Questões de Concurso
Comentadas sobre adjetivos em português
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Na segunda linha do texto, está empregada a expressão “velhas casas brasileiras”.
Caso o redator tivesse escrito “casas velhas brasileiras”, o trecho
I. o verbo que a inicia está flexionado no passado, no mesmo tempo em que está empregado o verbo destacado na última oração do texto — Mais da metade de tudo o que ela ganhava ia para custear as mensalidades do colégio dos três filhos; II. a expressão muito pobres pode ser substituída por pobríssimos, sem alteração de sentido; III. pobres é um adjetivo, assim como a palavra melhor em: ... na melhor escola possível.
Está correto o que se afirma em
TEXTO I
SOBRE HIENAS E VIRA-LATAS
Aproveitando o momento de vulnerabilidade política e econômica do nosso país, os defensores de uma integração dependente do Brasil na economia internacional estão lançando uma nova ofensiva, facilitada pelas agruras do ajuste fiscal, com queda nos investimentos governamentais e o descrédito – convenientemente estimulado – das empresas estatais, na esteira do escândalo da Petrobrás. Em vez de atacar a raiz desses ilícitos, que é o financiamento empresarial das campanhas eleitorais (o que não diminui a responsabilidade dos transgressores da lei), os pós-neoliberais preferem investir contra os poucos instrumentos de política industrial que o Estado brasileiro ainda detém. A estratégia é ampla e não se limita a aspectos internos da economia. Incide diretamente sobre a forma pela qual o Brasil se insere na economia mundial.
Três linhas de ação têm sido perseguidas. Uma já faz parte do antigo receituário de boa parte dos comentaristas em matéria econômica: o Brasil deveria abandonar a sua preferência pelo sistema multilateral (representado pela Organização Mundial do Comércio) e dar mais atenção a acordos bilaterais com economias desenvolvidas, seja com a União Europeia, seja com os Estados Unidos da América. O refinamento, não totalmente novo, é o de que, para chegar a esses acordos, o Brasil deve buscar a “flexibilização” do Mercosul, privando-o de sua característica essencial de uma união aduaneira. Sem perceber que a motivação principal da integração é política – já que a Paz é o maior bem a ser preservado – os arautos da liberalização, sob o pretexto de aumentar nossa autonomia em relação aos nossos vizinhos, facilitando a abertura do mercado brasileiro, na verdade empurrarão os sócios menores (não em importância, mas em tamanho) para os braços das grandes potências. É de esperar que não venham a reclamar quando bases militares estrangeiras surgirem próximo das nossas fronteiras.
O segundo pilar do tripé, que está sendo gestado em gabinetes de peritos desprovidos de visão estratégica, consiste em tornar o Brasil membro pleno da OCDE, a organização que congrega primordialmente economias desenvolvidas. Essa atitude contraria a posição de aproximação cautelosa seguida até aqui e que nos tem permitido participar de vários grupos, sem tolher nossa liberdade de ação. A lógica para a busca ansiosa pelo status de membro pleno residiria na melhoria do nosso rating junto às agências de risco, decorrente do nosso compromisso com políticas de investimentos, compras governamentais e propriedade intelectual (entre outras) estranhas ao modelo de crescimento defendido por sucessivos governos brasileiros, independentemente de partidos ou de ideologias. O ganho no curto prazo se limitaria, se tanto, a um aspecto de marketing, e seria muito pequeno quando comparado com o custo real, representado pela perda de latitude de escolha de nossas políticas (industrial, ambiental, de saúde, etc.).
Finalmente – e esse é o aspecto mais recente da ofensiva pós-neoliberal – há quem já fale em ressuscitar a Área de Livre Comércio das Américas, cujas negociações chegaram a um impasse entre 2003 e 2004, quando ficou claro que os EUA não abandonariam suas exigências em patentes farmacêuticas (inclusive no que tange ao método para a solução de controvérsias) e pouco ou nada nos ofereceriam em agricultura. A Alca, tal como proposta, previa não apenas uma ampla abertura comercial em matéria de bens e serviços, de efeitos danosos para nosso parque industrial, mas também regras muito mais estritas e desfavoráveis aos nossos interesses do que as que haviam sido negociadas multilateralmente (isto é, no sistema GATT/OMC), inclusive por governos que antecederam ao do Presidente Lula. Tudo isso, sob a hegemonia da maior potência econômica do continente americano (e, por enquanto pelo menos, do mundo).
Medidas desse tipo não constituem ajustes passageiros. São mudanças estruturais, que, caso adotadas, alterariam profundamente o caminho de desenvolvimento que, com maior ou menor ênfase, sucessivos governos escolheram trilhar. Os que propugnam por esse redirecionamento de nossa inserção no mundo parecem ignorar que mudanças desse porte, sem um mandato popular expresso nas urnas, seriam não só prejudiciais economicamente, mas constituiriam uma violência contra a democracia. Evidentemente nosso governo não se deixará levar por pressões midiáticas, mas até alguns ardorosos defensores de um Brasil independente e soberano podem não ser de todo infensos a influências de intelectuais que granjearam alguma respeitabilidade pela obra passada. Daí a necessidade do alerta: “intelectuais progressistas, preparai-vos para o debate”. Ele vai ser duro e não se dará somente nos salões acadêmicos ou nos corredores palacianos. Terá que ir às ruas, às praças e às portas de fábrica.
