Questões de Português - Artigos para Concurso

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Q1107394 Português
Analise esta frase de Santo Agostinho.

“Não
se aprende pelas palavras, que repercutem exteriormente, mas pela verdade, que ensina interiormente.”

Após essa análise, assinale a alternativa
CORRETA.
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Q1105818 Português
Analise o trecho a seguir. “Eu quero que risque o meu nome da sua agenda Esqueça o meu telefone, não me ligue mais Porque já estou cansado de ser o remédio Pra curar o seu tédio, quando seus amores não lhe satisfaz” Telefone Mudo – João Batista De Oliveira / Manoel Pereira.
O trecho em questão apresenta um desvio da norma-padrão da língua portuguesa, corretamente identificado em
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Q1104027 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.

Texto I

Quem vive no interior está mais satisfeito com a vida, segundo pesquisa

Se até pouco tempo atrás as pessoas costumavam sair das cidades pequenas para viver nas grandes metrópoles, isso vem mudando cada vez mais. Muita gente tem feito o caminho inverso, em busca de maior qualidade de vida. E, segundo uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que calcula o índice de satisfação das pessoas com a vida, quem mora no interior é realmente mais feliz!
Em uma escala que vai de 0 a 100, o índice atingiu os 66,9 pontos para quem vive no interior, 64,7 pontos para quem vive nas capitais e 62 pontos para quem reside nas periferias. Além do mais, quem vive no interior tem menos medo de perder seu emprego, segundo essa mesma pesquisa.
Para algumas pessoas, viver no interior e nas cidades menores não é possível, por causa de seus empregos, mas cada vez mais as pessoas vêm mudando de vida, encontrando soluções e indo em busca de uma vida mais simples, mais saudável, barata e feliz!

Disponível em: <http://razoesparaacreditar.com/cidadania/quem-vive-interior-satisfeito-vida-pesquisa/>. Acesso em: 15 jan. 2017. 
Leia, a seguir, o trecho que foi retirado do texto. “Muita gente tem feito o caminho inverso, em busca de maior qualidade de vida.” Sobre essa frase, assinale a alternativa CORRETA.
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Q1093516 Português
    
No que se refere ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.
O emprego do acento grave, indicativo de crase, em “às doenças periodontais” (linhas 23 e 24), justifica‐se pela regência do termo “susceptibilidade” (linha 23) e pela presença do artigo definido que determina o substantivo “doenças” (linha 24).
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Q1086762 Português
TEXTO

        Em um ponto qualquer da praia de Copacabana, o ônibus para, saltam dois rapazes e uma moça, o senhor de idade sobe e inadvertidamente pisa o pé de um sujeito de meia-idade, robusto, muito satisfeito com a sua pessoa. O senhor vira-se e ia pedir desculpas, quando o tal sujeito lhe diz quase gritando: - Não sabe onde pisa, seu calhorda? O senhor de idade não contava com aquela brutalidade e fica surpreso. O outro carrega na mão, acrescentando: - Imbecil! Reação inesperada do senhor de idade que responde: - Imbecil é a sua mãe! Enquanto isso, todos os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa, provavelmente só desaforo grosso, mas quem sabe? Talvez umas boas taponas... Diante do ultraje atirado à genitora, o sujeito suficiente, em vez de taponas que a maioria dos passageiros esperava, ou de puxar da faca ou revólver, pergunta indignado ao senhor de idade: - Sabe com quem está falando? Mas o senhor de idade não era sopa e retrucou: - Estou falando com um homem, parece... – Está falando com um delegado! O senhor está preso! – Isso é o que vamos ver! O sujeito seria mesmo um delegado? Era a pergunta que todos os passageiros se faziam. Ai deles, era! E resultado: o delegado voltou-se para o motorista e ordenou: - Entre pela rua Siqueira Campos e vamos para o distrito! Os passageiros ficaram aborrecidíssimos com aquela brusca mudança de itinerário, mas não protestaram. O ônibus para à porta da delegacia, salta o senhor de idade, salta o delegado, e este fala ao sentinela: - Leve preso este sujeito por desacato à autoridade! Nisto o senhor de idade puxa a caderneta de identificação e diz ao soldado: - Eu sou o general. Prenda este atrevido! O general volta ao ônibus, comanda ao motorista: - Vamos embora! O motorista “pisa”. Os passageiros do ônibus batem palmas.
(BANDEIRA, Manuel. Sabe com quem está falando? Poesia
completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990. P672-674
(Adaptado) . 
O emprego dos artigos destacados em “Em um ponto qualquer da praia de Copacabana, o ônibus para” ressalta, respectivamente: 
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Q1084348 Português

