam outras no trecho, exceto em:
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Q991320 Português

As Boas Coisas da Vida

Rubem Braga

Uma revista mais ou menos frívola pediu a várias pessoas para dizer as “dez coisas que fazem a vida valer a pena”. Sem pensar demasiado, fiz esta pequena lista:

- Esbarrar às vezes com certas comidas da infância, por exemplo: aipim cozido, ainda quente, com melado de cana que vem numa garrafa cuja rolha é um sabugo de milho. O sabugo dará um certo gosto ao melado? Dá: gosto de infância, de tarde na fazenda.

- Tomar um banho excelente num bom hotel, vestir uma roupa confortável e sair pela primeira vez pelas ruas de uma cidade estranha, achando que ali vão acontecer coisas surpreendentes e lindas. E acontecerem.

- Quando você vai andando por um lugar e há um bate-bola, sentir que a bola vem para o seu lado e, de repente, dar um chute perfeito - e ser aplaudido pelos serventes de pedreiro.

- Ler pela primeira vez um poema realmente bom. Ou um pedaço de prosa, daqueles que dão inveja na gente e vontade de reler.

- Aquele momento em que você sente que de um velho amor ficou uma grande amizade - ou que uma grande amizade está virando, de repente, amor. - Sentir que você deixou de gostar de uma mulher que, afinal, para você, era apenas aflição de espírito e frustração da carne - essa amaldiçoada.

-Viajar, partir...

-Voltar.

- Quando se vive na Europa, voltar para Paris, quando se vive no Brasil, voltar para o Rio. - Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte - o assim chamado descanso eterno.

Texto adaptado de BRAGA, R., As Boas Coisas da Vida, 1988. 

O autor, no trecho "...ficou uma grande amizade.", emprega o adjetivo anteposto ao substantivo. Neste caso o sentido não se modifica. Entretanto, teremos sentidos bem diversos se fizermos essa mudança de posição em:
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Q990897 Português
O adjetivo utilizado no comentário: “É um ritmo diabólico.” (linha 01) caracteriza o ritmo de reprodução de uma bactéria como:
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Q989656 Português

                                          Estátua Falsa


Só de oiro falso meus olhos se douram;

Sou esfinge sem mistério no poente.

A tristeza das coisas que não foram

Na minha alma desceu veladamente.


Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,

Gomos de luz em treva se misturam.

As sombras que eu dimano não perduram,

Como ontem para mim, hoje é distância.


Já não estremeço em face de segredo;

Nada me aloira, nada me aterra

A vida corre sobre mim em guerra,

E nem sequer um arrepio de medo!


Sou estrela ébria que perdeu os céus,

Sereia louca que deixa o mar;

Sou templo prestes a ruir sem deus,

Estátua falsa ainda erguida no ar...

                                                                                            Mário de Sá Carneiro.

Numere a Coluna B pela Coluna A, considerando a classificação gramatical das palavras sublinhadas da Coluna B retiradas do texto.


COLUNA A

I. Pronome apassivador.

II. Conjunção comparativa.

III. Advérbio de tempo.

IV. Pronome relativo.

V. Locução adjetiva.

VI. Palavra denotativa.


COLUNA B

( ) ... se douram;

( ) ... sem mistério ...

( ) ... que não foram ...

( ) ... sequer um arrepio ...

( ) ... como ontem,

( ) ... ainda erguida no ar...


Marque a opção que apresenta a sequência CORRETA.

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Q987812 Português

                                              A FELICIDADE

                                                                                                         Vinicius de Moraes

                                                              Compositor: Vinicius De Moraes E Tom Jobim


Tristeza não tem fim Felicidade sim

A felicidade é como a gota De orvalho numa pétala de flor Brilha tranquila Depois de leve oscila E cai como uma lágrima de amor.

A felicidade é uma coisa louca Mas tão delicada, também Tem flores e amores de todas as cores Tem ninhos de passarinhos Tudo de bom ela tem E é por ela ser assim tão delicada Que eu sempre trato dela muito bem.

Tristeza não tem fim Felicidade sim.

                                    https://www.vagalume.com.br/vinicius-de-moraes/afelicidade.html

Considere as assertivas abaixo elencadas, quanto à classificação morfológica dos termos sublinhados e, assinale V para a verdadeira e F para a falsa:


( ) Em: “A felicidade é como a gota”, o vocábulo “é ” é um verbo de ligação.

( ) No trecho: “E cai como uma lágrima de amor”, a palavra lágrima” é classificada como um adjetivo.

( ) Em “Mas tão delicada, também” o vocábulo tão é um advérbio.

( ) No fragmento “E é por ela ser assim tão delicada” a palavra assim é um advérbio.

( ) No trecho “Que eu sempre trato dela muito bem” a palavra “que” é uma conjunção.


As afirmativas sã o, respectivamente:

Alternativas
Q987519 Português

LER, ESCREVER E FAZER CONTA DE CABEÇA

“A professora gostava de vestido branco, como os anjos de maio. Carregava sempre um lenço dobrado dentro do livro de chamada ou preso no cinto, para limpar as mãos, depois de escrever no quadro-negro. Paninho bordado com flores, pássaros, borboletas. Ela passava o exercício e, de mesa em mesa, ia corrigindo. Um cheiro de limpeza coloria o ar quando ela passava. Sua letra, como era bem desenhada, amarradinha uma na outra!

(...) 

Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto. E todos gostavam de aprender primeiro, para fazê-la feliz. Eu, como já sabia ler um pouco, fingia não saber e aprendia outra vez. Na hora da chamada, o silêncio ficava mais vazio e o coração quase parado, esperando a vez de responder “presente”. Cada um se levantava, em ordem alfabética e, com voz alta, clara, vaidosa, marcava sua presença e recebia uma bolinha azul na frente do nome. Ela chamava o nome por completo, com o pedaço da mãe e o pedaço do pai. Queria ter mais nome, pra ela me chamar por mais tempo.

O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os mistérios. E, se economizava o quadro, para caber todo o ponto, nós também aproveitávamos bem as margens do caderno, escrevendo nas beiradinhas das folhas. Não acertando os deveres, Dona Maria elogiava a letra, o raciocínio, o capricho, o aproveitamento do caderno. A gente era educado para saber ser com orgulho. Assim, a nota baixa não trazia tanta tristeza.

(...)

Nas aulas de poesia, Dona Maria caprichava. Abria o caderno, e não só lia os poemas, mas escrevia fundo em nossos pensamentos as ideias mais eternas. Ninguém suspirava, com medo da poesia ir embora: Olavo Bilac, Gabriela Mistral, Alvarenga Peixoto e “Toc, toc, tamanquinhos”. Outras vezes declamava poemas de um poeta chamado Anônimo. Ele escrevia sobre tudo, mas a professora não falava de onde vinha nem onde tinha nascido. “E a poesia ficava mais indecifrável”.

QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de. Ler, escrever e fazer conta de cabeça. São Paulo: Global, 2004. pp. 34-35.

“ O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os mistérios. E, se economizava o quadro, para caber todo o ponto, nós também aproveitávamos bem as margens do caderno, escrevendo nas beiradinhas das folhas. Não acertando os deveres, Dona Maria elogiava a letra, o raciocínio, o capricho, o aproveitamento do caderno. A gente era educado para saber ser com orgulho. Assim, a nota baixa não trazia tanta tristeza.