(Texto de Celso Amorim, Carta Maior - 14 de abril de 2015)
Em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.
O termo “vitais” (linha 5) classifica-se como adjetivo e
significa necessários à manutenção da vida.
Circuito fechado
“Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talhares, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo,. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis, {...}”
RAMOS, Ricardo, In: JOSEF, Bella (org). os melhores contos de Ricardo Ramos. São Paulo: Global, 1998.
Julgue as assertivas com relação ao que se pede.
I. Em “vaso com plantas” a preposição que liga uma palavra à outra tem sentido de lugar.
II. Quando se diz “água fria, água quente” as palavras em destaques são adjetivos com ideia opostas.
III. As palavras “paletó, xícara e caneta” são classificadas, quanto à acentuação, respectivamente em oxítona, proparoxítona e paroxítona.
FOTOGRAFIA E AUTOIMAGEM
ELLEN PEDERÇANE
A fotografia há muito é um recurso de memória, seja de cunho coletivo, histórico, registro documental ou pessoal. É memória, testemunho de uma época, de um acontecimento ou apenas recordação de um momento importante de história pessoal/familiar. A cada dia expande seu campo de ação e amplia seus significados, valores e funções. Hoje, um peso que vem ganhando notoriedade é o da autocontemplação. Do indivíduo perdido nesse cotidiano acelerado do século XXI permitindo-se parar e se observar ao ser fotografado.
Com o surgimento da fotografia digital, a proximidade dela com a população ganhou uma nova perspectiva. E seja de forma artística ou comercial, a possibilidade de ser retratado por um profissional é maior hoje do que há 20 anos. E essa proximidade da fotografia com o cidadão comum, entre outros quesitos, tem cumprido esse papel reflexivo: quem somos em meio a toda essa loucura que vivemos. O quanto nos olhamos dentro desse furacão.
Um simples ensaio fotográfico pode mexer seriamente com nossa autoestima. Agora, a fotografia é a cura da baixa-estima? Não é isso. Todavia, uma nova relação consigo mesmo, com seu corpo, com sua imagem é um pontapé importante para esses encontros constantemente adiados entre nós e nós mesmos. Estar “confortável” dentro do corpo que possuímos é um passo importante na caminhada de descoberta das incontáveis belezas que carregamos dentro de nós.
Outro fator interessante que nasce dessa proximidade é a quebra (mesmo que ainda de forma tímida) de padrões. Propagandas, comerciais, cinema, tantas informações que nos dizem como nosso corpo deve ser, deixa tão distante de nós o direito de saber o valor, a beleza e sensualidade que todos carregamos. O crescimento do ensaio boudoir* toca especialmente nesse ponto. São pessoas descobrindo sua beleza, suas nuances, se deliciando por ser quem se é, com suas curvas, sem preocupação com a perfeição. É um ensaio extremamente delicado e de um resultado tão positivo. É um leve grito de resistência num mar de padrões hipócritas. Todos têm de conhecer e reconhecer sua beleza e celebrá-la a qualquer hora. Um ensaio com essas características tem um papel também social, psicológico, um olhar que trata de inserir as pessoas e não as excluir ainda mais.
Um trabalho sensível, delicado, que exige tato do profissional. Uma experiência especial para o retratado e para o fotógrafo. Trabalhar com público e padrões fica mais interessante quando a proposta é ir além do senso comum. Tocar vidas e colaborar, mesmo com uma pequena porcentagem, da relação de autoamor que o retratado vive é apenas incrível. É aquele bônus de fazer um bom trabalho. É o bônus de compreender esses novos papéis da fotografia na atualidade. É aquele bônus de se ter um trabalho humano, atencioso, buscando olhar além do que somos “treinados” a olhar.
* Boudoir: Ensaio fotográfico sensual que mostra a intimidade , muitas vezes, de forma despretensiosa, contribuindo para a melhora da autoestima e da afirmação do corpo.
Retirado e adaptado de: http://obviousmag.org/brincando_com_letras/2017/fotografia-e-autoimagem.html. Acesso em: 13 ago. 2018.
Leia, com atenção, a tirinha e informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma sobre as palavras e expressões dos textos dos diálogos.
( ) "Por favor" é uma locução adverbial.
( ) "Simplesmente" pertence à classe dos advérbios.
( ) Há um erro ortográfico na transcrição da fala do gato.
( ) A expressão "de propósito" corresponde a um adjetivo.
( ) "Você" é o único pronome presente na resposta do homem.
De acordo com as afirmações, a sequência correta é
Texto 14A15AAA
No que se refere aos aspectos linguísticos do texto 14A15AAA, julgue o item que segue.
A substituição do termo “do futuro”, em “modelos do futuro”
(l. 5 e 6), pelo adjetivo futuristas manteria os sentidos
originais do texto.
Texto
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os postes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”[...]
Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com a sua presença.
