Questões de Português - Adjetivos para Concurso

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Q2382312 Português

Texto 01 para a questão.




O projeto de cada indivíduo pode ser traçado desde a infância, mas também pode ser construído ou modificado nas diferentes fases da vida. A ênfase existencialista se coloca no exercício permanente da liberdade da escolha e da responsabilidade individual na construção de um projeto de vida que dê significado às nossas existências até os últimos dias.




GOLDENBERG, Mirian. A Invenção de uma bela velhice.2021. p.48

Observe os termos destacados em maiúscula na coluna da direita e classifique-os numerando a segunda coluna de acordo com a primeira.


Imagem associada para resolução da questão



Assinale a alternativa que indica a sequência CORRETA.
Alternativas
Q2381105 Português
Texto 4



Os cobogós foram criados em 1929 na cidade do Recife, pensados para baratear as construções, garantir iluminação natural com ventilação constante também agregando beleza aos prédios e casas. Um dos primeiros projetos a utilizar a inovação foi a Caixa D’água de Olinda, de 1934. As peças ganharam o Nordeste e todo o país e viraram uma marca da arquitetura moderna brasileira.

Um comerciante português, um importador alemão e um engenheiro pernambucano foram os criadores do cobogó e o próprio nome resulta da junção das primeiras sílabas dos sobrenomes de cada um deles: Amadeu Coimbra, Ernst Boeckmann e Antônio de es. 



(https://revistacontinente.com.br/edicoes/161/cobogo-- elemento-chave-da-construcao-moderna)
“Um comerciante português, um importador alemão e um engenheiro pernambucano
As palavras sublinhadas são:
Alternativas
Q2380990 Português
A pele exige mais cuidados no verão



O verão é a estação das atividades e eventos ao ar livre. Por conta do aumento da exposição ao sol, aumentam também o risco de queimaduras, câncer da pele e outros problemas, já que nesta época a radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra. Por isso, não dá para deixar a fotoproteção de lado. Nós temos algumas dicas para aproveitar a estação mais quente do ano sem colocar a saúde em risco:


Roupas e acessórios: chapéus e roupas de algodão e linho, de preferência de cor escura, são capazes de bloquear a maior parte da radiação UV. Tecidos sintéticos, como o nylon, bloqueiam apenas 30%. As barracas usadas na praia devem ser feitas de algodão ou lona, materiais que absorvem 50% da radiação UV. Óculos de sol são também de extrema importância porque previnem catarata e outras lesões nos olhos. A aquisição de roupas de tecido com fator de proteção solar (anti-UV) é um bom investimento para o verão.


Filtro solar: o filtro solar deve ser aplicado diariamente nas partes do corpo que ficam expostas ao sol e não somente nos momentos de lazer, nos quais geralmente se expõe o corpo inteiro. Os produtos com fator de proteção solar (FPS) 30 ou superior são os mais indicados e devem ser reaplicados 20 minutos antes da exposição solar e a cada duas horas, dependendo da transpiração e da frequência nos mergulhos de mar ou piscina. Em crianças, deve-se iniciar o uso do filtro a partir dos seis meses de idade e ensinar os pequenos a manter o hábito na vida. Para eles, o protetor mais adequado são os feitos para pele sensível.


Hidratação: por dentro e por fora. Deve-se aumentar a ingestão de líquidos e abusar da água, do suco de frutas e da água de coco. Também é indicado usar um bom hidratante diário, que ajuda a manter a quantidade de água na pele. No banho, recomenda-se usar sabonetes compatíveis com o tipo de pele, porém, sem excesso. A temperatura da água deve ser fria ou morna, para evitar o ressecamento.


Alimentação: alguns alimentos podem ajudar na prevenção contra os danos solares. É o caso da cenoura, da abóbora, do mamão, da maçã e beterraba, pois contêm carotenoides – substância que se deposita na pele e tem importante ação antioxidante. Ela é encontrada em frutas e legumes de cor alaranjada ou vermelha. Vale aproveitar que no verão tendemos a comer de forma mais saudável, consumindo carnes grelhadas, alimentos crus e cozidos, frutas e legumes com alto teor de água e fibras e baixo de carboidrato. Esses alimentos ajudam na hidratação, na prevenção de doenças e a evitar os sinais de envelhecimento.


