Analise as proposições abaixo, que versam sobre os recursos ...
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Ano: 2024
Banca:
CPCON
Órgão:
Prefeitura de Matinhas - PB
Prova:
CPCON - 2024 - Prefeitura de Matinhas - PB - Professor de Educação Básica II - Língua Portuguesa |
Q2504840
Português
Texto associado
Após a leitura da crônica abaixo, responda à questão.
Um pé de milho
Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua, o que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais
importante da semana aconteceu com o meu pé de milho.
Aconteceu que, no meu quintal, em um monte de terra trazida pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de
capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa. Secaram as pequenas folhas; pensei que
fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente que aquilo era
capim. Quando estava com dois palmos, veio um outro amigo e afirmou que era cana.
Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança suas folhas além do
muro e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é
diferente. Um pé de milho sozinho, em um canteiro espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura,
é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto
comparações surrealistas – mas na lógica de seu crescimento, tal como vi numa noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo
empinado, de crinas ao vento – e em outra madrugada, parecia um galo cantando.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há
muitas flores lindas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar,
veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que me fazem bem. É alguma coisa que se afirma com ímpeto e
certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. Eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de
escrever: sou um rico lavrador da rua Júlio de Castilhos.
(BRAGA, Rubem, Melhores crônicas - Seleção Carlos Ribeiro. São Paulo: Global, 2013)
Analise as proposições abaixo, que versam sobre os recursos morfossintáticos e sua relação com o sentido do texto.
I- “Secaram as pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu.” - Período formado por três orações, que estão coordenadas - as primeiras assindéticas, e a última sindética. Das duas primeiras depreende-se o sentido de adição e da última em relação à anterior, de adversidade. II- “Sou um ignorante, um pobre homem da cidade [...] Eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da rua [...]” - Nesse fragmento, o uso dos adjetivos antepostos aos nomes leva à perda da função descritiva e ganho da função valorativa, com os respectivos sentidos (homem simples, homem comum e lavrador importante) III- “Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa”; “Há muitas flores lindas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda; “tal como o vi numa noite de luar” veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que me fazem bem”. - Todas as formas referenciais em destaque classificam-se morfologicamente como pronomes oblíquos e, quanto ao mecanismo de remissão, como anafóricas. IV- No texto, algumas formas referenciais presentes têm interpretação dependente da situação extralinguística. Assim, caracterizamse como dêiticas as seguintes formas: Eu nunca tinha visto (pronome pessoal); no meu quintal (pronome possessivo); Tinha visto centenas de milharais (verbo) e declarou desdenhosamente que aquilo era capim (pronome demonstrativo).
É CORRETO o que se afirma apenas em:
I- “Secaram as pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu.” - Período formado por três orações, que estão coordenadas - as primeiras assindéticas, e a última sindética. Das duas primeiras depreende-se o sentido de adição e da última em relação à anterior, de adversidade. II- “Sou um ignorante, um pobre homem da cidade [...] Eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da rua [...]” - Nesse fragmento, o uso dos adjetivos antepostos aos nomes leva à perda da função descritiva e ganho da função valorativa, com os respectivos sentidos (homem simples, homem comum e lavrador importante) III- “Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa”; “Há muitas flores lindas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda; “tal como o vi numa noite de luar” veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que me fazem bem”. - Todas as formas referenciais em destaque classificam-se morfologicamente como pronomes oblíquos e, quanto ao mecanismo de remissão, como anafóricas. IV- No texto, algumas formas referenciais presentes têm interpretação dependente da situação extralinguística. Assim, caracterizamse como dêiticas as seguintes formas: Eu nunca tinha visto (pronome pessoal); no meu quintal (pronome possessivo); Tinha visto centenas de milharais (verbo) e declarou desdenhosamente que aquilo era capim (pronome demonstrativo).
É CORRETO o que se afirma apenas em: