Questões de Português - Análise sintática para Concurso
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Leia o texto a seguir:
Juiz usa inteligência artificial para fazer decisão e cita jurisprudência falsa; CNJ investiga caso
Gabinete do magistrado fez pesquisa registrada em sentença no ChatGPT que, sem saber resposta, inventou precedentes e atribuiu ao STJ.
O Conselho Nacional de Justiça se deparou com o primeiro caso de uso de inteligência artificial na formulação de sentenças e se prepara para analisar o que pode ser um propulsor da regulação do uso dessas tecnologias no Judiciário.
A decisão de abrir uma investigação é do corregedor-nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão.
O juiz federal Jefferson Ferreira Rodrigues, hoje lotado no Acre, publicou uma sentença que continha trechos inteiros formulados pelo aplicativo de inteligência artificial ChatGPT.
Pior: os trechos copiados do aplicativo eram falsos, citavam informações inexistentes e incorretas.
O aplicativo foi usado, segundo consta na decisão do corregedor do CNJ que decidiu apurar o caso, para pesquisar a jurisprudência que daria base ao entendimento do magistrado sobre aquele caso.
E o ChatGPT apontou como base para a decisão entendimentos do Superior Tribunal de Justiça que simplesmente não existem.
O juiz tratou o caso como um erro corriqueiro e atribuiu a pesquisa a um servidor de seu gabinete.
Ele conseguiu enterrar o caso na corregedoria Federal, mas o CNJ decidiu avocar a apuração e iniciar um procedimento próprio.
Fonte: https://g1.globo.com/politica/blog/daniela-lima/post/2023/11/13/juiz-usainteligencia-artificial-para-fazer-decisao-e-cita-jurisprudencia-falsa-cnj-investigacaso.ghtml. Acesso em: 15 nov. 2023.
Em “O juiz federal Jefferson Ferreira Rodrigues, hoje lotado no Acre, publicou uma sentença que continha trechos inteiros formulados pelo aplicativo de inteligência artificial ChatGPT” (3º parágrafo), o elemento destacado introduz uma oração subordinada:
Maioria dos CEOs considera prioritário investimento em inteligência artificial, revela pesquisa
01 Pesquisa com mais de 1.300 CEOs pelo mundo mostra que a grande maioria deles (72%)
02 considera que o investimento em inteligência artificial (IA) é prioritário, mas 81% temem
03 problemas éticos e com a falta de regulação sobre o uso da tecnologia. Os dados são do relatório
04 “CEO Outlook 2023”, da consultoria KPGM.
05 O levantamento também mostra que 90% dos CEOs consideram premiar funcionários que
06 optarem por trabalhar presencialmente, dando tarefas melhores, aumentos e promoções.
07 Segundo a KMPG, 62% dos executivos gostariam que o modelo presencial fosse adotado nos
08 próximos três anos. É uma grande mudança em relação a 2022, quando apenas 34% queriam
09 isso (então a expectativa neste ano quase dobrou). Para 34% dos CEOS, os funcionários devem
10 ficar no modelo híbrido e somente 4% defendem o trabalho de forma totalmente remota.
11 A pesquisa aponta para as mudanças que a difu...ão de inteligência artificial (IA)
12 generativa pode ter nos ambientes de trabalho. Entre eles, 81% dos CEOs ouvidos expressaram
13 preocupação sobre como a falta de regulação da IA pode impedir o sucesso de suas empresas.
14 Eles citam também problemas éticos e de custo como preocupações para o uso de IA. Mas 77%
15 dizem que o grau de regulação de IA deveria emular aquele utilizado para compromissos
16 climáticos.
17 “CEOs estão cada vez mais con...ientes dos riscos éticos e da evolução rápida das
18 regulações ligados à IA generativa. Muitos estão tomando atitudes proativas para enfrentar esses
19 pontos”, afirma Steve Chase, vice-presidente de IA e Inovação Digital da KPMG, em trecho do
20 relatório.
21 Do total, 72% dos CEOs dizem que o investimento nesse tipo de tecnologia é prioritário,
22 apesar de incertezas econômicas. A maioria aponta ainda que está investindo mais na compra
23 de novas tecnologias (57%) do que no desenvolvimento de habilidades e capacitação de pessoal
24 (43%). Quando questionados sobre as vanta...ens da implementação de IA em suas
25 organizações, os CEOs citam o aumento de lucro, oportunidades de crescimento e de criação de
26 novos produtos como alguns dos principais ganhos.
(Disponível em: https://exame.com/inteligencia-artificial/maioria-dos-ceos-considera-prioritario-investimento-em-inteligencia-artificial-revela-pesquisa/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando o fragmento adaptado “Os CEOs expressaram preocupação”, assinale a alternativa correta.
Papos
- Me disseram...
- Disseram-me.
- Hein?