A combinação sol, areia, praia, piscina e excesso de suor elevam o risco de algumas doenças da pele, que encontram o cenário perfeito para se desenvolver. Entre as mais comuns estão: micoses, brotoejas, manchas e sardas, acne. Vale lembrar que ninguém está livre delas, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos. Para evitálas, a dica é usar roupas leves e soltas, não frequentar locais muito abafados e manter os hábitos de higiene – como secar-se bem após o banho em locais públicos. Também deve-se evitar a exposição solar entre 10 e 16 horas (horário de verão).



(https://sbdrj.org.br/a-pele-exige-maiscuidados-no-verao/ Acesso em 10/01/2024) 
Nas alternativas a seguir, indique a que apresenta uma locução adjetiva em destaque:
Alternativas
Q2380735 Português
Os adjetivos podem representar estados, qualidades, características e relações; assinale a frase abaixo que mostra um tipo de adjetivo diferente dos demais.
Alternativas
Q2380734 Português
Em todas as frases abaixo há um termo sublinhado, composto da preposição DE + substantivo; assinale a frase em que esse termo não deve ser substituído pelo adjetivo indicado.
Alternativas
Q2380697 Português

Quem tem medo que você mude?


Por Bruna Lombardi








(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/bruna-lombardi – texto adaptado especialmente para esta prova). 

Assinale a alternativa que indica a correta classificação morfológica dos termos sublinhados a seguir:


“É (1) claro que a gente queria manter (2) intactos (3) certos sentimentos”.

Alternativas
Q2378819 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I para responder à questão.


TEXTO I

Minha cachorra não sabe o que fizemos com o planeta


Giovana Madalosso


Eu e a minha cachorra costumamos sair para o nosso passeio noturno. Eu sei de quais canteiros ela mais gosta, que plantas prefere cheirar, por qual portão do prédio prefere voltar. Ela também me conhece. Caramba! A gente sabe que possivelmente esquecerei o controle remoto, que teremos que voltar pra pegar, que nessa hora direi algum palavrão em voz alta e, em algum momento, darei uma olhada no celular.


Ontem foi uma dessas noites em que saímos juntas. Quente demais para o mês de junho, eu usando uma blusa fina quando deveria estar de casaco. O que me fez pensar na crise climática. Segundo a ONU, os próximos cinco anos serão os mais quentes já registrados, com 98% de chance de que as temperaturas globais atinjam níveis recordes – e não, isso não é só devido ao El Niño.


Enquanto penso nisso, minha cachorra cheira o mato que cresce entre os paralelepípedos ao nosso redor, retardando ao máximo a sua volta para o apartamento. Puxo suavemente a sua coleira. É hora de ir.


Caminhamos em direção ao portão pelo qual ela prefere passar. Apalpo os meus diversos bolsos em busca do controle remoto. Trocamos um olhar, quem sabe até um sorriso maroto, o meu em forma de dentes, o dela em forma de rabo que abana, marcando uma possível consciência mútua do quanto sou atrapalhada, do quanto sempre demoramos para sair e para entrar.


De repente, me ocorre que ela sabe muito mais do que imagino. Talvez até perceba que o planeta está mudando, que há algo de estranho no ar mais quente e poluído.


Finalmente encontro o controle e entramos pelo portão, costuradas pelos nossos passos e pela certeza de que, conscientes ou não das mudanças ambientais, seguiremos juntas, seguiremos todos juntos, dividindo o mesmo presente, o mesmo futuro e o mesmo espaço – este planeta chamado Terra, para o qual ainda não descobriram um substituto.


FOLHA DE S.PAULO, 25 jun. 2023 (adaptado). 

“Caminhamos em direção ao portão pelo qual ela prefere passar. Apalpo os meus diversos bolsos em busca do controle remoto. Trocamos um olhar, quem sabe até um sorriso maroto, o meu em forma de dentes, o dela em forma de rabo que abana...”

Com relação às classes de palavras e às flexões presentes no fragmento transcrito, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.


(   )   Em “quem sabe até um sorriso maroto”, a palavra “maroto” expressa uma característica do substantivo “sorriso”.
(   )  No trecho “o dela em forma de rabo que abana...”, está correta a seguinte flexão para o plural: “em forma de rabos que abana...”
(   )  Nas frases “Caminhamos em direção ao portão” e Trocamos um olhar...”, os termos destacados pertencem à mesma classe gramatical.


Assinale a sequência correta. 
Alternativas
Q2376945 Português
Texto 2

Plataforma Reciclar pelo Brasil completa seis anos e
apresenta resultados expressivos relativos à logística
reversa 

    Lançado no dia 04 de outubro de 2017, o Reciclar Pelo Brasil – maior plataforma de reciclagem inclusiva do país – apresenta um crescimento significativo no setor da reciclagem, com impactos positivos nas cooperativas integrantes do programa e no sistema de logística reversa do Brasil. 

    A plataforma apresenta números expressivos relativos à logística reversa. Até hoje, foram recuperadas mais de 630 mil toneladas de resíduos, que deixaram de ir para lixões, aterros sanitários ou para o meio ambiente e que, pelo trabalho dos catadores de materiais recicláveis, retornaram à cadeia produtiva, gerando trabalho e renda para milhares de pessoas. 

O programa já atuou em cooperativas de 234 cidades e registra mais de 413 milhões em vendas de materiais recuperados pelas organizações vinculadas à plataforma, que é gerenciada pela ANCAT – Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis, com a parceria de 18 grandes empresas. 

    A cada fase do Reciclar pelo Brasil, se estabelecem novos desafios relacionados à conformidade das Organizações de Catadores. Muitas exigências (como um CNPJ válido, Licença Ambiental, Alvará de Funcionamento, Emissão de Notas Fiscais de Venda das Organizações, entre outros) foram alcançadas pelo trabalho de acompanhamento realizado pela Equipe Técnica da ANCAT. O objetivo é ampliar a quantidade de cooperativas atendidas e beneficiadas em novas cidades e regiões do país. 

Disponível em: https://ancat.org.br/plataforma-reciclar-pelo-brasil-completa-seis-anos-e-apresenta-resultados-expressivos-relativos-a-logistica-reversa/. Acesso em 02 de nov. 2023 (adaptado) 
Com base no texto “Plataforma Reciclar pelo Brasil completa seis anos e apresenta resultados expressivos relativos à logística reversa”, analise as afirmativas a seguir:
I. Em: “O objetivo é ampliar a quantidade de cooperativas atendidas e beneficiadas em novas cidades e regiões do país.”, os termos destacados, do país, podem ser classificados como uma locução adjetiva. 
II. Em: “Até hoje, foram recuperadas mais de 630 mil toneladas de resíduos, que deixaram de ir para lixões, aterros sanitários ou para o meio ambiente”, o termo destacado, meio ambiente, é um substantivo composto, cuja grafia pode ser registrada com ou sem o hífen.   
Marque a alternativa correta: 
Alternativas
Q2375644 Português

Os adjetivos, em língua portuguesa, podem indicar estados, características, qualidades e relações.


Assinale a frase em que o adjetivo sublinhado indica estado.

Alternativas
Q2375584 Português
Os adjetivos podem representar estados, características, qualidades ou relações; assinale a frase abaixo em que o adjetivo sublinhado indica uma qualidade. 
Alternativas
Q2374943 Português
       “Considerando a atenção que damos à aparência e a rapidez com que formamos — e mantemos — uma primeira impressão sobre os outros, seria natural presumir que a atração física é uma condição indispensável para um relacionamento dar certo. Mas, embora ela seja desejada, não é, segundo a Ciência, o fator mais importante para quem busca sua cara-metade.

        Aparência e sensualidade ocupam posições intermediárias nas sondagens sobre as características preferidas de pessoas que estão à procura de relacionamentos. Menos significativos ainda são fatores como sucesso material ou segurança financeira. Em vez disso, qualidades como [agradabilidade, extroversão e inteligência são consideradas mais importantes do que a atração física] para homens e mulheres, independentemente da orientação sexual. [...]”