O pensamento correto nos leva

à fala e à ação corretas.

        Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em contato com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar conscientemente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser. Consciente de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade do que é, no agora, no aqui. 

De acordo com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa que classifica, correta e respectivamente, os termos destacados na frase a seguir “tranquilizamos o processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou”.
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Q1078565 Português

Garantir os direitos da pessoa idosa é dever de todos

                                                                                           

03/10/2015 06:00


      Dados do IBGE indicam que a expectativa de vida do brasileiro, que no ano 2000 girava em torno de 70 anos, passou para 75 em 2015 e deverá aproximar-se dos 79 em 2030. A previsão, portanto, é de crescimento proporcional constante dessa parcela da população, situação que exige a conscientização de todos para a garantia dos direitos da pessoa idosa. No mês em que se comemora o Dia do Idoso, o MP-PR lembra que desde a atenção e o amor da família até a implantação de políticas públicas para os idosos, a defesa de seus direitos é dever de todos. No Brasil, além das determinações constitucionais quanto aos direitos e garantias fundamentais que abrangem todos os cidadãos, o principal instrumento legal para a proteção específica desse segmento da população é o Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 1º. de outubro de 2000). Em seu artigo 3º, o Estatuto estabelece que “é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.

Dever de amor – Em que pese a explícita prioridade que a legislação dá para a proteção a essa parcela da população, para a promotora de Justiça Terezinha Resende Carula, da 1ª. Promotoria de Defesa dos Direitos dos Idosos de Curitiba, o dever que os filhos têm de cuidar dos idosos da família “vem antes do dever legal”. “É dever da consciência, de solidariedade humana”, resume. No trabalho cotidiano, ela se depara com muitos casos de abandono e falta de cuidado aos idosos por parte dos próprios familiares. Diante disso, a promotora questiona, com indignação: “É possível imaginar que um filho não tenha consciência de que deve amparar o pai ou a mãe na velhice? Do ponto de vista da consciência humana, é um sentimento elementar”. E, a partir da experiência no dia a dia, declara: “O que mais espanta é a falta de amor. Quando a pessoa é chamada a cumprir a lei, é porque não cumpriu antes seu dever de amor”. A diretora do Asilo S. Vicente de Paulo, em Curitiba, Marilene Duarte, acredita que a sociedade precisa ter um olhar mais voltado para a pessoa idosa. “Vivemos numa sociedade excessivamente individualista, e o idoso acaba sofrendo muito com isso.” Ela cita especialmente o problema da solidão e do abandono. Diz que o fato de existir atualmente uma legislação de proteção aos direitos da pessoa idosa é um benefício importante e que há hoje um respeito um pouco maior da sociedade em relação às pessoas mais velhas, mas ainda insuficiente (...).

    Na luta diária pelos direitos do idoso, a promotora Terezinha Carula conta que cada vitória é importante. “Quando conseguimos dar uma solução acertada a uma situação, é tão gratificante que toda a equipe tem uma festa no coração. Ganhamos o dia, o mês, o ano. Porque é muito triste quando nos deparamos com o desamor, a falta de afeto, de compromisso com a própria mãe ou pai. É triste constatar que isso existe. Daí a importância da atuação do MP como substituto processual do idoso para ampará-lo e protegê-lo quando quem deveria fazer isso antes de qualquer outro se omite”. Para a promotora, a falta de vínculo afetivo é a causa principal de grande parte das situações de abandono familiar. “Uma boa base familiar, permeada de amor, afeto, respeito e compreensão certamente levará a que dificilmente haja problemas dessa natureza”.


Texto adaptado – fonte: http://www.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=5731

Assinale a alternativa em que se encontram destacados os termos que funcionam, respectivamente, como artigo, verbo e advérbio.
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Q1076034 Português

Texto 1


Uma propaganda sobre o aniversário de um programa de notícias diz o seguinte:

O maior programa brasileiro de notícias completa 40 anos

A história de quatro décadas do programa registra os fatos mais relevantes da história mundial, bem como as evoluções tecnológicas e de tratamento de informação que vêm transformando as comunicações em todo o mundo. 

“...que vêm transformando as comunicações em todo o mundo”.

Nessa frase do texto 1, empregou-se corretamente o artigo definido após o pronome indefinido todo; a frase abaixo em que esse emprego também está correto é:

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Q1068397 Português
Assinale a alternativa em que há artigo definido:
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Q1065132 Português

                                    Falso mar, falso mundo


      O mundo anda cada vez mais complicado, o que não é bom. O frágil corpo humano não foi feito para competir com a máquina, conviver com a máquina e explorá-la. A cada adiantamento técnico-científico, o conflito fica mais duro para o nosso lado.

      Mas nesta semana vi na TV uma reportagem que me horrorizou como prova de que, a cada dia, mais renunciamos às nossas prerrogativas de seres vivos e nos tornamos robotizados. Foi a “praia artificial” no Japão (logo no Japão, arquipélago penetrado e cercado de mar por todos os lados!).

      É um galpão imenso, maior que qualquer aeroporto, coberto por uma espécie de cúpula oblonga, de plástico. E filas à entrada, lá dentro um guichê, o pessoal paga a entrada, que é cara, e some. Deve entrar no vestiário, ou antes, no despiário, pois surgem já convenientemente seminus, como se faz na praia. Pois que debaixo daquele imenso teto de plástico está um mar, com a sua praia. Mar que, na tela, aparece bem azul com ondas de verdade, coroadas de espuma branca; ondas tão fortes que chegam a derrubar as pessoas e sobre as quais jovens atletas surfam e rebolam. E um falso sol, de luz e calor graduáveis; e a praia é de areia composta por pedrinhas de mármore.

      Não sei se pelo comportamento dos figurantes, a gente tinha a impressão absoluta de que assistia a uma cena de animação figurada em computador. A única presença viva, destacando-se no elenco de bonecos, era a repórter, apresentadora do espetáculo. Já se viu! Se fosse uma honesta piscina de água morna, tudo bem. Mas fingir as ondas, falsificar um sol bronzeando, de trinta e cinco graus, e toda aquela gente se deitando com a simulação e depois voltando para a rua vestida nos seus casacos! Me deu pena, horror, sei lá. Aquilo não pode deixar de ser pecado. Falsificar com tanta impudência as criações da natureza, e pra quê!

(Adaptado de: QUEIROZ, Rachel. Melhores crônicas. São Paulo: Global Editora, 1994, edição digital) 

O frágil corpo humano não foi feito para competir com a máquina, conviver com a máquina e explorá-la. A cada adiantamento técnico-científico, o conflito fica mais duro para o nosso lado. (1° parágrafo)


Os elementos sublinhados acima constituem, respectivamente: 

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Q1061986 Português

Todo filho é pai da morte de seu pai

Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete. E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:

— Deixa que eu ajudo.

Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.

Aninhou o pai. Acalmou o pai.

E apenas dizia, sussurrado:

— Estou aqui, estou aqui, pai!

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.

(Autor desconhecido. Disponível em: http://www.contioutra.com/todo-filho-e-pai-da-morte-de-seu-pai/. Acesso em: 27/12/2016.)

Quanto à classe de palavras, analise os termos sublinhados no seguinte trecho: “Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes” (13º§). De acordo com o contexto, os termos sublinhados são classificados, respectivamente, como:
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Q1037029 Português

1.      A bela cidade de Praga é um monumento a Franz Kafka, o mais ilustre de seus escritores. Toma todo um dia visitar as esculturas a ele dedicadas, as casas onde viveu, os cafés que frequentava.

2.      Comove-me ver, no Museu Franz Kafka, sua Carta ao Pai, que nunca enviou. Essa longa carta foi a primeira coisa que li dele. Eu me dava muito mal com meu pai, de quem tinha medo, e me identifiquei com o texto desde as primeiras linhas, sobretudo quando Kafka acusa seu progenitor de ter feito dele um homem inseguro, desconfiado da sua própria vocação.

3.      Recém-formado, Kafka começa a trabalhar numa companhia de seguros, afirmando que esse trabalho matará sua vocação; como poderia chegar a ser um escritor alguém que dedica tantas horas a um afazer alimentício? Todos os escritores se fizeram perguntas parecidas. Mas este fez o que a maioria deles não faz: escrever em todos os momentos livres que tinha, e, embora tenha publicado pouco em vida, deixar uma obra de longuíssimo fôlego.

4.      Nada me parece mais triste que alguém que, como Kafka, foi capaz de escrever tantos livros jamais tenha sido reconhecido enquanto vivia, e só postumamente se notasse que foi um dos grandes. O pedido a seu amigo Max Brod para que queimasse seus inéditos revela que acreditava ter fracassado como escritor, embora talvez restasse alguma expectativa otimista, porque, do contrário, ele mesmo os teria queimado.

5.      A propósito de Max Brod, um dos poucos contemporâneos que acreditavam no talento de Kafka, há agora uma retomada dos ataques que já lhe fizeram no passado. Que injustiça! O mundo deveria estar grato a Max Brod, por ter, em vez de acatado a decisão do amigo a quem admirava, salvado para os leitores do futuro uma das obras mais originais da literatura.

6.      Hermann Kafka, o destinatário da carta que seu filho nunca lhe enviou, não teve contato nenhum com a literatura. Dedicou-se ao comércio, abrindo lojas que tiveram certo êxito e elevaram os níveis de vida da família.

7.      O melhor amigo de Kafta foi sem dúvida Max Brod, que, naqueles anos, já havia publicado alguns livros. Foi um dos primeiros a perceber o gênio do escritor e o estimulou sem trégua a acreditar em si mesmo, algo que efetivamente ocorreu, pois Kafka, quando escrevia, perdia a insegurança da qual sempre padeceu e se tornava um insólito inventor de pessoas e histórias.

        (Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. 19/5/19. Disponível em: brasil.elpais.com

Foi um dos primeiros a perceber o gênio do escritor e o estimulou sem trégua a acreditar em si mesmo (7° parágrafo)


Os termos sublinhados acima constituem, respectivamente:

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Q1026953 Português

                                        A dor do mundo


      Por muito tempo achei – escrevi e disse – que os males humanos foram sempre mais ou menos, e que a loucura toda já contamina o nosso café da manhã pelo universo cibernético. As aflições, as malandragens, as corrupções, os assassinatos absurdos, os piores aleijões morais, tudo é meu, seu, nosso pão de cada dia. Mas, de tempos para cá, comecei a achar que era lirismo sentimental meu. Estamos bem piores, sim. Por sermos mais estressados, por termos valores fracos, tortos ou nenhum, porque estamos incrivelmente fúteis e nos deixamos atingir por qualquer maluquice, porque até nossos ídolos são os mais transtornados, complicados. Nossos desejos não têm limite, nossos sonhos, por outro lado, andam ralinhos. Temos manias de gourmet, mas não podemos comer. Vivemos mais tempo, mas não sabemos o que fazer com ele. Podemos ter mais saúde, mas nos intoxicamos com excesso de remédios. Drogas habituais não bastam, então usamos substâncias e doses cavalares.

