Questões de Português - Adjetivos para Concurso
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alpendrão, e deu com Seu Tonho Inácio na cadeira de
balanço, distraído em trançar o lacinho de seis pernas
com palha de milho desfiada. A gente encontrava aquelas
5 trançazinhas por toda parte (...) - naqueles lugares onde
o velho gostava de ficar, horas e horas, namorando a
criação e fiscalizando a camaradagem no serviço. Com a
chegada do dentista, Tonho Inácio voltou a si da avoação
em que andava:
10 - Hã, é o senhor? Pois se assente ... Hum ... espera
que a Dosolina quer lhe falar também. Vamos até lá
dentro...
E entrou pelo corredor do sobrado, acompanhado do
rapaz.
15 Na sala - quase que sempre fechada, naturalmente
por causa disso aquele sossego e o cheiro murcho de
coisa velha - a mobília de palhinha, o sofá muito grande,
a cadeirona de balanço igual à outra do alpendre. Retratos
nas paredes: os homens, de testa curta e barbados, as
20 mulheres de coque enrolado e alto (...), a gola do vestido
justa e abotoada no pescoço à feição de colarinho. Povo
dos Inácios, dos Gusmões: famílias de Seu Tonho e Dona
Dosolina. Morriam, mas os retratos ficavam para os filhos
os mostrarem às visitas - contar como aqueles antigos
25 eram, as manias que cada qual devia ter, as proezas
deles nos tempos das primeiras derrubadas no sertão da
Mata dos Mineiros.
De seus pais, José de Arimatéia nem saber o nome
sabia.
30 Lembrava-se mas era só do Seu Joaquinzão Carapina,
comprido e muito magro, sempre de ferramenta na mão
- derrubando árvore, lavrando e serrando, aparelhando
madeira. (...) E ele, José de Arimatéia, menininho de
tudo ainda, mas já agarrado no serviço, a catar lascas e
35 serragem para cozinhar a panela de feijão e coar a água
rala do café de rapadura, adjutorando no que podia.
PALMÉRIO, Mário. Chapadão do Bugre. Rio de Janeiro: Editora Livraria
José Olímpio, 1966. (Adaptado)
apresentado abaixo.
Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções
aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco
temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes
manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a
canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando
uma densidade raramente obtida por nossos melhores
artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas
"menores", desempenham um papel fundamental na cultura
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente
menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação
artística nem sempre observada em seus congêneres
de outros quadrantes do planeta.
Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério
de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o
romance, a sinfonia, as "belas artes" em geral. O movimento é
dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se
geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, "lá"
também - onde quer que seja esse lugar - nunca floresceu uma
canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um
elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e
de melodia no Brasil.
Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente
tudo. No conto "Um homem célebre", ele nos mostra
Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas,
desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes
de imenso apelo popular. Morre consagrado - mas como autor
pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase
desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos
grandes artistas "menores" por excelência, Caetano sempre
soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]
O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando
para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o
caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir
da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa
carioca, recebendo status de futebol-arte.
Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope
de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o
Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das
imensas "qualidades artísticas" dos desfiles nacionais...
Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em
Formação da literatura brasileira ("Comparada às grandes, a
nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos
exprime."), pode-se arriscar que muito da produção artística
brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras
paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos
Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola - produtores
de "miudezas" da mais alta estatura. Afinal são eles, e não
outros, que expressam o que somos.
(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de
2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
O adjetivo flexionado de maneira idêntica ao do grifado acima está na expressão:
a alternativa abaixo em que o termo em negrito NÃO funciona como adjetivo é:
(Silvio Santos em entrevista ao Estadão em 1987. Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/silvio-santos-leia-entrevistaexclusiva-ao-estadao-em-1987-acho-que-sou-brega-em-qualquer-lugar/. Acesso em: 25 ago. 2024.)
Quanto ao uso dos adjetivos no trecho acima, assinale a alternativa correta.
Marque a opção em que a locução adjetiva não corresponde ao adjetivo.
Assinale a alternativa correta cuja palavra destacada seja um adjetivo simples e derivado.
Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 8.
Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras
1 Décadas atrás, quem dirigia pelas estradas brasileiras topava com placas de mensagens lúgubres
2 como “não faça do seu carro uma arma – a vítima pode ser você”.
3 As placas sumiram, mas as mortes no trânsito, não: são mais de 40 mil por ano, e crescendo. De 19
4 óbitos por 100 mil habitantes em 2009, o país passou para 23,4/100 mil em 2013, segundo relatório da
5 Organização Mundial da Saúde (OMS).
6 Correr demais ou usar o celular enquanto se dirige não são, porém, as únicas maneiras de fazer do
7 seu carro uma arma. São apenas as mais ruidosas, como sair dando tiros por aí. Basta ligar o motor
8 para fazer dele também uma arma química.
9 O cano de escapamento cospe uma série de compostos tóxicos, como os monóxidos de nitrogênio
10 (NO) ou de carbono (CO) e precursores de ozônio (O₃). Dali sai também material particulado, com
11 destaque para a poeira fina (PM2,5) que penetra até os alvéolos dos pulmões e faz estragos neles.