PARK, William. Ser mais legal é mais atraente do que ser bonito? O que diz a Ciência. BBC Brasil, 07 de janeiro de 2024. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3g y93ym4r9o. Acesso em: 07 jan. 2024. 
Em que grau o adjetivo “importante” se encontra empregado no trecho entre colchetes presente no segundo parágrafo?
Alternativas
Q2374920 Português
Leia o texto e responda a questão.


A disciplina do amor

Lygia Fagundes Telles


      Foi na França, durante a Segunda Grande guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

      Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando àquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.

      Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando… Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
Considerando a história narrada, qual dos adjetivos abaixo melhor caracteriza o perfil do cachorro?
Alternativas
Q2374826 Português
Texto para a questão.

"Mussum, O Filmis‟ bate recorde de bilheteria e tem a maior estreia do cinema nacional em 2023

"Mussum, O Filmis‟ tornou-se a maior estreia do cinema brasileiro em 2023. De acordo com dados da Comscore, a obra arrecadou, na última quinta-feira (2) – data do primeiro dia de exibição –, cerca de R$ 640 mil em 400 salas de cinema espalhadas pelo país.

Já no seu primeiro fim de semana em cartaz, nos dias 4 e 5 de novembro, a produção faturou R$ 2 milhões. "Mussum, O Filmis‟ é estrelado por Ailton Graça, que faz o papel do humorista, ator e sambista.

O longa, que possui direção de Silvio Guindane, conta a vida do humorista Antônio Carlos, mais conhecido por interpretar o icônico personagem Mussum. No longa, para retratar a trajetória do ator, é mostrado, principalmente, os bastidores de Os Trapalhões, o sucesso do grupo Originais do Samba, a vida pobre, carreira militar e a relação de Antônio com a escola de samba Mangueira.

"Mussum, O Filmis‟ foi o grande vencedor do 51º Festival de Cinema de Gramado, levando seis Kikitos: Melhor Filme, Melhor Ator (Ailton Graça), Melhor Ator Coadjuvante (Yuri Marçal), Melhor Trilha Musical (Max de Castro), Melhor Filme do júri popular e Melhor Atriz Coadjuvante (Neusa Borges).

Assinale a alternativa que apresenta a identificação correta da classe gramatical da palavra destacada:
Alternativas
Q2374274 Português
          Minha empregada, Mme. Thérèse, que já ia se conformando em ser chamada de dona Teresa, caiu doente. Mandou-me um bilhete com a letra meio trêmula, falando em reumatismo. Dias depois apareceu, mas magra, mais pálida e menor; explicou-me que tudo fora consequência de uma corrente de ar. Que meu apartamento tem um courant d’air terrível, de tal modo que, __________ , chegando em casa, nem teve coragem de tirar a roupa, caiu na cama. “Dói-me o corpo inteiro, senhor; o corpo inteiro.”

       O mesmo caso, ajuntou, houve cerca de 15 anos atrás, quando trabalhava em um apartamento que tinha uma corrente de ar exatamente igual _____ essa de que hoje sou sublocatário. Fez uma pausa. Fungou. Contou o dinheiro que eu lhe entregava, agradeceu ______ dispensa do troco. Foi lá dentro apanhar umas pobres coisas que deixara. Entregou-me a chave, fez qualquer observação sobre o aquecedor _____ gás – e depois, no lugar de sair _____ rua, deixou-se ficar imóvel e calada, de pé, em minha frente.


(Rubem Braga, “Dona Teresa”. 200 crônicas escolhidas. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o primeiro termo destacado é um pronome com valor possessivo, e o segundo, um adjetivo.
Alternativas
Q2373859 Português
SONETO BUROCRÁTICO.


José Lino Grünewald


Salvo melhor juízo doravante,
Dessarte, data vênia, por suposto,
Por outro lado, maximé, isso posto,
Todavia deveras, não obstante


Pelo presente, atenciosamente,
Pede deferimento sobretudo,
Nestes termos, quiçá, aliás, contudo
Cordialmente alhures entrementes


Sub-roga ao alvedrio ou outrossim
Amiúde nesse ínterim, senão
Mediante qual mormente, oxalá quão


Via de regra tê-lo-ão enfim
Ipso facto outorgado, mas porém
Vem substabelecido assim, amém.


(Disponível em: https://antoniocicero.blogspot.com. Acesso em 20 nov. 2023)

O adjetivo presente no título
Alternativas
Q2373504 Português
TEXTO 1

Mais uma distorção: comunicar é o que importa

Marcos Bagno


        Existe na nossa cultura escolar, no que diz respeito ao ensino de língua, uma ideia muito entranhada e que precisa ser veementemente exposta e combatida. É a noção de que “o que importa é comunicar”, de que “se a mensagem foi transmitida, tudo bem”, e coisas assim. É fundamental deixar bem claro aqui que não, não e não — essa é uma visão muito pobre e mesquinha do que é a língua e dos mecanismos sociais que a envolvem. Repetir essa ideia é algo extremamente prejudicial para uma boa educação linguística.

             Essa ideia é uma deturpação violenta de teorias linguísticas sofisticadas que, lidas pela metade ou só na superfície (quando são lidas), se transformam em conceitos tomados como “verdades científicas” pelos que não se empenham em estudar mais a fundo. E, para piorar, serve de acusação contra os linguistas por parte de pessoas que pretendem, com isso, desqualificar o trabalho dos pesquisadores e tentar preservar a ferro e fogo uma concepção de “língua culta” obtusa, obscura e irreal.

            Essas pessoas alegam que, para os linguistas, “vale tudo”, que “o importante é comunicar”, que “não é preciso corrigir os alunos”, entre outras acusações injustas que não correspondem a nada que linguistas sérios já escreveram ou disseram em público. Para se opor, então, ao que os linguistas jamais disseram, os defensores de uma concepção de língua (e de sociedade) arcaica e pré-científica apregoam o “ensino da gramática” e a inculcação de uma escorregadia “norma culta”.

              A língua é muito mais do que um simples instrumento de comunicação. Ela é palco de conflitos sociais, de disputas políticas, de propaganda ideológica, de manipulação de consciências, entre muitas outras coisas. A manipulação social da língua nos leva a votar nessa ou naquela pessoa, a comprar tal ou qual produto, a admitir que determinado evento ocorreu de determinada maneira e não de outra, a aderir a uma ideia, a acreditar nessa ou naquela religião, e por aí vai, e vai longe...

             No mercado financeiro, por exemplo, tudo se faz por meio das palavras. Os títulos negociados na Bolsa de Valores não têm existência concreta, são mera abstração, dependem exclusivamente do que se diz ou do que se deixa de dizer: basta lançar um boato sobre uma empresa dizendo que ela está para falir, e o valor das ações despenca. O que alguns chamam de “invasão” (de terras, por exemplo) outros chamam de “ocupação” (de áreas improdutivas). Onde alguns falam de “terrorismo” outros preferem falar de “revolução”. Para os fiéis de uma determinada religião, certos atos são “pecados”, enquanto para os de outra são perfeitamente justificados e bem-vindos. O que o governo americano chamou de “Guerra do Iraque” muitos analistas classificam simplesmente de “invasão”, já que os iraquianos não fizeram nada contra os Estados Unidos.

          A língua é a nossa faculdade mais poderosa, é o nosso principal modo de apreensão da realidade e de intervenção nessa mesma realidade. Vivemos mergulhados na linguagem, não conseguimos nos imaginar fora dela — estamos mais imersos na língua do que os peixes na água.

              Além disso, a língua é um fator importantíssimo na construção da identidade de cada indivíduo e de cada coletividade. Ela tem um valor simbólico inegável, é moeda de troca, é arame farpado capaz de incluir alguns e excluir muitos outros. É pretexto para exploração, espoliação, discriminação e até mesmo massacres e genocídios, como já vem expresso num conhecido episódio bíblico.