- O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
- Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
- O quê?
- Digo-te que você...
- O “te” e o “você” não combinam.
- Lhe digo?
- Também não. O que você ia me dizer?
- Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?
- Partir-te a cara.
- Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me.
- É para o seu bem.
- Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu...
- O quê?
- O mato.
- Que mato?
- Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
- Eu só estava querendo…
- Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo é elitismo!
- Se você prefere falar errado...
- Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me?
- No caso... não sei.
- Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
- Esquece.
- Não. Como “esquece”? Você prefere falar errado? E o certo é "esquece" ou “esqueça”? Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.
- Depende.
- Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-loias se o soubesses, mas não sabes-o.
- Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
- Agradeço-lhe a permissão para falar errado que me dás. Mas não posso mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
- Por quê?
- Porque, com todo este papo, esqueci-lo.
Luis Fernando Verissimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Considere as seguintes sentenças, retiradas do texto:
I. “Dispenso as suas correções.”
II. “Agradeço-lhe a permissão para falar errado que me dás.”
Em relação à regência, nas sentenças dadas, os verbos “dispensar” e “agradecer” são, respectivamente:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 31 a 35.
Misofonia: a doença que faz qualquer som virar um sofrimento físico
Para a maioria das pessoas, ouvir sons como o de uma pessoa respirando perto de você, cachorros latindo na vizinha ou qualquer outro ruído corriqueiro não costuma ser um grande problema. No entanto, há quem realmente fique louco só de ter que escutar esses mínimos barulhos por alguns segundos.
Ou seja, sons que outras pessoas nem notam podem causar uma crise sem precedentes para determinados indivíduos. O nome desse problema é misofonia, uma síndrome bastante rara que causa extrema sensibilidade a sons específicos, sendo mais comum em pessoas com certas condições de saúde prévias.
A misofonia é o nome da condição sofrida por pessoas que se afetam emocionalmente por alguns sons comuns no dia a dia, seja os exemplos citados anteriormente ou outros que parecem passar desapercebidos por outros indivíduos. Quando esse gatilho é acionado, é comum que o paciente crie uma resposta de luta ou fuga ao áudio que está ouvindo.
Isso pode ser manifestado por meio de ataques de raiva ou uma grande vontade de fugir daquele ambiente. Como a misofonia é uma síndrome pouco estudada pela medicina até hoje, não se sabe ao certo o quão comum ela de fato é. Contudo, é sabido que esse problema afeta alguns mais do que outros e pode causar isolamento social.
Pacientes que sofrem de misofonia se sentem envergonhados geralmente por suas reações e não costumam expressar isso para profissionais de saúde. No entanto, é válido destacar que esse é um distúrbio neurológico real e que compromete seriamente o funcionamento, a socialização e a saúde de um ser humano. Por fim, estima-se que tal síndrome costuma aparecer por volta dos doze anos de idade.
Com o passar dos anos, novas pesquisas têm surgido a respeito da misofonia para tentar identificar suas causas. Estudos conduzidos por pesquisadores britânicos em um grupo de vinte adultos que sofrem da síndrome e vinte e dois que não a possuem, mostram que os sintomas mais comuns são o desconforto com diferentes sons, sons universalmente perturbadores e sons neutros.
Sons de pessoas mastigando, respirando alto e choros de bebê aparecem como os mais incômodos para quem sofre com esse distúrbio. De acordo com os estudiosos, isso confirma que as pessoas misofônicas são muito mais afetadas por sons de gatilho específicos do que outros indivíduos, mas não se diferem tanto em relação a outros tipos de som.
Os estudos também mostram que esses pacientes apresentam sinais de estresse muito maiores — como aumento de suor e frequência cardíaca — aos sons desencadeantes de comer e respirar do que aqueles considerados comuns. Sensações de ansiedade ou pânico, incluindo sentimentos de estar preso ou perder o controle, também podem acontecer com frequência.
Para a sorte de quem é diagnosticado com misofonia, o futuro parece próspero. Atualmente, algumas clínicas de misofonia já existem nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo. Inclusive, tratamentos como distração auditiva, utilizando ruído branco, fones de ouvido, ou terapia cognitiva-comportamental mostraram algum sucesso na melhoria dos sintomas.
Misofonia: a doença que faz qualquer som virar um sofrimento físico - Mega Curioso. Adaptado.
O nome desse problema é misofonia, uma síndrome bastante rara.
Sintaticamente, é correto afirmar que:
Leia atentamente o texto a seguir e responda às questões de 1 a 10.
“Detox digital” reduz não só as emoções negativas, mas também as positivas
Dar um tempo das redes sociais – o popular "detox
digital" – traz benefícios para a redução de sentimentos
negativos que já foram amplamente descritos pelos
cientistas. Agora, um novo trabalho mostra que o
5 distanciamento dessas plataformas também pode
diminuir, simultaneamente, as emoções positivas dos
usuários.