      A sexualização infantil é um fato e começa em casa com mães amalucadas e programas de televisão pornográficos a qualquer hora do dia. O endeusamento da juventude a enfraquece, os adolescentes lidam sozinhos com a explosão de seus hormônios e a permissividade geral que anula limites e desorienta. A pressão social e até a insistência de governantes nos impõem o deus consumo, que nos deixa contentes até as primeiras, segundas, definitivas dívidas baterem à porta: a gente abre, e está atolado até o pescoço.

      Uma cantora pop, que me desinteressava pela aparência e por algumas músicas, morre, mata-se, por uso desmedido de drogas (álcool sendo uma delas) aos 27 anos. Logo se exibe (quase com orgulho, ou isso já é maldade minha?) uma lista de brilhantes artistas mortos na mesma idade pela mesma razão. Nas homenagens que lhe fizeram, de repente escuto canções lindas, com uma voz extraordinária: mais triste ainda, pensar que esse talento se perdeu. Um louco assassino prepara e executa calmamente a chacina de dezenas de crianças e adolescentes num acampamento em ilha paradisíaca das terras nórdicas, onde o índice de desenvolvimento humano é o maior do planeta, e quase não existe a violência, que por estas bandas nos aterroriza. Explode edifícios, depois vai até a ilha, mata todo mundo, confessa à polícia que fez coisas atrozes, mas que “era necessário”, e que não aceitará a culpa.

      Viramos assassinos ao volante, de preferência bêbados. Nossos edifícios precisam ter portarias treinadas como segurança, nossas casas, mil artifícios contra invasores, andamos na rua feito coelhos assustados. Não há lugar nas prisões, então se solta a bandidagem, as penas são cada vez mais branda ou não há pena alguma. Pena temos nós, pena por nós, pela tão espalhada dor do mundo. Sempre falando em trilhões, brigando por quatrilhões, diante da imagem das crianças morrendo de fome na Etiópia, na Somália e em outros países, tão fracas que não têm mais força para engolir o mingau que alguma alma compadecida lhes alcança: a mãe observa apática as moscas que pousam no rostinho sofrido. Estou me repetindo, eu sei, talvez assim alivie um pouco a angústia da também repetida indagação: que sociedade estamos nos tornando?

      Eu, recolhida na ponta inferior deste país, sou parte dela e da loucura toda: porque tenho alguma voz, escrevo e falo, sem ilusão de que adiantará alguma coisa. Talvez, como na vida das pessoas, esta seja apenas uma fase ruim da humanidade, que conserva fulgores de solidariedade e beleza. Onde não a matamos, a natureza nos fornece material de otimismo: uma folha de outono avermelhada que a chuva grudou na vidraça, a voz das crianças que estão chegando, uma música que merece o termo “sublime”, gente honrada e produtiva, ou que cuida dos outros. Ainda dá para viver neste planeta. Ainda dá para ter esperança de que, de alguma forma, algum dia, a gente comece a se curar enquanto sociedade, e a miséria concreta não mate mais ninguém, enquanto líderes mundiais brigam por abstratos quatrilhões.

Crônica da escritora Luft Lya, publicada na Revista VEJA, de 03 de agosto de 2011.

Por sermos mais estressados, por termos valores fracos, tortos ou nenhum, porque estamos incrivelmente fúteis e nos deixamos atingir por qualquer maluquice, porque até nossos ídolos são os mais transtornados, complicados.” As palavras sublinhadas são classificadas respectivamente:
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Q1004549 Português
Em sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, os autores Celso Cunha e Lindley Cintra afirmam, sobre o emprego do artigo definido, que ele se antepõe ao substantivo para indicar “que se trata de um ser já conhecido do leitor, seja por ter sido mencionado antes, seja por ser objeto de um conhecimento de experiência”. A frase em que o emprego do artigo sublinhado se deve ao primeiro caso apontado é
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Q1004548 Português

Observe o segmento textual abaixo, que iniciava uma narrativa escolar: “Um carro entrou no estacionamento com os faróis apagados, os pneus furados e um cacho de bananas no teto”.