        Numa guerra entre duas tribos de Israel, os galaaditas e os efraimitas, os primeiros se apoderaram dos vaus do Jordão, trechos rasos que podiam ser atravessados a pé. Quando alguém atravessava o rio, os galaaditas mandavam que pronunciasse a palavra shibboleth (“espiga”): na variedade linguística dos efraimitas, a palavra era pronunciada sibboleth, sem o “chiado” inicial. Quando ouviam essa pronúncia, os galaaditas “então os matavam nos vaus do Jordão. Caíram naquele tempo quarenta e dois mil homens de Efraim” (Juízes 12,4-6). Por isso o termo shibboleth é usado para designar qualquer elemento social empregado para discriminar ou mesmo exterminar uma pessoa ou grupo de pessoas.

              Portanto, não se pode admitir essa falácia de que “o importante é comunicar”. Abrir a boca para falar é se expor, inevitavelmente, aos julgamentos sociais, positivos e negativos, que configuram nossa cultura. Falar é comunicar, sim, mas não “transmitir uma mensagem” como ingenuamente se pensa: é comunicar quem somos, de onde viemos, a que comunidade pertencemos, o quanto estamos (ou não) inseridos nos modos de ver, pensar e agir do nosso interlocutor.

             Assim, numa sociedade como a brasileira, tradicionalmente excludente e discriminadora, é fundamental que a escola possibilite a seus aprendizes o acesso ao espectro mais amplo possível de modos de expressão, a começar pelo domínio da escrita e da leitura, direito inalienável de qualquer pessoa que viva num país republicano e democrático. A leitura e a escrita, o letramento, enfim, abre as portas de incontáveis mundos discursivos, aos quais os aprendizes só vão ter acesso por meio da escolarização institucionalizada.


(BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2011)
Considerando o processo de formação de palavras, o vocábulo “veementemente” é formado por
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Q2372512 Português
          Meu caro,

        Não pense que me esqueci das minhas obrigações, muito me aflige estar em dívida com você. Fiquei de lhe entregar os originais até o fim de 2015, e lá se vão três anos. Como deve ser do seu conhecimento, passei ultimamente por diversas atribulações: separação, mudança, seguro-fiança para o novo apartamento, despesas com advogados, prostatite aguda, o diabo. Não bastassem os perrengues pessoais, ficou difícil me dedicar a devaneios literários sem ser afetado pelos acontecimentos recentes no nosso país. Já gastei o adiantado que você generosamente me concedeu, e ainda me falta paz de espírito para alinhavar os escritos em que tenho trabalhado sem trégua. Sei que é impróprio incomodá-lo num momento em que a crise econômica parece não ter arrefecido conforme se esperava. Estou ciente das severas condições do mercado editorial, mas se o amigo puder me adiantar mais uma parcela dos meus royalties, tratarei de me isolar por uns meses nas montanhas, a fim de o regalar com um romance que haverá de lhe dar grandes alegrias.

     Um forte abraço.



(Adaptado de: BUARQUE, Chico. Essa gente. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, edição digital)
Derivação imprópria é um processo em que uma palavra muda de classe gramatical sem mudar de forma. Assim, observa-se esse processo no seguinte trecho:
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Q2371387 Português
O homem que devia entregar a carta


        Era sua primeira missão como office-boy. Estava com dezoito anos, mas não tinha conseguido nenhum outro emprego. Apesar dos jornais garantirem que não havia crise, ele simplesmente batera o nariz em dezenas de portas e tinha enfrentado filas até dois quilômetros. O patrão pediu que ele entregasse uma carta, com protocolo. E avisou: a pessoa que receber precisa assinar este papelzinho. Só entregue mesmo ao destinatário, a ninguém mais, esta carta é da maior importância.

        Foi. Ao chegar, verificou o endereço: era de um terreno baldio. Comparou, indagou. Não havia engano mesmo. O número correspondia ao terreno. Voltou ao patrão, contou.

          E o patrão: – Eu sei que é um terreno. Mas vão construir um prédio ali.

          – Vão? E o que faço?
          – Você entrega a carta, como mandei.

        O patrão era um homem ocupado, dispensou o boy. Ele voltou ao local. Nada. Um terreno sujo, cheio de mato. O que fazer? Sentou-se, pensando que se alguém chegasse por ali, poderia dar uma informação. No fim do dia, foi embora.