Classificamos as palavras destacadas como:

Alternativas
Q987427 Português

                     O amor romântico prega coisas mentirosas, diz psicanalista


Hamurabi Dias

      O amor. Um dia ele chega para todo mundo, acredite você leitor (leitora ), ou não. Na contemporaneidade, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro “O Amor Líquido”, transforma a célebre frase marxista - “tudo que é sólido se desmancha no ar” - em ponto de partida para debater a fragilidade dos laços humanos e lançar o conceito de “líquido mundo moderno”. Em síntese, o autor traz uma reflexão crítica de como esse mundo “fluido", uma das principais características dos compostos líquidos, fragilizou os relacionamentos humanos. O sociólogo observa que o amor tornou-se, na sociedade moderna, como um passeio no shopping Center - ícone do capitalismo - e como tal deve ser consumido instantaneamente e usado uma só vez, sem preconceito. É o que considera a sociedade consumista do amor. Pois bem, é nesta linha fluida, sem preconceito e destarte liberal, com frases como “Ter parceiro único pode se tornar coisa do passado” e “Variar é bom, todo mundo gosta”, que a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, crítica do que considera “amor romântico”, lança os dois volumes do "O Livro do Amor”.

      “O Livro do Amor” é um estudo que começa desde a pré-história, seguindo por todos os períodos da humanidade, até chegar à atualidade. “Descobri coisas muito interessantes, como que o amor é uma construção social, e que em cada época ele se apresenta de uma forma”, avalia. No século XX, o livro é dividido em três partes. Para a psicanalista o que mudou o amor na contemporaneidade foram duas invenções: o automóvel e o telefone. “Pela primeira vez na história as pessoas puderam marcar encontro pelo telefone, mesmo com os moralistas defendendo que era uma indecência a voz do homem entrar pelo ouvido da mulher”, lembrou. Regina Navarro Lins acredita que muito dos nossos comportamentos atuais têm origem em períodos históricos passados, como o “amor romântico", surgido lá... no século XII. “Eu aponto também as tendências de como o amor está se transformando. A repressão diminuiu, ainda bem. O sexo é da natureza, é desejável, mas a nossa cultura judaico-cristã sempre viu o sexo com maus olhos. Nos últimos dois mil anos foi visto como algo abominável, a repressão sexual foi horrorosa”, apontou.

      Sobre o tão alardeado amor romântico, Lins inicia sua critica observando o caráter sub-humano que foi atribuído à mulher ao longo dos anos. “A mulher foi considerada incompetente e burra. O cavalheirismo é uma ideia péssima para as mulheres. Gentileza é outra coisa. O cavalheirismo implica sempre em o homem tratar a mulher como se ela fosse incompetente. Não tem sentido, se observarmos como a mulher foi considerada no passado, até hoje pessoas defenderem a ideia de que a mulher não pode puxar uma cadeira", comparou a psicanalista.

      Regina Navarro defende também que o amor romântico é baseado na idealização do outro, a invenção de uma pessoa, atribuindo a ela características que não tem. “Depois passa a vida 'azucrinando' o outro para mudar o jeito de ser, para se enquadrar naquilo que se imaginou. Esse tipo de amor prega coisas mentirosas, como de que não existe desejo por mais ninguém, de que os amados vão se completar e nada mais vai faltar, que um terá todas as suas necessidades completadas pelo outro. É um amor prejudicial, o que critico é o que ele propõe. As pessoas só vão viver bem em um relacionamento se houver a liberdade de ir e vir”, observou.

Disponível em:<http://www.bomdiafeira.com.br/noticias/palcocultural/9534/0+amor+rom%C3%A2ntico+prega+coisas+mentirosas,+diz+psicanalista&gt;. Acesso em: 23 de outubro de 2017. (Adaptado).

"Não tem sentido, se observarmos como a mulher foi considerada no passado, até hoje pessoas defenderem a ideia de que a mulher não pode puxar uma cadeira.”

A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.

I. A forma verbal FOI CONSIDERADA está na voz passiva.

II. A oração "de que a mulher não pode puxar uma cadeira” completa o sentido de um elemento nominal.

III. O segmento NO PASSADO funciona como locução adjetiva.


Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas
Respostas
2041: D
2042: D
2043: C
2044: B
2045: C
2046: E
2047: D
2048: A
2049: C
2050: C
2051: C
2052: C
2053: B
2054: B
2055: B
2056: C
2057: C
2058: A
2059: B
2060: E