Uma das observações do emprego dos artigos definidos e indefinidos é que os primeiros indicam termos já enunciados no texto (conhecidos) e os segundos indicam termos presentes no texto pela primeira vez. Assim, é correto afirmar que

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Q1004543 Português

TEXTO 1


“Oscar tinha um sítio. Um dia Oscar resolveu levar na camioneta um pouco de esterco do sítio, que era no interior de Minas, para o jardim de sua casa na capital. Na barreira foi interpelado pelo guarda:

- O que é que o senhor está levando aí nesse saco?

- Esterco – respondeu Oscar, farejando aborrecimento: - Por quê? Não lhe cheira bem?

- O senhor tem a guia? – o guarda perguntou, imperturbável.

- Guia?

- É preciso de uma guia, o senhor não sabia disso?”

Fernando Sabino, A mulher do vizinho


Sobre o emprego de artigos nesse pequeno texto do início de uma crônica, a única afirmativa inadequada é:

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Q1000314 Português

Uma deputada estadual de Santa Catarina recebeu críticas nas redes sociais após comparecer a posse na Assembleia Legislativa com um macacão decotado. A ex-prefeita de Bombinhas, Ana Paula da Silva, do PDT, no dia 1º de fevereiro foi até a cerimônia e chamou a atenção pela roupa. Nas redes sociais, ela publicou uma foto dizendo que era o momento de “trabalhar”, no entanto, a maioria das pessoas reparou apenas no decote. [...]

Disponível em: https://www.metrojornal.com.br. Acesso em: 05/02/2019. [adaptado]

Assinale a alternativa que contenha um artigo utilizado no texto:
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Q1000159 Português

                           Que benefício a educação superior traz à sociedade?

                                                       Thomaz Wood Jr.


      A expansão da educação superior tem sido objeto de políticas públicas em todo o mundo. O senso comum, sustentado por pesquisas e evidências, associa educação a desenvolvimento. Gestores públicos vangloriam-se quando o porcentual da população jovem que atinge a universidade cresce. Quanto mais, melhor. O movimento envolve também a pós-graduação, com a multiplicação do número de mestrados e doutorados. Supõe-se que mais mestres e doutores ajudem a gerar mais conhecimento, patentes e riquezas.

      A expansão da educação superior faz muita gente feliz: estudantes que almejam um futuro melhor, famílias que querem o bem para suas crias, professores felizes com a demanda crescente, gestores públicos orgulhosos de sua obra e até investidores, atraídos por gordas margens de lucro, no caso de algumas universidades privadas. Entretanto, por trás da fachada, a realidade tem mais espinhos do que flores.

      Pressionados a expandir o atendimento, os sistemas públicos experimentam sinais de deterioração e perda de qualidade. Alguns deles se converteram em arenas políticas de governança impraticável, nas quais grupos digladiam na disputa por pequenos espaços e vantagens. Enquanto isso, muitos sistemas privados se transformam em usinas de aulas, a gerar diplomas como quem produz commodities.

      Em um ensaio de promoção de seu livro The Case Against Education: Why the Education System Is a Waste of Time and Money (Princeton University Press), Bryan Caplan, professor de Economia da Universidade George Mason, trata do tema. Em uma era que celebra o conhecimento, sua tese soa herética: para o economista, a verdadeira função da educação é simplesmente prover um certificado aos formandos. Em outras palavras, com honrosas exceções, pouco se aprende na universidade. O que importa é o diploma que dará acesso ao futuro emprego.

      Para Caplan, o sistema de educação superior desperdiça tempo e dinheiro. O retorno para os indivíduos é substantivo: com o título vêm melhores salários. No entanto, o retorno para a sociedade é pífio. Segundo o autor, quanto mais se investe na educação superior, mais se estimula a corrida por títulos. E basta cruzar a linha de chegada: terminar a faculdade.