12 Não faltam pesquisas a mostrar que a poluição do ar está diretamente relacionada com mortes
13 prematuras causadas por doença cardíaca isquêmica (enfarte), derrame, doença pulmonar obstrutiva
14 crônica, câncer de pulmão, infecção respiratória aguda e pneumonia. Velhos e crianças pequenas são
15 as maiores vítimas.
16 O Banco Mundial estima que 2,9 milhões morrem antes da hora no mundo, todos os anos, por causa
17 da poluição do ar. A maior parte por cozinhar dentro de casa com lenha e carvão, como fazem 2,8
18 bilhões de pessoas, principalmente na África e no Sul da Ásia. Fora daí, as mortes por poluição do ar
19 se dão por força das emissões veiculares.
20 As cifras acabrunhantes estão na publicação “O Custo da Poluição do Ar”, que teve lançamento na
21 semana passada. Em anos de vida produtiva perdidos, isso custou à economia global, em 2013, a
22 bagatela de estimados US$ 225 bilhões.
23 Outra medida feita pelo Banco Mundial diz respeito à perda de bem-estar. Aqui, o valor monetário do
24 prejuízo é calculado por meio de metodologia diversa – quanto cada pessoa se disporia a pagar para
25 livrar-se do risco de morrer por aquela causa. Neste caso, o montante sobe para US$ 5,1 trilhões.
26 Estima-se que 87% da população mundial viva em áreas acima do máximo de concentração de PM2,5
27 recomendado pela OMS, de 10 microgramas por metro cúbico. A de ozônio vem caindo no mundo,
28 mas Brasil, China, Índia, Paquistão e Bangladesh viram-na aumentar entre 10% e 20%.
29 No que toca ao PM2,5, a média do Brasil se encontrava ligeiramente abaixo do recomendado pela OMS
30 em 2009, com 9,68 micrograma/m3. Em 2013, contudo, esse valor já se encontrava em 16,5
31 micrograma/m3.
32 As mortes decorrentes, segundo a estimativa do Banco Mundial, subiram de 59,6 mil para 62,2 mil ao
33 ano no intervalo. Em matéria de produtividade perdida, o custo foi de US$ 4,9 bilhões em 2013, ou R$
34 15,8 bilhões na taxa de câmbio atual.
35 Com transporte de massa eletrificado, seria possível matar três coelhos com um único golpe de
36 progresso tecnológico: diminuir os acidentes fatais, abater as mortes prematuras por poluição e ainda
37 mitigar o aquecimento global, pois os motores a explosão também emitem gases do efeito estufa.
38 Não há por que continuar indefinidamente com essa insanidade de ênfase no deslocamento individual
39 propelido a combustíveis poluentes. Melhor seria retomar as placas dos anos 1970, com uma pequena
40 adaptação: “Não faça de seu carro uma arma – o fóssil pode ser você”.
(LEITE, Marcelo. Poluição do ar tira R$ 15,8 bi anuais do Brasil com 62 mil mortes prematuras. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/marceloleite/2016/09/1812251-poluicao-do-ar-tira-r-158-bi-anuais-do-brasil-com-62-mil-mortes-prematuras.shtml>. Acesso em: 15 set. 2016.)
A estrutura grifada NÃO caracteriza o termo que a antecede em:
INSTRUÇÃO: Leia o fragmento abaixo e responda às questões de 01 a 03.
As empresas hoje precisam inovar se quiserem sobreviver. Isso vale especialmente para o setor de tecnologia, em que as mudanças são rápidas e transformam mercados inteiros. Mas a forma como as empresas inovam também importa. As lideranças e os empreendedores determinados devem ter foco nos objetivos e orientar uma boa equipe. Eles também devem ser adaptáveis e éticos. E devem querer quebrar as regras. Em outras palavras, eles precisam ser inovadores-ninja.
[...]
Ter um plano definido é essencial, contudo ele tem de ser uma estratégia viva. Mesmo a operação mais bem planejada pode ser alterada. Em um mundo tecnológico em mudança, os inovadores devem ser flexíveis e capazes de seguir o fluxo quando o cenário muda. Devem ainda agir com discrição, como os ninjas. Lançar um produto ou ideia inovadores requer tempo e os melhores sabem que não podem revelar seus planos.
(SHAPIRO, G. Uma forma ninja de inovar. In Revista Info, novembro de 2013.)
O adjetivo vai para o masculino plural, quando estiver posposto aos substantivos de gêneros diferentes aos quais se refere. Marque V para os trechos que exemplificam essa regra da escrita culta e F para os que não a exemplificam.
( ) Isso vale especialmente para o setor de tecnologia, em que as mudanças são rápidas e transformam mercados inteiros.
( ) As lideranças e os empreendedores determinados devem ter foco nos objetivos
( ) Lançar um produto ou ideia inovadores requer tempo e os melhores
( ) Em um mundo tecnológico em mudança, os inovadores devem ser flexíveis e capazes de seguir o fluxo quando o cenário muda.
Assinale a sequência correta.