Se por um lado a abstinência dos aplicativos ajuda a
reduzir as experiências negativas – como comparação
10 social, comentários depreciativos e até bullying –, por
outro, o jejum também minora ações que trazem
sensações de recompensa social, como likes, crescimento
do número de seguidores e mensagens positivas.
O resultado surpreendeu os próprios cientistas
15 responsáveis pelo estudo, que descreveram a situação
como inesperada.
"Acreditamos que isso [diminuição dos sentimentos
positivos dos participantes] se deve a uma ‘perda’ de
experiências socialmente gratificantes das redes sociais",
20 explica um dos autores do trabalho, Niklas Ihssen, que é
professor do departamento de psicologia da Universidade
de Durham, no Reino Unido.
"As nossas descobertas sugerem que as redes
oferecem recompensas sociais poderosas, e a abstenção
25 pode, portanto, levar a alguma redução das emoções
positivas, porque essas recompensas já não estão
disponíveis", diz o cientista.
O artigo, publicado na última quarta-feira (8) na
revista especializada PLoS One, tentou compensar ainda
30 um outro desequilíbrio frequente em pesquisas que
avaliam as emoções dos usuários: o recurso exclusivo a
questionários em que os próprios participantes mensuram
e descrevem seus sentimentos.
Em muitos dos trabalhados dessa área, a
35 autoavaliação dos voluntários é a principal ferramenta
para medir os efeitos psicológicos.
Para ultrapassar isso, os cientistas optaram por
mesclar esses questionários com diversas abordagens,
incluindo experiências em laboratório. O objetivo principal
40 era captar certas consequências implícitas da abstinência
das redes.
"Um dos desafios é acompanhar, de uma forma
realista, os efeitos da redução do consumo [das redes
sociais]. Entre outras técnicas, utilizamos para isso um
45 método denominado ‘avaliação ecológica momentânea’.
Nele, os participantes recebem miniquestionários em seus
smartphones em vários momentos do dia, permitindo uma
avaliação mais naturalista do humor e dos
comportamentos", descreve Niklas Ihssen.
50 ____ Além das pequenas pesquisas, havia ainda uma
avaliação maior. Por volta das 21h30 de cada dia do
experimento, o grupo avaliado respondia a um
questionário mais abrangente.
Ao longo do trabalho, os voluntários tiveram de fazer
55 visitas também a um laboratório da Universidade de
Durham, onde foram realizados testes mais aprofundados
que mensuravam outras componentes, como percepção
temporal e de esforço e a reação a estímulos.
Durante todo o estudo, os participantes tiveram uma
60 ferramenta que monitorava o tempo de uso das telas.
Embora tenham sido orientados a não entrarem nas redes
sociais e a desabilitarem as notificações, eles não
precisaram deletar os respectivos aplicativos do celular.
Segundo os autores, manter os apps nos dispositivos
65 contribui para evitar que o grupo estudado usasse outros
dispositivos para acessar as redes. Essa configuração
permitiu ainda que os cientistas identificassem eventuais
"recaídas" no uso das ferramentas.
No próprio experimento, aliás, vários participantes
70 não conseguiram manter o detox total. Apenas 7 dos 51
envolvidos conseguiram ficar completamente abstêmios
durante os sete dias determinados. A maioria, porém,
reduziu drasticamente o uso.
A própria ideia de ter de ficar sem redes sociais já foi
75 o suficiente para, de acordo com os cientistas, dificultar o
recrutamento para o experimento.
"Os participantes precisavam estar preparados para
se absterem das redes sociais durante uma semana, e
muitos fatores podem ter inicialmente dissuadido os
80 indivíduos de fazerem isto, incluindo o chamado FOMO
[‘fear of missing out’, ou medo de perder algo, na sigla em
inglês]", diz o autor.
Segundo Niklas Ihssen, embora a abstinência total
tenha se mostrado difícil, a maioria dos envolvidos pode
85 diminuir consideravelmente o tempo passado nas redes,
saindo de uma média de 3 a 4 horas diárias para cerca de
30 minutos durante o experimento.
O estudo mostrou ainda que, de uma maneira geral,
os participantes também não tiveram manifestações
90 relevantes de sintomas relacionados à síndrome de
abstinência.
"Em última análise, os nossos resultados implicam
que é possível reduzir substancialmente o uso das redes
sociais sem ter efeitos colaterais significativos no humor e
95 em outros processos psicológicos. Ao mesmo tempo,
parece difícil abster-se completamente", completa o
autor.
(Giuliana Miranda.
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/11/detox-digital-reduz-naoso-as-emocoes-negativas-mas-as-positivas-tambem.shtml. 16.nov.2023)
Assinale a alternativa em que o termo indicado exerça função sintática distinta da das demais.