      Nas universidades, estudantes passam anos debruçados sobre assuntos irrelevantes para sua vida profissional e para o mercado de trabalho. Qual o motivo para a falta de conexão entre o que é ensinado e o que será necessário? Simples: professores ensinam o que sabem, não o que é preciso ensinar. E muitos têm pouquíssima ideia do que se passa no mundo real.

      Além disso, Caplan observa que os estudantes retêm muito pouco do que lhes é ensinado. De fato, seres humanos têm dificuldade para conservar conhecimentos que raramente usam. Alguns cursos proporcionam modos e meios para que os pupilos assimilem e exercitem novos conhecimentos. Contudo, a maioria falha em prover tais condições.

      Curiosamente, o fato de os estudantes pouco aprenderem nos quatro ou cinco anos de universidade não é relevante. O que seus empregadores procuram é apenas uma credencial que ateste que o candidato seja inteligente, diligente e capaz de tolerar a rotina tediosa do trabalho. Para isso basta o título.

      O autor não poupa críticas a estudantes, colegas e gestores. Os primeiros, para ele, são incultos e vulgares, incapazes de transpor conteúdos escolares para a vida real. Passam a maior parte do tempo na universidade como zumbis na frente de seus smartphones e em outras atividades destinadas a turvar a mente e o espírito.

      Além disso, o crescimento da educação superior está levando para a universidade indivíduos sem características para serem universitários. Está atraindo para a pós-graduação profissionais sem o perfil para reflexão profunda e crítica. E está formando mestres e doutores que não têm talento ou inclinação para ensinar e pesquisar.

      Inflar as vagas e criar mecanismos para facilitar o acesso à universidade pode parecer causa nobre. Alimenta os sonhos das classes ascendentes e produz casos de sucesso, sempre ao gosto da mídia popular. Entretanto, pode estar drenando recursos do ensino fundamental e vocacional, e da pesquisa de ponta.

       A educação é, certamente, um grande meio de transformação social. Isso não significa despejar insensatamente recursos em simulacros de ensino e sistemas de emissão de títulos universitários.

                     Disponível em:<www.cartacapital.com.br> . Acesso em: ago. 2018. [Adaptado]

Gestores públicos vangloriam-se quando o porcentual da população jovem que atinge a universidade cresce. Quanto mais, melhor. O movimento envolve também a pós-graduação, com a multiplicação do número de mestrados e doutorados. Supõe-se que mais mestres e doutores ajudem a gerar mais conhecimento, patentes e riquezas.


A não ocorrência do acento grave no a que antecede a palavra “universidade” justifica-se

Alternativas
Q999154 Português

Pesquisadores foram convidados a vir ao país para perguntar e entender como esforços de pesquisa colaborativa podem promover a resiliência às atuais ameaças a identidades, terras, águas e culturas indígenas. (linhas 17 e 18)

No trecho acima, há

Alternativas
Q989750 Português

O artigo é um signo que exige a presença de outro (ou outros) com o qual se associa. Ele se classifica em definido e em indefinido.

Considere esse princípio e leia o texto seguinte.


A noite/2


Eu adormeço às margens de uma mulher: eu adormeço às margens de um abismo.

(GALEANO, Eduardo. Mulheres. Porto Alegre: L&PM, 1997, p. 28.)


Analise as afirmações a seguir e a relação proposta entre elas.


I. Os artigos grifados nas frases apresentadas, antepostos aos substantivos, são classificados como indefinidos


PORQUE


II. atribuem aos seres que acompanham um sentido preciso, particularizando as palavras “mulher” e “abismo”.


Sobre as afirmações, é correto afirmar que

Alternativas
Respostas
481: A
482: B
483: A
484: C
485: C
486: C
487: C
488: B
489: A
490: C
491: C
492: C
493: A
494: E
495: E
496: D
497: A
498: A
499: B
500: C