          Na manhã seguinte, ao subir no elevador, encontrou o patrão.

          – Como é, entregou a carta?
          – Não tem prédio nenhum lá.
          – Mas vão construir. Já conseguiram até financiamento da Caixa Econômica.

       O boy voltou ao terreno. Naquele e nos dias seguintes. Nas semanas e meses. E o patrão, já inquieto, querendo saber da carta, o boy mais inquieto ainda, já sem saber por que não construíam logo o tal edifício. Um dia, viu homens carpindo o mato. No outro dia, ergueram um tapume. Em seguida, instalaram placas. Logo vieram tratores e máquinas. Cavaram, cavaram, caminhões basculantes levaram a terra, chegou cimento, aço, pedras. As fundações ficaram prontas.

         E o boy ali, todos os dias, firme, à espera. Fazendo amizade com os operários, capatazes da obra, aprendendo como se mistura o cimento, como se processa a concretagem, acompanhando os andares que subiam, as lajes sendo terminadas.

            O prédio subiu. A esta altura, o patrão, irritadíssimo com o boy, ameaçava despedi-lo.

             – Que porcaria você é que nem consegue entregar uma carta?

           O boy, ferido no orgulho, plantou-se então, dia e noite, sentado num dos andaimes. Amigo de todos os operários, comia e bebia com eles, contava casos, ouvia histórias do Nordeste, lendas da Bahia, conhecia a miséria que ia pelo interior, os dramas de fome e doença, o abandono, a seca. A parte mais demorada, lenta. Colocar portas, janelas, armários, rebocar, passar massa corrida, pintar, instalar pias, torneiras, vasos, tacos. Então, a festa de inauguração, chope. E as faixas, os corretores ansiosos por enganar alguém com as compras maravilhosas que terminavam em pesadelo.

           As pessoas começaram a se mudar. Todos os dias, o boy batia à porta do apartamento 114. O destinatário ainda não tinha se mudado. Agora, o boy já tinha feito vinte anos e o patrão tinha lhe dado um prazo fixo, fatal, irreversível. Ou entregava a carta, ou era despedido.

           Ele batia à porta, ninguém atendia. Até que um caminhão trouxe mudanças para o 114. Mas a porta continuava fechada, muda.

             Batia, e nada.
          Uma tarde, abriram. Um senhor grisalho, ar sonolento. O boy, triunfante, estendeu a carta. O homem olhou o destinatário.
             – Não sou eu. Nem sei quem é.
             – Como? O senhor comprou o apartamento de alguém?
             – Não. Comprei na planta. Não teve nenhum dono antes de mim.
             – Que faço? – Passa na portaria, fala com o zelador.

       O boy passou, explicou a situação. O zelador apanhou um carimbo, bateu no envelope: destinatário desconhecido. E devolveu a carta ao boy.


(Ignácio de Loyola Brandão. In: Cadeiras Proibidas.)
Considerando os aspectos textuais, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Em “Ao chegar, verificou o endereço: era de um terreno baldio.” (2º§), a vírgula foi utilizada para separar adjunto adverbial deslocado.

( ) No trecho “Então, a festa de inauguração, chope.” (15º§), a expressão “de inauguração” evidencia função adjetiva.

( ) Em “Agora, o boy já tinha feito vinte anos e o patrão tinha lhe dado um prazo fixo, fatal, irreversível.” (16º§), a expressão destacada pode ser substituída, sem alteração semântica, por “havia de fazer”.

A sequência está correta em
Alternativas
Q2371383 Português
O homem que devia entregar a carta


        Era sua primeira missão como office-boy. Estava com dezoito anos, mas não tinha conseguido nenhum outro emprego. Apesar dos jornais garantirem que não havia crise, ele simplesmente batera o nariz em dezenas de portas e tinha enfrentado filas até dois quilômetros. O patrão pediu que ele entregasse uma carta, com protocolo. E avisou: a pessoa que receber precisa assinar este papelzinho. Só entregue mesmo ao destinatário, a ninguém mais, esta carta é da maior importância.

        Foi. Ao chegar, verificou o endereço: era de um terreno baldio. Comparou, indagou. Não havia engano mesmo. O número correspondia ao terreno. Voltou ao patrão, contou.

          E o patrão: – Eu sei que é um terreno. Mas vão construir um prédio ali.

          – Vão? E o que faço?
          – Você entrega a carta, como mandei.

        O patrão era um homem ocupado, dispensou o boy. Ele voltou ao local. Nada. Um terreno sujo, cheio de mato. O que fazer? Sentou-se, pensando que se alguém chegasse por ali, poderia dar uma informação. No fim do dia, foi embora.

          Na manhã seguinte, ao subir no elevador, encontrou o patrão.

          – Como é, entregou a carta?
          – Não tem prédio nenhum lá.
          – Mas vão construir. Já conseguiram até financiamento da Caixa Econômica.

       O boy voltou ao terreno. Naquele e nos dias seguintes. Nas semanas e meses. E o patrão, já inquieto, querendo saber da carta, o boy mais inquieto ainda, já sem saber por que não construíam logo o tal edifício. Um dia, viu homens carpindo o mato. No outro dia, ergueram um tapume. Em seguida, instalaram placas. Logo vieram tratores e máquinas. Cavaram, cavaram, caminhões basculantes levaram a terra, chegou cimento, aço, pedras. As fundações ficaram prontas.

         E o boy ali, todos os dias, firme, à espera. Fazendo amizade com os operários, capatazes da obra, aprendendo como se mistura o cimento, como se processa a concretagem, acompanhando os andares que subiam, as lajes sendo terminadas.

            O prédio subiu. A esta altura, o patrão, irritadíssimo com o boy, ameaçava despedi-lo.

             – Que porcaria você é que nem consegue entregar uma carta?

           O boy, ferido no orgulho, plantou-se então, dia e noite, sentado num dos andaimes. Amigo de todos os operários, comia e bebia com eles, contava casos, ouvia histórias do Nordeste, lendas da Bahia, conhecia a miséria que ia pelo interior, os dramas de fome e doença, o abandono, a seca. A parte mais demorada, lenta. Colocar portas, janelas, armários, rebocar, passar massa corrida, pintar, instalar pias, torneiras, vasos, tacos. Então, a festa de inauguração, chope. E as faixas, os corretores ansiosos por enganar alguém com as compras maravilhosas que terminavam em pesadelo.

           As pessoas começaram a se mudar. Todos os dias, o boy batia à porta do apartamento 114. O destinatário ainda não tinha se mudado. Agora, o boy já tinha feito vinte anos e o patrão tinha lhe dado um prazo fixo, fatal, irreversível. Ou entregava a carta, ou era despedido.

           Ele batia à porta, ninguém atendia. Até que um caminhão trouxe mudanças para o 114. Mas a porta continuava fechada, muda.

             Batia, e nada.
          Uma tarde, abriram. Um senhor grisalho, ar sonolento. O boy, triunfante, estendeu a carta. O homem olhou o destinatário.
             – Não sou eu. Nem sei quem é.
             – Como? O senhor comprou o apartamento de alguém?
             – Não. Comprei na planta. Não teve nenhum dono antes de mim.
             – Que faço? – Passa na portaria, fala com o zelador.

       O boy passou, explicou a situação. O zelador apanhou um carimbo, bateu no envelope: destinatário desconhecido. E devolveu a carta ao boy.


(Ignácio de Loyola Brandão. In: Cadeiras Proibidas.)
Quando se flexiona o grau de um adjetivo, evidencia-se a intensidade da qualidade que ele quer expressar. No caso do termo “irritadíssimo” (13º§), que representa a flexão do adjetivo “irritado”, foi empregado:
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: TJ-RJ Prova: FGV - 2024 - TJ-RJ - Mediador Judiciário |
Q2370277 Português
Os adjetivos podem representar estados, qualidades, características e relações; assinale a frase que mostra um tipo de adjetivo diferente dos demais. 
Alternativas
Respostas
661: B
662: E
663: B
664: C
665: E
666: D
667: C
668: D
669: A
670: E
671: A
672: D
673: A
674: A
675: A
676: A
677: A
678: C
679: A
680: B