(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São
Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10)
Observe as frases abaixo:
O perigo nuclear iraniano
A revista mensal carioca
Nas frases há a presença de dois adjetivos de tipos diferentes; podemos deduzir que:
Texto CB2A1AAA
No período em que aparece, o vocábulo “cotidiana” (ℓ.39) expressa uma característica de “uma ordem imposta ou dominante” (ℓ.38).
Texto 1.
Observação
Vivemos tão apressados que estamos perdendo a habilidade de observar detalhadamente o que nos cerca. Por outro lado, somos tão bombardeados por imagens e por estímulos visuais que, para nos proteger do excesso, aprendemos a não perceber o que está em volta, aprendemos a nos proteger. Por isso, a propaganda fica cada vez mais agressiva. Os produtos precisam, a qualquer custo, chamar a atenção do possível comprador, até que sejamos capazes de “ver sem olhar”. Ou seja, mesmo sem estarmos interessados, não podemos escapar de perceber uma imagem de propaganda.
Isso nos tem levado à autoproteção ou a uma atitude passiva, já que não é preciso fazer nenhum esforço, pois a propaganda e as imagens se encarregam de nos invadir.
Entretanto, para apreciar a arte e saber ler imagens, uma primeira habilidade que precisamos renovar, estimular e desenvolver é a observação. Ela deve deixar de ser passiva para tornar-se ativa, voluntária: observo o que quero, porque quero, como quero, da forma que quero, quando quero observar.
Se pedirmos a um amigo que descreva alguém, ele pode dizer genericamente: alto, magro, de meia-idade: ou então ser bem específico: tem aproximadamente 1 metro e oitenta, é magro, está vestido com uma calça azul, camisa branca, tênis, jaqueta de couro marrom, tem cabelos escuros, encaracolados, curtos, olhos azuis, usa costeletas, tem um sinal escuro do lado direito do rosto e cerca de 40 anos.
Essa segunda descrição é mais detalhada e demonstra mais observação. Naturalmente, se eu estiver procurando tal pessoa, a partir dessa descrição detalhada, posso encontrá-la com mais facilidade.
OLIVEIRA, J. e GARCEZ, L. Explicando a Arte. Ed. Nova Fronteira. 2001.
Uma das classes de palavras mais frequentes em descrições é a dos adjetivos que podem indicar estados, características, qualidades ou relações.
Os adjetivos predominantes nos segmentos descritivos são os indicadores de
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.
As anatomias do belo
Ainda polêmico, o corpo livre sempre foi um dos elementos centrais para a produção artística, seja a serviço de padrões de beleza, seja para quebrá-los radicalmente
O corpo sempre esteve presente na arte, durante muito tempo por meio de representações que dizem bastante sobre a cultura de cada época e, também, sobre a maneira como enxergamos cada uma delas. Nas pinturas rupestres, por exemplo, as imagens ilustravam basicamente homens em lutas com animais. Eram quase dicas de sobrevivência. Naquela época, não existiam pretensões estéticas, mas hoje somos capazes de ver equilíbrio nos traços duros de uma realidade crua. Também aprendemos a apreciar as figuras humanas angulosas da Grécia antiga, reflexos de uma sociedade otimista, voltada para uma revolução filosófica e, aí sim, em busca de ideais de beleza.
Entre a violência de um e a harmonia de outro, a história da arte foi construindo o que seria a percepção da beleza através do corpo humano. Trata-se de um conceito largo mesmo, que trafega entre a barbárie e a civilização com uma facilidade enganosa: variações entre esses dois extremos estão no centro da discussão, atualíssima, de como o corpo pode expressar – ou não – o belo na arte.
Ato 1: No dia 19 de novembro de 1971, o artista norte-americano Chris Burden entrou na pequena galeria F Space, em Santa Ana, Califórnia, e se posicionou em frente a uma parede. A uma distância de cerca de quatro metros, seu assistente empunhou um rifle calibre 22 e disparou em sua direção. O plano era que o tiro pegasse de raspão o seu braço esquerdo, fazendo escorrer uma única gota de sangue. Um vermelho singelo e poético. Belo. Mas a bala acabou entrando na pele. No registro da performance, filmada em Super 8, vemos um Chris Burden assustado sair de cena.
Shoot era uma crítica aos tiroteios a que os norte-americanos assistiam diariamente na TV durante a Guerra do Vietnã. Mas foi além e garantiu ao artista um lugar de destaque entre aqueles que exploram os limites entre a arte e a vida, e questionam a repulsa ou a atração que situações extremas causam nas pessoas. Os espectadores podiam interromper o atirador a qualquer momento. Mas, como viria a acontecer outras vezes na arte, testemunharam tudo em silêncio. A possibilidade do sangue derramado se impôs como outro tipo de estética – a de uma beleza que nasce do terrível.
KATO, Gisele. Bravo. Disponível em: <http://bravo.vc/seasons/ s03e02/>. Acesso em: 28 nov. 2017 (Adaptação).
I. “[...] uma sociedade otimista [...]” II. “[...] uma revolução filosófica [...]” III. “Nas pinturas rupestres [...]”
São adjetivos considerados de relação os que aparecem nos excertos:
Leia o texto para responder a questão.
Mal-estar