Entre as substituições propostas, assinale aquela que é possível e adequada.
Assinale a frase que mostra um tipo de adjetivo diferente dos demais.
“Há poucos meses, ao aceno de uma revista americana, disputaram-se algumas delas a honra de serem escolhidas, como mocinhas de subúrbio querendo ser “misses”, e no fim apareceram numas fotos de publicidade comercial, prosaicamente usadas como joguetes de gringos espertos.”
O termo em negrito, delas destacado no fragmento retirado do texto, está CORRETAMENTE classificado em:
Coluna 1 Classes de palavras 1. substantivo / substantivo 2. adjetivo / adjetivo 3. substantivo / adjetivo 4. adjetivo / substantivo
Coluna 2 Palavras (retiradas do texto 2) ( ) “pessoas encarceradas” (1ª resposta) / “sistema carcerário brasileiro” (2ª resposta)
( ) ”tratamento dado aos presidiários” (1ª resposta) / “Construir presídios em detrimento da educação” (4ª resposta)
( ) ”no sistema carcerário brasileiro” (2ª resposta) / “o olhar dos brasileiros sobre a situação” (2ª resposta)
( ) ”favoráveis a penas alternativas” (3ª resposta) / “chamamos de populismo penal” (5ª resposta)
( ) “os prisioneiros forem tratados” (3ª resposta) / “A corrida para o aprisionamento” (4ª resposta)
( ) “O que acontece dentro das prisões” (2ª resposta) / “a situação do sistema prisional do país” (2ª resposta)
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
O que a Geração Z quer do trabalho? E por que saber isso é decisivo para o Brasil
Há uma equação a ser respondida urgentemente no Brasil. O que a Geração Z, nascidos entre 1997 e 2012, quer do trabalho? Apesar de o recorte geracional trazer de uma criança de 10 anos a um jovem adulto de 25, o tema será melhor afinado se ficarmos entre 16 e 25 anos. Inclui aqueles que saem do Ensino Médio até os que concluíram a universidade e entraram no mercado de trabalho. Em resumo: o que costumamos chamar de força produtiva, a próxima geração a ocupar os espaços profissionais e a construir os índices de riqueza e crescimento do país. No Brasil, representam 15% da população, cerca de 31 milhões de pessoas.
Conhecer profundamente esse contingente será decisivo num momento em que as transformações tecnológicas aceleram, em especial com avanços massivos em três grandes áreas: o 5G, a computação em nuvem e as soluções de Inteligência Artificial. Empregos e carreiras desaparecerão ou estarão sob soluções computacionais e robóticas. Por outro lado, novas habilidades comportamentais serão exigidas nas vagas ocupadas pelas pessoas.
Por isso, será decisivo estudar, conhecer e enxergar as expectativas dessa geração. Só com esse tipo de informação, poderemos debater políticas educacionais e profissionais que prevejam gargalos e escassez no médio prazo. Nos Estados Unidos, a National Society of High School Scholars realiza, sistematicamente, uma pesquisa para compreender jovens nessa faixa etária. No levantamento deste ano, 11,4 mil estudantes opinaram - 72% concluem o Ensino Médio entre este ano e os próximos dois. Os resultados levam a um perfil que, em termos produtivos, traz ingredientes que não eram decisivos para gerações anteriores. São respostas que valem ouro a empresas de ponta, porque são cruciais na atração e, especialmente, na manutenção de talentos.
De acordo com os autores da pesquisa, pode-se dizer que a Geração Z traz quatro pilares que aparecem o tempo inteiro nas respostas: desejo de equidade para todos, interesse crescente pelas áreas de saúde e carreiras de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, afeição pela aprendizagem e a ansiedade para viver um mundo pós-Covid. A questão da equidade, um clássico problema brasileiro, alastrou-se também pelos Estados Unidos, em especial após a crise imobiliária de 2008. Mais de um quinto (22%) disseram que as próprias experiências com desigualdade influenciaram na escolha da carreira, afirma o documento.
Para enfrentar o problema, eles acreditam que o papel de responsabilidade social e forma de impactar o
mundo positivamente está nas áreas de direitos humanos, justiça social, saúde e inovação tecnológica.
Curiosamente, a tecnologia será essencial nos campos do direito e da saúde. E, aqui, está a maior pista para
empresas e recrutadores: trata-se de uma geração que chega ao mercado esperando mais que sucesso,
oportunidades e desafios. Eles querem, também, flexibilidade de jornada, ambientes acolhedores e,
especialmente, uma causa e um propósito.
(Disponível em: O que a Geração Z quer do trabalho? E por que saber isso é decisivo para o Brasil (msn.com). Adaptado.)
Assinale a opção que contenha o número de artigo e de adjetivo, respectivamente.
TEXTO
Bom exemplo na saúde
O Estado de S.Paulo
9 de setembro de 2018
No que se refere aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto CG1A1-II, julgue o item a seguir.
O adjetivo “embriões” (terceiro período do terceiro
parágrafo) está empregado em sentido figurado, exprimindo,
no contexto, a noção semântica de “manifestação inicial”.